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(HTTPS://WWW1.FOLHA.UOL.COM.BR/ESPECIAL/2018/FUTURO-DO-NORDESTE)
28.mar.2018 às 2h00
EDIÇÃO IMPRESSA
(https://www1.folha.uol.com.br/fsp/fac-simile/2018/03/28/)
Pedro Diniz
Já no setor de confecção, nos mesmos cinco anos apurados pelo Iemi, o Ceará
caiu 3%, contra queda de 8% na média brasileira.
Dono de uma das maiores fiações do país, fincada na capital, Fortaleza, ele diz
que o protecionismo do estado segurou investimentos e fez florescer negócios
que possibilitam a confecção de 610 milhões de peças por ano, 183 mil
toneladas de insumos têxteis e 105 mil postos de trabalho na região.
A guerra fiscal brasileira, que no século passado atraiu indústrias para cidades
satélites com impostos menores do que os praticados pelos estados, “e a
vocação nata do cearense em tecer e trabalhar com fios”, contribuíram para o
cenário favorável.
Das 2.000 toneladas mensais dos fios de algodão que produz, 100% abastecem a
cadeia nacional, enquanto no braço de malharia acabada, 80% vão para as
confecções do Ceará.
Ao todo, diz o presidente da TBM Têxtil, a empresa fatura R$ 500 milhões por
ano, dos quais 20% são investidos em maquinário novo para garantir eficiência.
QUALIDADE
É a lógica da Delfa, fábrica de bojos para roupa íntima que abastece 40% de
toda a produção de lingerie do país.
“Tínhamos a cultura de achar que o que vem de fora é melhor. Nosso corpo é
diferente dos do Hemisfério Norte. Então, nossos produtos, para que
funcionem, têm de ser adaptados para ele”, diz.
Um robô que no Brasil só era usado pela indústria automobilística faz a leitura
milimétrica das fôrmas testadas na empresa, o que garante precisão
matemática na produção dos materiais.
COMPETIÇÃO
Ele cita o plano Ceará 2050, um estudo feio em parceria com a Universidade
Federal do Ceará, arquitetos e urbanistas para traçar metas para a indústria se
firmar como modelo nacional. A moda é um dos vetores desse plano.
“Só em cultura, investiremos quase R$ 400 milhões neste ano. E somos o único
governo que apoia com verba eventos de moda, como o Dragão Fashion Brasil”,
diz.
Ele afirma que os estados nordestinos devem se unir para acabar com suposto
clima de competição por investimentos federais. “Às vezes, competimos pelas
mesmas coisas. Isso não é saudável.”
3,6%
caiu 12,8%
610 milhões