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INTRODUÇÃO À

QUÍMICA
FARMACÊUTICA

Prof Msc. Hiran Reis Sousa


Mestre em Ciência da Saúde (PPGCS-UFMA)
Doutorando em Ciências da Saúde
Química Farmacêutica

• Estuda as razões moleculares da ação dos fármacos, a relação


entre a estrutura química e a atividade farmacológica, incluindo o
planejamento e o desenho estrutural de novas substâncias que
possuam propriedades farmacoterapêuticas úteis, capazes de
representar novos fármacos.
União Internacional de Química pura e aplicada:

• Descoberta, desenvolvimento, identificação e interpretação do


modo de ação dos compostos ativos a nível molecular. Abrange
também o estudo, a identificação e a síntese dos produtos
metabólicos de fármacos e produtos relacionados
1. HISTÓRICO

•A utilização das drogas para tratar doenças é tão


antiga quanto a própria civilização;
• Primeiras drogas: origem natural
• Plantas superiores
• Tratamento de doenças infecciosas

• As plantas eram descobertas pela ação que elas desenvolviam e não pela
especificidade de seus princípios ativos.
• Ex: índios utilizavam a casca da quina para combater a
febre e a malária. Em 1820, foi isolado desta planta a
quinina, um alcalóide até hoje utilizado como agente
antimalárico.
Principais contribuições referentes à QF:
• AAS:
- 1828 – Buchner isolou a salicina (1) (Salix alba)
- 1860 – Kolbe e Lauteman sintetizam o ácido salicílico
(2)
- 1898- Felix Hofmann, cujo pai tinha artrite, sintetizou
o ácido acetil salicílico (3) • 1º fármaco sintético,
oriundo de produto
natural, através de
modificação molecular
e REA;
• Mais vendido no
mundo – 10% do
mercado de analgésicos;
Principais contribuições referentes à QF:
• 1867 – Fenol (anti-séptico) – Lister
• 1884 – Cocaína ( anestésico local) – Köller
• 1903 – Barbital (hipnótico) – Fischer e von Mehring
• 1929 – Penicilina (antibacteriano) – Fleeming
• 1932 – Sulfamidocrisoidina (antibacteriano) – Domagk
• 1937-1939 – Anti-histamínicos – Bovet e Staub
• 1944 – Estreptomicina – Waksman
• 1946 – Síntese da Penicilina – du Vigneaud
• 1947 - Lidocaína (anestésico local) – Löfgren
• 1949 – Bradicinina – Rocha e Silva et al.
Principais contribuições referentes à QF:
• 1951 – Síntese total dos Esteróides – Woodward; Robinson; Sarrett;
Johnson.
• 1960 – Benzodiazepínicos (ansiolíticos) – Sternbach
• 1964 – Propranolol (-bloqueador) – Black et al.
• 1968 – Mebendazol (anti-helmíntico) - Janssen
• 1972 – Miconazol (fungicida) – Janssen
• 1976 – Cimetidina (anti-úlcera)
• 1980 – Oxicams (antiinflamatórios)
• 1981 – Aciclovir (antiviral)
• 1981 – Flouxetina (Antidepressivo)
Principais contribuições referentes à QF:
• 1987 – Zidovudina (antiretroviral)
• 1999 – Sildenafil (impotência sexual)
• 1999 – Celecoxib; Rofecoxib...
• 2002 – Apomorfina, Etoricoxib
• 2003 – Vardenafil
• 2004 – Rosuvastatina
• 2007 – Vacina contra HPV
2. DEFINIÇÕES

• Droga – toda substância natural com ação medicamentosa, da qual se


podem extrair um ou mais princípios ativos;
• Fármaco – é a substância química de constituição definida que pode
ter aplicação em Farmácia;
• Medicamento – Lei 5991 de 17/12/73
“Medicamento é um produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou
elaborado com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de
diagnóstico”.
- deve ter constituição química e ação conhecida; é o mesmo que fármaco,
mas especialmente quando se encontra na sua forma farmacêutica;
• OMS/WSO – “qualquer preparação que envolva uma ou mais substâncias
(fármacos) usadas para diagnóstico, tratamento e/ou prevenção de
doenças ou sintomas em homens e animais”.

