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Professora Priscila Lima
Aula 01: Ásia – Atualidades
Sumário
1. Oriente Médio............................................................................................................. 3
1.1 Arábia Saudita ........................................................................................................................... 10
1.2 Irã .............................................................................................................................................. 16
1.3 Líbano ........................................................................................................................................ 21
1.4 Turquia ...................................................................................................................................... 24
1.5 Síria ............................................................................................................................................ 28
1.6 Terrorismo ................................................................................................................................. 34
2. China ......................................................................................................................... 38
2.1 Economia no século XXI ............................................................................................................. 40
2.2 Direitos Humanos ...................................................................................................................... 44
3. Índia .......................................................................................................................... 46
4. Considerações Finais ................................................................................................. 49
5. Referências ............................................................................................................... 50
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1. Oriente Médio
Olá, Tudo bem? Como estão os seus estudos? Você gosta de algum esporte? Curte assistir
filmes e séries?
Começo esse PDF com doses agudas de simpatia porque os temas abordados aqui serão densos
e exigirão um esforço um pouco maior, mas é bem provável que daqui saiam muitos conceitos,
temas e fatos com os quais você se deparará na hora da prova.
A primeira pergunta que você precisa responder é “O que é Oriente Médio?”. Então vamos
trabalhar essa resposta?
A definição Oriente Médio já aponta a visão eurocêntrica para regionalizar o mundo, uma vez
que a porção mais distante seria o Extremo Oriente, as áreas mais próximas, recentemente, são
chamadas de Oriente Médio (sim, antes dessa definição era usado Oriente Próximo).
O termo Oriente Médio é uma invenção recente e feita a partir de critérios Europeus
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E quais países fazem parte dessa região? Não há consenso, visto que essa é uma definição que
envolve uma construção cultural, por exemplo: algumas classificações levam como base o povo
árabe para definir o Oriente Médio – nesses casos até mesmo o Norte da África é abraçado. Mas
aqui iremos trabalhar com a definição mais restrita com um foco nos dois países de maior
interferência na região: Arábia Saudita e Irã.
Hey... pense um pouquinho: quais são as primeiras referências que você tem quando o assunto é
Oriente Médio? Quais são as primeiras palavras que surgem na sua mente quando pensa nesse
lugar?
Talvez você tenha pensado algo que envolva cultura e religião, tensões e conflitos, petróleo.
Sim! Esses são termos importantes para estudarmos essa região, então vamos definir os conceitos?
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O Oriente Médio é o berço das três maiores – em termos quantitativos de fiéis – religiões
monoteístas do mundo, não é por um acaso que o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo
apresentam vários pontos em comum – seja na crença em si ou nos lugares sagrados, como é o caso
de Jerusalém. Observe uma evolução histórica das três maiores religiões do planeta:
Jerusalém Jerusalém
Jerusalém
•Capital do Reino de Davi •Ascensão de Maomé
• Vida política de Jesus
•Templo de Salomão (Arca da Aliança) •Orações em direção à Jerusalém
• Igreja do Santo Sepulcro
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Figura 02 – Divisão clássica de Jerusalém no caso de Bush, um cenário geopolítico muito mais instável.
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adotarem a Sunnah, para eles a liderança do islã deveria seguir a genealogia de Maomé, ou seja,
Ali, genro do profeta, deveria ter guiado o povo muçulmano.
o Alauítas: praticado pela família Al-Assad, na Síria, e considerada heresia por alguns sunitas
Atenção: não confunda Xiita com radical/extremo! Há grupos terroristas de base sunita
Vamos compilar essas informações quanto aos países, religiões e povos em uma “tabelinha do amor”?
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Mas até que ponto ter tanto petróleo é convertido em influência mundial? Vamos fazer um
pequeno passeio histórico?
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• Golfo Pérsico: região com grandes reservas de petróleo e zona de tensão entre Arábia Saudita
e Irã;
• Estreito de Ormuz: ponto por onde passa a
maior parte do petróleo saudita com
destinado ao Ocidente;
• Canal de Suez: projeto idealizado e, em
grande parte, custiado pela França, mas
recentemente controlado pelo Egito. Sua
construção envolvia a redução da
trajetória percorrida entre a Arábia Saudita
(durante um tempo também pelo Irã) em
direção ao Ocidente. Através dessa rota, os
petroleiros não precisariam contornar o
continente afriano para assim ter acesso ao Figura 03 – Oriente Médio: Religião e áreas estratégicas
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Toda essa disposição geográfica potencializa a rivalidade entre Irã e Arábia Saudita, duas
potências regionais que disputam entre si a hegemonia da região, e, é claro tal disputa não se limita
à escala regional pois outros países – Rússia e EUA em destaque – buscam influenciar em decisões e
comércio para defender os seus interesses.
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Comentários:
Alternativa A CORRETA:
O golfo Pérsico se destaca pela elevada produção de petróleo, o que torna o Estreito de Ormuz
uma ótima alternativa de rota, uma vez que o transporte hidroviário é o mais indicado para
longas distâncias e grandes cargas.
Alternativa B INCORRETA:
Tal saída de refugiados se dá pelo mediterrâneo
Alternativa C INCORRETA:
Está relacionado à infraestrutura de transporte, não de comunicação
Alternativa D INCORRETA:
Essa é uma área de fortes tensões políticas
Alternativa E INCORRETA:
Lembre-se: minerais metálicos são encontradas em estruturas antigas, no caso a região, trata-
se de bacias sedimentares, onde houve o armazenamento de petróleo.
Gabarito: a
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Concentração de poder:
Dinastia dos Al Saud Ausência de partidos políticos
Ausência de impressa livre
Essas características levaram à tensões com países vizinhos com definições políticas diferentes
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Resumindo
A família Al Saud historicamente controlou a região, e, com a unificação de várias tribos em
1932, Ibn Saud se tornou o primeiro rei da Arábia Saudita, um país que enriqueceu a base do
petróleo e se caracteriza por sua desigualdade e desrespeito à direitos individuais baseado no
fundamentalismo religioso.
Seguindo os passos da dinastia Al Saud, chegamos à Salman bin Abdulaziz Al Saud, atual reia
da Arábia Saudita, entretanto, para as nossas análises outro nome deve receber maior atenção:
Mohammad bin Salman, o príncipe conhecido pela sigla MBS.
O princípe herdeiro esteve associado à diversas situações polêmicas que apontam o
autoritarismo, como por exemplo:
1
Na historiografia Saudita, Abdalazize Ibn Al Saud foi o primeiro rei do terceiro Estado Saudita, visto que essa família já havia
administrado a região duas vezes.
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atitude dessa foi tomada por MBS, e, sua justificativa é um combate à corrupção – uma
limpeza na família real.
