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Curso de Atualidades

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Aula 01. Ásia

Professora Priscila Lima

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Sumário
1. Oriente Médio............................................................................................................. 3
1.1 Arábia Saudita ........................................................................................................................... 10
1.2 Irã .............................................................................................................................................. 16
1.3 Líbano ........................................................................................................................................ 21
1.4 Turquia ...................................................................................................................................... 24
1.5 Síria ............................................................................................................................................ 28
1.6 Terrorismo ................................................................................................................................. 34

2. China ......................................................................................................................... 38
2.1 Economia no século XXI ............................................................................................................. 40
2.2 Direitos Humanos ...................................................................................................................... 44

3. Índia .......................................................................................................................... 46
4. Considerações Finais ................................................................................................. 49
5. Referências ............................................................................................................... 50
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1. Oriente Médio
Olá, Tudo bem? Como estão os seus estudos? Você gosta de algum esporte? Curte assistir
filmes e séries?

Começo esse PDF com doses agudas de simpatia porque os temas abordados aqui serão densos
e exigirão um esforço um pouco maior, mas é bem provável que daqui saiam muitos conceitos,
temas e fatos com os quais você se deparará na hora da prova.

A primeira pergunta que você precisa responder é “O que é Oriente Médio?”. Então vamos
trabalhar essa resposta?

A definição Oriente Médio já aponta a visão eurocêntrica para regionalizar o mundo, uma vez
que a porção mais distante seria o Extremo Oriente, as áreas mais próximas, recentemente, são
chamadas de Oriente Médio (sim, antes dessa definição era usado Oriente Próximo).

O termo Oriente Médio é uma invenção recente e feita a partir de critérios Europeus
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E quais países fazem parte dessa região? Não há consenso, visto que essa é uma definição que
envolve uma construção cultural, por exemplo: algumas classificações levam como base o povo
árabe para definir o Oriente Médio – nesses casos até mesmo o Norte da África é abraçado. Mas
aqui iremos trabalhar com a definição mais restrita com um foco nos dois países de maior
interferência na região: Arábia Saudita e Irã.

Hey... pense um pouquinho: quais são as primeiras referências que você tem quando o assunto é
Oriente Médio? Quais são as primeiras palavras que surgem na sua mente quando pensa nesse
lugar?
Talvez você tenha pensado algo que envolva cultura e religião, tensões e conflitos, petróleo.
Sim! Esses são termos importantes para estudarmos essa região, então vamos definir os conceitos?

Árabe e Muçulmano não é sinônimo.

Ao usarmos o termo árabe nos referimos a um povo, enquanto que


muçulmano, ou islamitas, são termos relacionados à religião. Dessa forma,
encontramos povos com origem turca e persa que são majoritariamente
• Árabe: povo
• Muçulmano: religião
islâmicos, assim como países árabes – e o Líbano é um grande exemplo –
onde a religião predominante não é o islamismo.

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O Oriente Médio é o berço das três maiores – em termos quantitativos de fiéis – religiões
monoteístas do mundo, não é por um acaso que o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo
apresentam vários pontos em comum – seja na crença em si ou nos lugares sagrados, como é o caso
de Jerusalém. Observe uma evolução histórica das três maiores religiões do planeta:

Maomé conviveu e foi


Jesus foi um grande crítico do
influenciado pelo Judaísmo e
Judaísmo
pelo Cristianismo

Judaísmo Cristianismo Islamismo


Primeira Religião Abraâmica Segunda Religião Abraâmica Terceira Religião Abraâmica
Livro Sagrado: Torá; Livro Sagrado: Bíblia; Livro Sagrado: Alcorão (sunnah)
Reconhece Jesus como um profeta Jesus é o Messias Reconhece Jesus como um profeta

Jerusalém Jerusalém
Jerusalém
•Capital do Reino de Davi •Ascensão de Maomé
• Vida política de Jesus
•Templo de Salomão (Arca da Aliança) •Orações em direção à Jerusalém
• Igreja do Santo Sepulcro
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• Muro das Lamentações • Início do Islamismo - peregrinação

Então chegamos à pergunta que não quer calar: Jerusalém é


de quem?
De acordo com o Plano de Partilha de 1947 – que nunca
entrou em vigor - , instituído pela ONU, Jerusalém é um
corpus separatum, ou seja, um território separado de Israel
e Palestina, sob a administração internacional.
Talvez você tenha visto alguma polêmica envolvendo Donald
Trump e as embaixadas estadunidenses que deixaram Tel
Aviv, mas essa não é uma ideia original desse presidente, já
que desde 1995 o Congresso dos EUA criou uma lei para o
reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, bem
como uma cidade indivisível – tal transferência não foi posta
em prática antes devido visões políticas dos presidentes e,

Figura 02 – Divisão clássica de Jerusalém no caso de Bush, um cenário geopolítico muito mais instável.

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No Oriente Médio a religião predominante é o islamismo, mas isso


não quer dizer uniformidade, pelo contrário, a multiplicidade étnica
da região reflete também nas formas de interpretação de tal religião.
Curiosidade As vertentes mais conhecidas são os sunitas e os xiitas, entretanto,
O país com o maior número de
muçulmanos do mundo não fica no além das fragmentações internas, outras tantas subdivisões podem
Oriente Médio: é a Indonésia
ser encontradas.

• SUNITAS: formam a maioria dos muçulmanos e, consequentemente, se espalham por vários


países do Oriente Médio (destaque para a Arábia Saudita e Turquia) – de fora dele. Para eles, a
Sunnah (prática) também é sagrada e as lideranças não precisariam ter laços genealógicos.
o Salafismo (wahabismo): movimento ortodoxo que busca purificar o islã de influências
ocidentais. Seu idealizador - Muhammad ibn Abd al Wahhab – foi um grande aliado da
família Al-Saud, governantes da Arábia Saudita.
• XIITAS: os seguidores de Ali formam a maioria no Irã, no Iraque e no Azerbaijão. Além de não
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adotarem a Sunnah, para eles a liderança do islã deveria seguir a genealogia de Maomé, ou seja,
Ali, genro do profeta, deveria ter guiado o povo muçulmano.
o Alauítas: praticado pela família Al-Assad, na Síria, e considerada heresia por alguns sunitas

Atenção: não confunda Xiita com radical/extremo! Há grupos terroristas de base sunita

Vamos compilar essas informações quanto aos países, religiões e povos em uma “tabelinha do amor”?

País (referência) Religião Vertente Povo

Israel Judaísmo - Judeu

Líbano Cristianismo Maronita Árabe

Arábia Saudita Islamismo Sunita Árabe

Irã Islamismo Xiita Persa

Turquia Islamismo Sunita Turcos

Tabela 1: Países, povos e religião

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Além dos aspectos culturais, a disposição de petróleo é uma


UMA DOSE DE QUÍMICA
importante variável quando falamos de Oriente Médio.

Pensando na distribuição, o Oriente Médio é a região mais


rica em termos de reservas de petróleo, mesmo com a
Venezuela concentrando as maiores reservas globais 303,2
@thiagofernando.pe bilhões de barris (17,9% do total mundial). Mas lembre-se:
O que é o petróleo? ter as maiores reservas não significa ter as maior produção
O petróleo é uma mistura complexo de
compostos orgânicos, predominantemente
hidrocarbonetos. Nele, estão presentes
hidrocarbonetos de cadeia curta (1 a 4
carbonos) até cadeia longa (mais de 30
carbonos). Por meio da destilação
fracionada, é possível obter uma grande
variedade de produtos: o gás natural
(fração gasosa), a gasolina, o diesel e os
óleos combustíveis. O petróleo também é
fonte de hidrocarbonetos para a fabricação
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de polímeros, gerando uma grande


diversidade de plásticos, desde o
polietileno, o PET até os mais sofisticados
como o kevlar, usado na confecção de
roupas de astronautas.

Figura 01– Maiores reservas provadas de petróleo em 2017

Nesse sentido, destacamos a Arábia Saudita


que detém a maior refinaria – Abqaiq (sim, essa
refinaria foi atacada por drones em setembro
Por que tem tanto petróleo no Oriente Médio? de 2019) - e a maior companhia do ramo - Saudi
O petróleo se formou em (paleo)oceanos, em
estruturas sedimentares através do aumento de Aramco - do mundo. Grande parte dessa
pressão. E no caso do Oriente Médio movimentos extração e do refino são realizados nas
tectônicos de orogênese (separação da África) e
epirogênise positiva criaram um grande bolsão proximidades do Golfo Pérsico, por onde
de tal ouro negro onshore na região. escoam litros e mais litros do ouro negro.

Mas até que ponto ter tanto petróleo é convertido em influência mundial? Vamos fazer um
pequeno passeio histórico?

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UMA DOSE DE HISTÓRIA

Com a fundação da OPEP e suscitar de projetos de


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nacionalização de refinarias – como no caso do Irã, que levou


à uma revolução – as tensões se espalharam pelo Oriente
@profmarco.tulio Médio, afinal a harmonia entre as grandes potências e toda a
No início dos anos 1950, o primeiro- cadeia de produção e exportação de petróleo é uma utopia
ministro Mohammad Mossadeq, primeiro
governante democraticamente eleito no dentro das noções da Geopolítica de um mundo capitalista e
Irã, promoveu a nacionalização do
globalizado.
petróleo do país, o que contrariou os
interesses econômicos de ingleses e
Agora já percebemos que o Oriente Médio pulsa cultura, aliás,
britânicos. Pressionado pelas potências
estrangeiras, o xá Reza Pahlevi travou um culturas e esse é, muitas vezes, o pano de fundo para muitas
confronto contra seu primeiro-ministro,
do qual saiu derrotado e foi obrigado a se tensões e que o petróleo – com o perdão do trocadilho – é um
afastar do país. Em 1953, no entanto, os
Estados Unidos enviaram uma equipe da combustível de muitas disputas e tensões de escala local,
CIA, apoiada pelo serviço de inteligência
britânico, para derrubar Mossadeq, que regional e mundial. Entretanto, te convido para analisarmos
foi preso e condenado por traição. também as disposições geográficas da região:

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• Golfo Pérsico: região com grandes reservas de petróleo e zona de tensão entre Arábia Saudita
e Irã;
• Estreito de Ormuz: ponto por onde passa a
maior parte do petróleo saudita com
destinado ao Ocidente;
• Canal de Suez: projeto idealizado e, em
grande parte, custiado pela França, mas
recentemente controlado pelo Egito. Sua
construção envolvia a redução da
trajetória percorrida entre a Arábia Saudita
(durante um tempo também pelo Irã) em
direção ao Ocidente. Através dessa rota, os
petroleiros não precisariam contornar o
continente afriano para assim ter acesso ao Figura 03 – Oriente Médio: Religião e áreas estratégicas
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Oceano Atlântico, e, por consequência a Europa e os EUA.

