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<3$S> intersaberes
R u a c l a r a
EDITORA Vendramin, 581 Mossunguê | C E P 81200-170 |Curitiba | PR | Brasil
intersaberes Fone: (41) 2106-41701 www.intersaberes.com | editora@editoraintersaberes.com.br
Conselho editorial Dr. Ivo José Both (presidente) I Dr* Elena Godoy i Dr. Neri dos
Santos iDr. Ulf Gregor Baranow \ Editora-chefe Lindsay Azambuja I Gerente
editorial Ariadne Nunes Wenger :| Preparação de originais Luiz Gustavo Micheletti
Bazana \ Edição de texto Arte e Texto Edição e Revisão de Textos |Floresval
Nunes Moreira Júnior || Capa Silvio Gabriel Spannenberg {design) | shevtsovy e
SergeyBitos/Shutterstock (imagens) || Projeto gráfico Sílvio Gabriel Spannenberg
Diagramação Maiane Gabriele de Araujo II Equipe de design Débora Gipiela |
Charles L. da Silva II Iconografia T8.G Serviços Editoriais | Regina Claudia Cruz
Prestes
Bibliografia.
ISBN 978-65-5517-006-1
20-34116 CDD-297
1* edição, 2020.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou
forma sem a prévia autorização da Editora InterSaberes.
7 | Apresentação
9 | Como aproveitar ao máximo este livro
43 | 2 A história de Maomé
44 | 2.1 A tradição oral, os povos árabes e o advento do islã
47 | 2.2 O profeta Maomé
49 | 2.3 As pregações em Meca
51 | 2.4 A voz no deserto e o recitar
54 | 2.5 As perseguições e a fuga para Yathrib
57 | 2.6 As primeiras guerras em defesa do islã
e a morte de Maomé
141 6 O i s l a m i s m o n a atualidade
142 6.1 O m u n d o islâmico na Idade Contemporânea
144 6.2 A doutrina do wahabismo
147 6.3 Os grupos extremistas no islã
157 6.4 Século X X I : os conflitos no Oriente Médio
161 6.5 O islamismo no Brasil
164 6.6 A diversidade no islã
1 Seu nome completo é Abu al-Qãsim Muhammad ibn Abd Allãh ibn Abd al-Mu|ialib ibn
Hãshim.
No Capítulo 4, analisamos a estrutura do Alcorão, as suratas
curtas e as longas, suas especificidades e a importância da tradição
do profeta e de seus companheiros para a elaboração das leis do
islamismo.
No Capítulo 5, tratamos do ciclo da vida islâmica, dando ênfase
à educação na prática dos preceitos da religião e na formação da
família, discutimos os cinco pilares do islamismo, suas caracte-
rísticas e aplicações na vida dos fiéis e tratamos da cosmogonia,
que abrange a crença em anjos, demónios, céu, i n f e r n o e juízo
final. Também discorremos sobre a cultura, a arte e a arquitetura
e os quatro lugares considerados mais sagrados para o islamismo.
N o Capítulo 6, d i s c u t i m o s a religião islâmica na Idade
Contemporânea, t r a t a n d o da relação do islã com a política no
Oriente Médio e com o Ocidente. Apresentamos a d o u t r i n a do
wahabismo, sobre a qual recai a ideologia do fundamentalismo que
move grupos extremistas. Discutimos como ocorreu a chegada dos
primeiros muçulmanos à América e ao Brasil, suas atividades e a
contribuição para o desenvolvimento do país. Por f i m , ressaltamos
a grande diversidade existente no m u n d o islâmico.
9
A HISTÓRIA E AS
S O C I E D A D E S DO O R I E N T E
MÉDIO PRÉ-ISLÂMICO
Introdução do capítulo
fiwrMn.fMi»nMnaim^lod»i.UMWinliiliJ*.OifP>wyn
Logo na abertura do capítulo,
i n f o r m a m o s os temas de estudo
e os objetivos de aprendizagem
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que serão nele abrangidos, fazendo
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fipn. . w H.|H.I.IM p » • CmranU h i l d • W i ú n . r .1
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A i chuva» i i . / . t i ... «W . . . . . . n , .v manada» dr
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dromedário» r u h m O* d r o m r d a n o i d r i r m p r i i h a m u m paprl
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Nrair • - p i ••<
: > tratante* d a i principal» civilii.ar.6n do O n c n l r
M r d i o • .uaa r a p e . , f k i d a . 1 . i c u l t u r a » • h a l o ™ » . : „ í o a r o . «
Síntese
d i a t u t i n d o * origem do* povoa que ha - . 1 j , mi 1 Mc»opo<ámia
r d r a c r r v r m o a . • - - i n . , , . 1 .1., . 1 : 1 1 . . . 1. p . ; 1 . *algum»dr Ao final de cada capítulo, relaciona-
mos as principais informações nele
aiprcloa n u l i ii' 1-.1 • - t h . -
Abordaroo* a formação do poso b r b r r u . m u l t a n d o alguiu.do*
ATIVIOADIS 0 1 AUTOAVALIAÇÀO
| A m a u antiga c o l e i i o d * i, lunditai .urgiu na
\lrkopot»ii,.a e c h i m . w
« Alrotio.
• ; Código d e H a m u r a b .
Código d e O i k o o
UiadeSõloo.
Atividades de
I. .....1)01- I.-...
I!
O faraó A m e n o * , t IV i n l r o d u i i u u m a reforma r r l i g n a a . r u l a h r
autoavaliaçào
an^onaonnteiamonoFgito impoannaNoaAaonetun.frr.u
a r a p > U l d o Novo I m p r o o p a t a a r e g i a * «V Aanarava. O g o v e r n e
Apresentamos estas questões obje-
draae faraó foi c o n u d e r a d o u m a « r i o politica « u e
- arudou a eetrutura t o n a l eigeule
tivas para que você verifique o grau
de assimilação dos conceitos exa-
•
deMitou a mlluriwia * . r . . , h . .
limitou o p e d e t d o a a e c e r d o t r *
minados, motivando-se a progredir
em seus estudos.