• Produto Farmacêutico – é tudo que faz parte do medicamento. É o


produto final com toda composição pronto para o comércio;
3. EMPREGO DOS MEDICAMENTOS
• Fornecimento de elementos carentes ao organismo:
• Vitaminas, sais minerais e hormônios;
• Prevenção de uma doença ou infecção:
• Soros e vacinas;
• Combate a uma infecção:
• Quimioterápicos e antimicrobianos;
• Destoxificação do organismo:
• Antídotos;
• Agentes auxiliares de diagnósticos:
• Contrastes radiopacos
3. EMPREGO DOS MEDICAMENTOS
• Bloqueio temporário de uma função normal:
• anestésicos gerais e locais;
• anticoncepcionais;
• Correção de uma função orgânica desregulada:
• cardiotônicos;
• anti-hipertensivos;
• antitérmicos;
• hipoglicemiantes;
4. AÇÃO BIOLÓGICA

Os fatores responsáveis pela resposta terapêutica de um


fármaco são complexos e múltiplos:

• Fase Farmacêutica
• Fase Farmacocinética
• Fase Farmacodinâmica
Fase Farmacêutica
• Também chamada fase de exposição. Ocorre a
desintegração da forma em que o fármaco é
administrado.
•É a desintegração do fármaco, durante sua
passagem para a corrente sangüínea.

A fração da dose disponível para a


absorção constitui medida da
disponibilidade farmacêutica
Formas Farmacêuticas

• Liberação do princípio ativo:

• Soluções
• Suspensões Velocidade
decrescente
• Pós
• Cápsulas
• Comprimidos
• Drágeas
Fase Farmacocinética

Nesta fase ocorre:


• Absorção
• Distribuição
• Metabolismo
• Excreção A fração da dose que chega à
circulação é medida da
disponibilidade biológica
Etapas envolvidas no processo de absorção

Cápsulas Desintegração Desagregação


Grânulos Partículas de
Comprimidos
Agregados menor diâmetro
Drágeas

Dissolução
Dissolução
Dissolução

Droga em solução

Absorção

Droga no sangue
Fase Farmacodinâmica
• Esta fase compreende o processo de interação do fármaco com
seu receptor

Efeito Biológico
Fases envolvidas na resposta terapêutica de fármacos:
Fase Farmacêutica: Fase Farmacocinética:
DOSE Desintegração da Absorção, distribuição,
formulação e dissolução biotransformação
do princípio ativo

EFEITO Interação fármaco-receptor


TERAPÊUTICO Fase Farmacodinâmica
biotransformação, excreção
Fase Farmacocinética
5. PROCESSOS FARMACOCINÉTICOS
Estudos Farmacológicos

Farmacodinâmica Farmacocinética
• Estuda os processo de Absorção,
• Estuda a inter-relação da
concentração de uma Distribuição, Biotransformação e
droga e a estrutura alvo, Excreção de fármacos.
bem como o mecanismo •Estuda a quantidade de droga e suas
de ação da mesma. concentrações em vários fluídos do
•Estuda o que a droga faz organismo e a mudança nestas
no organismo. quantidades com o tempo.
•Estuda o que o organismo faz sobre
a droga.
5.1 TRANSPORTE DE FÁRMACOS ATRAVÉS DAS
MEMBRANAS
•A droga, durante sua Absorção, Distribuição,
Biotransformação ou Excreção, atravessa
membranas biológicas, sob influência das
características físico-químicas de ambos;

Características das membranas

Mecanismos de passagem dos fármacos

Características de difusão das drogas


Membrana Plasmática:

• Membrana lipoprotéica muito fina, formada por fosfolipídeos e proteínas;

