INTRODUÇÃO

Depois de 31 anos, atendi mais de 5

mil pacientes. e agora decidi
compartilhar algumas lições para a
prática clínica àqueles que buscam
melhorá-la.
Espero que essa singela
contribuição possa motivar você a
aprimorar cada vez mais as suas
habilidades clínicas e diagnósticas.
Eu sei que a Ciência e a Experiência
fazem toda diferença no tratamento
de psicopatologias.
Eu sou Hélio Tonelli, psiquiatra e
fundador da CORTEX EDUCAÇÃO e
desejo a você uma

Ótima leitura!
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LIÇÃO 1

Pode até ser que você saiba todos os

critérios diagnósticos, mas se não souber
extrair do paciente a informação correta
através da avaliação, você não sabe fazer
um bom diagnóstico.

LIÇÃO 2

Os pacientes usam seus próprios termos

para descrever suas queixas, e não os
termos encontrados no DSM. Por exemplo:
anedonia é um dos principais sintomas da
depressão, e significa "incapacidade de
sentir prazer", porém, dificilmente você vai
encontrar um paciente que use a palavra
"anedonia", ou até mesmo a expressão
"tenho a incapacidade de sentir prazer".
Cabe a você traduzir a queixa do paciente
em termos psicopatológicos apropriados.
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LIÇÃO 3

Às vezes, pacientes usam termos técnicos

da psicopatologia para falar sobre como se
sentem. Isso porque esses termos já
pertencem ao senso comum. Mas não há
garantias de que o paciente usa os termos
com o significado correto. Investigue
apropriadamente o que ele quer dizer
quando os usa.

LIÇÃO 4

Exemplos de termos psicopatológicos

usados com frequência no senso comum:
ansiedade, depressão, TOC, bipolar, fobia
social. Redobre sua atenção quando ouvir
um paciente os usando!
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LIÇÃO 5

Adquira o hábito de
perguntar explicitamente:
"Me conte detalhadamente
o que você quer dizer
quando fala que você se
sente X".

LIÇÃO 6

Aprenda a ouvir o que o

paciente está dizendo de
maneira ativa e empática
(pode parecer óbvio, mas é
muito difícil) e, com sua
expertise, traduza suas
queixas nos fenômenos
psicopatológicos corretos.
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LIÇÃO 7

Intuição é um processamento
probabilístico ultra rápido pautado em
experiência. Quanto mais você praticar,
mais aguçada fica sua intuição. Ao
contrário do que alguns sugerem, existe
sim um espaço para a intuição na prática
clínica.

LIÇÃO 8

Ela há de ser uma intuição treinada,

conforme descrito acima. Ela não tem
nada a ver com a psicologia intuitiva, a
psicologia do senso comum.
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LIÇÃO 9

Não dependa somente de estruturas

prontas para entrevistar seu paciente. Para
que a sua intuição clínica trabalhe a seu
favor, você precisa saber fazer a pergunta
certa na hora certa.

LIÇÃO 10

Uma intuição bem treinada consegue

extrair o padrão em comum que existe por
trás de cada transtorno. Isso é
independente de quem fez o diagnóstico e
de quem é o portador.
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LIÇÃO 11

Fazer diagnóstico não é fazer checklist.

Aprenda a conduzir a entrevista
psicológica de forma espontânea e aberta.
Além de tornar o atendimento mais
natural, você consegue obter mais
informações relevantes do paciente dessa
forma.

LIÇÃO 12

Você não deve pautar sua prática clínica

usando só instrumentos padronizados. É
preciso ter empatia e consideração pela
pessoa que está na sua frente para você
conseguir obter as informações relevantes
de forma fidedigna.
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LIÇÃO 13

Estude o cérebro. É dele que os

transtornos mentais surgem. Quem
entende o funcionamento do cérebro,
entende as origens do sofrimento mental
da forma como ele realmente acontece no
dia a dia dos pacientes.

LIÇÃO 14

Houve uma época em que o estudo da

mente humana era baseado em
especulações. Hoje em dia, há
instrumentos que nos permitem examinar
de maneira objetiva o que acontece numa
mente que está doente. Baseie sua prática
nas melhores evidências científicas
disponíveis hoje.
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LIÇÃO 15

A neurociência avançou muito nas últimas

duas décadas e estabeleceu conexões
entre o cérebro e os transtornos mentais
que antes não podiam ser demonstradas.
Um profissional que não entende o
funcionamento do cérebro em pleno 2022
é um profissional desatualizado.