ATlVIDAOiS DI APHINDIZAGI M
0 u e i t o r t para r r A r i a o
O l e i t o a a r g u i r t r a i a d r a l g u m a * particularidade» d o d a ao
o u a l o profeta M a o m é pertencia I r i a r redita
BIBLIOGRAFIA COMENTADA
A Z E V E D O . M . S.de M u l M a t a U m t r a Jtviil-J.deeconvergência
t o m a eaptf d u a l i d a d e t m t l Kio de Janeiro V o c e a . 1 0 0 0
A obra aborda a mivnt a niariuca r evtabeuKf au<»*ricn < om a < n v t i
e a de outra) Wadicòei Traia d o * tuna. abordando voa h i U o n e e
fuMrana de « l a , e d e n a c a ponto* propicio» na * « * d a d r m o d r * «
para a w n e o i a ç . e o da revelação tejelrute por meto d o itufiamo.
Bibliografia comentada
com w a ( V n e n v i o a w r t x a . gawMular * «orar. «onal
Nesta seção, comentamos algumas
U U C A A U H X KM
obras de referência para o estudo
M a — » palavra de A i * T r a a V a o d r r ranço « r
I r a m T l a f i a d n I i r i i r i i C m l i i i j l i T t m i t i tt 1 rr*Ti r i
livro.
«a eneoe-M e a narrativa reme*em o te-ao» a o tempo * P arafclta
A HISTÓRIA E AS
S O C I E D A D E S DO O R I E N T E
MÉDIO PRÉ-ISLÂMICO
11
As civilizações mesopotâmicas
A. Mesopotâmia, termo antigo de origem grega, que significa "terra
entre rios", localiza-se entre os rios Tigre e Eufrates, com suas
12 A história e as sociedades do Oriente Médio pré-islâmico
F I G U R A 1 . 1 - Escrita cuneiforme
14 A história e as sociedades do Oriente Médio pré-islâmico
12
A civilização egípcia
O Egito Antigo foi uma civilização que surgiu em consequência das
primeiras habitações às margens do Rio Nilo. Para uma m e l h o r
compreensão da história do Egito Antigo, os pesquisadores dividem
seu processo de desenvolvimento em períodos. Suas organizações
sociais estavam divididas em duas porções políticas e geográficas:
o A l t o Egito, ao sul, com a coroa branca como símbolo do gover-
nante; e o Baixo Egito, ao norte, com a coroa vermelha, sendo a
junção das duas coroas a unificação.
17 A história e as sociedades do Oriente Médio pré-islâmico
Mar Mediterrâneo
•pamielta
Mar Morto
Ava ris
Cairo
Mônfi;
Dashur'
Deserto
BAIXO do Sinai
Heracleôpolis'
EGITO
Deserto
da Arábia
Quinta
/GebelBarkal GaÈÊnÈÊ
• Meroe
+
* Capital
E s c a l a aproximada N
• Cidade
1 :12.000.000
]] Terras cultiváveis 1 c m : 120 km
O
I I I I I I I I I
0 120 2 4 0 km
Projeçáo de Lambert
18 A história e as sociedades do Oriente Médio pré-islâmico
13
Os hebreus
A o r i g e m dos h e b r e u s e s t á g r a v a d a na T o r á , s e n d o A b r a ã o o
1
p r i m e i r o dos p a t r i a r c a s do p o v o . F i l h o de u m a r t e s ã o e c o m e r -
2
1A
Os persas
Nas montanhas a leste da Mesopotâmia desenvolveu-se a c i v i l i -
zação persa. Durante muitos séculos eles estiveram submetidos
aos impérios que se ergueram na região: o assírio e o babilónico.
Em 550 a.C., o rei C i r o e seus exércitos conquistaram a Babilónia.
Ciro libertou os povos escravizados e assumiu a administração
de todos os territórios da região, diferenciando-se pela tolerância.
Os governantes persas toleravam as diferenças entre os povos
conquistados, incorporavam seus costumes e suas técnicas e per-
m i t i a m os diversos cultos religiosos e idiomas em todo o território
dominado. Os reis dos povos conquistados recebiam u m a série
de regalias, como o governo de outras terras dentro do império.
Assim, os vencedores conseguiam cultivar a paz e distanciavam
sentimentos de vingança.
A dinastia da casa de Ciro consolidou o domínio persa e ficou
conhecida como Aquemênida, governando a Pérsia por trezentos
anos. Os povos cativos, como os hebreus e os fenícios, ao serem
libertos, contribuíam como reinos vassalos para a expansão persa.
O poder do império estava estruturado em seu poderoso exército,
constituído de u m contingente de soldados mercenários experien-
tes e que prestavam seus serviços militares em troca de pagamento.
27 A história e as sociedades do Oriente Médio pré-islâmico
MACEDÓNIA
.8 I • Cidade
o | | Pérsia primitiva Escala aproximada
3 1 :32.000.000
I I Consquista de Ciro. o Grande (550-529 a.C.) 1 cm : 320 km
! I | Consquista de Cambises (529-522 a.C.) I I l I I I I I I
j Consquista de Dario I. o Grande (522-488 a.C.) 0 320 640 km
I Projeçào de Lambert
— Estrada Real construída por Dario
15
O domínio romano e a ascensão
do cristianismo
O cristianismo formou-se de uma corrente religiosa messiânica
hebraica do século I , que t i n h a a crença de que o Messias estava
entre eles. Esse período c o i n c i d i u c o m a ocupação romana de
Jerusalém. Segundo os Evangelhos, Jesus pregava aos pobres e
realizou muitos milagres, como ressuscitar mortos, curar doentes
e m u l t i p l i c a r alimentos. Ele t i n h a uma grande sabedoria e con-
seguiu m u i t o s seguidores, entre os quais se destacaram doze
apóstolos.
30 A história e as sociedades do Oriente Médio pré-islâmico
3 Antes do cristianismo, o termo bispo era utilizado para designar administradores nos vários
âmbitos do sistema administrativo do Império Romano. Com a fundação da Igreja Católica,
passou a ser uma hierarquia específica da Igreja.
MAPA 1.5 - Viagens do apóstolo Paulo
CAPADÓCIA PONTICA
BITlNIAE PONTO
V ARMÊNIA
F , l , a
MACEDÓNIA ti?'