Toda essa disposição geográfica potencializa a rivalidade entre Irã e Arábia Saudita, duas
potências regionais que disputam entre si a hegemonia da região, e, é claro tal disputa não se limita
à escala regional pois outros países – Rússia e EUA em destaque – buscam influenciar em decisões e
comércio para defender os seus interesses.

(ALBERT EINSTEIN 2018 – VUNESP)


O Irã voltou a usar sua melhor arma na histórica disputa com os Estados Unidos. Não estamos
falando de seu polêmico programa nuclear, tampouco de sua famosa Guarda Revolucionária,
muito menos da controversa Força de Resistência Basij. Desta vez, trata-se de um acidente
geográfico em sua costa: o Estreito de Ormuz.
(www.bbc.com, 06.08.2018. Adaptado.)

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O Estreito de Ormuz possui importância geopolítica porque


(A) compreende uma das principais rotas de exportação de petróleo.
(B) configura a porta de saída de refugiados do Oriente Médio para a Europa.
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(C) constitui uma centralidade logística à infraestrutura de comunicação com o ocidente.


(D) corresponde à localização ideal para a instalação de bases espaciais.
(E) abrange áreas privilegiadas para a exploração de minerais metálicos.

Comentários:
Alternativa A CORRETA:
O golfo Pérsico se destaca pela elevada produção de petróleo, o que torna o Estreito de Ormuz
uma ótima alternativa de rota, uma vez que o transporte hidroviário é o mais indicado para
longas distâncias e grandes cargas.
Alternativa B INCORRETA:
Tal saída de refugiados se dá pelo mediterrâneo
Alternativa C INCORRETA:
Está relacionado à infraestrutura de transporte, não de comunicação
Alternativa D INCORRETA:
Essa é uma área de fortes tensões políticas
Alternativa E INCORRETA:
Lembre-se: minerais metálicos são encontradas em estruturas antigas, no caso a região, trata-
se de bacias sedimentares, onde houve o armazenamento de petróleo.
Gabarito: a

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1.1 Arábia Saudita

A Arábia Saudita é a maior exportadora de petróleo do


mundo (grande parte dele considerado leve), logo as
relações com esse país costumam permear interesses
energéticos, seja para criticar a monarquia absolutista que
Petróleo leve: mais subprodutos com
maior valor agregado – Ex: gasolina, ali foi estabelecida ou para gloriar os avanços em termos
querosene
Petróleo pesado: mais subprodutos
de infraestrutura que despontam no país para potencializar
com menor valor agregado – Ex: o setor terciário com uma alternativa ao caráter finito do
asfalto.
ouro negro.
A grande disposição de petróleo fez do país berço do Islã um dos vinte mais ricos do mundo,
mas grande parte da população não conhece essa realidade, e, além dos problemas com a
distribução de renda muitos dos direitos individuais não são respeitados – principalmente aqueles
que se direcionam à mulheres e os chamados infiéis – ocupando as piores lugares no ranking de
respeito aos direitos humanos (para você ter uma ideia, a escridão foi abolida do sistema legal
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apenas na década de 1960).


Além do petróleo, cidades que se encontram nesse país, como Meca e Medina são
importantes para todos os muçulmanos, o que faz do elemento religião um importante ingrediente
nas dinâmicas geopolíticas em escala local, regional e, por vezes, mundial. Por fim, mas não menos
importante, a localização geográfica: a Arábia Saudita é a maior porção da península arábica.
Hoje podemos caracterizar a Arábia Saudita como uma Monarquia Absolutista Teocrática.

Concentração de poder:
Dinastia dos Al Saud Ausência de partidos políticos
Ausência de impressa livre

Monarquia Absolutista Teocrática


Direito regido pela Sharia
Alcorão como principal fonte de
jurisprudência

Essas características levaram à tensões com países vizinhos com definições políticas diferentes

E como esse país surgiu?

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Até 1932, o atual território saudita era um grande deserto


com alguns oasis ocupado/disputado por várias tribos
nômades diferentes. Com a unificação, feita por Ibn Saud
Ibn Saud pertencia à uma família que já
tinha exercito forte influência e controlou - o primeiro rei cujo nome também batizou o país 1 - os
praticamente toda a península arábia, e, um
caminhos para a exploração de petróleo também se
de seus predecessores teve forte ligação
com Abd al Wahhab, um fundamentalista abriram, e, em 1938 o primeiro poço foi perfurado na
que deu origem ao salafismo/wahabismo
cidade de Dhahran (que hoje abriga a sede a Aramco).
Entretanto, ter jazidas não significa, imediatamente, exploração.
O país recém formado buscou parceria com o Reino
Unido e posteriormente com os Estados Unidos. E foi em
parceria com os estadunidentes, a empresa Aramco –
que a partir da década de 1950 passou a destinar 50% de A criação da OPEP (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo), em 1960, que foi
seus lucros à família Al Saud - começou a bombear encabeçada pela Arábia Saudita, tinha como
objetivo o controle dos preços do petróleo. A
petróleo em direção ao Mediterrâneo através do
concepção dessa organização aumentou a
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Líbano. importância desse país no cenário geopolítico.

Resumindo
A família Al Saud historicamente controlou a região, e, com a unificação de várias tribos em
1932, Ibn Saud se tornou o primeiro rei da Arábia Saudita, um país que enriqueceu a base do
petróleo e se caracteriza por sua desigualdade e desrespeito à direitos individuais baseado no
fundamentalismo religioso.

Seguindo os passos da dinastia Al Saud, chegamos à Salman bin Abdulaziz Al Saud, atual reia
da Arábia Saudita, entretanto, para as nossas análises outro nome deve receber maior atenção:
Mohammad bin Salman, o príncipe conhecido pela sigla MBS.
O princípe herdeiro esteve associado à diversas situações polêmicas que apontam o
autoritarismo, como por exemplo:

1
Na historiografia Saudita, Abdalazize Ibn Al Saud foi o primeiro rei do terceiro Estado Saudita, visto que essa família já havia
administrado a região duas vezes.

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• Em maio de 2018, Jeff Bezos — dono Amazon e do jornal


The Washington Post, simplesmente o homem mais rico do
mundo – recebeu uma mensagem em seu WhastApp da
Malware
conta pessoal de Mohammed bin Salm com um arquivo de Abreviação de "software malicioso",
ou seja programas desenvolvidos
vídeo em MP4 que continha um "malware" para ações danosas em aparelhos.

• Em outubro de 2018, o jornalista Jamal Khashoggi, um dos


grandes críticos dos governos sauditas e que escrevi para o jornal The Washington Post, foi
assassinado no consulado saudita na Turquia. Inicialmente MBS negou o envolvimento com
o caso – mesmo com relatórios comprovando o contrário -, mas em setembro de 2019, o
príncipe assumiu a responsabilidade por tal crime, mas negou envolvimento alegando que
não poderia controlar todas as pessoas que trabalham para ele.
• Com o objetivo de consolidar seu governo (mesmo que oficialmente o poder esteja nas mãos
de seu pai), em março de 2020, o príncipe herdeiro ordenou a prisão de três membros da
família real (o irmão mais novo e dois sobrinhos do rei). Essa não foi a primeira vez que uma
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atitude dessa foi tomada por MBS, e, sua justificativa é um combate à corrupção – uma
limpeza na família real.

Pensando o cenário Geopolítico, a


Arábia Saudita apresenta alianças com o
Ocidente – em especial os EUA – e na escala
regional, se opoe ao Irã, país com o qual
trava uma espécie de “Guerra Fria” pelo
controle do Oriente Médio.
Em setembro de 2019, um evento
chamou a atenção da mídia mundial: a Figura 03 – Ataques à Arábia Saudita (2019): áreas atingidas

instalação de Abqaiq (maior complexo de estabilização de petróleo bruto do mundo) onde há o


processamento de aproximadamente 7 milhões de barris por dia (cerca de 5 e 7%) e o campo de
petróleo de Khurais (que produz cerca de 1,5 milhão de barris de petróleo por dia) foram atacadas
por drones, ataques esses que tiveram autoria reivindicada por houthis iemenitas.

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Eu acredito que até aqui você já tenha percebido a importância do petróleo para esse
país, não é? Então tente dimensionar o que significa ter a principal refinaria atacada por
um grupo de rebeldes xiitas patrocinados por ser maior rival – o Irã.

Esse caso chamou a atenção mundial por dois pontos: primeiro, a Arábia Saudita é um dos
países que mais investe em segurança; segundo, anomalias com o fluxo de petróleo saudita
impactam o mundo todo.
Na segunda-feira que suscedeu o sábado de ataque, os preços do petróleo subiram até 19% no
comércio asiático, e, é claro que esse foi o efeito mais vísivel em um curto espaço de tempo,
entretanto, a situação geopolítica também foi impactada, afinal, os houthis apresentam forte ligação
com o governo iraniano – grande rival saudita na região.
Uma das primeiras respostas internacionais à esse ataque foi de Donald Trump, através do
Twitter, afirmando que os Estados Unidos estariam armados e prontos para disparar, apenas a
espera da confirmação por parte dos sauditas sobre quem teria feito os ataques.

Como eu gosto de um deboche, para mim, a melhor reação foi a de Vladimir Putin: “se eles
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comprassem armamentos russos, isso não aconteceria”

Em 2020, o petróleo levou a Arábia Saudita mais uma vez ao


centro da discussão geopolítica graças às alterações no modelo

Lei da Oferta e da Procura de consumo direcionadas pela Pandemia de Covid-19.


Se a procura por um produto diminui, Com o controla na circulação de pessoas e queda no consumo,
mas a oferta se mantém, os preços
cairão. a necessidade de petróleo também foi menor, então, visando
encontrar alternativas para reduzir o prejuízo, a OPEP, liderada pelos sauditas, buscou negociar com
os países que não integram tal organização, mas são importantes produtores e/ou exportadores
desse produto.

À essas reuniões, que já haviam acontecido anteriormente, deram o nome de OPEP+.

A proposta saudita para contornar tal situação seria a redução da produção de petróleo diário
em 1 milhão barris, mas os russos não concordaram e fizeram uma contraproposta: reduzir a
produção em 500 mil barris de petróleo por dia, justificando que gostaria de sentir o mercado com
o coronavírus antes de agir e perceber as reações estadunidenses nesses cenário.