LIÇÃO 16

A psicologia, assim como as demais

ciências, é um organismo vivo. Atualizar-se
com frequência é necessário. Quase tudo
que foi escrito há mais de 20 anos já pode
ser considerado obsoleto!
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LIÇÃO 17
O tratamento padrão ouro para muitos dos
transtornos psiquiátricos é medicação +
psicoterapia. Não negligencie nenhum dos
dois.
LIÇÃO 18
Muitos de seus pacientes também
frequentarão o psiquiatra. Aprenda o
básico sobre psicofarmacologia para se
comunicar de maneira eficiente com
outros profissionais de saúde.
LIÇÃO 19
Diferente do que alguns professores lhe
fizeram acreditar, você não precisa ser
100% neutro o tempo todo. Não renuncie
toda sua personalidade na frente do
paciente. Entenda como e quando se
posicionar de forma humana. É assim que
você desenvolve seu estilo próprio como
terapeuta.
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LIÇÃO 20

Um bom terapeuta é um bom terapeuta

independente da abordagem que ele
segue. Ser um bom terapeuta tem mais a
ver com a capacidade de obter as
informações corretas do paciente do que
com seguir à risca conceitos e ideais
teóricos de cada abordagem.

LIÇÃO 21

Ser terapeuta não é fazer uma exibição de

erudição ao seu paciente. Demonstre sua
autoridade de forma simples e
compreensível. Procure usar um linguajar
simples e claro.
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LIÇÃO 22

Aprenda a fazer uma boa entrevista

psicológica e exame do estado mental.
Quando esses dois são feitos bem feitos,
um profissional que não examinou o
paciente, ao ler o laudo, tem uma
perspectiva muito fidedigna da condição
do paciente.

LIÇÃO 23

Chegue no consultório pelo menos meia

hora antes do primeiro atendimento do
dia.

LIÇÃO 24

Ao atender um paciente pela primeira vez,

veja-o no começo do dia. Neste horário
você está mais descansado, e isso é muito
importante no primeiro contato.
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LIÇÃO 25

No primeiro atendimento, deixe o paciente

falar pelo menos 15-20 minutos com pouca
ou nenhuma interrupção.

LIÇÃO 26

Um único atendimento não é o suficiente

para tratar as queixas de um paciente.
Porém, ele já espera ter suas dores
aliviadas parcialmente no fim da primeira
consulta. Para realizá-lo, você deve
demonstrar empatia e disponibilidade a
ele, enquanto continua a investigar mais
profundamente o que ocorre com ele.

LIÇÃO 27
Alguns diagnósticos levam meses para
serem estabelecidos. Não tenha pressa de
dar um diagnóstico já no primeiro
atendimento.
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LIÇÃO 28

Muitos pacientes vão chegar até você com

hipóteses diagnósticas mal formuladas,
mesmo quando já visitaram outro
profissional previamente. É de sua
responsabilidade não levar essas hipóteses
como verdades absolutas e investigá-las
apropriadamente.

LIÇÃO 29

Assim como eu, você também irá cometer

erros diagnósticos. É assim que se
aprende. Já acreditei que o paciente era
esquizofrênico no começo, e depois
descobri que na verdade ele bipolar com
alguns sintomas atípicos. Não se culpe.
Ajuste o diagnóstico, ajuste as
intervenções e siga sua vida!
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LIÇÃO 30

A melhor forma de se tornar um bom

profissional da saúde é ficando doente.
Coloque-se na posição de paciente
quando necessário. Além de preservar a
saúde, essa inversão de papéis mostra o
que realmente faz um bom profissional da
saúde.

LIÇÃO 31

Um piloto de avião pode estudar, estudar e

estudar. Mas se ele não tiver horas de voo
o suficiente, ele não será um bom piloto.
Em psicopatologia é a mesma coisa.
Atenda pacientes! Muitos!
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32 - LIÇÃO EXTRA
Essa é uma lição extra e a principal lição
que vou te ensinar neste ebook.
Quando trabalhamos com saúde mental
temos uma grande responsabilidade com
nosso paciente e com todos que o rodeiam,
por isso precisamos ser responsáveis e
assertivos em nossos diagnósticos.
Por esse motivo, eu preparei a
CERTIFICAÇÃO em PSICOPATOLOGIAS.
Para você desenvolver habilidade clínicas
em psicopatologias muito além dos
manuais de diagnósticos.
Você vai aprender a identificar como o
transtorno mental se expressa no dia-a-dia
do seu paciente de forma científica e
objetiva.
Portanto, ponha um alarme em seu celular
como lembrete para o dia 19 de julho,
terça-feira, às 19h.
Dr. Hélio Tonelli
OBRIGADO!
Espero que estas lições tenham
contribuído para sua prática
profissional, colega Terapeuta.

Até breve!
Dr. Hélio Tonelli

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