Pola MENOR
GALÁCIA
Bereia • T Uossafônica ^ V . L - —\
\ > . \1
\
ÉPIRO v
Troas ^
V7 Larissa* \
CAPADÓCIA
Mar I HW ' ^ Colossos,'
Tirreno
Derbe
Messma Mar ConntoX^ VAlai
,Alaioia CILICIA Selôucia • •Antioquia
Jónico ACAIA
SICILIA
• »- / Roctes*-
M Pafos
CRETA
4-
] Limites do Império Romano E s c a l a aproximada
1 : 19.500.000
• Primeira viagem
1 cm : 195 km
* Segunda viagem
I I I I I I I U
* Terceira viagem ) 195 390 km
Projecào de Lambert
• Viagem a Roma
ÓCotont*
Canbraiô-..''-.
. 0 ti*****™*
&uíb.X o M W o
Marseí
Sa a r m a * B
P a t o s * C**™ f SÍRIA
neto t * Damasco
16
As comunidades beduínas
e as tribos árabes
A transmissão do conhecimento por meio da oralidade era a p r i n -
cipal característica da civilização árabe pré-islâmica t i p i c a m e n -
te t r i b a l . Os homens que se destacavam na poesia e em outras
expressões orais t i n h a m grande prestígio e eram tratados com
m u i t o respeito. Os poetas distinguiam-se dos demais por serem
36 A história e as sociedades do Oriente Médio pré-islâmico
SÍNTESE
ATIVIDADES DE AUTOAVALIAÇÀO
1. A m a i s a n t i g a c o l e ç ã o de n o r m a s j u r í d i c a s s u r g i u na
Mesopotâmia e chama-se:
A] Alcorão.
B] Código de H a m u r a b i .
c] Código de Drákon.
D] Leis de Sólon.
E] Lei das Doze Tábuas.
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
2 1
A tradição oral os povos árabes #
e o advento do islã
Ao longo da história, a tradição oral foi o mecanismo mais u t i l i z a -
do para t r a n s m i t i r conhecimentos, costumes, religião, mitologia,
valores culturais, códigos éticos e morais e uma memória coletiva.
Ela permite conservar conhecimentos ancestrais e manter vivas
diversas culturas ao redor do m u n d o .
Essa transmissão, realizada verbalmente e absorvida por meio
da experiência auditiva de geração em geração, permite o fortaleci-
mento dos laços sociais e das estruturas comunitárias, o desenvol-
vimento dos processos de socialização e educação, a manutenção
de espaços de recreação cultural e o uso esmerado do idioma.
A transmissão verbal implica na transformação e na distorção
das informações com o passar do t e m p o e envolve a perda e o
acréscimo de conteúdo, que acaba se adaptando às livres i n t e r -
pretações e às necessidades da comunidade.
A tradição oral abarca uma grande variedade de formas, como
contos, provérbios, lendas, mitos e fábulas, sendo a poesia uma
das mais utilizadas para expor essa diversidade de expressões.
Essas modalidades de expressão transmitiam os ensinamentos
necessários, com conselhos que deveriam ser seguidos e p r o m o -
v i a m uma série de reflexões e indagações sobre as informações
transmitidas. Às histórias já existentes juntavam-se outras, c o m -
pletando sentidos e enriquecendo a tradição.
Personagens reais e imaginários eram retratados em lugares
concebidos pela memória e em tempos diversos. Essas vivências
eram utilizadas para a educação da gerações que se renovavam
e, como as tribos do deserto, os povos conseguiam manter suas
identidades baseadas na tradição.
Entre os povos árabes, optou-se mais pela experiência auditiva
porque eles consideram outras, como a visual, passíveis de ilusão
45 A história de Maomé
22
O profeta M a o m é
No f i m do século V I , houve e n f r e n t a m e n t o s no sul da Península
Arábica, p r i n c i p a l m e n t e e n t r e pagãos e cristãos, c o m d u r a s d e r -
rotas para os cristãos. E m 570, o r e i cristão G h e b r e - M e s k e l , r e i de
A x u m (558-584), i n i c i o u u m a c a m p a n h a c o m elefantes para ajudar
os cristãos e d i r i g i u - s e ao n o r t e para c o n q u i s t a r a cidade de M e c a ,
s i t i a n d o - a . N o e n t a n t o , segundo a crença á r a b e , Alá teria enviado
nuvens de pássaros que atacaram os soldados do exército etíope
e lhes j o g a r a m pedras, p r o v o c a n d o a fuga dos agressores. Esse
a c o n t e c i m e n t o f i c o u c o n h e c i d o c o m o Ano do Elefante.
A s u r a 105 c o n t a a h i s t ó r i a dos e l e f a n t e s de f o r m a r e s u m i -
da. A s p o m b a s s ã o d e n o m i n a d a s abadil. Nesse c e n á r i o , nasceu
M a o m é , e m 570, na t r i b o dos coraixitas. Ele pertencia à família
A s h i , a m e s m a A s h e m i t a que h o j e governa a J o r d â n i a . O pai de
M a o m é , A b d A l l a h i b n e A b d a l - M u t a l i b e , faleceu antes de o f i l h o
1 Para muitos judeus e muçulmanos, o cristianismo não é uma religião monoteísta, mesmo
sendo de origem abraâmica, em virtude de Jesus Cristo ser considerado um Deus no âmbito
daTrindade católica, divergindo da concepção judaica e islâmica da indivisibilidade de Deus.
48 A história de Maomé
23
As pregações em Meca
Em 500, Meca era uma das muitas cidades dispersas ao longo do
deserto na Península Arábica. Era u m centro comercial e religioso,
local de culto a vários deuses e onde havia u m a pedra negra que
se acreditava ser sagrada. Grandes levas de peregrinos rumavam
à cidade vindos de diferentes lugares para orar e meditar.
24
A voz no deserto e o recitar
Os islâmicos acreditam que Maomé, quando arrebatado, ouviu
a voz do arcanjo Gabriel, que se mostrou e apresentou-lhe uma
criatura chamada Buraque, com cabeça de mulher, corpo de cavalo
e asas de águia. Convidado a montar, Maomé teria voado para
o norte, passando pelas montanhas e por cima de Meca e ido pelas
areias do deserto em direção ao norte até chegar aos portões da
cidade de Jerusalém.
52 A história de Maomé
SULTAN MUHAMMAD. Ascensão de Mohammad ao céu. 1539-1543.1 guache e tinta sobre papel:
color.; 28,7 x 18,6 cm. Biblioteca Britânica, Londres.