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Eu acredito que até aqui você já tenha percebido a importância do petróleo para esse
país, não é? Então tente dimensionar o que significa ter a principal refinaria atacada por
um grupo de rebeldes xiitas patrocinados por ser maior rival – o Irã.
Esse caso chamou a atenção mundial por dois pontos: primeiro, a Arábia Saudita é um dos
países que mais investe em segurança; segundo, anomalias com o fluxo de petróleo saudita
impactam o mundo todo.
Na segunda-feira que suscedeu o sábado de ataque, os preços do petróleo subiram até 19% no
comércio asiático, e, é claro que esse foi o efeito mais vísivel em um curto espaço de tempo,
entretanto, a situação geopolítica também foi impactada, afinal, os houthis apresentam forte ligação
com o governo iraniano – grande rival saudita na região.
Uma das primeiras respostas internacionais à esse ataque foi de Donald Trump, através do
Twitter, afirmando que os Estados Unidos estariam armados e prontos para disparar, apenas a
espera da confirmação por parte dos sauditas sobre quem teria feito os ataques.
Como eu gosto de um deboche, para mim, a melhor reação foi a de Vladimir Putin: “se eles
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A proposta saudita para contornar tal situação seria a redução da produção de petróleo diário
em 1 milhão barris, mas os russos não concordaram e fizeram uma contraproposta: reduzir a
produção em 500 mil barris de petróleo por dia, justificando que gostaria de sentir o mercado com
o coronavírus antes de agir e perceber as reações estadunidenses nesses cenário.
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É tentador pensar que essa negação russa seria uma manifestação do ego de Vladimir Putin,
mas cuidado! Essa é uma resposta um pouco vaga! Como vimos na Aula 00, a Rússia tem sua
economia fortemente pautada na produção de energia, e, teme um crescimento estadunidense
nesse mercado após a produção a partir do xisto.
Em março de 2020, esse desintendimento inicial gerou uma “queda de braço” entre essas duas
potências energéticas levou àquilo que muitos jornais noticiaram como “A Guerra dos preços do
Petróleo”, já que os países passaram a negociar o petróleo sem uma “base mínima”, aumentando a
oferta e oferecendo “condições especiais” para o pagamento. Resultado? Grande queda no preço –
ainda em junho Rússia e Arábia Saudita entraram em acordo para prorrogar cortes no petróleo.
(FUVEST 2017)
Em 2015, os Estados Unidos (EUA), país que não é membro da OPEP, tornaramse o maior
produtor mundial de petróleo, superando grandes produtores históricos mundiais, de acordo
com a publicação Statistical Review of World Energy (BP) 2015.
Sobre essa fonte de energia, é correto afirmar:
(A) A queda da oferta de petróleo, em 2015, pelos países não membros da OPEP é resultado
do uso de fontes de energia alternativas, como os biocombustíveis, e também da expansão das
termelétricas.
(B) O Brasil, país que não é membro da OPEP, destaca-se pela exploração de jazidas de petróleo
em rochas vulcânicas do embasamento cristalino do pré-sal.
(C) O crescimento da produção de petróleo nos EUA, que levou esse país à condição de maior
produtor mundial em 2015, deu-se pela exploração das jazidas de óleo de xisto.
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(D) A elevação da produção de petróleo em países da OPEP, como Arábia Saudita, Rússia e
China, é resultado da alta dos preços dessa commodity em 2015.
(E) A exploração das jazidas de óleo de xisto do subsolo oceânico foram fatores para a
industrialização de países, como México, Japão e EU.
Comentários:
Alternativa A INCORRETA
A queda de oferta de petróleo, em 2015, pela OPEP foi por causa do aumento de oferta do
combustível de países não participantes da OPEP. Atente-se ao que o texto base quer lhe
mostrar “Os EUA, país que não é membro da OPEP, tornou-se o maior produtor mundial de
petróleo(...)”..
Alternativa B INCORRETA
O petróleo é encontrado em bacia sedimentar.
Alternativa C CORRETA
EUA tornaram-se o maior produtor mundial de petróleo em 2015 a partir da extração por
faturamento hidráulico. Entretanto, Venezuela, Arábia Saudita e Canadá permanecem os
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países com as maiores reservas, ou seja, possuem capacidade de explorar por mais tempo
Alternativa D INCORRETA
Não, em 2015 houve queda no preço (como explicado na alternativa a)
Alternativa E INCORRETA
A exploração do óleo de xisto aumentou nos EUA nos últimos anos e não tem relação com a
industrialização dos países citados.
Gabarito: c
Lembre-se: os EUA já eram grandes produtores de petróleo, mas o consumo também era
elevado, logo a exportação não era uma opção.
Observou que os verbos estão no passado? Pois é! Com o desenvolvimento do “petróleo de
xisto”, a potência americana passou a ser exportadora de energia, o que impacta diretamente
os interesses da OPEP e principalmente da Rússia – até porque a economia russa está
intimamente ligada ao seu setor energético.
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1.2 Irã
O Irã é um dos países mais importantes da Geopolítica no Oriente Médio, e, assim como na
Arábia Saudita, as decisões e as relações criadas por ele perpassam a religião e recursos energéticos.
Diferentemente da maior parte de seus vizinhos - majoritariamente árabes sunitas -, o Irã é um
país persa de maioria xiita, e, esse é um detalhe muito importante, pois os persas formaram um
grande império na Antiguidade o que hoje reflete na identidade da nação iraniana o imaginário de
uma potência (e o termo imaginário aqui não é pejorativo, mas sim uma ideia que, mesmo que não
seja expressa diretamente, permeia as falas da população no cotidiano e as ações do Governo na
Geopolítica).
As diferenças religiosas e as rugosidades deixadas pelo Império Persa não são as únicas peças
desse quebra cabeça. Precisamos ressaltar que o Irá detém importantes jazidas de petróleo e um
programa nuclear que se coloca como central em muitos momentos da história recente.
UMA DOSE DE HISTÓRIA Assim como em outros países do Oriente Médio, a história
pós-Guerra do Irã teve muitas (e importantes) linhas
escritas por países ocidentais, principalmente no que tange
a gestão do petróleo. Nesse sentido é impossível não
relacionarmos a importância dos Estados Unidos nos
@profmarco.tulio
processos que levaram à Revolução Iraniana de 1979, a
Em 1979 irrompeu a chamada Revolução partir da tal o país se transformou em uma República
Islâmica, rebelião contra o regime do xá.
A inflação, o desabastecimento do país, a Teocrática, cujo nome oficial é República Islâmica do Irã.
perturbação de valores tradicionais e o
alinhamento irrestrito do governante aos
Estados Unidos fez despertar a revolta da E como funciona esse país? Resumindo: de acordo com que
população. Após 14 anos de exílio, o
aiatolá Ruhollah Khomeini, autoridade o Aiatolá deseja, porque ele é o líder supremo,
religiosa dos xiitas, retornou ao país, se
tornando o líder da reação que almejava concentrando poder político e religioso.
reformas socioeconômicas e a
recuperação dos valores religiosos do Islã.