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É tentador pensar que essa negação russa seria uma manifestação do ego de Vladimir Putin,
mas cuidado! Essa é uma resposta um pouco vaga! Como vimos na Aula 00, a Rússia tem sua
economia fortemente pautada na produção de energia, e, teme um crescimento estadunidense
nesse mercado após a produção a partir do xisto.
Em março de 2020, esse desintendimento inicial gerou uma “queda de braço” entre essas duas
potências energéticas levou àquilo que muitos jornais noticiaram como “A Guerra dos preços do
Petróleo”, já que os países passaram a negociar o petróleo sem uma “base mínima”, aumentando a
oferta e oferecendo “condições especiais” para o pagamento. Resultado? Grande queda no preço –
ainda em junho Rússia e Arábia Saudita entraram em acordo para prorrogar cortes no petróleo.

Atenção: nos chamados “choques” do Petróleo os preços sofreram grandes aumentos,


mas no cenário que acabamos de expor os valores caíram.

Crise do Petróleo: ↑ preços

Crise econômica: ↓ preços (↓ produção)


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(FUVEST 2017)
Em 2015, os Estados Unidos (EUA), país que não é membro da OPEP, tornaramse o maior
produtor mundial de petróleo, superando grandes produtores históricos mundiais, de acordo
com a publicação Statistical Review of World Energy (BP) 2015.
Sobre essa fonte de energia, é correto afirmar:
(A) A queda da oferta de petróleo, em 2015, pelos países não membros da OPEP é resultado
do uso de fontes de energia alternativas, como os biocombustíveis, e também da expansão das
termelétricas.
(B) O Brasil, país que não é membro da OPEP, destaca-se pela exploração de jazidas de petróleo
em rochas vulcânicas do embasamento cristalino do pré-sal.
(C) O crescimento da produção de petróleo nos EUA, que levou esse país à condição de maior
produtor mundial em 2015, deu-se pela exploração das jazidas de óleo de xisto.

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(D) A elevação da produção de petróleo em países da OPEP, como Arábia Saudita, Rússia e
China, é resultado da alta dos preços dessa commodity em 2015.
(E) A exploração das jazidas de óleo de xisto do subsolo oceânico foram fatores para a
industrialização de países, como México, Japão e EU.

Comentários:

Alternativa A INCORRETA
A queda de oferta de petróleo, em 2015, pela OPEP foi por causa do aumento de oferta do
combustível de países não participantes da OPEP. Atente-se ao que o texto base quer lhe
mostrar “Os EUA, país que não é membro da OPEP, tornou-se o maior produtor mundial de
petróleo(...)”..
Alternativa B INCORRETA
O petróleo é encontrado em bacia sedimentar.
Alternativa C CORRETA
EUA tornaram-se o maior produtor mundial de petróleo em 2015 a partir da extração por
faturamento hidráulico. Entretanto, Venezuela, Arábia Saudita e Canadá permanecem os
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países com as maiores reservas, ou seja, possuem capacidade de explorar por mais tempo
Alternativa D INCORRETA
Não, em 2015 houve queda no preço (como explicado na alternativa a)
Alternativa E INCORRETA
A exploração do óleo de xisto aumentou nos EUA nos últimos anos e não tem relação com a
industrialização dos países citados.
Gabarito: c

Lembre-se: os EUA já eram grandes produtores de petróleo, mas o consumo também era
elevado, logo a exportação não era uma opção.
Observou que os verbos estão no passado? Pois é! Com o desenvolvimento do “petróleo de
xisto”, a potência americana passou a ser exportadora de energia, o que impacta diretamente
os interesses da OPEP e principalmente da Rússia – até porque a economia russa está
intimamente ligada ao seu setor energético.

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1.2 Irã

O Irã é um dos países mais importantes da Geopolítica no Oriente Médio, e, assim como na
Arábia Saudita, as decisões e as relações criadas por ele perpassam a religião e recursos energéticos.
Diferentemente da maior parte de seus vizinhos - majoritariamente árabes sunitas -, o Irã é um
país persa de maioria xiita, e, esse é um detalhe muito importante, pois os persas formaram um
grande império na Antiguidade o que hoje reflete na identidade da nação iraniana o imaginário de
uma potência (e o termo imaginário aqui não é pejorativo, mas sim uma ideia que, mesmo que não
seja expressa diretamente, permeia as falas da população no cotidiano e as ações do Governo na
Geopolítica).
As diferenças religiosas e as rugosidades deixadas pelo Império Persa não são as únicas peças
desse quebra cabeça. Precisamos ressaltar que o Irá detém importantes jazidas de petróleo e um
programa nuclear que se coloca como central em muitos momentos da história recente.

Vamos fazer um passeio histórico pelo Irã?


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UMA DOSE DE HISTÓRIA Assim como em outros países do Oriente Médio, a história
pós-Guerra do Irã teve muitas (e importantes) linhas
escritas por países ocidentais, principalmente no que tange
a gestão do petróleo. Nesse sentido é impossível não
relacionarmos a importância dos Estados Unidos nos
@profmarco.tulio
processos que levaram à Revolução Iraniana de 1979, a
Em 1979 irrompeu a chamada Revolução partir da tal o país se transformou em uma República
Islâmica, rebelião contra o regime do xá.
A inflação, o desabastecimento do país, a Teocrática, cujo nome oficial é República Islâmica do Irã.
perturbação de valores tradicionais e o
alinhamento irrestrito do governante aos
Estados Unidos fez despertar a revolta da E como funciona esse país? Resumindo: de acordo com que
população. Após 14 anos de exílio, o
aiatolá Ruhollah Khomeini, autoridade o Aiatolá deseja, porque ele é o líder supremo,
religiosa dos xiitas, retornou ao país, se
tornando o líder da reação que almejava concentrando poder político e religioso.
reformas socioeconômicas e a
recuperação dos valores religiosos do Islã.

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O líder supremo do Irã


tem mandato vitalício e eleito
de maneira indireta, através
Aiatolá
da Assembleia dos Perito
(esses sim eleitos pelo povo
para mandatos de oito anos). Assembleia dos
Peritos Parlamento
Os eleitos para tal Assembleia
só podem assumir se forem
Conselho dos
autorizados pelo Conselho Guardiães
dos Guardiões.
E o que é o Conselho dos
Guardiães? São 12 pessoas,
Presidente
sendo seis teólogos xiitas Presidente é eleito pela população, mas
só pode se candidatar quem o Conselho
escolhidos pelo Aiatolá e os
dos Guardiãs aprova
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outros seis são juristas


escolhidos pelo chefe do
Judiciário – e quem escolhe o
chefe do judiciário? Sim! O
Povo
Aiatolá!
E para completar, o Irã tem um presidente, que é eleito pela população, mas todos os
candidatos dependem da autorização do Conselho dos Guardiães para concorrer às eleições.

Percebeu o quanto o Aiatolá é importante? Logo, a religião xiita rege os interesses nacionais

A consolidação de um país xiita cercado por tantos sunitas foi um dos motivos que fizeram
alavancar conflitos na região, como por exemplo a guerra entre Irã e Iraque.

Bom... você já deve ter percebido que EUA e Irã não costumam se sentar na mesma equipe
quando o assunto é Geopolítica após a Revolução Iraniana, não é? Mas em 2001, mesmo não tendo
uma relação direta com os atentados de 11 de setembro (que fora realizado pela Al-Qeda, que é
sunita), o país persa foi cercado por bases militares estadunidense, e, em 2002 foi considerado, junto
à Coreia do Norte e Iraque o eixo do mal.

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Com o cerco estadunidense, o Irã passou a investir na


UMA DOSE DE FÍSICA
reabilitação de seu programa nuclear após a eleição de
Mahmoud Ahmadinejad - apesar das grandes manifestações
contrárias à esse político e seus ideais, na chamada Revolução
Verde de 2009, em Teerã. E é fácil de ser prever que os avanços
nucleares no Irã não foram vistos com bons olhos no Ocidente,
@profhenriquegoulart
então, uma série de sanções e embargos recaíram sobre o país,
Qual a diferença entre bombas e
termoelétricas nucleares? impactando diretamente na exportação de petróleo.
O processo de geração de energia utilizado
Essa história começa a ter o caminho alterado com a eleição de
nas usinas termonucleares é dado a partir
da fissão nuclear. A reação de fissão libera Hassan Rohani, em 2013, que pressionado pelas condições
energia no ambiente, essa energia é
utilizada para vaporizar água e tal vapor econômicas e políticas impostas por potências mundiais - em
movimenta turbinas e um gerador,
produzindo energia elétrica. especial os EUA -, abriu espaço para uma negociação que
A matéria prima do "combustível" nuclear
utilizado em reatores de fissão é o Urânio
direcionou para o Acordo Nuclear de 2015.
ou o Plutônio. Em 2015, os cincos países com assento fixo no Conselho de
Embora o combustível nuclear seja o
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mesmo, usinas termonucleares jamais Segurança da ONU (EUA, China, Reino Unido, França e Rússia)
poderão causar uma explosão atômica.
Isto se deve pelo fato de que o nível de mais a Alemanha, assinaram um acordo com o Irã, em suma o
pureza do combustível não é o mesmo.
Os processos de geração de energia país persa poderia manter a sua produção nuclear, entretanto
termonuclear exige que o combustível
com uma grande limitação. E o que já estava produzido até
contenha pouco menos de 5% de Urânio
fissionável, enquanto que, para uma bomba aquele momento e ultrapasse os novos limites estabelecidos? As
nuclear explodir, o combustível deve conter
mais de 90% do mesmo Urânio. potências que fizeram tal acordo teriam prioridade na compra.
Você confiaria na palavra do Irã? Os EUA não! Então a fiscalização desde o início foi desenhada
como algo severo, através pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) – uma organização
ligada à ONU.

Talvez você se pergunte: e o que o Irã ganharia com isso?


Ao Irã interessava a retirada de sanções econômicas relativas à atividade nuclear no país!
Olha o detalhe: fim dos embargos apenas sobre as atividades nucleares. Os embargos criados graças
às ações terroristas, por exemplo, foram mantidos.
Tal acordo foi concebido para durar 15 anos, e, inicialmente trouxe alguns resultados
positivos para os persas, principalmente no que tange os comércios: com o fim de parte significativa
das sanções, o Irã passou a ter uma exportação muito maior, principalmente de petróleo.

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Em 2018 , seguindo um perfil isolacionista e oposto à


muitas decisões tomadas por Obama, Trump anunciou que
os EUA estariam se retirando do Acordo Nuclear com o Irã.

Tal decisão alegrou Israel e Arábia Saudita


Atenção: Israel havia afirmado que o Irã não estava
seguindo as diretrizes do Acordo Nuclear uma semana
antes da tomada de decisão de Trump – atenção²: os
documentos que embasaram as afirmações de Israel
Aí eu cheguei e acabei com tudo ♫
eram de 2003.

