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Agrupamento de Escolas de Tabuaço

Escola B.2,3/Sec. Abel Botelho

Português - Coesão textual

Ano letivo 2011/12

Coesão textual
A coesão textual resulta da utilização dos elementos linguísticos que fazem a ligação
das várias partes de um texto.

 Aplicação
Era uma espécie de clube de verão.
Uma varanda dava para a avenida onde os plátanos maravilhosos povoavam a
noite.
Cheirava a maresia e a fruta. Grandes músicas pareciam suspensas das árvores e
das estrelas. E entre as casas brancas, na noite escura e azul, passava o rolar do mar.
Tudo isso envolvia o clube e as suas paredes e janelas, e as suas mesas e cadeiras.
E envolvia ainda, agudamente, uma por uma, cada pessoa.
Sophia de Mello Breyner Andresen, Contos Exemplares, Figueirinhas Ed.

 Aplicação
A coesão textual pode ser conseguida através de diferentes processos.

 Repetição do nome
Amy Johnson queixava-se do preconceito existente contra as mulheres que
queriam tornar-se pilotos profissionais. O seu instrutor de voo concordava que uma
mulher teria de descobrir a maneira de se afirmar. Amy perguntou-lhe como. « Ora,
voando até à Austrália, por exemplo», foi a resposta. A sugestão não fora feita a sério.
Mas Amy aceitou imediatamente o desafio.
Grandes Aventureiros, Publ.Europa América

 Substituição do nome
Eram fins de setembro, na força das colheitas.
De manhã cedo, quando a Matilde, estremunhada e dorida, chegou à janela, a
veiga parecia uma colmeia (…)

1
-Arranja-te, rapariga! Ou queres ficar aí pasmada toda a vida? (…)
Foi, voltou, e a filha no mesmo preparo e no mesmo alheamento.
Miguel Torga, A Revelação», in Contos da Montanha, ed. de autor

 Sinónimos
Não há em toda a montanha terra tão desgraçada e tão negra como Saudel. Aquilo
nem são casas, nem lá mora gente. São tocas com bichos dentro.
Apesar disso, Cristo Nosso Senhor, aos domingos, digna-se visitar a aldeia na
pessoa do padre Unhão, que vem rezar missa ao nascer do sol.
Miguel Torga, «A Revelação», in Contos da Montanha, ed, de autor

 Pronomes
Foi numa noite medonha, cheia de água e gelada, que o Faustino assaltou a
Senhora da Saúde. Há tempos já que a ideia desse roubo o obcecava, mas a mulher e o
demónio duma hesitação imbecil tinham-no afastado disso.
Miguel Torga, «A Revelação», in Contos da Montanha, ed, de autor

 Hiperónimos e hipónimos
Naquele marcado as mangas, os pêssegos, as ameixas, as maçãs, as cerejas
atraíam pelos seus tons alegres e luminosos. E aquele colorido da fruta perfiladinha
tornava-a mais apetecível e tentadora.

 Conectores
São os elementos que contribuem para uma maior coesão textual: conjunções e
locuções conjuncionais, advérbios e locuções adverbiais.

Desgraçadamente p coração do Lomba estava cheio de fel.

-O que tu merecias era que te desse uma lição…

Apesar de o Lomba ser quem era, o Adriano sentiu-se na obrigação de defender os


brios de homem. E, embora debilmente, lá tentou.

Miguel Torga, «A Revelação», in Contos da Montanha, ed, de autor

2
 Pontuação
Outro elemento fundamental que contribui para a coesão textual é a pontuação.

Este texto escrito rapidamente, à hora da morte, ficou sem pontuação:


Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do
alfaiate nada aos pobres.
As quatro entidades referidas no texto fizeram a pontuação que mais convinha
a cada um.
O sobrinho fez a seguinte pontuação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do
alfaiate. Nada aos pobres.
A irmã pontuou assim o escrito:
Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do
alfaiate. Nada aos pobres.
O alfaiate puxou a brasa à sua sardinha:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do
alfaiate. Nada aos pobres.
Os pobres da cidade fizeram esta interpretação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do
alfaiate? Nada! Aos pobres.

( retirado do livro : Preparação para o Exame Nacuional,9º ano 2010, Porto Editora)

A Professora

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