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Percebeu o quanto o Aiatolá é importante? Logo, a religião xiita rege os interesses nacionais
A consolidação de um país xiita cercado por tantos sunitas foi um dos motivos que fizeram
alavancar conflitos na região, como por exemplo a guerra entre Irã e Iraque.
Bom... você já deve ter percebido que EUA e Irã não costumam se sentar na mesma equipe
quando o assunto é Geopolítica após a Revolução Iraniana, não é? Mas em 2001, mesmo não tendo
uma relação direta com os atentados de 11 de setembro (que fora realizado pela Al-Qeda, que é
sunita), o país persa foi cercado por bases militares estadunidense, e, em 2002 foi considerado, junto
à Coreia do Norte e Iraque o eixo do mal.
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mesmo, usinas termonucleares jamais Segurança da ONU (EUA, China, Reino Unido, França e Rússia)
poderão causar uma explosão atômica.
Isto se deve pelo fato de que o nível de mais a Alemanha, assinaram um acordo com o Irã, em suma o
pureza do combustível não é o mesmo.
Os processos de geração de energia país persa poderia manter a sua produção nuclear, entretanto
termonuclear exige que o combustível
com uma grande limitação. E o que já estava produzido até
contenha pouco menos de 5% de Urânio
fissionável, enquanto que, para uma bomba aquele momento e ultrapasse os novos limites estabelecidos? As
nuclear explodir, o combustível deve conter
mais de 90% do mesmo Urânio. potências que fizeram tal acordo teriam prioridade na compra.
Você confiaria na palavra do Irã? Os EUA não! Então a fiscalização desde o início foi desenhada
como algo severo, através pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) – uma organização
ligada à ONU.
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A partir de então a postura diplomática do Governo Trump perante o Irã ganhou sua principal
característica: o enfrentamento! Ah.... e não pense você que isso é um direcionamento típico de
republicanos, pois não é bem sim: Bush não enfrentou o Irã diretamente, ele buscou um
enfraquecimento econômico e um cerco militar.
Podemos perceber essa característica nitidamente com o assassinato de Qasem Soleimani –
o arquiteto da Geopolítica iraniana, em 03 de Janeiro de 2020. O Departamento de Segurança dos
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EUA declarou que sob o comando do presidente Donald Trump, as forças armadas do país agiram
defensivamente e de forma decisiva para proteger os estadunidenses no exterior.
Após tal capítulo na tensa história entre Irã e Estados Unidos, o país persa continuou
ameaçando vingar a morte de Soleimani, emitiu ordem de prisão à Trump (que é claro nunca
aconteceu) e prometeu executar o espião que forneceu informações sobre o general iraniano
Além das tensões com os EUA, outro ponto que merece destaque
é o apoio iraniano à grupos armados em países vizinhos como
forma de defender seus interesses para a região. E nessa
Guerra de Procuração perspectiva destacamos o Hezbollah, na Síria e no Líbano e os
É conflito armado onde os oponentes
se usam de terceiros, ou seja, não houthis no Iêmen. - aumentando a indisposição com Estados
lutam entre si – como fizeram EUA e
URSS na Guerra Fria. Unidos e, principalmente, com a Arábia Saudita, com a qual o
país trava uma Guerra de Procuração.
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(FAMERP 2018)
O presidente americano, Donald Trump, anunciou em 08.05.2018 algo que há meses vinha
ameaçando fazer: os Estados Unidos vão sair do acordo nuclear firmado em 2015 com o Irã.
Logo após o anúncio, Trump assinou uma ordem presidencial para impor novas sanções
econômicas ao país do Oriente Médio.
(www.nexojornal.com.br. Adaptado.)
Para o Irã, uma consequência da saída dos Estados Unidos do acordo nuclear de 2015 é:
(A) a aproximação com o Estado de Israel.
(B) a instabilidade política interna.
(C) o aumento de investimentos estrangeiros.
(D) a redução do seu desenvolvimento econômico.
(E) o aumento da exploração de petróleo.
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Comentários:
Alternativa A INCORRETA
Irã e Israel se tornaram ainda mais inimigos com esse rompimento
Alternativa B INCORRETA
As situações internas no Irã são, em partes, controladas por um Estado muito presente que ao
aparelhar as insituições busca controlar qualquer instabilidade interna
Alternativa C INCORRETA
A tendência é que a situação econômica piore no geral, visto que os EUA aumentaram as
sanções ao Irã
Alternativa D CORRETA
O aumento das sanções estadunidense é a principal responsável por esse cenário.
Alternativa E INCORRETA
A exploração de petróleo tende a cair, não é por um acaso que acordos entre Irã e Venezuela
se tornaram mais evidente após 2018 – afinal, ambos têm um “inimigo em comum”: EUA,
através de suas sanções.
Gabarito: d
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1.3 Líbano
sírias à esse país). Sua proximidade com Israel o fez sofrer algumas consequências derivada dos
conflitos entres judeus e palestinos.
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Israel não é inimigo do Líbano, mas sim de alguns grupos que ali operam, como o Hezbollah
Tal divisão não se dá apenas quanto ao poder político, mas também em territorialidades da
capital Beirute, por exemplo, onde há parte ocupadas por xiitas, como no sul do país – onde o grupo
Hezbollah, com o apoio do Irã, prevalece.
Em 2019, as ruas de Beirute foram tomadas por diversos manifestantes que se uniram
independentemente da religião e com um objetivo comum: pedir um basta para a situação
econômica, política e social na qual o país se afundava cada vez mais.
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Mas é claro que toda onda de protesto tem um estopim, uma atitude/um acontecimento que
gera indignação e faz transbordar problemas, muitas vezes, estruturais. No caso do Líbano, o projeto
de taxação sobre petróleo, tabaco e ligações feitas através de aplicativos de mensagens como o
WhatsApp foi “a gota de água em um copo totalmente cheio”.
A proposta era cobrar o equivalente, na época, a R$0,80 por dia para quem usasse algum
desses serviços com o objetivo de aumentar a arrecadação por parte do governo.
E essa crise econômica que comprometeu as finanças governamentais surgiu do nada? Claro
que não! O Líbano passou por alguns conflitos internos durante toda a sua história, sendo a Guerra
Civil Libanesa (1975-1990) o mais intenso.