A partir de então a postura diplomática do Governo Trump perante o Irã ganhou sua principal
característica: o enfrentamento! Ah.... e não pense você que isso é um direcionamento típico de
republicanos, pois não é bem sim: Bush não enfrentou o Irã diretamente, ele buscou um
enfraquecimento econômico e um cerco militar.
Podemos perceber essa característica nitidamente com o assassinato de Qasem Soleimani –
o arquiteto da Geopolítica iraniana, em 03 de Janeiro de 2020. O Departamento de Segurança dos
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EUA declarou que sob o comando do presidente Donald Trump, as forças armadas do país agiram
defensivamente e de forma decisiva para proteger os estadunidenses no exterior.
Após tal capítulo na tensa história entre Irã e Estados Unidos, o país persa continuou
ameaçando vingar a morte de Soleimani, emitiu ordem de prisão à Trump (que é claro nunca
aconteceu) e prometeu executar o espião que forneceu informações sobre o general iraniano

Além das tensões com os EUA, outro ponto que merece destaque
é o apoio iraniano à grupos armados em países vizinhos como
forma de defender seus interesses para a região. E nessa
Guerra de Procuração perspectiva destacamos o Hezbollah, na Síria e no Líbano e os
É conflito armado onde os oponentes
se usam de terceiros, ou seja, não houthis no Iêmen. - aumentando a indisposição com Estados
lutam entre si – como fizeram EUA e
URSS na Guerra Fria. Unidos e, principalmente, com a Arábia Saudita, com a qual o
país trava uma Guerra de Procuração.

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(FAMERP 2018)
O presidente americano, Donald Trump, anunciou em 08.05.2018 algo que há meses vinha
ameaçando fazer: os Estados Unidos vão sair do acordo nuclear firmado em 2015 com o Irã.
Logo após o anúncio, Trump assinou uma ordem presidencial para impor novas sanções
econômicas ao país do Oriente Médio.
(www.nexojornal.com.br. Adaptado.)
Para o Irã, uma consequência da saída dos Estados Unidos do acordo nuclear de 2015 é:
(A) a aproximação com o Estado de Israel.
(B) a instabilidade política interna.
(C) o aumento de investimentos estrangeiros.
(D) a redução do seu desenvolvimento econômico.
(E) o aumento da exploração de petróleo.
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Comentários:
Alternativa A INCORRETA
Irã e Israel se tornaram ainda mais inimigos com esse rompimento
Alternativa B INCORRETA
As situações internas no Irã são, em partes, controladas por um Estado muito presente que ao
aparelhar as insituições busca controlar qualquer instabilidade interna
Alternativa C INCORRETA
A tendência é que a situação econômica piore no geral, visto que os EUA aumentaram as
sanções ao Irã
Alternativa D CORRETA
O aumento das sanções estadunidense é a principal responsável por esse cenário.
Alternativa E INCORRETA
A exploração de petróleo tende a cair, não é por um acaso que acordos entre Irã e Venezuela
se tornaram mais evidente após 2018 – afinal, ambos têm um “inimigo em comum”: EUA,
através de suas sanções.
Gabarito: d

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1.3 Líbano

Como já dito, o Oriente Médio é uma importância


região em termos culturais já que diversos povos ali se
estabeleceram, não é por um acaso que em termos políticos
essa é uma das porções do mundo mais desafiadoras
quando o assunto é política – afinal em um jogo de poder,
todos os jogadores querem ganhar.
Sobre o Líbano, o que é importante revisarmos?
Primeiramente, a porção territorial da qual falamos foi uma
colônia francesa, bem como parte da Síria (é importante que
você reconheça isso para entender as sucessivas invasões Figura 04 – Localização do Líbano

sírias à esse país). Sua proximidade com Israel o fez sofrer algumas consequências derivada dos
conflitos entres judeus e palestinos.
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Israel não é inimigo do Líbano, mas sim de alguns grupos que ali operam, como o Hezbollah

Após a sua independência, em 1943, adotou o confessionalismo como sistema de governo, ou


seja, há distribuição do poder político, assim, o presidente deve ser cristão maronita, o primeiro
ministro um muçulmano sunita, o chefe do parlamento é um muçulmano xiita e o vice-presidente
do parlamento um cristão grego ortodoxo.

Imagine inimigos convivendo no poder

Tal divisão não se dá apenas quanto ao poder político, mas também em territorialidades da
capital Beirute, por exemplo, onde há parte ocupadas por xiitas, como no sul do país – onde o grupo
Hezbollah, com o apoio do Irã, prevalece.

“O Líbano só parece um Estado unificado da perspectiva de quem vê no mapa”


Tim Marshall, 2018

Em 2019, as ruas de Beirute foram tomadas por diversos manifestantes que se uniram
independentemente da religião e com um objetivo comum: pedir um basta para a situação
econômica, política e social na qual o país se afundava cada vez mais.

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Mas é claro que toda onda de protesto tem um estopim, uma atitude/um acontecimento que
gera indignação e faz transbordar problemas, muitas vezes, estruturais. No caso do Líbano, o projeto
de taxação sobre petróleo, tabaco e ligações feitas através de aplicativos de mensagens como o
WhatsApp foi “a gota de água em um copo totalmente cheio”.

A proposta era cobrar o equivalente, na época, a R$0,80 por dia para quem usasse algum
desses serviços com o objetivo de aumentar a arrecadação por parte do governo.

E essa crise econômica que comprometeu as finanças governamentais surgiu do nada? Claro
que não! O Líbano passou por alguns conflitos internos durante toda a sua história, sendo a Guerra
Civil Libanesa (1975-1990) o mais intenso.

E você pode imaginar, não é? Guerras são caras

Após a Guerra Civil Libanesa, o governo criou um plano econômico onde a principal
característica foi o atrelamento entre a líra libanesa ao dólar e juros mais elevados. Recentemente,
a moeda local foi extremamente desvalorizada assim como o poder de compra do libanês
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desmoronou – principalmente aqueles que recebem seu salário em líra.

Detalhe importante: o Líbano importa grande parte dos seus alimentos! Imagina esse
movimento de importação em um cenário de moeda altamente desvalorizada: a fome
pediu passagem

Agora pense aqui comigo: uma população que se encontra muito afetada por uma crise
econômica tende a defender os líderes políticos? Pois é, não! Então um outros dois pontos merecem
destaque: a insatisfação política (visto que já existiam inúmeras investigações de casos de
corrupção) e problemas sociais em grande escala.

Tais protestos levaram à renúncia do primeiro-ministro Saad Hariri e a saída de todos os


integrantes do Governo (do Parlamento aos Ministérios)

Resumindo
Ainda em um cenário de crise econômica, o governo libanês tentou aumentar a sua
arrecadação através do aumento de impostos, mas o cenário era péssimo para tais medidas,
visto que haviam investigações quanto à corrupção e problemas sociais de diferente ordem.
Os protestos desencadeados por essa situação levaram à uma restruturação no Governo, mas
nenhuma outra solução efetiva.

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A crise econômica no Líbano vem se tornando cada vez mais profunda e em 2020 podemos
destacar dois pontos que pioraram ainda mais o cenário: a Pandemia e a Explosão no Porto de
Beirute.
Um porto costuma ser uma área de forte relação
UMA DOSE DE QUÍMICA econômica, visto a sua necessidade para a importação e
para a exportação. Agora imagine a importância dessa
estrutura em Beirute, capital de um país que importa
muitos componentes básicos do cotidiano de uma pessoa
comum.
@thiagofernando.pe
Vamos aos fatos?
O que é uma explosão?
Uma explosão consiste em uma reação
No dia 4 de agosto, o mundo foi surpreendido por uma
exotérmica e com intensa liberação de explosão no porto de Beirute, e graças ao histórico da
gases. O nitrato de amônio (NH4NO3) tem
dois átomos de oxigênio em estados de região, surgiu em redes sociais teorias apontando para
oxidação bastante diferentes: -3 e +5. Por
esse motivo, essa estrutura pode sofrer uma um atentado terrorista – já que essa é uma área de ação
reação espontânea e exotérmica,
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produzindo intensa liberação de gases, do Hezbollah e Israel foi um dos primeiros países a se
como N2O, N2 e O2. Por isso, ele pode manifestar.
explodir. No entanto, esse composto pode
ser armazenado com segurança, pois essa Mas após as perícias o real motivo foi noticiado: incêndio
reação requer também uma elevada
energia de ativação. O nitrato de amônio em um depósito de nitrato de amônio, onde 2.750
deve ser mantido a baixas temperaturas e a
salvo de qualquer faísca, que poderiam toneladas desse material era armazenado sem medidas
suprir a energia de ativação da reação.
de segurança.
Como vimos, a situação política e econômica no Líbano já era complexa e direcinava para
várias manifestações populares (principalmente de jovens, que vivenciam uma realidade de poucas
oportunidades, mas através da internet conhecem “um outro mundo”), após tal fatalidade, no dia
10 de agosto, o primeiro-ministro Hassan Diab renunciou, aprofundando o caos político já instaurado
no país, e, graças ao sistema político confissional estabelecido: há garantia de representatividade,
mas a possibilidade de mudança está engessada.

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1.4 Turquia

Me desculpe, mas não consigo ver outra maneira de


começar nossa conversa sobre a Turquia sem antes
manifestar minha “mania de Geógrafa”: a localização.
A localização da Turquia é extremamente estratégica,
sendo esse país uma ponte entre o Oriente Médio e a
Europa, entretanto, os turcos não são originários dali – ou
seja, falamos de uma região com diferenças culturais em
uma área onde cultura passa longe da homogeneidade.
Tal localização não influencia apenas em termos
culturais, mas também logístico e militar. Figura 05 – Localização do Líbano

Turquia: membro da OTAN e passagem de refugiados


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Mas para entendermos a Turquia atual, além de sabermos sobre a sua história é fundamental
conhecer os passos de seu líder Recep Tayyip Erdoğan, que se mantem no poder desde 2003

Fim do parlamentarismo /
início do presidencialismo
2017
2009 Reforma para ampliação dos
Plano para o fim do
poderes do presidente
conflito com os curdos

2003 2011 2014


Destruição da Estátua
Primeiro Ministro da Humanidade Presidente
(símbolo da reconciliação
entre Turquia e Armênia)

Quem é Recep Tayyip Erdoğan? Fundador do Partido da Justiça e Desenvolvimento - AKP (em
turco Adalet ve Kalkınma Partisi), partido de direita que defende pautas nacionalistas, impulsiona o
Neo-otomanismo e se denomina democrático islâmico – uma “novidade” para a Turquia que até a
ascensão do atual presidene era um país muçulmano laico.