25
As perseguições e a fuga
para Yathrib
Maomé ficou três anos pregando escondido em Meca. Teve êxito
entre alguns árabes que começaram a seguir seus ensinamentos
e proclamava a grandeza de Alá e rechaçavam a adoração a ídolos
de pedra. Conforme as pessoas acreditavam em Maomé, deixavam
de levar oferendas ao santuário de Meca, o que acarretava pre-
juízos aos chefes das tribos, que lucravam com as peregrinações
e os tributos.
55 A história de Maomé
2 Para alguns, M a o m é fugiu para não ser morto. Para outros, o profeta partiu porque não
poderia morrer enquanto não completasse sua missão, pois contava c o m a proteção de Alá.
56 A história de Maomé
M a o m é c o n t i n u o u r e c e b e n d o as revelações, u m t e r ç o delas
e m Meca e o restante e m M e d i n a . Nesta ú l t i m a cidade, v i v i a m
duas t r i b o s á r a b e s que l u t a v a m p o r terras e t r ê s c o m u n i d a d e s
judaicas que apoiavam u m a das t r i b o s , a de auws. M a o m é o r d e n o u
que as t r i b o s cessassem os c o n f l i t o s , convencendo-as de que seu
c o m p r o m i s s o deveria ser c o m o islã, e n ã o c o m a t r i b o .
Painel representando a mesquita de Medina (agora na Arábia Saudita). Corpo composto, revestimen-
to de silicato, esmalte transparente, pintado sob esmalte. Segunda m e t a d e do século XVII. Museu do
Louvre, Paris.
26
As primeiras guerras em defesa
do islã e a morte de Maomé
A influência de Maomé expandia-se pelo deserto e pelos oásis. Os
adversários coraixitas de Meca, porém, faziam de tudo para isolar
Medina, buscando controlar as rotas de comércio das caravanas,
inclusive desviando seus trajetos. Assim, a seca e a fome assolaram
os muçulmanos, que logo passaram a lutar pelo controle das rotas
de comércio, de modo que as relações entre as duas cidades santas
do islã se deterioraram.
Em 624, os líderes tribais de Meca confiscaram as proprieda-
des dos muçulmanos. Maomé, em represália, conduziu trezentos
guerreiros a u m assalto de caravanas de mercadores que v i n h a m
da Síria portando grande quantidade de ouro, mas os líderes já
esperavam o ataque, rechaçaram o exército de Maomé e praticaram
represálias contra os muçulmanos.
Em 13 de março de 624, em Badr, os grupos se enfrentaram. Os
agressores superavam em três vezes o exército de Maomé e t i n h a m
u m contingente de aproximadamente m i l soldados. C o n f o r m e
58 A história de Maomé
SÍNTESE 1
Neste capítulo, d i s c u t i m o s a i m p o r t â n c i a da o r a l i d a d e p a r a os
povos árabes, descrevemos como M a o m é se t o r n o u o profeta de Alá,
o único Deus c r i a d o r de todas as coisas, e c o m o , de f o r m a seme-
lhante aos judeus e cristãos, os árabes c o m e ç a r a m seu m o n o t e í s m o .
A n a l i s a m o s c o m o o c o r r e u a Hégira e sua i m p o r t â n c i a para
o início da e x p a n s ã o do i s l a m i s m o , b e m c o m o as estratégias de
defesa dos m u ç u l m a n o s , as novas c o n v e r s õ e s e a e n t r a d a t r i u n -
fante na cidade de Meca, c o n c l u i n d o c o m a m o r t e do p r o f e t a e a
sucessão na liderança do islã.
61 A história de Maomé
ATIVIDADES DE AUTOAVALIAÇÀO
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
A t i v i d a d e a p l i c a d a : prática
3 1
A escrita e a codificação
do Alcorão
A palavra árabe Al-Quran ou Alcorão, como é mais conhecida no
Ocidente, significa "recitação". Para os muçulmanos, o Alcorão é a
palavra de Deus, revelada por meio do arcanjo Gabriel a Maomé.
Este recebia as revelações à noite e, durante o dia, as explicava aos
fiéis, que tomavam notas, pediam explicações e esclareciam dúvidas.
Algumas f o r a m anotadas em papéis. A b u Baker, sucessor do
profeta entre 632 e 634, reuniu grandes coleções de textos das
revelações explicadas pelo profeta, a princípio organizadas em
muitas páginas não ordenadas cronologicamente e depois reunidas
em u m l i v r o de revelações. Nessas anotações, são identificadas
similitudes com histórias bíblicas, explicadas de f o r m a diferente
da do Antigo e do Novo Testamentos.
Conforme H a m i d u l l a h (1993, p. 36), os companheiros do p r o -
feta dedicaram-se às anotações e, posteriormente, à compilação
de aspectos da biografia de Maomé:
32
As religiões monoteístas,
o Alcorão e o islã
Para os muçulmanos, o islã é a última revelação, dirigida por Deus
ao profeta Maomé, e constitui o caminho para a redenção do mundo.
A Torá é considerada a primeira revelação, dirigida a Moisés, e, os
Evangelhos, a segunda revelação, feita a Jesus de Nazaré.
Para os judeus, a redenção será alcançada c o m a v i n d a do
Messias. Já para os cristãos, a redenção só será alcançada c o m
o retorno de Jesus, considerado o Messias, para salvar a alma dos
justos. E, para os muçulmanos, a redenção só se efetivará quando
o m u n d o aceitar as palavras do Alcorão.
O islã, quando comparado ao cristianismo, apresenta muitas
semelhanças, mas também diferenças significativas. E monoteís-
ta, mas rechaça o conceito da Trindade; considera boa parte do
Evangelho, mas o qualifica como difamador; e assegura que Jesus
foi somente u m profeta.
68 Do Alcorão oral ao escrito: o mundo islâmico
1 Para os judeus e os muçulmanos, Maria era mãe solteira, provavelmente uma prostituta.
70 Do Alcorão oral ao escrito: o mundo islâmico
33
A expansão islâmica
Após a morte de Justiniano, em 565, o Império Romano do Oriente
paulatinamente entrou em u m processo de retraimento, t o r n a n -
do-se incapaz de reconstituir posições estratégicas de poder no
M a r Mediterrâneo e no Ocidente. No início do século V I I , a defesa
do Oriente tornou-se u m problema, principalmente em relação
à disputa com o Império Persa Sassânida, m u i t o forte económica
e militarmente.