Após a Guerra Civil Libanesa, o governo criou um plano econômico onde a principal
característica foi o atrelamento entre a líra libanesa ao dólar e juros mais elevados. Recentemente,
a moeda local foi extremamente desvalorizada assim como o poder de compra do libanês
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Detalhe importante: o Líbano importa grande parte dos seus alimentos! Imagina esse
movimento de importação em um cenário de moeda altamente desvalorizada: a fome
pediu passagem
Agora pense aqui comigo: uma população que se encontra muito afetada por uma crise
econômica tende a defender os líderes políticos? Pois é, não! Então um outros dois pontos merecem
destaque: a insatisfação política (visto que já existiam inúmeras investigações de casos de
corrupção) e problemas sociais em grande escala.
Resumindo
Ainda em um cenário de crise econômica, o governo libanês tentou aumentar a sua
arrecadação através do aumento de impostos, mas o cenário era péssimo para tais medidas,
visto que haviam investigações quanto à corrupção e problemas sociais de diferente ordem.
Os protestos desencadeados por essa situação levaram à uma restruturação no Governo, mas
nenhuma outra solução efetiva.
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A crise econômica no Líbano vem se tornando cada vez mais profunda e em 2020 podemos
destacar dois pontos que pioraram ainda mais o cenário: a Pandemia e a Explosão no Porto de
Beirute.
Um porto costuma ser uma área de forte relação
UMA DOSE DE QUÍMICA econômica, visto a sua necessidade para a importação e
para a exportação. Agora imagine a importância dessa
estrutura em Beirute, capital de um país que importa
muitos componentes básicos do cotidiano de uma pessoa
comum.
@thiagofernando.pe
Vamos aos fatos?
O que é uma explosão?
Uma explosão consiste em uma reação
No dia 4 de agosto, o mundo foi surpreendido por uma
exotérmica e com intensa liberação de explosão no porto de Beirute, e graças ao histórico da
gases. O nitrato de amônio (NH4NO3) tem
dois átomos de oxigênio em estados de região, surgiu em redes sociais teorias apontando para
oxidação bastante diferentes: -3 e +5. Por
esse motivo, essa estrutura pode sofrer uma um atentado terrorista – já que essa é uma área de ação
reação espontânea e exotérmica,
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produzindo intensa liberação de gases, do Hezbollah e Israel foi um dos primeiros países a se
como N2O, N2 e O2. Por isso, ele pode manifestar.
explodir. No entanto, esse composto pode
ser armazenado com segurança, pois essa Mas após as perícias o real motivo foi noticiado: incêndio
reação requer também uma elevada
energia de ativação. O nitrato de amônio em um depósito de nitrato de amônio, onde 2.750
deve ser mantido a baixas temperaturas e a
salvo de qualquer faísca, que poderiam toneladas desse material era armazenado sem medidas
suprir a energia de ativação da reação.
de segurança.
Como vimos, a situação política e econômica no Líbano já era complexa e direcinava para
várias manifestações populares (principalmente de jovens, que vivenciam uma realidade de poucas
oportunidades, mas através da internet conhecem “um outro mundo”), após tal fatalidade, no dia
10 de agosto, o primeiro-ministro Hassan Diab renunciou, aprofundando o caos político já instaurado
no país, e, graças ao sistema político confissional estabelecido: há garantia de representatividade,
mas a possibilidade de mudança está engessada.
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1.4 Turquia
Mas para entendermos a Turquia atual, além de sabermos sobre a sua história é fundamental
conhecer os passos de seu líder Recep Tayyip Erdoğan, que se mantem no poder desde 2003
Fim do parlamentarismo /
início do presidencialismo
2017
2009 Reforma para ampliação dos
Plano para o fim do
poderes do presidente
conflito com os curdos
Quem é Recep Tayyip Erdoğan? Fundador do Partido da Justiça e Desenvolvimento - AKP (em
turco Adalet ve Kalkınma Partisi), partido de direita que defende pautas nacionalistas, impulsiona o
Neo-otomanismo e se denomina democrático islâmico – uma “novidade” para a Turquia que até a
ascensão do atual presidene era um país muçulmano laico.
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A carreira política de Erdoğan se confunde com a história turca recente. Chegando ao poder
em 2003, como primeiro ministro, tal líder foi eleito com um discurso muito diferente do que tem
recentemente. Em 2014, após um 2013 recheado de polêmicas e acusções de corrupção, Recep
ascende como presidente da Turquia, e em 2016 se mantem no poder após uma tentativa frustada
de golpe.
Após 2016, as medidas de governância de Erdoğan se tornaram mais incisiva, pois, sob o
argumento de uma tentativa de golpe, foi decretado um Estado de Emergência onde a perseguição
política na Turquia se intensificou: várias pessoas foram presas e/ou perderam seu empreso no
Estado, facilitando o aparelhamento dele. Em 2017 outro passo foi fundamental para a concentração
de poder: a transição de um modelo parlamentarista para o presidencialismo.
Perante isso, como ficou a populariade de Erdoğan na Turquia? Inicialmente, pouco alterada,
uma vez que os avanços econômicos podiam ser sentidos. E os direitos individuais? Cada vez mais
ameaçado, pois Estado e Religião começaram a se integrar cada vez mais, assim como o
nacionalismo tem reforçado antigos conflitos/tensões.
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Curdos
Os curdos se estendem por uma região que
envolve 6 países: Turquia, Armênia, Azerbaijão,
Iraque, Irã e Síria, e, reivindicam a sua independência,
assim, é a maior nação do mundo sem um Governo.
Os curdos habitam essa área há cerca de 2.600
anos, mas no ano 550 a.C. foram derrotados pelos
persas. Durante o Governo de Saddam Hussein, foram
reprimidos violentamente pelo exército iraquiano. Na
Turquia, manifestações culturais curdas são
proibidas. Em resposta, os curdos organizaram-se em
diversos grupos armados ligados ao Partido dos
Trabalhadores Curdos (PKK), entidade reconhecida
como terrorista pelos turcos.
Figura 06 – Curdistão
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No Iraque, os curdos impedem a expansão do grupo terrorista Estado Islâmico. Na Síria, alguns
atuam contra o Governo de Bashar Al-Assad e alguns grupos jihadistas que tentam tomar o poder
no país. Os 6 países da região teriam que abrir mão de recursos naturais para declarar o Curdistão
independente, mas, tudo indica que eles não estão dispostos a fazer.
Em outubro de 2019 a relação entre os curdos e o Governo turco se tornou ainda mais
“espinhosa”, já que com a retirada de tropas estadunidense do norte da Síria abriu uma possibilidade
de invasão para a Turquia. Tal ofensiva militar resultou em várias mortes curdas
Talvez você esteja pensando: Em que ponto do rolê chamado “vida humana sobre a Terra”, EUA,
Turquia, Síria e Curdos se esbarram?