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A carreira política de Erdoğan se confunde com a história turca recente. Chegando ao poder
em 2003, como primeiro ministro, tal líder foi eleito com um discurso muito diferente do que tem
recentemente. Em 2014, após um 2013 recheado de polêmicas e acusções de corrupção, Recep
ascende como presidente da Turquia, e em 2016 se mantem no poder após uma tentativa frustada
de golpe.
Após 2016, as medidas de governância de Erdoğan se tornaram mais incisiva, pois, sob o
argumento de uma tentativa de golpe, foi decretado um Estado de Emergência onde a perseguição
política na Turquia se intensificou: várias pessoas foram presas e/ou perderam seu empreso no
Estado, facilitando o aparelhamento dele. Em 2017 outro passo foi fundamental para a concentração
de poder: a transição de um modelo parlamentarista para o presidencialismo.
Perante isso, como ficou a populariade de Erdoğan na Turquia? Inicialmente, pouco alterada,
uma vez que os avanços econômicos podiam ser sentidos. E os direitos individuais? Cada vez mais
ameaçado, pois Estado e Religião começaram a se integrar cada vez mais, assim como o
nacionalismo tem reforçado antigos conflitos/tensões.
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Curdos
Os curdos se estendem por uma região que
envolve 6 países: Turquia, Armênia, Azerbaijão,
Iraque, Irã e Síria, e, reivindicam a sua independência,
assim, é a maior nação do mundo sem um Governo.
Os curdos habitam essa área há cerca de 2.600
anos, mas no ano 550 a.C. foram derrotados pelos
persas. Durante o Governo de Saddam Hussein, foram
reprimidos violentamente pelo exército iraquiano. Na
Turquia, manifestações culturais curdas são
proibidas. Em resposta, os curdos organizaram-se em
diversos grupos armados ligados ao Partido dos
Trabalhadores Curdos (PKK), entidade reconhecida
como terrorista pelos turcos.

Figura 06 – Curdistão

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No Iraque, os curdos impedem a expansão do grupo terrorista Estado Islâmico. Na Síria, alguns
atuam contra o Governo de Bashar Al-Assad e alguns grupos jihadistas que tentam tomar o poder
no país. Os 6 países da região teriam que abrir mão de recursos naturais para declarar o Curdistão
independente, mas, tudo indica que eles não estão dispostos a fazer.

Em outubro de 2019 a relação entre os curdos e o Governo turco se tornou ainda mais
“espinhosa”, já que com a retirada de tropas estadunidense do norte da Síria abriu uma possibilidade
de invasão para a Turquia. Tal ofensiva militar resultou em várias mortes curdas

Talvez você esteja pensando: Em que ponto do rolê chamado “vida humana sobre a Terra”, EUA,
Turquia, Síria e Curdos se esbarram?
Bom... respira e vem cá entender
Na caçada ao Estado Islâmico, tropas estadunidense se aliaram aos curdos que se estebelecem
no nordeste da Síria (Rojava, ou Curdistão Sírio). Os moradores do local conheciam muito bem as
terras por onde possíveis combates poderiam se estender, por isso foram fundamentais para captura
de Abu Bakr al-Baghdadi, líder do Daesh.
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Até aí, ok? Mas o perfil de Donald Trump é isolacionista, logo, tropas na Síria não faziam o
menor sentido visto que a principal ameaça fora abafada e outras tropas em países vizinhos
poderiam se deslocar caso fosse necessário. A aproximação entre curdos e estadunidenses serviu de
escudo contra a ofensiva turca da mesma forma que a retirada das tropas acirrou as tensões.
E qual a relação entre os curdos da Síria com a Turquia?
Bom... os curdos sírios e os curdos turcos são muito próximos (não vemos tal proximidade entre
eles e os curdos iraquianos, por exemplo), ao ponto de existir na Síria um grupo armado (YPG) que
tem forte relação com o PKK, uma organização separatista curda na Turquia.
Outro ponto importante é que historicamente Turquia e Síria eram parceiros, mas com a
eclosão dos conflitos do país árabe, Erdogan, representante de um país membro da OTAN,
manifestou apoio aos rebeldes, ou seja, se opôs à Bashar al-Assad.

Resumindo
Com a saída de tropas estadunidenses, o governo turco criou uma ofensiva aos curdos em
território sírio, sob a justificativa do YPG ser uma braço do PKK – grupo separatista considerado
terrorista pela Turquia.

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Hagia Sophia
Como vimos anteriormente, Erdoğan representa uma ruptura na
política interna e externa da Turquia. O sistema Kemalista foi
abandonado e o poder passou a ser cada vez mais concentrado

Kemalismo nas mãos do autal presidente.


Princípio político que deu base para a
formação da Turquia. Inspirado no
Mas você deve ter percebido o título dessa seção: Hagia Sophia.
Iluminismo, seus principais alicerces Você se lembra da Basílica de Santa Cecília, provavelmente vista
são: democracia e a secularidade
nas aulas de História? Um símbolo de grandeza erguida na antiga
Constantinopla pelos bizantinos.
No momento de sua construção, tal edifício refletia a religião do Império, ou seja, era cristã
ortodoxa, mas em 1453, com a tomada da região pelos turcos, passou a ser uma mesquita – já que
os dominadores eram muçulmanos.

A transformação de edifícios religiosos dos dominados em templos dos dominadores é


uma prática comum na História e serve para manifestar poder - é uma parte da conquista.
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Após a Primeira Guerra Mundial, o Império Turco-Otomano, que saiu derrotado, perdeu vários
territórios e passou por uma Revolução. Com a ascensão da Turquia como um país, seu primeiro
presidente, Mustafa Kemal Ataturk introduziu uma perspectiva de laicidade ao Estado como um dos
parâmetros para modernizar a região – o chamado kemalismo – e Hagia Sofia deixou de ser uma
mesquista em 1931, se tornando um museu em 1935.
Em 2020, Erdogan, em sua perspectiva nacionalista, religiosa e neo-otomanista, revertou a
decisão de Ataturk na década de 1930 e definiou Hagia Sofia como uma mesquita novamente,
reforçando o rompimento com o kemalismo e uma tendência que se manifesta em diversos países:
a proximação entre religião e política.

Resumindo
Hagia Sofia voltar a ser uma mesquita é mais uma manifestação da tendência religiosa de
Erdogan na Turquia, país que por muito tempo se destacou na região justamente por seu
caráter laico.

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Turquia e Grécia
Assim como nos outros casos que
estudamos, a tensão entre Turquia e Grécia
apresenta raízes históricas, uma delas a invasão
turca ao Chipre, cuja a porção sul é considerada
por muito nacionalistas gregos como parte de
seu território (incluse, compartilham o hino
nacional).

A parte sul do Chipre é controlado por gregos


enquanto a parte Norte é guiada por turcos Figura 06 – Localização Turquia e Grécia

Em 2020 a tensão assumiu novas formas: a disputa pelo controle de uma porção oriental do
Mar Mediterrâneo onde pode ser encontrado combustíveis fósseis, em especial petróleo.
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1.5 Síria

País com predomínio de população sunita, a Síria é


palco de um dos mais penosos conflitos da atualidade, mas
você já sabe, não é? Para entender o presente, precisamos
reconstruir os passos dados no passado.
Com a desintegração do Império Otomano, em 1920, a
atual Síria se tornou uma colônia francesa, seguindo o
modelo britânico baseado em dividir para conquistar. Então,
ao se depararem com a sua colônia, os colonizadores
perceberam a inferioridade conferida aos nusairis, que hoje
Figura 07 – Localização Turquia e Grécia
conhecemos como alauitas (aliás, eles mudaram de nome
graças à perseguição que sofriam e por nem serem considerados muçulmanos pelos sunitas) e a eles
conferiram o papel de polícia e das Forças Armadas, assim com o passar dos anos, mesmo em uma
minoria numérica passaram a concentrar poder.

Aula 01 - Ásia 28
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Após a Segunda Guerra Mundial, parte da França se alegrava com a derrota do nazismo e outra
parte, a chamada República de Vichy, se envergonhava e diminuia sua influência sobre as colônias,
entre elas, a Síria. Mas é claro que o processo de retirada de tropas francesas do Oriente Médio não
é um sinônimo de calmaria, então, após 1946 – com a conclusão da saída dos antigos colonizadores
– as tensões locais eclodiram, mesmo com a adesão síria à ONU logo em 1945.

Na década de 1960, o partido Ba’ath ascendeu ao poder na Síria - pouco tempo depois o
baathismo também levaria à liderança Saddam Husein, no Iraque.

Em março de 1963, o Ba’ath, através de um golpe militar tomou a Síria e em 1971, Hafez al-
Assad firmando como presidente deu início da dinastia al Assad no país.

Atenção: o clã Assad é alauita. Isso mesmo, aqueles que receberam poderes da França,
se firmaram no exército e que agora governam a Síria.

Nesse cenário, as potências ocidentais pouco se importaram com a garantia da democracia


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nesse momento e armaram, não só a Síria – falando diretamente: a única coisa que importava era o
petróleo e o caminho por onde ele passaria para chegar no Atlântico.
Em 1982, forças Armadas Sírias bombardearam a cidade de Hama com o objetivo de controlar
o que poderia vir a ser uma Revolução da Irmandade Islâmica. Tal evento ficou conhecido como
Massacre de Hama, onde mais de 30 mil pessoas foram assassinadas.

Já deu para você perceber que os problemas na Síria são estruturais, não é? E eles ganharam
formas ainda mais perversas em 2011/2012

Em 2011, a onda de protestos iniciadas na Tunísia chegou à Síria, mas ali o desfecho da
Primavera Árabe seria outro: uma Guerra Civil com fortes influências de outras países, visto que
governo de Bashar al Assad reprimiu as manifestações populares com muita violência temendo um
destino como aquele que tiveram os líderes do Egito e do Iêmen (a deposição).
Talvez você esteja sentindo falta de um componente de destaque no Oriente Médio: a religião.
Na Síria o islamismo teve um papel diferente visto que a famíla Assad defende um Estado Laico.
Bashar passou a apontar os rebeldes como fundamentalista e a si próprio como a solução para o
extremismo religioso.

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E havia algum grupo fundamentalista se estendendo sobre a Síria? Sim! O Estado Islâmico se
expandia em direção à Alepo, no norte sírio – mas é obvio que o extremismo religioso não era uma
característica de todas as pessoas que so opuseram ao Governo e sim uma estratégia de discurso
de Assad.
Então o cenário na Guerra Civil Síria era de três grandes grupos disputando o poder:
• o governo de Bashar Al-Assad, herdeiro de um golpe de Estado, que recebe apoio do
governo russo, já que esse país é estratégico para a logística de petróleo e um grande
comprador de armamentos;
• os rebeldes que se caracterizam por uma forte heterogeneidade e recebem apoio
militar direto e indireto de países árabes influeciados pelos EUA, do próprio governo
estadunidense que em 2017 soltou sobre o país a MOAB (Mother of all Bombs) e de
países da OTAN;
• Estado Islâmico que recentemente se encontra “afabado” após a morte de seu líder,
mas que usou de estratégias de espetáculo através de redes sociais para impor seu
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poder no norte da Síria, onde também se encontram os curdos – responsáveis diretos


pelas prisões onde se encontram os combatentes dos Daesh que foram detidos, mas
permanecem vivos.