– Mosaico Fluido;
– Permeabilidade
Seletiva.
Mecanismos de Passagem dos Fármacos:
Processos Passivos - a força que move o fármaco é o gradiente de
concentração, através da membrana que separa os dois
compartimentos orgânicos; o fármaco move-se de uma região
de alta concentração para outra de concentração mais baixa.
a) Difusão simples – pequenas moléculas com caráter
lipofílico e não ionizadas;
Ex: Trato gastrointestinal, pulmonar

b)Difusão por poros ou filtração – moléculas


hidrossolúveis de pequenos tamanhos que podem
transpor a membrana através de poros formados entre as
proteínas.
Ex: endotélio vascular, renal e hepático
Mecanismos de Passagem dos Fármacos:

Processos Especializados
utiliza um carreador
a) Difusão facilitada –
que transporta o fármaco a favor do
gradiente de concentração, com
velocidade superior à difusão simples
(Ex: glicose);
- Processo seletivo e saturável

b) Difusão por troca – o carreador, após transportar o


fármaco, retorna ao lado original (Ex: transporte de ácidos
graxos pela lançadeira da carnitina);
movimento contra o
c) Transporte Ativo –
gradiente de concentração, com
gasto energético pela célula; são
passíveis de competição;
- Processo seletivo e saturável;
(Ex: bomba sódio e potássio; secreção
tubular renal);

d) Processos de endocitose e exocitose: gasto energia


Endocitose - partículas são englobadas pela membrana;
Exocitose - liberação do conteúdo vacuolar p/ o exterior;
Mecanismos de Passagem dos Fármacos:
Difusão de Fármacos:

A capacidade e a velocidade de um fármaco para


atravessar barreiras depende de:
Tamanho molecular;

Lipossolubilidade;

Coeficiente de Partição (CP) - lipofilicidade;

Constante de Dissociação (Ka);

Concentração Hidrogeniônica (pH) do meio;


Coeficiente de Partição (CP):
• Medida da afinidade relativa de uma droga pelas fases lipídicas
e aquosas:

CP = [ ] da substância na fase orgânica


[ ] da substância na fase aquosa

• Os fármacos que apresentam maior CP, tem maior afinidade


pela fase orgânica e, portanto, tendem a ultrapassar com maior
facilidade as biomembranas hidrofóbicas.
- Melhor perfil de Biodisponibilidade
- Melhor perfil farmacológico
• CP, absorção gastrintestinal e T½ de fármacos cardiotônicos:
P = [CHCl3 / MeOH: H2O (16:84)]

Digitoxina P=96,5 Absorção (%)=100 T½ (h)= 144


Digoxina P=81,5 Absorção (%)=70 – 80 T½ (h)= 38
Constante de Dissociação (Ka):
• O grau de ionização de uma substância é função de sua
constante de dissociação (Ka) e do pH do meio onde se
encontra;
• Como os valores de Ka são pequenos, é comum utilizar-se o
cologaritmo da Ka, ou seja, o pKa:
• Quanto mais forte for o ácido, mais baixo o seu valor de
pKa;
• Quanto mais forte for a base, maior será seu pKa;
•A maioria dos fármacos são ácidos ou bases fracas,
podendo existir na forma ionizada ou não ionizada,
variando a razão destas duas formas de acordo com o pH
do meio;
• Fármaco ácidos (HA) liberam H+, formando A-
HA H + + A-
• Fármacos básico (BH+) liberam H+ e a base neutra (B)
BH+ B + H+

• Substâncias na forma não carregada (não ionizadas ou


não polares) atravessam membranas mais facilmente;
Concentração Hidrogeniônica (pH) do meio:
- pH Ácido:
- Ácidos fracos em meio ácido se dissociam pouco,
ficando mais lipossolúveis e com melhor capacidade de
difusão;
- Bases fracas em meio ácido estão na forma ionizada,
mais hidrossolúveis e portanto, com maior dificuldade
para transpor as membranas;
- pH Básico: meio alcalino, os processo são inversos;
O equilíbrio entre os dois lados da membrana
na difusão passiva se dá entre as formas não
ionizadas.
Importância do pH

