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Apostila Geral - GÃ Neros Textuais
Apostila Geral - GÃ Neros Textuais
EMENTA
OBJETIVO GERAL
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
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Gêneros textuais e o ensino de Língua Portuguesa
BIBLIOGRAFIA
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. 4.ed. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo:
Martins Fontes, 2003.
BEZERRA, Maria Auxiliadora. Ensino de língua portuguesa e contextos teórico-
metodológicos. In: DIONISIO, Angela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA,
Maria Auxiliadora. (Orgs.). Gêneros textuais & ensino. São Paulo: Parábola, 2010.
pp.39-49.
BRAIT, Beth. PCNs, Gêneros e ensino de língua: faces discursivas da textualidade. In:
ROJO, Roxane (Org.). A prática da linguagem em sala de aula: praticando os
PCNs. Campinas: Mercado de Letras, 2000. pp.13-23.
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quarto ciclos do ensino fundamental. Brasília: MEC, 1998.
BRONCKART, Jean-Paul. Atividades de linguagem, textos e discursos. Por um
interacionismo sócio-discursivo. Trad. Anna Rachel Machado, Péricles Cunha. São
Paulo: EDUC, 2003.
CRISTÓVÃO, Vera Lúcia Lopes & NASCIMENTO, Elvira Lopes. Gêneros textuais e
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GUIMARÃES, Ana Maria de Mattos; CAMPANI-CASTILHOS, Daiana; DREY, Rafaela
Fetzner. Gêneros de texto no dia-a-dia do ensino fundamental. São Paulo:
Mercado de Letras, 2008.
LOPES-ROSSI, Maria Aparecida Garcia. O desenvolvimento de habilidades de leitura
e de produção de textos a partir de gêneros discursivos. In: LOPES-ROSSI, Maria
Aparecida Garcia. (Org.) Gêneros discursivos no ensino de leitura e produção de
textos. Taubaté: Cabral, 2002, pp.19-40.
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Intercâmbio, v. XV. São Paulo: LAEL/PUC-SP, 2006.
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Acir Mário; GAYDECZKA, Beatriz; BRITO, Karim Siebeneicher. (Orgs.). Gêneros
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MACHADO, Anna Rachel. Um instrumento de avaliação de material didático com
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produção textual. Intercâmbio. Vol. X, 2001, pp.137-147.
MACHADO, Anna Rachel & GUIMARÃES, Ana Maria de Mattos. O interacionismo
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e a aprendizagem de gêneros textuais. Campinas: Mercado de Letras, 2009. pp.17-
42.
MACHADO, Anna Rachel & CRISTÓVÃO, Vera Lúcia Lopes. A construção de
modelos didáticos de gêneros: aportes e questionamentos para o ensino de gêneros.
In: MACHADO, Anna Rachel; ABREU-TARDELLI, Lília Santos; CRISTÓVÃO, Vera
Lúcia Lopes. (Orgs.). Linguagem e educação: o ensino e a aprendizagem de
gêneros textuais. Campinas: Mercado de Letras, 2009. pp.123-151.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão.
São Paulo: Parábola, 2008.
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MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora. (Orgs.). Gêneros textuais &
ensino. São Paulo: Parábola, 2010. pp.19-38.
___. Gêneros textuais: configuração, dinamicidade e circulação. In: KARWOSKI, Acir
Mário; GAYDECZKA, Beatriz; BRITO, Karim Siebeneicher. (Orgs.). Gêneros textuais
reflexões e ensino. 4.ed. São Paulo: Parábola, 2011. pp.17-31.
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Gêneros textuais e o ensino de Língua Portuguesa
Séc. III a.C: Aristóteles apresenta a primeira divisão das formas literárias até então
produzidas, lança a Teoria dos Gêneros.
Séc. XIX: Mikhail Bakhtin, filósofo da linguagem, afirma que os gêneros discursivos
correspondem a situações comunicativas geradas a partir da atividade humana, da
vida social, que é historicamente situada.
1998 (PCNs): Os gêneros textuais orais e escritos como objeto de ensino da disciplina
Língua Portuguesa. A reformulação dos manuais de ensino.
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Gêneros textuais e o ensino de Língua Portuguesa
Gênero textual: são os textos materializados que encontramos na nossa vida diária e
que circulam na sociedade (textos falados e escritos), que apresentam características
sócio-comunicativas definidas, tema, função, estilo e estrutura.