O p r i n c i p a l m o t i v o de conflitos era a região estratégica da
Mesopotâmia, no encontro com a Ásia Menor. O Império Persa
passava p o r u m m o m e n t o de v i t a l i d a d e , e m p r e e n d e n d o u m a
série de campanhas r u m o ao M a r Mediterrâneo. Entre 615 e 616,
os persas ocuparam terras sob domínio bizantino, como a Síria,
a Palestina e Jerusalém. É importante ressaltar que o Império Persa
não era cristão e sua religião oficial era o zoroastrismo.
72 Do Alcorão oral ao escrito: o mundo islâmico
34
A questão da sucessão
e as primeiras conquistas
Quando Maomé morreu, houve o problema da sucessão. Entre
seus seguidores destacavam-se três grupos distintos: os primeiros
companheiros do profeta, que participaram da Hégira e eram l i -
gados por endogamia; os homens que se aliaram a ele em Medina;
e os pertencentes às principais famílias de Meca, muitos dos quais,
convertidos posteriormente.
O escolhido para ser o primeiro califa foi Abu Bakr, que era
líder da comunidade, mas não era mensageiro de Alá. Governou
35
Os impérios Omíada e Abássida
O Império Omíada existiu de 661 a 750. A palavra omíada deriva
de u m ancestral chamado Umayya. A ascensão de Mu'awiya é vista
como o f i m de u m a fase da história islâmica, a dos R a s h i d u m ,
e início de outra, a hereditária, m o m e n t o em que o poder político
e religioso passou a ser exercido por sucessivas dinastias.
77 Do Alcorão oral ao escrito: o mundo islâmico
As cidades do leste d e m o n s t r a v a m m a i s f o r ç a e d e s e n v o l v i -
m e n t o que a p r ó p r i a S í r i a , c a p i t a l do i m p é r i o , e as cidades do
I r a q u e evoluíam r a p i d a m e n t e p o r conta da g r a n d e q u a n t i d a d e
de i m i g r a n t e s que chegava do Irã e da Península Arábica. Novas
cidades s u r g i r a m com m a i o r concentração de árabes que Damasco.
O m e s m o aconteceu no C u r a s ã o e no I r ã , r e g i õ e s de e x p a n s ã o
islâmica na Ásia C e n t r a l , c o m considerável população á r a b e que
c o n v i v i a c o m os i r a n i a n o s .
O c r e s c i m e n t o da c o m u n i d a d e m u ç u l m a n a nas províncias do
O r i e n t e c r i o u t e n s õ e s e, e n t r e os c o n v e r t i d o s ao islã, h a v i a u m
r e s s e n t i m e n t o c o n t r a os privilégios fiscais concedidos aos m u -
ç u l m a n o s de o r i g e m á r a b e . Os c o n v e r t i d o s l i g a r a m - s e aos líderes
t r i b a i s árabes, pois os exércitos v i n d o s da Arábia t r a z i a m consigo
lealdades t r i b a i s .
M u i t o s grupos estavam descontentes e, no século V I I I , os o m í a -
das várias vezes t e n t a r a m c o n t r o l a r os m o v i m e n t o s de o p o s i ç ã o ,
mas seus opositores g a n h a v a m f o r ç a , até que e m 740 o i m p é r i o
e n t r o u e m u m a guerra c i v i l na q u a l vários g r u p o s u n i r a m - s e e m
u m a coalizão, c o m objetivos d i f e r e n t e s , mas c o m u m s e n t i m e n t o
c o m u m de o p o s i ç ã o , sendo m a i s f o r t e s nas regiões o r i e n t a i s do
i m p é r i o , p r i n c i p a l m e n t e no Curasão e no Irã, o n d e o s e n t i m e n t o
dos partidários de A l i estava a m p l a m e n t e d i f u n d i d o .
E m 750, a g u e r r a c i v i l n o c a l i f a d o o m í a d a d e u o r i g e m à
R e v o l u ç ã o A b á s s i d a , que r e i v i n d i c a v a a l e g i t i m i d a d e do c a l i f a .
Este, ao contrário dos outros líderes, não era escolhido pela opinião
p o p u l a r ou p o r chefes c o m u n i t á r i o s respeitados.
E n t r e os líderes do m o v i m e n t o estava u m descendente do p r o -
feta M a o m é , A b o u l Abbas, que o r g a n i z o u u m a múltipla oposição
e d e r r u b o u os o m í a d a s , t r a n s f e r i n d o a c a p i t a l do i m p é r i o para o
local o n d e m a i s t a r d e seria f u n d a d a a cidade de Bagdá.
80 Do Alcorão oral ao escrito: o mundo islâmico
Is
36
A luta pela conquista
de Jerusalém
A cristandade europeia se c o n f r o n t a v a sempre c o m o m u n d o
oriental. O Império Bizantino, conhecido como Império Romanodo
Oriente, que durou séculos depois da queda de Roma, conseguiu,
com grande resistência, sobreviver diante dos contrastes, das
guerras e das populações bárbaras nómades.
O Império Bizantino, com capital em Constantinopla e tendo
sob seu domínio Bulgária, Roménia, Peloponeso, Lática, Grécia,
Macedónia e Anatólia Ocidental, entre outras regiões, conseguiu
sobreviver apesar das tensões c o m os v i z i n h o s . O império era
multiétnico e multicultural. Ao mesmo tempo que esses elementos
constituíam uma riqueza, também representavam u m ponto de
fraqueza e tensão. C o m os trâmites comerciais e as relações esta-
belecidas entre esses povos, as tensões diminuíram e as populações
v i v i a m momentos de paz.
Outro aspecto que evidencia a debilidade do Império Bizantino
era o grande custo económico para manter sua infraestrutura e,
sobretudo, os custos militares para resistir à presença dos turcos
seljúcidas, povo de o r i g e m caucasiana e persa, c o n v e r t i d o ao
islamismo, com tradição guerreira nómade, que ganhou poder
com a queda do califado abássida e tinha u m projeto de expansão
para o Oriente, o M a r Negro, o Estreito de Dardanelos, o M a r Egeu,
a Península da Anatólia e o Império Bizantino.
Cristãos e m u ç u l m a n o s v i v i a m e m constante contato e co-
mercializavam e m todo o M a r Mediterrâneo e nas ramificações
da Rota da Seda e de outras rotas de comércio entre o Oriente e
o Ocidente. Nessa perspectiva, f o r a m duas grandes civilizações
que se c o n f r o n t a r a m . Os islâmicos, nos séculos IX, X e X I , eram
mais ricos em comércio e tecnologicamente mais avançados que
84 Do Alcorão oral ao escrito: o mundo islâmico
i* E v e n t o ocorrido e m 1054, conhecido como Grande Cisma, e m que ocorreu a cisão da Igreja
Católica Apostólica R o m a n a , dando origem à Igreja Ortodoxa G r e g a .