Bom... respira e vem cá entender
Na caçada ao Estado Islâmico, tropas estadunidense se aliaram aos curdos que se estebelecem
no nordeste da Síria (Rojava, ou Curdistão Sírio). Os moradores do local conheciam muito bem as
terras por onde possíveis combates poderiam se estender, por isso foram fundamentais para captura
de Abu Bakr al-Baghdadi, líder do Daesh.
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Até aí, ok? Mas o perfil de Donald Trump é isolacionista, logo, tropas na Síria não faziam o
menor sentido visto que a principal ameaça fora abafada e outras tropas em países vizinhos
poderiam se deslocar caso fosse necessário. A aproximação entre curdos e estadunidenses serviu de
escudo contra a ofensiva turca da mesma forma que a retirada das tropas acirrou as tensões.
E qual a relação entre os curdos da Síria com a Turquia?
Bom... os curdos sírios e os curdos turcos são muito próximos (não vemos tal proximidade entre
eles e os curdos iraquianos, por exemplo), ao ponto de existir na Síria um grupo armado (YPG) que
tem forte relação com o PKK, uma organização separatista curda na Turquia.
Outro ponto importante é que historicamente Turquia e Síria eram parceiros, mas com a
eclosão dos conflitos do país árabe, Erdogan, representante de um país membro da OTAN,
manifestou apoio aos rebeldes, ou seja, se opôs à Bashar al-Assad.
Resumindo
Com a saída de tropas estadunidenses, o governo turco criou uma ofensiva aos curdos em
território sírio, sob a justificativa do YPG ser uma braço do PKK – grupo separatista considerado
terrorista pela Turquia.
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Hagia Sophia
Como vimos anteriormente, Erdoğan representa uma ruptura na
política interna e externa da Turquia. O sistema Kemalista foi
abandonado e o poder passou a ser cada vez mais concentrado
Após a Primeira Guerra Mundial, o Império Turco-Otomano, que saiu derrotado, perdeu vários
territórios e passou por uma Revolução. Com a ascensão da Turquia como um país, seu primeiro
presidente, Mustafa Kemal Ataturk introduziu uma perspectiva de laicidade ao Estado como um dos
parâmetros para modernizar a região – o chamado kemalismo – e Hagia Sofia deixou de ser uma
mesquista em 1931, se tornando um museu em 1935.
Em 2020, Erdogan, em sua perspectiva nacionalista, religiosa e neo-otomanista, revertou a
decisão de Ataturk na década de 1930 e definiou Hagia Sofia como uma mesquita novamente,
reforçando o rompimento com o kemalismo e uma tendência que se manifesta em diversos países:
a proximação entre religião e política.
Resumindo
Hagia Sofia voltar a ser uma mesquita é mais uma manifestação da tendência religiosa de
Erdogan na Turquia, país que por muito tempo se destacou na região justamente por seu
caráter laico.
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Turquia e Grécia
Assim como nos outros casos que
estudamos, a tensão entre Turquia e Grécia
apresenta raízes históricas, uma delas a invasão
turca ao Chipre, cuja a porção sul é considerada
por muito nacionalistas gregos como parte de
seu território (incluse, compartilham o hino
nacional).
Em 2020 a tensão assumiu novas formas: a disputa pelo controle de uma porção oriental do
Mar Mediterrâneo onde pode ser encontrado combustíveis fósseis, em especial petróleo.
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1.5 Síria
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Após a Segunda Guerra Mundial, parte da França se alegrava com a derrota do nazismo e outra
parte, a chamada República de Vichy, se envergonhava e diminuia sua influência sobre as colônias,
entre elas, a Síria. Mas é claro que o processo de retirada de tropas francesas do Oriente Médio não
é um sinônimo de calmaria, então, após 1946 – com a conclusão da saída dos antigos colonizadores
– as tensões locais eclodiram, mesmo com a adesão síria à ONU logo em 1945.
Na década de 1960, o partido Ba’ath ascendeu ao poder na Síria - pouco tempo depois o
baathismo também levaria à liderança Saddam Husein, no Iraque.
Em março de 1963, o Ba’ath, através de um golpe militar tomou a Síria e em 1971, Hafez al-
Assad firmando como presidente deu início da dinastia al Assad no país.
Atenção: o clã Assad é alauita. Isso mesmo, aqueles que receberam poderes da França,
se firmaram no exército e que agora governam a Síria.
nesse momento e armaram, não só a Síria – falando diretamente: a única coisa que importava era o
petróleo e o caminho por onde ele passaria para chegar no Atlântico.
Em 1982, forças Armadas Sírias bombardearam a cidade de Hama com o objetivo de controlar
o que poderia vir a ser uma Revolução da Irmandade Islâmica. Tal evento ficou conhecido como
Massacre de Hama, onde mais de 30 mil pessoas foram assassinadas.
Já deu para você perceber que os problemas na Síria são estruturais, não é? E eles ganharam
formas ainda mais perversas em 2011/2012
Em 2011, a onda de protestos iniciadas na Tunísia chegou à Síria, mas ali o desfecho da
Primavera Árabe seria outro: uma Guerra Civil com fortes influências de outras países, visto que
governo de Bashar al Assad reprimiu as manifestações populares com muita violência temendo um
destino como aquele que tiveram os líderes do Egito e do Iêmen (a deposição).
Talvez você esteja sentindo falta de um componente de destaque no Oriente Médio: a religião.
Na Síria o islamismo teve um papel diferente visto que a famíla Assad defende um Estado Laico.
Bashar passou a apontar os rebeldes como fundamentalista e a si próprio como a solução para o
extremismo religioso.
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E havia algum grupo fundamentalista se estendendo sobre a Síria? Sim! O Estado Islâmico se
expandia em direção à Alepo, no norte sírio – mas é obvio que o extremismo religioso não era uma
característica de todas as pessoas que so opuseram ao Governo e sim uma estratégia de discurso
de Assad.
Então o cenário na Guerra Civil Síria era de três grandes grupos disputando o poder:
• o governo de Bashar Al-Assad, herdeiro de um golpe de Estado, que recebe apoio do
governo russo, já que esse país é estratégico para a logística de petróleo e um grande
comprador de armamentos;
• os rebeldes que se caracterizam por uma forte heterogeneidade e recebem apoio
militar direto e indireto de países árabes influeciados pelos EUA, do próprio governo
estadunidense que em 2017 soltou sobre o país a MOAB (Mother of all Bombs) e de
países da OTAN;
• Estado Islâmico que recentemente se encontra “afabado” após a morte de seu líder,
mas que usou de estratégias de espetáculo através de redes sociais para impor seu
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E no meio disso tudo uma sociedade civil que sofre com o desabastecimento e uma vida
longe da dignidade formando o maior grupo de pessoas que se deslocam de forma
forçada no mundo.