São infinitos: telefonema, sermão, carta pessoal, romance, bilhete, entrevista, aula
expositiva, horóscopo, bula de remédio, receita culinária, conto, piada, charge, e-mail,
blog, lista de compras etc.
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Gêneros textuais e o ensino de Língua Portuguesa
4. A FÁBULA
A RAPOSA E AS UVAS
Esopo
Uma Raposa, morta de fome, viu ao passar,
penduradas nas grades de uma viçosa videira, alguns
cachos de uvas negras e maduras.
Ela, então, usou de todos os seus dotes e
artifícios para pegá-las, mas como estavam fora do seu
alcance, acabou se cansando em vão, e nada
conseguiu.
Por fim deu meia volta e foi embora, e
consolando a si mesma, meio desapontada disse:
- Olhando com mais atenção, percebo agora
que as uvas estão todas estragadas, e não maduras
como eu imaginei a princípio.
Moral: Ao não reconhecer e aceitar as próprias
limitações, o vaidoso abre assim o caminho para sua
infelicidade.
PARA QUEM?
Os leitores da Fábula são, geralmente, crianças. Mas o gênero pode ser apreciado por
todas as idades devido ao conteúdo vivencial e humano.
POR QUÊ?
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Gêneros textuais e o ensino de Língua Portuguesa
COMO?
ONDE?
5. A CARTA DE RECLAMAÇÃO
Olá, diretor!
Eu sou Fátima, aluna do 6ª A, e vou reclamar dos problemas da escola. Ela está com
muito defeito, o banheiro das meninas e dos meninos é muito nojento, a água é da
torneira, as cadeiras têm que ser igual, a quadra está feia, não tem espelho no
banheiro e nem água, a comida não é boa, tem lâmpadas queimadas, os ventiladores
estão quebrados. Eu quero que o banheiro seja limpo e bonito, os ventiladores
funcionem bem, a comida boa, a água mineral, a quadra perfeita.
Obrigada.
Fátima
Texto adaptado
O QUÊ?
É uma carta que apresenta uma reclamação explícita sobre algo ou alguém.
PARA QUEM?
POR QUÊ?
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Gêneros textuais e o ensino de Língua Portuguesa
COMO?
ONDE?
6. A NOTÍCIA
O QUÊ?
PARA QUEM?
POR QUÊ?
COMO?
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Gêneros textuais e o ensino de Língua Portuguesa
ONDE?
7. O RESUMO
CECCON; C. OLIVEIRA, M. D.; OLIVEIRA, R.D. A vida na escola e a escola da vida. Petrópolis, RJ :
Vozes, 1983, p.30-31)
RESUMO
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O QUÊ?
PARA QUEM?
O Resumo pode ser lido por qualquer pessoa que tenha interesse em saber sobre
determinado assunto de forma mais resumida.
POR QUÊ?
O Resumo cumpre duas funções: a de ser fiel ao texto original e a de motivar o leitor a
buscar informações mais detalhadas no texto original. Sua funcionalidade
comunicativa está intimamente ligada ao desejo do produtor do resumo em mostrar
para o leitor as informações necessárias de que ele precisa para o entendimento do
texto original. Também serve para organizar conceitos e é muito eficaz para o estudo.
COMO?
ONDE?
Os Resumos podem ser encontrados em revistas, internet, livros didáticos, podem ser
produzidos dentro ou fora do contexto escolar.
8. A CHARGE
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Gêneros textuais e o ensino de Língua Portuguesa
O QUÊ?
PARA QUEM?
POR QUÊ?
A Charge serve de estímulo à leitura das notícias, editoriais, opiniões assinadas. Ela
tem o objetivo de persuadir, influenciar ideologicamente o imaginário do interlocutor.
COMO?
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ONDE?
Esta sequência didática tem como objetivo levar à reflexão dos fatores que
envolvem a escrita da língua portuguesa – metalinguagem, em uma perspectiva
culturalmente sensível. Nesse sentido, torna-se importante destacar que a língua
portuguesa em sua modalidade escrita não faz parte de uma aprendizagem natural
nem para os ouvintes e nem para os surdos. Dessa maneira, a presente sequência
didática também pode ser aplicada para os ouvintes.
História da escrita
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Gêneros textuais e o ensino de Língua Portuguesa
se trata. Feito isso, podem produzi-la em seu dialeto ou em qualquer outro de seu
conhecimento. Por essa razão que podemos ler Os lusíadas, de Camões, em sua
edição original ou em uma versão com a ortografia atualizada, usando nosso dialeto
de hoje e não o dialeto de que Camões se utilizou para escrever sua obra.