85 Do Alcorão oral ao escrito: o mundo islâmico
Primeira Cruzada
Segunda Cruzada
- — Terceira Cruzada
Quarta Cruzada
. . . . . . . primeira Cruzada
de Luis IX
. . . . . . . Segunda Cruzada
de Luis IX
4.
Limites da época
Escala aproximada
1 :34.500.000
1 cm : 345 km
I I I I I I I I I
J" REINO DE 0 345 690 km
Atexandn^ D a m w a JERUSALÉM Projeção Policónica
CALIFADO «Cairo
DOCA.RO
J
Fonte: Abril, 1978, p. 24, v. 1, pt. 2.
88 Do Alcorão oral ao escrito: o mundo islâmico
S Í N T E S E
Neste capítulo, vimos que Maomé não deixou nada escrito e que isso
se tornou u m desafio para seus sucessores, que receberam o título
de califa. Estes, nos t r i n t a anos seguintes, expandiram o islã até
o Egito, a Mesopotâmia, a Síria e outras regiões ao redor. A tomada
de Jerusalém foi m u i t o significativa, pois o próprio Maomé havia
elegido, assim como os judeus e os cristãos, a cidade como santa . 5
ATIVIDADES DE A U T O A V A L I A Ç À O
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
4 1
A importância do conhecimento
(Hm)
O Um é u m termo difícil de ser traduzido, mas pode ser entendido
como "a verdade é uma", sendo seu conceito interpretado como
a elevação em muitos graus realizada por Alá para os que crêem
e percebem a realidade por meio das ferramentas do saber, do
conhecimento.
Segundo Sardar e Malik (1994, p. 58), "o estabelecimento da
justiça em todas as esferas do comportamento humano requer
um certo grau de conhecimento, Um". Adquirimos conhecimentos
por meio da inteligência, dos sentidos e do coração. No islamismo,
o Um é a verdade concebida no Alcorão, são os conhecimentos
espirituais e religiosos das dádivas provenientes de Alá. Tudo isso
está apontado no Alcorão, sendo o objetivo humano compreender
a criação e os semelhantes.
O profeta, em suas súplicas, pediu ao Criador o aumento do Um,
sendo orientado pelos anjos mensageiros para que se dedicasse
ao estudo e à recitação dos conhecimentos adquiridos.
O ser humano nasce com uma espécie de linguagem universal
e, mesmo com inúmeros idiomas, a comunicação é possível por
meio de mecanismos próprios dessa linguagem, sendo a intimidade
desses mecanismos conhecida somente por Alá.
O conhecimento acompanha o ser humano durante u m perío-
do de tempo, considerado efémero e limitado. Com a velhice e a
morte, o conhecimento se extingue. Ao sermos concebidos por Alá,
em nossas mães, não sabemos nada e adquirimos conhecimentos
por meio do saber, da inteligência, do intelecto, dos sentidos e do
coração. Para os islamitas, essa definição serve para perceber que
o Um é a verdade em todo o Alcorão.
No islamismo, o conhecimento está presente desde o nas-
cimento, pois, mergulhados na vida, os seres humanos passam
96 Estrutura do Alcorão e vertentes do islamismo
42
O Alcorão e sua estrutura:
as suratas curtas e as longas
Assim como os livros sagrados do judaísmo e do c r i s t i a n i s m o ,
o Alcorão está d i v i d i d o em capítulos (suras) e versículos (ayat/
sinais), totalizando 114 capítulos e 6.236 versículos, com mais de
77 m i l palavras e mais de 340 m i l letras. Os capítulos não são siste-
matizados cronologicamente de acordo com as revelações, sendo
a sura 96 e os ayats de 1 a 5 os p r i m e i r o s revelados e os últimos,
o capítulo 2 e o versículo 279.
Os versos corânicos estão categorizados na diferenciação dos
poemas mecanos (Meca) e medinenses (Medina). O profeta Maomé
recebeu o Alcorão p o r u m período de 23 anos, sendo 13 deles em
Meca e os outros 10 em Medina. A situação dos muçulmanos em
Meca era m u i t o diferente dos de Medina. Em Meca, eles estavam
enfraquecidos, desamparados e à mercê de u m a entidade bem
mais potente: os coraixitas.
Em Meca, a lei do islã ainda não havia sido revelada e as orações
foram propriamente ordenadas no f i m da fase mecana. Conforme
Delcambre (1991, p. 130), "As suras do fim do Alcorão, as mais curtas,
são as mais antigas. Foram quase todas reveladas em Meca, q u a n -
do Maomé estava rodeado do capitalismo dos mercadores e por
vezes mesmo do ódio dos seus íntimos, como Abu-Lahad, seu tio".
Foram reveladas leis posteriormente declaradas j u r i d i c a m e n -
te válidas e, assim, criou-se u m a legislação. O Alcorão aborda o
envolvimento político e m i l i t a r dos muçulmanos, sendo as rea-
lidades em Meca e Medina bem diferentes. Portanto, não é de se
estranhar que o tipo de revelação e o conteúdo sejam diferentes
nas duas cidades.
Essa sabedoria de categorização dos versos tem como base a l o -
calidade das revelações. As suratas i n f o r m a m sobre a localização
e o m o m e n t o exato da revelação.
98 Estrutura do Alcorão e vertentes do islamismo
Os c o m p a n h e i r o s do p r o f e t a estavam v i v o s q u a n d o o Alcorão
f o i revelado e eles f o r a m t e s t e m u n h a s das revelações, t e n d o a f i r -
mado, muitas vezes de m a n e i r a explícita, onde e quando as suratas
f o r a m reveladas.
As suratas mecanas t ê m u m t e m a c o m u m : o apelo à p u r a a d o -
r a ç ã o a Alá, a f u n d a ç ã o de u m a base teológica, a c o n f i r m a ç ã o das
v i d a s sucessivas, a descrição do dia do juízo final, do i n f e r n o , do
paraíso, da r e s s u r e i ç ã o , dos anjos e da história do p r o f e t a , a l é m
da f u n d a ç ã o de u m a m o r a l i d a d e sobre u m a base m u i t o a m p l a ,
sem decretos específicos, e a história das g e r a ç õ e s precedentes.