Não é por um acaso que a Síria detém a liderança no ranking dos refugiados no mundo, e,
infelzimente tal tensão está longe do fim e a retirada de Bashar al-Assad do poder é ainda mais
improvável no cenário geopolítico atual uma vez que a aliança com a Rússia é um ótimo respaldo
para o presidente sírio.
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1 - Pelo menos 100 milhões de pessoas foram forçadas a fugir de suas casas
na última década, buscando refúgio dentro ou fora de seus países. São mais
pessoas forçadas a se deslocar do que toda a população do Egito, o 14º país
mais populoso do mundo.
2 - O deslocamento forçado praticamente dobrou na última década: eram 41
milhões de pessoas em 2010, contra 79,5 milhões em 2019.
3 - 80% das pessoas deslocadas no mundo estão em países ou territórios
afetados por grave insegurança alimentar e desnutrição – e muitas enfrentam
riscos relacionados ao clima e desastres naturais.
4 - Mais de três quartos dos refugiados do mundo (77%) estão em situações de
deslocamento de longo prazo – por exemplo, a situação no Afeganistão, agora
em sua quinta década.
5 - Mais de oito em cada dez refugiados (85%) estão em países em
desenvolvimento, geralmente um país vizinho ao de onde fugiram.
6 - Cinco países contabilizam dois terços das pessoas deslocadas além das
fronteiras nacionais: Síria, Venezuela, Afeganistão, Sudão do Sul e Mianmar.
7 - O relatório “Tendências Globais” reúne todas as principais populações
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ACNUR – 18/jun/2020.
Disponível em https://www.acnur.org/portugues/2020/06/18/relatorio-global-do-acnur-
revela-deslocamento-forcado-de-1-da-humanidade/
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(FUVEST 2019)
A tabela mostra o número total de refugiados no mundo em 2017, segundo relatório do Alto
Comissariado das Nações Unidas Para Refugiados (UNHCR ou ACNUR em português).
Refugiados do Mundo*
República Islâmica
Somália 0,9 0,9
do Irã
Sudão 0,7 Alemanha 0,9
*Nestes dados não estão computados os palestinos.
UNHCR‐ GLOBAL TRENDS, 2017. Adaptado.
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Comentários:
Alternativa A INCORRETA
Os refugiados do Sudão do Sul e da Somália são acolhidos nas regiões de fronteira. No caso do
Sudão do Sul os maiores destinos são Etiópia e Uganda e para a Somália são Quênia e Etiópia.
Os refugiados representam um tipo de fluxo migratório considerado forçado, logo não há um
planejamento deste deslocamento. Devido a urgência e apelo a própria sobrevivência são
fluxos fronteiriços.
Alternativa B INCORRETA
No caso dos países Africanos a desertificação não é o fator primordial para o deslocamento. A
instabilidade civil e os conflitos internos são fatores importantes que produzem esses
deslocamentos.
Alternativa C INCORRETA
Em 2017 3,34% da população do Irã era composta de imigrantes e a maior parcela deles era
proveniente do Afeganistão, que não faz parte da África Subsaariana
Alternativa D INCORRETA
O caso da Síria é grave devido a guerra civil que ocorre no país. Os destinos dos sírios são:
Turquia, Líbano, Jordânia, Arábia Saudita, Iraque e Egito. Todos esses destinos são fronteiriços
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(FUVEST 2017)
Cada vez mais pessoas fogem da guerra, do terror e da miséria econômica que assolam algumas
nações do Oriente Médio e da África. Elas arriscam suas vidas para chegar à Europa. Segundo
estimativas da Agência da ONU para Refugiados, até novembro de 2015, mais de 850 mil
refugiados e imigrantes haviam chegado por mar à Europa naquele ano.
Garton Ash, Timothy. Europa e a volta dos muros. O Estado de S. Paulo, 29/11/2015. Adaptado
Sobre a questão dos refugiados, no final de 2015, considere as três afirmações seguintes:
I. A criação de fronteiras políticas no continente africano, resultantes da partilha colonial,
incrementou os conflitos étnicos, corroborando o elevado número de refugiados, como nos
casos do Sudão e Sudão do Sul.
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Comentários:
A afirmação I está correta pois, durante o processo de descolonização, como é o caso do Sudão
do Sul e sua emancipação em 2011, o continente africano herdou fronteiras políticas que
culminaram em conflitos étnicos e movimentos separatistas. O resultado desses fatores é o
aumento do número de refugiados provenientes desses países.
A afirmação II está correta, pois a mortalidade, pobreza e insegurança alimentar são fatores
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que foram intensificados pela guerra civil entre Síria e Iraque, o que resultou no grande êxodo
de refugiados em direção ao continente europeu.
A afirmação III está incorreta, pois a política do apartheid foi instituída na África do Sul e
encerrada em 1994 com a ascensão de Nelson Mandela ao poder. Atualmente, segundo a
porta-voz da Agência da ONU para Refugiados, Shabia Mantoo, o maior número de refugiados
africanos são originários da República Democrática do Congo.
Gabarito: b
1.6 Terrorismo
Existem várias vertentes sobre a origem do terrorismo, desde a Grécia Antiga até o
Anarquismo. Apesar da dificuldade, o conceito é bastante claro, pois remete à ideia de reivindicação,
seja ela política, econômica ou religiosa por meio da intimidação. Cabe ressaltar que o terrorismo
não se limita à assassinato, mas ele também pode ser psicológico.
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Al-Qaeda: foi a responsável pelo ataque às Torres Gêmeas (World Trade Center), evento
conhecido como “11 de Setembro” (na mesma data, o Pentágono também foi atacado). Esse grupo
terrorista tem como objetivo principal acabar com a influência ocidental, especialmente
estadunidense, sobre o mundo islâmico. A Al-Qaeda foi criada para defender o território afegão da
União Soviética, que queria impor um líder socialista. Ironicamente, no começo da fundação, essa
organização tinha o apoio dos Estados Unidos, uma vez que os norte-americanos não queriam a
influência soviética no Oriente Médio, porém, essa aliança com os estadunidenses foi rompida com
o fim da URSS.
Talibã: atua no Afeganistão e no Paquistão, procura aplicar a Sharia (conjunto de leis contidas
no Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos). Essa organização controlou o povo afegão de 1996 até
2001, quando os Estados Unidos invadiram esse país islâmico após os atentados de 11 de Setembro.
Hamas: tem como objetivo essencial destruir Israel e fazer com que o Estado da Palestina seja
considerado um país de fato. Atua, principalmente, na Faixa de Gaza. Algumas nações, tais como
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Rússia, Turquia, África do Sul, Qatar etc. não o consideram terrorista, mas um partido político. Por
outro lado, se o discurso é de eliminação, só por isso, podemos considerar terrorista.