O sistema ortográfico padrão pode vir sustentado por leis, decretos, normas
gramaticais ou pela tradição do uso. No entanto, seria ingênuo pensar que a grafia das
palavras não se altera com o tempo. Ela muda com o tempo e com a sociedade. Esse
tipo de atualização é sempre um problema, não só escolar, mas de uso geral da
escrita na sociedade. Mudanças bruscas com as reformas ortográficas causam um
período de grande variação e até mesmo de caos na escrita, até que a grafia das
palavras se firme, formando uma nova tradição de uso (CAGLIARI, 2002).
Atualmente, é fácil definir o sistema ortográfico, porque há leis específicas, e
tudo é determinado por elas. Nos primeiros séculos da Língua Portuguesa, a ortografia
foi se formando por meio de uma tradição de uso. Depois, a partir do século XVI,
vieram os gramáticos com suas opiniões sobre como deveria ser escrita a língua. No
século XVII, a língua portuguesa conheceu um período em que a ortografia era objeto
de grandes debates, de ortografistas que queriam provar de um modo ou de outro,
com argumentos nem sempre muito corretos, como deveria ser a ortografia da língua
portuguesa de seu tempo. Essa disputa pela melhor ortografia girava em torno de
questões como a escolha entre ser etimológica ou sônica e essa disputa vai terminar
somente no início do século XX com as reformas e as leis ortográficas.
Do ponto de vista do uso, além dos princípios sônicos ou etimológicos, os
usuários levantam hipóteses sobre as possibilidades de uso do sistema de escrita,
aplicam a analogia, a semelhança, o princípio acrofônico alfabético e outros fatores
para ajudar os usuários a solucionar suas dúvidas, mostrando como eles devem
escrever ou podem escrever as palavras.
O professor, ao compreender os aspectos históricos que envolvem a escrita, é
capaz de explicar e justificar de uma forma mais usual possível e minimizar a
artificialidade da escrita.
Para tanto, as sugestões de atividades são:
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Atividade sugerida:
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Gêneros textuais e o ensino de Língua Portuguesa
Exemplo de atividade:
CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO DO GÊNERO - FÁBULA
A RAPOSA E AS UVAS
Esopo
Uma Raposa, morta de fome, viu ao passar,
penduradas nas grades de uma viçosa videira, alguns
cachos de uvas negras e maduras.
Ela, então, usou de todos os seus dotes e artifícios
para pegá-las, mas como estavam fora do seu alcance,
acabou se cansando em vão, e nada conseguiu.
Por fim deu meia volta e foi embora, e consolando
a si mesma, meio desapontada disse:
- Olhando com mais atenção, percebo agora que
as uvas estão todas estragadas, e não maduras como eu
imaginei a princípio.
Moral: Ao não reconhecer e aceitar as próprias
limitações, o vaidoso abre assim o caminho para sua infelicidade.
Disponível em: http://sitededicas.uol.com.br/fabula30a.htm
A LEBRE E A TARTARUGA
Esopo
O QUÊ?
A Fábula é um texto narrativo curto que traz um ensinamento ao final da história
(moral). Normalmente é protagonizada por animais ou por seres inanimados que
recebem características humanas.
PARA QUEM?
Os leitores da Fábula são, geralmente, crianças. Mas o gênero pode ser apreciado por
todas as idades devido ao conteúdo vivencial e humano.
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POR QUÊ?
A função social da Fábula é a reflexão, a partir da leitura ficcional, sobre vícios e
virtudes humanas.
COMO?
A Fábula tem estrutura narrativa: contém narrador, personagens, tempo, espaço,
situação inicial, conflito, desfecho. Além disso, pode apresentar diálogos entre as
personagens da história, na forma de discurso direto. O título apresenta as
personagens centrais da história. Ao final, aparece uma moral explícita; outras vezes,
a moral pode estar implícita e dissolvida no decorrer dos fatos narrados.
ONDE?
A Fábula pode ser encontrada em livros de Contos Infantis ou Contos Maravilhosos.
Existem coletâneas específicas que contêm inúmeras histórias de fabulistas famosos,
como Esopo e La Fontaine. Atualmente, as Fábulas podem ser apreciadas, também,
na internet.
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