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ESCOLA TÉCNICA JURÍDICA

Esta escola vai buscar o direito penal em si com base na lei de Kelsen, vai estudar o
direito em base científica, sem análise da ciência e busca o direito positivado.
Tem como principal autor, Arturo Rocco, o qual em sua obra sustenta que a ciência
penal se encontra em crise, em virtude da desorganização, incertezas e dúvidas.
Rocco defende o direito positivado, ou seja, deve ser levado à letra da lei.
Advoga ainda, que o conhecimento sistemático das normas jurídicas permite
descobrir sua uniformidade, determinar suas causas, fundamentos e princípios,
oferecendo um conhecimento científico do direito.
Adotando esses critérios, Rocco propõe que o estudo da lei penal deve ser
decomposto em uma investigação exegética (interpretação da lei, segundo a ordem
por ela definida), uma investigação dogmática e sistemática (análise dos princípios e
fundamentos do Direito Positivo e sua coordenação lógica) e uma investigação crítica
do Direito.
De forma bem sintética, podemos afirmar que para Arturo Rocco, o único objeto da
ciência criminal é o ordenamento jurídico vigente, isto é, o estudo das normas
jurídicas que proíbem as ações humanas imputáveis, injustas ou nocivas
indiretamente geradoras e reveladora de um perigo para a existência da sociedade
juridicamente organizada.
O tecnicismo jurídico italiano, resultou em um retorno ao Classicismos, ao defender a
responsabilidade moral e o livre arbítrio como causas do crime e, consequentemente,
ao exigir a retribuição e o castigo como finalidade da pena.
O maior mérito dessa doutrina certamente foi o de ter estabelecido as bases
metodológicas para elaboração de um sistema penal de caráter jurídico rígido pela
lógica, distinguindo-o de outras ciências causais-explicativas.
A Escola Técnico-Jurídica, anteriormente chamada de tecnicismo jurídico-penal,
surge para dirimir a confusão inicial da Escola Positiva. Falar em confusão da Positiva
significa dizer que havia uma falta de método, pois os positivistas confundiam os
campos da Criminologia, da Política Criminal e do Direito Penal. Era demasiada a
preocupação com aspectos antropológicos e sociológicos em detrimento dos
aspectos jurídicos do crime.
A Escola Técnico-Jurídica entende que: “[...] a ciência penal é autônoma, com objeto,
método e fins próprios, não devendo ser confundida com outras ciências causal-
explicativas ou políticas”
Veja a definição a seguir de Direito Penal dada por Rocco citado por Luiz Regis Prado:
“O Direito Penal é entendido como uma ‘exposição sistemática dos princípios que
regulam os conceitos de delito e pena, e da conseguinte responsabilidade, desde um
ponto de vista puramente jurídico’”[19].
Considera-se então mais uma corrente de renovação metodológica do que uma
escola propriamente dita.
Seu maior mérito foi o de apontar o crime, como fenômeno jurídico e verdadeiro objeto
do Direito Penal.
As características mais importantes dessa escola são:
a) o delito é pura relação jurídica, de conteúdo individual e social;
b) a pena constitui uma reação e uma consequência do crime (tutela jurídica), com
função preventiva geral e especial, aplicável aos imputáveis;
c) a medida de segurança – preventiva – deve ser aplicável aos inimputáveis;
d) responsabilidade moral (vontade livre);
e) método técnico-jurídico;
f) recusa o emprego da filosofia no campo penal.

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