Hezbollah: essa organização foi criada após a invasão israelense no Líbano, ou seja,
inicialmente era uma milícia. Atualmente, o grupo é responsável por diversos serviços sociais na área
da saúde, educação, agricultura, entre outros. Dessa forma, para muitos países, o Hezbollah não é
considerado terrorista.
Estado Islâmico: fundado em 2013, esse grupo tem como principal objetivo criar um Estado
envolvendo territórios do Iraque e da Síria, países que ele atua. Essa organização é considerada
terrorista jihadista, isto é, luta, no sentido militar, para tentar atingir os ideais, assim sendo, é um
grupo violento.
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ÁREA DE ATUAÇÃO
GRUPO OBJETIVO
(principal)
(UNESP - 2019)
O terrorismo atual utiliza as técnicas do espetáculo produzindo vídeos e montagens por vezes
muito bem elaborados. O controle dos meios de difusão de conteúdo é certamente outra
novidade, possibilitada pelo advento da internet [...]. Por mais chocante que possa ser o
conteúdo difundido pelo Estado Islâmico, sua forma é já reveladora de que a violência está
subordinada a uma lógica espetacular.
(Gabriel F. Zacarias. No espelho do terror: jihad e espetáculo, 2018.)
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Comentários:
Alternativa A INCORRETA
Cuidado com o termo inclusão digital, apesar do aumento de acessos, não é o caso. O
Terrorismo atual se vale do aumento da capacidade de acesso à internet.
Alternativa B INCORRETA
O poder financeiro se concentrou ainda mais com a ascensão do meio técnico-científico
informacional
Alternativa C INCORRETA
Se utiliza da chamada “cultura da sociedade do espetáculo”.
Alternativa D CORRETA
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As redes sociais foram fundamentais para a expansão das mensagens de vários grupos
terroristas, entre eles o Estado Islâmico
Alternativa E INCORRETA
Se vale de pessoas do Ocidente para exceutar suas vontades.
Gabarito: d
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2. China
Você tem algum equipamento chinês na sua casa? Se a resposta foi “não”, você tem certeza?
Pois esse é um dos países que mais avançam em termos tecnológicos e já se consolidou como a
fábrica do mundo
É impossível falarmos da China dos anos 2000 sem entender um pouco do processo de
industrialização que esse país teve, então vamos retroceder à República Chinesa.
Na década de 1950, Mao lançou um plano econômico conhecido como “Grande Salto à
Frente” que tinha como objetivo implantar um parque industrial amplo e diversificado. Então, a
China começou a investir na indústria de base, de armas e de construção. Porém, essa
implementação não foi tão expressiva por causa da baixa produtividade, qualidade inferior e elevado
investimento na indústria bélica, o que compromete as indústrias destinadas aos civis.
O que conhecemos como China no século XXI começou a ser moldado quando Deng Xiaoping
assumiu o poder político, logo após a morte de Tse-Tung (1976) e em 1982, através das reformas
econômicas que afetaram especialmente a industrialização graças à abertura ao capital estrangeiro
forçando as estatais a se adequarem às novas tecnologias. Isso levou à melhoria da qualidade dos
produtos e redução nos preços.
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A maioria das multinacionais possuem filiais na China. Entre os fatores locacionais que atraem
as indústrias estrangeiras, podemos destacar:
• Baixos salários;
• Mão de obra barata e relativamente qualificada;
• Enorme mercado consumidor;
• Ausência de sindicato;
• Redução ou isenção de impostos;
• Moderna rede de transporte, comunicação e energia nas ZEEs;
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Como resultado, em 1980, cerca de 50% de suas exportações remetiam aos produtos
industrializados. Em 2005, essa porcentagem passou para mais de 90%. No entanto, uma quantidade
expressiva, até então, devia-se aos produtos de baixo valor agregado que não exigem mão de obra
qualificada. Para tanto, a China passou a investir em tecnopolos chamados Zonas de
Desenvolvimento Econômico e Tecnológico. Vale lembrar, que em 2001, a China ingressou na
Organização Mundial do Comércio (OMC), ampliando ainda mais suas exportações e importações.
A produção industrial chinesa se tornou tão elevada que o país precisa importar recursos
minerais e agrícolas para sustentar o setor secundário da economia. Em 2009, a China importou
cerca de 1 trilhão de dólares. Para garantir a matéria-prima, o país tem feito investimentos em
outros locais, especialmente na África Subsaariana.
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Em 2010, havia 60 empresas chinesas entre as 500 maiores do mundo. Entre elas, podemos
destacar: Sinopec (petroquímica), Baosteel (siderúrgica), Shangai Automotive (automotiva) e
Aviation Industry Corporation of China (Avic – aeronáutico). Esse foi um dos motivos que fez com
que a China seja considerada a “fábrica do mundo”.
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Os produtos chineses por vezes ficaram conhecidos como xing ling graças à sua baixa
qualidade, o que fazia muito sentido durante o século XX quando o foco era a produção em grandes
quantidades início de desenvolvimento tecnológico.
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Tal cenário deveria ser alterado após 30 anos da reforma econômica, segundo Deng Xiaoping,
pois tal líder acreditava que esse seria o tempo necessário para a captação de capital, fortalecimento
da indústria de base e desenvolvimento tecnológico próprio. Bom... acho que ele estava certo!
Hoje a China continua concentrando multinacionais em seu território, mas é nítido a ascensão
de empresas como a Huawei – central na discussão sobre o 5G – que em 2020 passou a ser a terceira
chinesa entre as 10 marcas mais valiorosas do mundo, segundo relatório Brand Finance Global 500
2020.
Em seu Relatório Global 500 2020, a Brand Finance expôs a importância das
empresas de tecnologia no mundo atual, observe voce mesmo os 10
primeiros colocados desse ranking:
Além da ascensão tecnológica, outro ponto que merece destaque é a ascensão da classe média
chinesa, bem como o seu mercado de luxo, que em termos de economia pode significar e está
significando um aumento no mercado consumidor interno e isso interfere em diversos pontos,
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como a modificação na expressão dos chineses em filmes de Hollywood e atração geopolítica, por
exemplo: como é que um país que detém várias empresas na China vai se opor à esse país?
(UEMG – 2019)
Nas décadas de 1970,1980 e 1990, a China subiu na escala de valor agregado e passou a
exportar cada vez mais produtos de alta tecnologia, como celulares, computadores, chips e
componentes eletrônicos. (...) Em 1978, os produtos manufaturados respondiam por 49,70%
das exportações chinesas e o país tinha déficit comercial com o restante do mundo. Em 2008,
o percentual de bens industrializados era de 95% e o superávit chinês somava US$ 298,13
bilhões. Do US$ 1,43 trilhão exportado pela China naquele ano, 47% foram de bens
processados, cujas peças originais são fabricadas em outros países. Os chineses apenas
montam o produto acabado, com alguma agregação de valor.