• O pH é um índice fundamental para o estudo do transporte,


distribuição, excreção, interações e reações adversas dos fármacos;

• Alguns líquidos apresentam uma ampla faixa de pH (urina) enquanto


que em outras áreas, o pH é bastante estável (líquido extracelular);
Valores de pH das fases aquosas em contato com
membranas absorventes

• Sangue 7,36 – 7,45


• Saliva 6,20 – 7,20
• Suco gástrico 1,20 – 3,00
• Suco pancreático 7,40 – 8,30
• Suco doudenal 6,50 – 7,60
• Suco jejuno-íleo 7,50 – 8,00
• Suco intestinal 7,90 – 8,00
• Urina 4,50 – 8,00
• Bile 6,20 – 8,50
Valores de pH...
Secreções

• Vaginal 3,40 – 4,20


• Uretral 5,00 – 7,00
• Conjuntival 7,30 – 8,00
Valores de pH...
Células
• Eritrócitos 7,28
• Cél. musculatura esquelética 6,90
• Célula prostática 4,50
• Osteoblastos 8,50
Importância do pH

• O pH do líquido extracelular se situa em torno de 7,40 e, em


condições fisiológicas, não varia mais do que 0,005 unidades de
pH.
• Isto se deve à existência de sistemas tampões (misturas de bases
fracas com seus sais), tais como o ácido carbônico, o íon
bicarbonato, etc...
5.2 ABSORÇÃO
• É a propagação de um fármaco desde o seu local de
administração até a corrente sangüínea;
• A droga é absorvida através dos processos passivos
e ativos de transporte;
• A fração da dose que chega à circulação é medida
da disponibilidade biológica;

BIODISPONIBILIDADE
Fatores envolvidos na Absorção:
LIGADOS AO MEDICAMENTO
• Lipossolubilidade
• Peso molecular
• Grau de ionização
• Concentração

LIGADOS AO ORGANISMO
• Vascularização do local
• Superfície de absorção
• Permeabilidade capilar
A rapidez da ação da droga depende:

da velocidade de absorção;
das vias de administração;

Velocidade de absorção varia de acordo com as formas


farmacêuticas:
Soluções
Suspensões
Velocidade Pós
decrescente Cápsulas
Comprimidos
Drágeas
Vias de Administração:
- Tópicas
- Sistêmicas
-Enterais:
- Oral – (motilidade, alimentos, fluxo, droga)
- Sublingual – resposta rápida
- Retal – efeito local ou paciente incapazes de adm oral;
- Parenterais:
- Adm cutânea - efeito local sobre a pele
- Adm por inalação – pulmão como via de adm e eliminação;
- Adm por injeção – subcutânea, i.m e endovenosa
Vias de
Administração:

e.v – absorção já
está completa; a dose
total de fármaco
atinge a circulação
sistêmica;

Outras vias –
absorção parcial;
diminuição da
biodisponibilidade;
Biodisponibilidade:

• O termo biodisponibilidade é utilizado para descrever a


quantidade e a velocidade de absorção do fármaco a
partir da forma farmacêutica de apresentação;
•É a fração ativa da droga que consegue atingir a
circulação sistêmica, após a absorção e a
biotransformação e, representa a fração da droga que
efetivamente será distribuída aos tecidos;
• Este parâmetro é avaliado em curvas de concentração
do fármaco em tecidos ou líquidos biológicos (sangue
ou urina) em função do tempo;
Os dados de biodisponibilidade permitem determinar:
√ quantidade ou proporção de fármaco absorvido a partir
da formulação farmacêutica;
√ velocidade na qual o fármaco foi absorvido;

√ duração da presença do fármaco nos líquidos biológicos


(sangue e linfa) ou tecido;