Essas suratas c o n t ê m p r o m e s s a s e s ã o g e r a l m e n t e m a i s curtas
e c o m u m a d e s e n v o l t u r a m a i s i m e d i a t a , a l é m de ter m a i s tharguib
wa tharhib ( t e m o r da punição de Alá e o desejo de receber a graça).
As revelações medinenses s ã o u m sistema de leis que r e g u l a m
o indivíduo, a sociedade, a família e as r e l a ç õ e s i n t e r n a c i o n a i s .
E x o r t a m à p e r f e i ç ã o nos r i t u a i s de a d o r a ç ã o , c o m detalhes das
leis para as rezas, e c o n v o c a m os fiéis a fazer sacrifícios e a se e n -
gajar na guerra c o n t r a os i n i m i g o s , a l é m de t r a t a r de temas c o m o
h e r a n ç a , m a t r i m ó n i o , divórcio e das d i s c u s s õ e s e n t r e judeus e
cristãos. S ã o reflexões sobre a i n t r i g a e a natureza m a l v a d a dos
seres h u m a n o s e acerca das c a r a c t e r í s t i c a s dos hipócritas, que se
c a r a c t e r i z a m , e m suas revelações, p o r apresentar versetos longos
c o m u m a eloquência d i f e r e n t e .
1 Em sua peregrinação anual à Caaba, Maomé proferiu seu último sermão, em 632.
99 Estrutura do Alcorão e vertentes do islamismo
grafia do profeta.
Nos versos mecanos, Alá consola o profeta por certos eventos,
enquanto nos medinenses o consola p o r outros m o t i v o s . Esse
estudo p e r m i t e conhecer como f o i fundada a religião islâmica,
iniciando pela moralidade e pela teologia para compreender sua
jurisprudência.
Os muçulmanos, ao estudarem o islamismo, também seguem
esse processo. I n i c i a m com a teologia, seguida da moralidade e,
depois, analisam aspectos legais d o islã, ao mesmo t e m p o que
praticam a religião.
43
A tradição islâmica: o Hadith
e a Sunna
T u d o o que f o i d i t o pelo p r o f e t a e m relação ao islã é p a r t e da r e -
velação, pois ele estava i n s p i r a d o p o r Alá para d i z e r o que disse
e fazer o que fez. Desse m a n e i r a , a Sunna está d i v i d i d a e m meten
(texto) e snadh (cadeia de t r a n s m i s s ã o ) e pode ter sido t r a n s m i t i d a
de M a o m é até a última pessoa que relatou ou o contrário, da última
pessoa que r e l a t o u passando p o r todas aquelas que a escutaram
até chegar à o r i g e m . De acordo c o m H u s a i n (1999, p. 18):
45
A vertente shiita
Após a morte de Maomé, seus companheiros mais próximos t i v e -
ram problemas com a sucessão do posto de líder da religião, que
f o i concedido aos familiares do profeta, os mesmos que o h a v i a m
seguido desde os primórdios do islã. A b u Bakr, pai de Aisha, sua
terceira esposa, foi o p r i m e i r o a ser escolhido como califa. Aisha
conseguiu manter unidas as tribos que j u r a r a m fidelidade ao islã.
Com a morte de Bakr, assumiu seu outro sogro, Umar i b n al-Katab,
que expandiu o islamismo em boa parte do Oriente Médio.
Entre seus feitos, Umar r e u n i u diversos eruditos e compilou
os ensinamentos de Alá revelados para Maomé. Os outros califas
foram Umar ibn A b d al-Khattab, Uthman ibn Affan e A l i ibn Talibe.
Este último era filho de criação, p r i m o e genro de Maomé, casado
com sua filha Fátima. Todos esses califas pertenciam aos coraixitas.
Alguns fiéis entendiam que o substituto do profeta deveria ser
u m descendente direto de Maomé. O escolhido foi A l i , que ocupava
o quarto lugar na sucessão. De acordo com Jafri (1990, p. 119):
4 6
Outras vertentes: kharijitas #
sufistas e sunitas
C o m a a r b i t r a g e m de trégua da guerra c i v i l pela liderança do islã,
os k h a r i j i t a s afastaram-se de A l i , pois c o n s i d e r a v a m que a d i g n i -
dade do califa origina-se na ummah ( c o m u n i d a d e ) , que deve eleger
o m a i s h o n r a d o e fiel e n t r e seus seguidores. De acordo c o m D o i
(1990, p . 112):
Os k h a r i j i t a s a c r e d i t a m q u e o m u ç u l m a n o que se afasta do
A l c o r ã o deixa de ser m u ç u l m a n o e que m e s m o u m c a l i f a , q u a n d o
p r o f a n a , deve ser d e s t i t u í d o . Esse p e n s a m e n t o r e s u l t o u n o as-
sassinato de A l i por u m m e m b r o dessa v e r t e n t e e m 661, após ser
considerado c u l p a d o .
Para os k h a r i j i t a s , a r i g o r o s i d a d e no c u m p r i m e n t o dos p r e c e i -
tos c o r â n i c o s e s t á relacionada à h a r m o n i a e à tolerância a outras
religiões. A m a i o r parte dos k h a r i j i t a s vive e m O m ã , u m s u l t a n a t o
g o v e r n a d o pelo k h a r i j i s m o .
Os sufistas d e f e n d e m a rendição c o m a m o r a Alá e a prática
dos c o n h e c i m e n t o s c o r â n i c o s , com m é t o d o s , f o r m a s e r i t o s p r ó -
p r i o s d e d i c a d o s às q u e s t õ e s do e s p í r i t o , à p u r i f i c a ç ã o da a l m a ,
à m e t a f í s i c a , à i n t e r p r e t a ç ã o i n t e r i o r dos preceitos i s l â m i c o s e à
relação c o m o Cosmo.
O sufismo surgiu no século V I I I entre u m pequeno grupo de fiéis
que se v e s t i a m de lã b r a n c a c o m o m a n e i r a de ressaltar sua p u -
reza. E m á r a b e , suf significa "lã", o que remete à ideia de p u r e z a .
Os sufistas (do á r a b e safawah = eleitos) são d u r a m e n t e c r i t i c a d o s
e perseguidos pelos i s l â m i c o s radicais, n ã o sendo considerados
muçulmanos.