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Comentários:
Alternativa A INCORRETA
A indústria chinesa cresceu muito com a Globalização
Alternativa B INCORRETA
A industrialização na China permanece de maneira concetrada
Alternativa C CORRETA
Sendo a China um dos países beneficiados com esse deslocamento
Alternativa D INCORRETA
Na China passou a vigorar o chamado “Socialismo com características chinesas”.
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Gabarito: c
(FUVEST 2013)
Observe os gráficos.
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Comentários:
Alternativa A INCORRETA
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A China tornou-se uma grande investidora em países africanos, logo, afirmar que o comércio
bilateral cresceu timidamente é um erro. A África fornece, principalmente, commodities para
a China e consome produtos industrializados chineses.
Alternativa B INCORRETA
O mercado africano tem mostrado um grande consumidor de produtos industrializados
chineses. Apesar de muitos países africanos serem pouco desenvolvidos ou estarem no estágio
de desenvolvimento atrasado, o mercado consumidor cresceu com o passar dos anos.
Alternativa C INCORRETA
A China investe no setor minerador onde estão os recursos que mais necessita como petróleo
e outros minérios.
Alternativa D INCORRETA
A China tem investido no setor minerador, no gráfico, apesar dos dados serem de 2000 a 2009,
o investimento em agricultura foi por volta de 3%.
Alternativa E CORRETA
O crescimento acelerado chinês demanda mais matérias primas, sendo o país um grande
consumidor de commodities. Por isso a China tem tanto interesse no continente africano,
especialmente pelos recursos naturais como petróleo e outros minérios.
Gabarito: e
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Problemas com os Direitos Humanos não é uma novidade quando falamos da China. O país já
foi acusado em diferentes ramos, mas até o início do século XXI as questões trabalhistas se
destacavam. Recentemente, uma das feridas abertas chinesas diz respeito à uma minoria islâmica,
o uigures
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• Investimentos: nas palavras de Tim Marshall: “A China derramou dinheiro na região”, e com
isso atraiu um certo apoio;
• Apelo cultural: o governo direcionou para Xinjiang vários chineses han – maior grupo étnico
na China.
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3. Índia
Cerca de ¾ da população indiana segue o Hinduísmo, essa religião divide a sociedade em
castas conforme a hereditariedade. Inicialmente, existiam 4 tipos: brâmanes (sacerdotes), xátrias
(militares), vaixás (agricultores e comerciantes) e sudras (deveriam servir às castas superiores).
As pessoas que não fazem parte de nenhuma casta recebiam o nome de párias ou intocáveis
(atualmente são chamados de dalits – oprimidos) e eram excluídos, realizando trabalhados
deploráveis que eram rejeitados por aqueles que possuíam casta.
Segundo as leis e as autoridades indianas o sistema de castas não existe mais. No entanto, ele
é perceptível nas ruas das Índia e interfere diretamente na qualidade de vida das pessoas. Por
exemplo, muitos casamentos são realizados somente entre pessoas da mesma casta (endogamia).
O que entendemos por Índia nos dias atuais é o reflexo de uma construção de diversos povos
e traços da colonização britânica. Após a independência (1947), iniciou-se o processo de
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industrialização com forte atuação estatal, pois patrocinou as fábricas, especialmente as indústrias
de base, contando com assistência técnica dos soviéticos. Até o início da década de 1990, a economia
indiana era planificada, inclusive o Estado controlava a iniciativa privada.
Assim como alguns países da América Latina e os Tigres Asiáticos, a Índia se industrializou por
meio da substituição das importações. Para tanto, reduziu o controle governamental, incentivou a
entrada do capital estrangeiro, investiu em fontes de energia e privatizou algumas empresas e
indústrias.
Entre os ramos industriais, o que mais se destaca é a informática, uma vez que os indianos
são excelentes matemáticos, possuem domínio da língua inglesa, se qualificam no exterior e
possuem salários mais baixos. Bangalore (Sul da Índia) é a maior produtora de software do mundo e
maior exportador de Tecnologia da Informação (TI), tanto é que a Microsoft, IBM, Dell, Apple etc.
possuem filiais nessa localidade para aproveitar a mão de obra barata e qualificada.
Além da informática, a Índia se destaca nos ramos siderúrgico, têxtil, farmacêutico, mecânico,
de telecomunicação, cinematográfico etc. Esse país é o segundo maior produtor de filmes do mundo,
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curiosamente perde para Nigéria. Bombaim (atual Mumbai) é conhecida como Bollywood, uma
analogia a Hollywood, Califórnia.
A indústria farmacêutica está entre as maiores do mundo por possuir um dos maiores
laboratórios de genéricos, fabricando coquetéis de combate à Aids a um preço muito baixo, boa
parte da produção é destinada à África Subsaariana.
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Caxemira
Em 1972, foram definidos os limites territoriais por meio do Acordo Simla com a
intervenção da ONU. A Caxemira possui enorme importância hídrica, pois é onde fica as
nascentes dos rios Ganges e Indo.
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Atualmente, o Paquistão ainda quer controlar o território da Caxemira que pertence à Índia.
Os paquistaneses argumentam que a maioria da população é muçulmana, então, deveria pertencer
ao Paquistão. Nenhum desses países parecem interessados em realizar um plebiscito.
Esses países são altamente militarizados, possuem bombas nucleares e não são
signatários do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).
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4. Considerações Finais
Parabéns por ter concluído essa aula e muito obrigada pela confiança no trabalho da Equipe do
Estratégia Vestibulares!
Caso ainda precise de alguma dica ou lhe reste alguma incerteza ou dúvida, não hesite em falar
comigo! Será um prazer trocar conhecimentos com você (assim cresceremos juntos, pois ninguém é
tão grande que não possa aprender). Use o Fórum de Dúvidas sempre que necessário!
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5. Referências
GLOBAL 500 2020. The annual report on the world's most valuable and strongest brands - January
2020
MARSHALL, Tim. Prisioneiros da geografia: 10 mapas que explicam tudo o que você precisa saber
sobre política. Editora : Zahar; 1ª Edição, 2018
MÉDICI, Miriam de Cássia. Geografia: a nova ordem mundial: módulo 1: ensino médio. São Paulo:
Nova Geração, 2005. (Nova Geração)
SUPPO, Hugo R. A importância do chamado soft Power no paradigma realista clássico. Mural
Internacional v. 2, n. 2. 2011
XADREZ VERBAL: Repertório: Repertório #13 Elena Lazarou – Entrevistadores: Matias Pinto. Filipe
Figueiredo. Entrevistado: Elena Lazarou. Xadrez Verbal, 23/09/2020 Podcast. Disponível:
https://open.spotify.com/episode/0emCy7gEExiMTQ2gft2h6Q?si=jT60UKYWSKm2zi008t-Q7w.
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