E no meio disso tudo uma sociedade civil que sofre com o desabastecimento e uma vida
longe da dignidade formando o maior grupo de pessoas que se deslocam de forma
forçada no mundo.

Não é por um acaso que a Síria detém a liderança no ranking dos refugiados no mundo, e,
infelzimente tal tensão está longe do fim e a retirada de Bashar al-Assad do poder é ainda mais
improvável no cenário geopolítico atual uma vez que a aliança com a Rússia é um ótimo respaldo
para o presidente sírio.

Conceito importante: Refugiado


“pessoas que se encontram fora do seu país por causa de fundado temor de
perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, opinião política ou
participação em grupos sociais, e que não possa (ou não queira) voltar para casa. “

(ACNUR. Convenção de 1951 -Estatuto dos Refugiados)

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8 coisas que você precisa saber sobre deslocamento forçado

1 - Pelo menos 100 milhões de pessoas foram forçadas a fugir de suas casas
na última década, buscando refúgio dentro ou fora de seus países. São mais
pessoas forçadas a se deslocar do que toda a população do Egito, o 14º país
mais populoso do mundo.
2 - O deslocamento forçado praticamente dobrou na última década: eram 41
milhões de pessoas em 2010, contra 79,5 milhões em 2019.
3 - 80% das pessoas deslocadas no mundo estão em países ou territórios
afetados por grave insegurança alimentar e desnutrição – e muitas enfrentam
riscos relacionados ao clima e desastres naturais.
4 - Mais de três quartos dos refugiados do mundo (77%) estão em situações de
deslocamento de longo prazo – por exemplo, a situação no Afeganistão, agora
em sua quinta década.
5 - Mais de oito em cada dez refugiados (85%) estão em países em
desenvolvimento, geralmente um país vizinho ao de onde fugiram.
6 - Cinco países contabilizam dois terços das pessoas deslocadas além das
fronteiras nacionais: Síria, Venezuela, Afeganistão, Sudão do Sul e Mianmar.
7 - O relatório “Tendências Globais” reúne todas as principais populações
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deslocadas e refugiadas, incluindo 5,6 milhões de refugiados palestinos que


estão sob os cuidados da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados da
Palestina (UNRWA).
8 - O compromisso do Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de 2030
(ODS) de “não deixar ninguém para trás” agora inclui explicitamente as
pessoas refugiadas, graças a um novo indicador aprovado pela Comissão de
Estatística da ONU em março deste ano.

ACNUR – 18/jun/2020.
Disponível em https://www.acnur.org/portugues/2020/06/18/relatorio-global-do-acnur-
revela-deslocamento-forcado-de-1-da-humanidade/

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(FUVEST 2019)
A tabela mostra o número total de refugiados no mundo em 2017, segundo relatório do Alto
Comissariado das Nações Unidas Para Refugiados (UNHCR ou ACNUR em português).
Refugiados do Mundo*

Principais países de Quantidade de Principais países Quantidade de


origem dos pessoas (em que abrigam pessoas (em
refugiados milhões) refugiados milhões)
Síria 6,3 Turquia 3,5
Afeganistão 2,6 Paquistão 1,4
Sudão do Sul 2,4 Uganda 1,4
Myanmar 1,2 Líbano 0,9
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República Islâmica
Somália 0,9 0,9
do Irã
Sudão 0,7 Alemanha 0,9
*Nestes dados não estão computados os palestinos.
UNHCR‐ GLOBAL TRENDS, 2017. Adaptado.

Sobre os refugiados e sua distribuição no mundo, é correto afirmar:


(A) Os provenientes do Sudão do Sul e da Somália são acolhidos na Turquia, onde encontram
oferta de empregos nas atividades comerciais, tradição econômica do país, desde o século XVII.
(B) A maioria provém da África, devido aos processos de desertificação, e tem como destino o
Oriente Médio e a Europa.
(C) O Irã recebe majoritariamente refugiados de países da África Subsaariana, dentre os quais
se destacam o Sudão e o Sudão do Sul.
(D) Os de origem síria são a maior população nesta condição, e estão sendo acolhidos em vários
países do Extremo Oriente e da África, os quais apoiam o governo sírio na guerra civil que
ocorre nesse país desde 2011.
(E) São majoritariamente provenientes do Oriente Médio, África e Ásia, deslocam-se,
forçadamente, devido a longas guerras, em grande parte para países e/ou regiões fronteiriços.

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Comentários:
Alternativa A INCORRETA
Os refugiados do Sudão do Sul e da Somália são acolhidos nas regiões de fronteira. No caso do
Sudão do Sul os maiores destinos são Etiópia e Uganda e para a Somália são Quênia e Etiópia.
Os refugiados representam um tipo de fluxo migratório considerado forçado, logo não há um
planejamento deste deslocamento. Devido a urgência e apelo a própria sobrevivência são
fluxos fronteiriços.
Alternativa B INCORRETA
No caso dos países Africanos a desertificação não é o fator primordial para o deslocamento. A
instabilidade civil e os conflitos internos são fatores importantes que produzem esses
deslocamentos.
Alternativa C INCORRETA
Em 2017 3,34% da população do Irã era composta de imigrantes e a maior parcela deles era
proveniente do Afeganistão, que não faz parte da África Subsaariana
Alternativa D INCORRETA
O caso da Síria é grave devido a guerra civil que ocorre no país. Os destinos dos sírios são:
Turquia, Líbano, Jordânia, Arábia Saudita, Iraque e Egito. Todos esses destinos são fronteiriços
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e, exceto o Iraque, não são países que apoiam a guerra civil


Alternativa E CORRETA
Os países listados, Síria, Afeganistão e Sudão do Sul passaram/passam por instabilidades
políticas e civis. Diante dessas instabilidades, as regiões de fronteira costumam ser as primeiras
alternativas. Sobre os países de destino, exceto a Alemanha que é um caso especial, a maioria
é fronteiriço com algum dos países de origem. O caso da Alemanha é tido como exceção por
ser o único país desenvolvido da Europa a adotar uma política oficial de acolhimento
Gabarito: e

(FUVEST 2017)
Cada vez mais pessoas fogem da guerra, do terror e da miséria econômica que assolam algumas
nações do Oriente Médio e da África. Elas arriscam suas vidas para chegar à Europa. Segundo
estimativas da Agência da ONU para Refugiados, até novembro de 2015, mais de 850 mil
refugiados e imigrantes haviam chegado por mar à Europa naquele ano.
Garton Ash, Timothy. Europa e a volta dos muros. O Estado de S. Paulo, 29/11/2015. Adaptado

Sobre a questão dos refugiados, no final de 2015, considere as três afirmações seguintes:
I. A criação de fronteiras políticas no continente africano, resultantes da partilha colonial,
incrementou os conflitos étnicos, corroborando o elevado número de refugiados, como nos
casos do Sudão e Sudão do Sul.

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II. Além das mortes em conflito armado, da intensificação da pobreza e da insegurança


alimentar, a guerra civil na Síria levou um contingente expressivo de refugiados para a Europa.
III. A política do apartheid teve grande influência na Nigéria, país de origem do maior número
de refugiados do continente africano, em decorrência desse movimento separatista.
Está correto o que se afirma em
(A) I, apenas.
(B) I e II, apenas.
(C) III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III

Comentários:
A afirmação I está correta pois, durante o processo de descolonização, como é o caso do Sudão
do Sul e sua emancipação em 2011, o continente africano herdou fronteiras políticas que
culminaram em conflitos étnicos e movimentos separatistas. O resultado desses fatores é o
aumento do número de refugiados provenientes desses países.
A afirmação II está correta, pois a mortalidade, pobreza e insegurança alimentar são fatores
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que foram intensificados pela guerra civil entre Síria e Iraque, o que resultou no grande êxodo
de refugiados em direção ao continente europeu.
A afirmação III está incorreta, pois a política do apartheid foi instituída na África do Sul e
encerrada em 1994 com a ascensão de Nelson Mandela ao poder. Atualmente, segundo a
porta-voz da Agência da ONU para Refugiados, Shabia Mantoo, o maior número de refugiados
africanos são originários da República Democrática do Congo.
Gabarito: b

1.6 Terrorismo
Existem várias vertentes sobre a origem do terrorismo, desde a Grécia Antiga até o
Anarquismo. Apesar da dificuldade, o conceito é bastante claro, pois remete à ideia de reivindicação,
seja ela política, econômica ou religiosa por meio da intimidação. Cabe ressaltar que o terrorismo
não se limita à assassinato, mas ele também pode ser psicológico.

Detalhe importante: a definição do que ou não é terrorismo perpassa interesses


políticos, por exemplo, o Hezbollah é considerado um grupo de resistência por alguns
países árabes e terrorista por vários países ocidentais.

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Al-Qaeda: foi a responsável pelo ataque às Torres Gêmeas (World Trade Center), evento
conhecido como “11 de Setembro” (na mesma data, o Pentágono também foi atacado). Esse grupo
terrorista tem como objetivo principal acabar com a influência ocidental, especialmente
estadunidense, sobre o mundo islâmico. A Al-Qaeda foi criada para defender o território afegão da
União Soviética, que queria impor um líder socialista. Ironicamente, no começo da fundação, essa
organização tinha o apoio dos Estados Unidos, uma vez que os norte-americanos não queriam a
influência soviética no Oriente Médio, porém, essa aliança com os estadunidenses foi rompida com
o fim da URSS.

Talibã: atua no Afeganistão e no Paquistão, procura aplicar a Sharia (conjunto de leis contidas
no Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos). Essa organização controlou o povo afegão de 1996 até
2001, quando os Estados Unidos invadiram esse país islâmico após os atentados de 11 de Setembro.

Hamas: tem como objetivo essencial destruir Israel e fazer com que o Estado da Palestina seja
considerado um país de fato. Atua, principalmente, na Faixa de Gaza. Algumas nações, tais como
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Rússia, Turquia, África do Sul, Qatar etc. não o consideram terrorista, mas um partido político. Por
outro lado, se o discurso é de eliminação, só por isso, podemos considerar terrorista.

Hezbollah: essa organização foi criada após a invasão israelense no Líbano, ou seja,
inicialmente era uma milícia. Atualmente, o grupo é responsável por diversos serviços sociais na área
da saúde, educação, agricultura, entre outros. Dessa forma, para muitos países, o Hezbollah não é
considerado terrorista.