√ relação entre níveis sangüíneos dos fármacos e eficácia


clínica ou efeitos tóxicos;
Bioequivalência:
• Consiste na aplicação dos conhecimentos de
biodisponibilidade em estudos comparativos de duas
ou mais formulações diferentes, contendo o mesmo
princípio ativo administrado na mesma dose;
• Dois fármacos são considerados bioequivalentes se
apresentarem biodisponibilidades comparáveis;
• Diferença significativa – chamados de não-
bioequivalentes.
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DOS
FÁRMACOS:

• Eficácia  devem apresentar o efeito terapêutico


desejado;
• Segurança  isenção de efeitos adversos inesperados;
• Biodisponibilidade  capacidade de atingir a
circulação geral ou ser absorvido em quantidade e com
a rapidez adequada;
Fármacos após Absorção:

A maioria dos fármacos absorvidos no TGI (via oral e


retal) entra na circulação porta e passa pelo fígado,
antes de ser distribuído pela circulação geral.

Metabolismo de 1ª passagem

• No fígado;
• Limita a eficácia de muitos fármacos tomados por via oral;
• A quantidade da droga que chega à circulação é muito menor do que a
quantidade de droga absorvida.
Metabolismo de Primeira Passagem:

• Inconveniências:
- Necessário um dose maior do fármaco do que quando
administrado por outras vias que não passam pelo
metabolismo de 1ª passagem;
- Podem ocorrer variações individuais acentuadas na
extensão do metabolismo de 1ª passagem de
determinados fármacos, resultando numa situação
imprevisível quando administrado por via oral.
5.3 DISTRIBUIÇÃO
É a progressão da droga dos vasos para os tecidos
até o local de ação.

• Após absorção, o fármaco entra na circulação geral e é amplamente


distribuído no organismo; ele sai da corrente sangüínea e entra nas
células;
• Apenas parte da droga estará no seu local de ação. O restante ficará
distribuído no organismo.
Distribuição = modelo matemático de compartimentos,
caracterizado pelo volume de distribuição do fármaco
num determinado momento.

PLASMA

Tecidos Tecidos Tecidos Tecidos


Susceptíveis Ativos Indiferentes Emunctórios
Ação Metabol. Reserva Excreção
Fatores que Influenciam a Distribuição:

A velocidade e a extensão de distribuição dependem:


• da lipofilicidade relativa do fármaco;
• do fluxo sanguíneo local;
• da permeabilidade capilar;
• da sua ligação às proteínas plasmáticas;
Natureza química dos fármacos

• Fármacos lipossolúveis atravessam facilmente a membrana


endotelial e quanto maior a taxa de perfusão, maior é a velocidade
de distribuição;
• Fármacos polares e de alto peso molecular dificilmente atravessam
a membrana e a velocidade de distribuição é limitada pela taxa de
difusão;
Fluxo Sangüíneo
Permeabilidade Capilar
• Aspectos anatômicos e fisiológicos das células
endoteliais dos capilares podem limitar a passagem dos
fármacos desde a circulação aos tecidos.

Barreiras menos permeáveis


aos fármacos:
Barreira hematoencefálica
Só passam fármacos
muito lipossolúveis;
Barreira placentária
6 camadas de células
separando o sangue da
mãe do feto.
Ligação às Proteínas Plasmáticas
• Forma Livre é a forma ativa
• Forma ligada é a forma inativa
• Albumina
(drogas ácidas)

• -glicoproteína
ácida
(drogas básicas)
•A ligação de um fármaco às proteínas plasmáticas
limita sua concentração nos tecidos e no seu local de
ação, visto que apenas o fármaco livre está em
equilíbrio estável através das membranas;

É um processo reversível;
Equilíbrio entre formas ligadas e não ligadas;

Quantidade de fármaco que se liga depende:


- Concentração de fármaco livre
- Sua afinidade pelos sítios de ligação
- Da concentração e disponibilidade da proteína
Competição entre os sítios de ligação protéica:
- Deslocação do fármaco de menor afinidade;
- Fração livre aumentada no plasma;
5.4 BIOTRANSFORMAÇÃO

• É um conjunto de alterações maiores ou menores que


um fármaco sofre no organismo, visando aumentar
sua polaridade e facilitar sua excreção.
• pode ocorrer em qualquer órgão ou tecido orgânico:
• Fígado, intestino, rins, pulmões, pele, etc.