Estado Islâmico: fundado em 2013, esse grupo tem como principal objetivo criar um Estado
envolvendo territórios do Iraque e da Síria, países que ele atua. Essa organização é considerada
terrorista jihadista, isto é, luta, no sentido militar, para tentar atingir os ideais, assim sendo, é um
grupo violento.

Recentemente, muitos grupos terroristas se apropriaram de redes sociais e da internet como


um todo para propagar suas ideias, arrebanhar seguidores e divulgar as suas ações.
Um dos reflexos disso podem ser sentidos em algumas declarações na ONU quanto à
importância de combater o terrorismo no ciberespaço.

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ÁREA DE ATUAÇÃO
GRUPO OBJETIVO
(principal)

Criada para combater a ascensão soviética na região,


Al-Qaeda Afeganistão / Paquistão
hoje

Talibã Afeganistão / Paquistão Aplicação da Sharia

Destruir Israel e transformar a Palestina em um país de


Hamas Faixa de Gaza
fato

Criado para combater a invasão israelente (muitos


Hezbollah Líbano
países não consideram terrorista)

Criar um Estado envolvendo territórios do Iraque e da


Estado Islâmico Síria e Iraque
Síria
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(UNESP - 2019)
O terrorismo atual utiliza as técnicas do espetáculo produzindo vídeos e montagens por vezes
muito bem elaborados. O controle dos meios de difusão de conteúdo é certamente outra
novidade, possibilitada pelo advento da internet [...]. Por mais chocante que possa ser o
conteúdo difundido pelo Estado Islâmico, sua forma é já reveladora de que a violência está
subordinada a uma lógica espetacular.
(Gabriel F. Zacarias. No espelho do terror: jihad e espetáculo, 2018.)

O texto caracteriza o terrorismo atual como peculiar, pois este


(A) promove a inclusão digital de populações pobres e amplia o acesso às novas ferramentas
de comunicação e divulgação.
(B) combate a centralização do poder financeiro no Ocidente e direciona sua propaganda
apenas aos seguidores e simpatizantes.

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(C) rejeita a cultura ocidental do espetáculo e reitera valores e princípios originários de


sociedades tradicionais do Oriente próximo.
(D) recorre a estratégias de ação de forte impacto visual e divulga suas atividades por meio das
novas tecnologias.
(E) valoriza a violência como instrumento de transformação política e rejeita a adesão de
pessoas nascidas no Ocidente.

Comentários:
Alternativa A INCORRETA
Cuidado com o termo inclusão digital, apesar do aumento de acessos, não é o caso. O
Terrorismo atual se vale do aumento da capacidade de acesso à internet.
Alternativa B INCORRETA
O poder financeiro se concentrou ainda mais com a ascensão do meio técnico-científico
informacional
Alternativa C INCORRETA
Se utiliza da chamada “cultura da sociedade do espetáculo”.
Alternativa D CORRETA
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As redes sociais foram fundamentais para a expansão das mensagens de vários grupos
terroristas, entre eles o Estado Islâmico
Alternativa E INCORRETA
Se vale de pessoas do Ocidente para exceutar suas vontades.
Gabarito: d

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2. China
Você tem algum equipamento chinês na sua casa? Se a resposta foi “não”, você tem certeza?
Pois esse é um dos países que mais avançam em termos tecnológicos e já se consolidou como a
fábrica do mundo

É impossível falarmos da China dos anos 2000 sem entender um pouco do processo de
industrialização que esse país teve, então vamos retroceder à República Chinesa.

Em 1912, instaurou-se a república, sob a liderança de Sun Yat-Sen. Nessa época, a


industrialização começou a se desenvolver com a chegada dos estrangeiros que tinham interesse
em explorar a mão de obra barata e abundante, bem como os recursos naturais. Todavia, o país
não deixou de ser agrário e a invasão japonesa e a guerra civil atrasaram o processo de
industrialização.
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O cenário interno chinês se tornou um desafio principalmente entre 1927–1937 e 1946–1949,


período que uma Guerra Civil assolou o país. Assim com o fim de tal conflito e vitória comunista, em
1949, foi proclamada a República Popular da China (Revolução Chinesa) liderada por Mao Tse-Tung.
No início desse período revolucionário, a China seguiu o modelo político e econômico da URSS,
implantando um regime político centralizado e controlando todas as fábricas.

Na década de 1950, Mao lançou um plano econômico conhecido como “Grande Salto à
Frente” que tinha como objetivo implantar um parque industrial amplo e diversificado. Então, a
China começou a investir na indústria de base, de armas e de construção. Porém, essa
implementação não foi tão expressiva por causa da baixa produtividade, qualidade inferior e elevado
investimento na indústria bélica, o que compromete as indústrias destinadas aos civis.

O que conhecemos como China no século XXI começou a ser moldado quando Deng Xiaoping
assumiu o poder político, logo após a morte de Tse-Tung (1976) e em 1982, através das reformas
econômicas que afetaram especialmente a industrialização graças à abertura ao capital estrangeiro
forçando as estatais a se adequarem às novas tecnologias. Isso levou à melhoria da qualidade dos
produtos e redução nos preços.

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A abertura das Zonas Econômicas Especiais (ZEEs), concentradas principalmente no Leste do


país para facilitar o comércio internacional, revolucionou a indústria chinesa, pois atraiu empresas
estrangeiras que além de injetarem capital, inseriram tecnologia e organização produtiva. Em troca,
a China concedeu ampla liberdade de atuação, mas, necessariamente, as fábricas de fora precisam
criar joint-ventures (aliança estratégica entre empresas) com empresas nacionais para essas
obterem tecnologia.

A maioria das multinacionais possuem filiais na China. Entre os fatores locacionais que atraem
as indústrias estrangeiras, podemos destacar:

• Baixos salários;
• Mão de obra barata e relativamente qualificada;
• Enorme mercado consumidor;
• Ausência de sindicato;
• Redução ou isenção de impostos;
• Moderna rede de transporte, comunicação e energia nas ZEEs;
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• Enorme quantidade de matéria-prima;


• Leis ambientais frágeis;
• Aumento do poder aquisitivo da população, fazendo com que ela compre mais.

Como resultado, em 1980, cerca de 50% de suas exportações remetiam aos produtos
industrializados. Em 2005, essa porcentagem passou para mais de 90%. No entanto, uma quantidade
expressiva, até então, devia-se aos produtos de baixo valor agregado que não exigem mão de obra
qualificada. Para tanto, a China passou a investir em tecnopolos chamados Zonas de
Desenvolvimento Econômico e Tecnológico. Vale lembrar, que em 2001, a China ingressou na
Organização Mundial do Comércio (OMC), ampliando ainda mais suas exportações e importações.

A produção industrial chinesa se tornou tão elevada que o país precisa importar recursos
minerais e agrícolas para sustentar o setor secundário da economia. Em 2009, a China importou
cerca de 1 trilhão de dólares. Para garantir a matéria-prima, o país tem feito investimentos em
outros locais, especialmente na África Subsaariana.

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Em 2010, havia 60 empresas chinesas entre as 500 maiores do mundo. Entre elas, podemos
destacar: Sinopec (petroquímica), Baosteel (siderúrgica), Shangai Automotive (automotiva) e
Aviation Industry Corporation of China (Avic – aeronáutico). Esse foi um dos motivos que fez com
que a China seja considerada a “fábrica do mundo”.
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Figura 08 – Espaço Industrial da China

2.1 Economia no século XXI

Os produtos chineses por vezes ficaram conhecidos como xing ling graças à sua baixa
qualidade, o que fazia muito sentido durante o século XX quando o foco era a produção em grandes
quantidades início de desenvolvimento tecnológico.

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Tal cenário deveria ser alterado após 30 anos da reforma econômica, segundo Deng Xiaoping,
pois tal líder acreditava que esse seria o tempo necessário para a captação de capital, fortalecimento
da indústria de base e desenvolvimento tecnológico próprio. Bom... acho que ele estava certo!
Hoje a China continua concentrando multinacionais em seu território, mas é nítido a ascensão
de empresas como a Huawei – central na discussão sobre o 5G – que em 2020 passou a ser a terceira
chinesa entre as 10 marcas mais valiorosas do mundo, segundo relatório Brand Finance Global 500
2020.

Em seu Relatório Global 500 2020, a Brand Finance expôs a importância das
empresas de tecnologia no mundo atual, observe voce mesmo os 10
primeiros colocados desse ranking:

01 – Amazon: US$ 220,791

02 – Google: US$ 159,722

03 – Apple: US$ 140,524


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04 – Microsoft: US$ 117,072

05 – Samsung Group: US$ 94,494

06 – ICBC: US$ 80,791

07 – Facebook: US$ 79,804

08 – Walmart: US$ 77,520

09 – Ping An: US$ 69,041

10 – Huawei: US$ 65,084

BRAND FINANCE, 2020

Além da ascensão tecnológica, outro ponto que merece destaque é a ascensão da classe média
chinesa, bem como o seu mercado de luxo, que em termos de economia pode significar e está
significando um aumento no mercado consumidor interno e isso interfere em diversos pontos,

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como a modificação na expressão dos chineses em filmes de Hollywood e atração geopolítica, por
exemplo: como é que um país que detém várias empresas na China vai se opor à esse país?

(UEMG – 2019)
Nas décadas de 1970,1980 e 1990, a China subiu na escala de valor agregado e passou a
exportar cada vez mais produtos de alta tecnologia, como celulares, computadores, chips e
componentes eletrônicos. (...) Em 1978, os produtos manufaturados respondiam por 49,70%
das exportações chinesas e o país tinha déficit comercial com o restante do mundo. Em 2008,
o percentual de bens industrializados era de 95% e o superávit chinês somava US$ 298,13
bilhões. Do US$ 1,43 trilhão exportado pela China naquele ano, 47% foram de bens
processados, cujas peças originais são fabricadas em outros países. Os chineses apenas
montam o produto acabado, com alguma agregação de valor.
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(http://www.g21.com.br. Acesso: 08/04/2010. Adaptado.)

Considerando-se o desenvolvimento da China, com a globalização, ocorreu


(A) a diminuição das exportações de produtos manufaturados.
(B) a industrialização de todas as províncias chinesas.
(C) o deslocamento de indústrias para os países emergentes.
(D) o fim do sistema econômico socialista em todo o mundo.

Comentários:
Alternativa A INCORRETA
A indústria chinesa cresceu muito com a Globalização
Alternativa B INCORRETA
A industrialização na China permanece de maneira concetrada
Alternativa C CORRETA
Sendo a China um dos países beneficiados com esse deslocamento
Alternativa D INCORRETA
Na China passou a vigorar o chamado “Socialismo com características chinesas”.