• Executada por enzimas


• A maioria das enzimas são as existentes nos microssomas
hepáticos, que são vesículas presentes no sistema retículo
endotelial liso (REL).
Sistema enzimático CYP 450

Hemeproteína oxidativa CYP 450


Fases do Metabolismo

• As diversas etapas do metabolismo têm por objetivo


transformar o fármaco em metabólitos de polaridade
crescente, para que possam ser excretados;
• O processo normalmente é bifásico:
FASE I FASE II
Oxidação Compreende
Redução reações de
conjugação ou
Hidrólise acetilação
Desmetilação
Fases do Metabolismo
• Fatores que afetam o metabolismo:
Fatores ambientes internos:
• Sexo
• Idade
• Peso
• Estado nutricional
• Flora e fauna do TGI
• Gestação
• Estado emocional...
• Fatores que afetam o metabolismo:
Fatores de administração do fármaco:
• Via de administração
• Local de administração
• Velocidade de administração
• Volume administrado
• Composição do veículo
• Número de doses
• Duração do tratamento
• Estado físico-químico do fármaco
• Fatores que afetam o metabolismo:
Fatores ambientes externos:
• Temperatura
• Umidade
• Pressão
• Composição atmosférica ambiente
• Luz
• Estação do ano
• Hora do dia
• Habitat...
Indução Enzimática
Alguns fármacos podem estimular a atividade e ou a
síntese das enzimas microssomais.
Drogas tais como analgésicos, anticonvulsivantes,
hipoglicemiantes orais, sedativos e tranquilizantes
estimulam a sua própria biotransformação e a de outras
drogas.
Inibição Enzimática
•A inibição de enzimas que participam na biotransformação
resulta em níveis elevados do fármaco original, efeitos
farmacológicos prolongados e maior incidência da de toxicidade
do fármaco,
• Inibidores competitivos: Dois fármacos competem pelo mesmo
sítio ativo da enzima. Ex: Dissulfiran e acetaldeído
desidrogenase.
• Inibidores não competitivos: Fármaco se liga em outro local da
enzima, inativando-a. Ex: Cetoconazol – cit. P450
5.5 EXCREÇÃO

• Os principais órgãos de excreção de fármacos são:


• Pulmões: é importante na eliminação dos gases e
vapores anestésicos.
• Suor: Substancias tais como iodo, bromo, ácido
benzóico, ácido salicílico, chumbo, arsênio,
álcool, etc., ,
• Glândulas lacrimais e salivares;
5.5 EXCREÇÃO

• Os principais órgãos de excreção de fármacos são:


• Leite materno: fármacos básicos;
• Trato Digestório:
• Fezes: Fármacos não absorvidos ou secretados pela bile
• Via biliar: Fármacos de alto peso molecular, muito polares
• Rins: Responsáveis pela a eliminação de fármacos
hidrossolúveis - URINA
Excreção Renal

• A excreção dos fármacos Capilar


dependem dos Arteríola
glomerular
mecanismos aferente
compreendidos pelo Arteríola
eferente
funcionamento da 1
unidade morfo-fisiológica
do rim: néfrons Cápsula de
2
• Os fármacos podem sofrer
Bowman

os processos de: Capilar


• filtração glomerular (1) 3 peritubular

• secreção tubular ativa (2)


• reabsorção tubular veia
passiva (3)
Excreção urinária
CONCLUSÃO

• Um fármaco só pode exercer seu efeito farmacológico


no tecidos, depois de ter sido transportado para o
sangue;
• A circulação sistêmica é responsável pela trajetória do
fármaco no organismo;
• A absorção assegura sua chegada no sangue, o qual o
conduzirá aos diferentes tecidos e órgãos
(distribuição), lugares estes de ação farmacológica,
armazenamento, biotransformação e excreção.

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