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Gabarito: c

(FUVEST 2013)
Observe os gráficos.
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Com base nos gráficos e em seus conhecimentos, assinale a alternativa correta.


(A) O comércio bilateral entre China e África cresceu timidamente no período e envolveu,
principalmente, bens de capital africanos e bens de consumo chineses.
(B) As exportações chinesas para a África restringem-se a bens de consumo e produtos
primários destinados a atender ao pequeno e estagnado mercado consumidor africano.
(C) A implantação de grandes obras de engenharia, com destaque para rodovias
transcontinentais, ferrovias e hidrovias, associa-se ao investimento chinês no setor da
construção civil na África.
(D) O agronegócio foi o principal investimento da China na África em função do exponencial
crescimento da população chinesa e de sua grande demanda por alimentos.
(E) O investimento chinês no setor minerador, na África, associa-se ao crescimento industrial
da China e sua consequente demanda por petróleo e outros minérios

Comentários:
Alternativa A INCORRETA

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A China tornou-se uma grande investidora em países africanos, logo, afirmar que o comércio
bilateral cresceu timidamente é um erro. A África fornece, principalmente, commodities para
a China e consome produtos industrializados chineses.
Alternativa B INCORRETA
O mercado africano tem mostrado um grande consumidor de produtos industrializados
chineses. Apesar de muitos países africanos serem pouco desenvolvidos ou estarem no estágio
de desenvolvimento atrasado, o mercado consumidor cresceu com o passar dos anos.
Alternativa C INCORRETA
A China investe no setor minerador onde estão os recursos que mais necessita como petróleo
e outros minérios.
Alternativa D INCORRETA
A China tem investido no setor minerador, no gráfico, apesar dos dados serem de 2000 a 2009,
o investimento em agricultura foi por volta de 3%.
Alternativa E CORRETA
O crescimento acelerado chinês demanda mais matérias primas, sendo o país um grande
consumidor de commodities. Por isso a China tem tanto interesse no continente africano,
especialmente pelos recursos naturais como petróleo e outros minérios.
Gabarito: e
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2.2 Direitos Humanos

Antes de qualquer coisa, precisamos definir o conceito de Direitos Humanos, então:

Os direitos humanos são, portanto, direitos protegidos pela ordem internacional


(especialmente por meio de tratados multilaterais, globais ou regionais) contra as
violações e arbitrariedades que um Estado possa cometer às pessoas sujeitas à sua
jurisdição. São direitos indispensáveis a uma vida digna e que, por isso,estabelecem um
nível protetivo (standard) mínimo que os Estados devem respeitar (...)

(MAZZUOLI, 2018 – grifos nossos)

Problemas com os Direitos Humanos não é uma novidade quando falamos da China. O país já
foi acusado em diferentes ramos, mas até o início do século XXI as questões trabalhistas se
destacavam. Recentemente, uma das feridas abertas chinesas diz respeito à uma minoria islâmica,
o uigures

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Primeiramente, que são os uigures?


Os uigures são turcomanos
majoritariamente muçulmanos que
habitam a região autônoma de Xinjiang, na
fronteira com diversos países, entre eles a
Índia – um dos “desafetos” atuais da China.
O território de tal região
autonônoma é muito estratégica para o
governo chinês seja pela extensa fronteira
Figura 09 – Localização da província de Xinjiang
bem como para a consolidação do projeto
econnômico um cinturão, uma estrada, chamado por muitos de Nova Rota da Seda.
Em 1930 e em 1940, os uigures declararam o Estado independente do Turquestão Oriental e
a solução encontrada por Pequim pode ser dividida em três grandes ações, segundo Marshall (2018):
• Repressão: através do uso da força, separatistas uigures foram dizimados;
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• Investimentos: nas palavras de Tim Marshall: “A China derramou dinheiro na região”, e com
isso atraiu um certo apoio;
• Apelo cultural: o governo direcionou para Xinjiang vários chineses han – maior grupo étnico
na China.

As violações à dignidade do povo uigure não são recentes, entretanto, a articulação


encontrada no Tibete - que com apoio de atores famosos no Ocidente ganhou repercursão através
do Tibetan Freedom – não se reflete para esse povo. Entretanto, em 2020 as condições dessa minoria
voltou às páginas de jornais graças a divulgação de fotos de um campo de concentração uigur.
A China alega que esse grupo é composto por radicais islâmicos e o campo de concentração
na realidade seria de reeducação para evitar ataques terroristas.

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3. Índia
Cerca de ¾ da população indiana segue o Hinduísmo, essa religião divide a sociedade em
castas conforme a hereditariedade. Inicialmente, existiam 4 tipos: brâmanes (sacerdotes), xátrias
(militares), vaixás (agricultores e comerciantes) e sudras (deveriam servir às castas superiores).

As pessoas que não fazem parte de nenhuma casta recebiam o nome de párias ou intocáveis
(atualmente são chamados de dalits – oprimidos) e eram excluídos, realizando trabalhados
deploráveis que eram rejeitados por aqueles que possuíam casta.

Segundo as leis e as autoridades indianas o sistema de castas não existe mais. No entanto, ele
é perceptível nas ruas das Índia e interfere diretamente na qualidade de vida das pessoas. Por
exemplo, muitos casamentos são realizados somente entre pessoas da mesma casta (endogamia).

O que entendemos por Índia nos dias atuais é o reflexo de uma construção de diversos povos
e traços da colonização britânica. Após a independência (1947), iniciou-se o processo de
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industrialização com forte atuação estatal, pois patrocinou as fábricas, especialmente as indústrias
de base, contando com assistência técnica dos soviéticos. Até o início da década de 1990, a economia
indiana era planificada, inclusive o Estado controlava a iniciativa privada.

Assim como alguns países da América Latina e os Tigres Asiáticos, a Índia se industrializou por
meio da substituição das importações. Para tanto, reduziu o controle governamental, incentivou a
entrada do capital estrangeiro, investiu em fontes de energia e privatizou algumas empresas e
indústrias.

Entre os ramos industriais, o que mais se destaca é a informática, uma vez que os indianos
são excelentes matemáticos, possuem domínio da língua inglesa, se qualificam no exterior e
possuem salários mais baixos. Bangalore (Sul da Índia) é a maior produtora de software do mundo e
maior exportador de Tecnologia da Informação (TI), tanto é que a Microsoft, IBM, Dell, Apple etc.
possuem filiais nessa localidade para aproveitar a mão de obra barata e qualificada.

Além da informática, a Índia se destaca nos ramos siderúrgico, têxtil, farmacêutico, mecânico,
de telecomunicação, cinematográfico etc. Esse país é o segundo maior produtor de filmes do mundo,

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curiosamente perde para Nigéria. Bombaim (atual Mumbai) é conhecida como Bollywood, uma
analogia a Hollywood, Califórnia.

A indústria farmacêutica está entre as maiores do mundo por possuir um dos maiores
laboratórios de genéricos, fabricando coquetéis de combate à Aids a um preço muito baixo, boa
parte da produção é destinada à África Subsaariana.

A mão de obra é um contraste, pois


apresenta um número elevadíssimo de
analfabetos e um número expressivo de
trabalhadores altamente qualificados. Por
exemplo, 1 a cada 5 engenheiros de
software é indiano e, recentemente, a
indústria aeroespacial (astronautas) com
lançamento de naves e satélites vem se
destacando. A Índia também possui
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tecnopolos nessas áreas mencionadas.

Assim como a Hyundai, a Tata Motors


Figura 10 – Concentrações Industriais na Índia
atua em diversos ramos: automotivo,
siderúrgico, químico, aeroespacial, informática etc. Essa multinacional atua em mais de 50 países.
Apesar desse desenvolvimento industrial, a maioria da população trabalha no setor primário.

E o que temos de recente na Índia que merece destaque? Com a


eleição do Modi o nacionalismo hindu e políticas neoliberais
tomaram conta do discurso e da prática do governo no país, e, são
reflexos disso a ascensão nas tensões com os muçulmanos
(principalmente na Caxemira) e a atração ainda maior de
multinacionais, principalmente no ramo tecnológico.

Figura 11 – Narendra Modi

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Caxemira

A Caxemira é uma região montanhosa localizada


na tríplice fronteira entre a Índia, o Paquistão e
a China. Assim, esses 3 países disputam essa
área. Em 1947, o Paquistão conquistou áreas do
antigo reino da Caxemira e em 1950, a China
conquistou Aksai Chin, ambos territórios eram
da Índia. Em 1965, os indianos tomaram os
locais mais populosos e produtivos da Caxemira
que eram dos paquistaneses.
Figura 12 – Caxemira

Em 1972, foram definidos os limites territoriais por meio do Acordo Simla com a
intervenção da ONU. A Caxemira possui enorme importância hídrica, pois é onde fica as
nascentes dos rios Ganges e Indo.
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Atualmente, o Paquistão ainda quer controlar o território da Caxemira que pertence à Índia.
Os paquistaneses argumentam que a maioria da população é muçulmana, então, deveria pertencer
ao Paquistão. Nenhum desses países parecem interessados em realizar um plebiscito.

Esses países são altamente militarizados, possuem bombas nucleares e não são
signatários do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).

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4. Considerações Finais

Parabéns por ter concluído essa aula e muito obrigada pela confiança no trabalho da Equipe do
Estratégia Vestibulares!

Caso ainda precise de alguma dica ou lhe reste alguma incerteza ou dúvida, não hesite em falar
comigo! Será um prazer trocar conhecimentos com você (assim cresceremos juntos, pois ninguém é
tão grande que não possa aprender). Use o Fórum de Dúvidas sempre que necessário!

Nós do Estratégia Vestibulares estamos ansiosos por sua aprovação!


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Ótimos estudos! Conte comigo, sempre!

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5. Referências

GLOBAL 500 2020. The annual report on the world's most valuable and strongest brands - January
2020

MARSHALL, Tim. Prisioneiros da geografia: 10 mapas que explicam tudo o que você precisa saber
sobre política. Editora : Zahar; 1ª Edição, 2018

MÉDICI, Miriam de Cássia. Geografia: a nova ordem mundial: módulo 1: ensino médio. São Paulo:
Nova Geração, 2005. (Nova Geração)

SUPPO, Hugo R. A importância do chamado soft Power no paradigma realista clássico. Mural
Internacional v. 2, n. 2. 2011

XADREZ VERBAL: Repertório: Repertório #13 Elena Lazarou – Entrevistadores: Matias Pinto. Filipe
Figueiredo. Entrevistado: Elena Lazarou. Xadrez Verbal, 23/09/2020 Podcast. Disponível:
https://open.spotify.com/episode/0emCy7gEExiMTQ2gft2h6Q?si=jT60UKYWSKm2zi008t-Q7w.
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Acesso em: 03/10/2020

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