Os s u n i t a s , de m a n e i r a oposta aos shiitas, a c r e d i t a m na p o s s i -
bilidade de contato entre os muçulmanos e Alá sem intermediários
c o m o os i m ã s o u os aiatolás. D o i (1990, p. 106) observa que:
SÍNTESE
ATIVIDADES DE AUTOAVALIAÇÀO
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
"A Shariah também prevê uma sociedade livre, uma sociedade capaz
de autodeterminação e responsável por seus próprios recursos.
[...] O desenvolvimento da autoconfiança, da autossuficiência e do
autorrespeito, tanto individual como coletivamente, são essenciais
para u m a sociedade que funciona com base na Shariah". (Sardar;
M a l i k , 1994, p. 63)
51
Educação e sexo: o conceito
islâmico de vida
Para o islamismo, a vida é o grande presente dado por Alá, sendo
dever de todo ser humano agradecer pelo dom da vida, que vem da
dignidade do Criador e, por isso, merece respeito. Assim, quando
115 O ciclo da vida islâmica, a profissão de fé, a cultura ea cosmogonia
52
Os cinco pilares do islamismo:
a profissão islâmica de fé
O islã foi edificado sobre cinco pilares. O H a d i t h , que é t r a n s m i -
tido pelos mestres das escolas Buhari e M u s l i m , i n s t i t u i os cinco
pilares da fé islâmica, entendidos como a base do islã, pois neles
o mensageiro de Alá menciona a edificação da estrutura dessa
religião. Sardar e M a l i k (1994, p. 52) observam que:
119 O ciclo da vida islâmica, a profissão de fé, a cultura ea cosmogonia
A l F a t i h a (A A b e r t u r a ) :
2
53
A Jihad
A Jihad, que pode ser traduzida como "esforço", é u m dos conceitos
mais m a l interpretados do i s l a m i s m o , t a n t o pela c o m u n i d a d e
islâmica como pelos demais povos. Constitui u m grande equívoco
traduzir a palavra como "guerra santa", pois no Alcorão, de acordo
com as palavras do profeta Maomé, o termo não é empregado nesse
sentido. Na história de Maomé, na p r i m e i r a década da revelação
125 O ciclo da vida islâmica, a profissão de fé, a cultura ea cosmogonia
54
A crença islâmica: os anjos e
demónios (génios), a predestinação,
o inferno e o juízo final
Além da crença nos anjos, os muçulmanos acreditam na existência
dos génios, uma terceira forma de criação. Os humanos foram
criados do barro argiloso e maleável (Alcorão 15,26), os anjos o r i -
ginam-se da luz e os génios, do fogo. A palavra génio vem de al jinn.
127 O ciclo da vida islâmica, a profissão de fé, a cultura e a cosmogonia
as h a b i t a n t e s m a j o r i t á r i a s do i n f e r n o p o r q u e p r a g u e j a m m u i t o
e s ã o ingratas q u a n d o recebem bons t r a t o s .
Como no purgatório cristão, o Jahannam é u m lugar para expiar
os pecados e l i m p a r a a l m a e n t r e o d i a da m o r t e e a r e s s u r r e i ç ã o .
A l i , m u i t o s pecados serão apagados pela graça de Alá para p o d e r
a l c a n ç a r o Yanna, o paraíso recuperado no j u í z o f i n a l .
A v i d a terrena é preparatória para a próxima existência e cons-
t i t u i u m a p r o v a i n d i v i d u a l . C h e g a r á u m dia e m que o u n i v e r s o
será destruído e m sua t o t a l i d a d e , os m o r t o s serão ressuscitados
e as pessoas serão castigadas ou recompensadas por Alá de acordo
c o m suas c r e n ç a s e ações.
Esse d i a será o c o m e ç o de u m a n o v a v i d a que n ã o terá f i m . A s
pessoas que m o r r e m crendo que só existe u m Deus verdadeiro, Alá,
c r i a d o r do céu e da Terra, e que M a o m é é seu m e n s a g e i r o serão
recompensadas e levadas ao paraíso n o dia do j u í z o f i n a l .
Aqueles que c r ê e m e p r a t i c a r a m boas ações serão r e c o m p e n -
sados c o m o paraíso e e s t a r ã o na e t e r n i d a d e , e n q u a n t o as pessoas
que não a c r e d i t a m e m Alá e e m seu mensageiro serão castigadas,
perderão o paraíso para s e m p r e e h a b i t a r ã o o i n f e r n o .
55
Cultura, arte e arquitetura
islâmica
A ciência e a t é c n i c a t ê m g r a n d e i m p o r t â n c i a na c u l t u r a islâmica
e desenvolveram-se p r i n c i p a l m e n t e na Idade Média. No contexto
político e religioso da e x p a n s ã o m u ç u l m a n a , a civilização teve seu
apogeu e n t r e os séculos X e X I I I , sendo esse período c o n h e c i d o
c o m o idade de ouro da c i ê n c i a á r a b e . Seu d e s e n v o l v i m e n t o i n i -
ciou-se na cidade de Damasco dos últimos o m í a d a s e p r i m e i r o s
abássidas. Isso se deve, s o b r e t u d o , à apreciação e à t r a d u ç ã o de
u m a q u a n t i d a d e massiva de obras da A n t i g u i d a d e que t r a t a v a m
de temas como matemática, a s t r o n o m i a , física e medicina, além de
131 O ciclo da vida islâmica, a profissão de fé, a cultura e a cosmogonia
56
Os lugares sagrados do islã
O lugar mais sagrado do islã é a Caaba, localizada na cidade de
Meca (Figura 5.1), a primeira mesquita construída para a adoração
de Alá. Essa construção iniciou-se com um milagre: foi o lugar em
que o profeta Abraão, Ismael e sua mãe estavam a ponto de morrer
133 O ciclo da vida islâmica, a profissão de fé, a cultura ea cosmogonia
SÍNTESE
ATIVIDADES DE AUTOAVALIAÇÀO
A] b, c, a, d, e.
B] c,a, e,d,b.
c] e, d, c, a, b.
D] a, e, d , b , c.
E] d, b, e, c, a.
140 O ciclo da vida islâmica, a profissão de fé, a cultura e a cosmogonia
ATIVIDADES DE A P R E N D I Z A G E M
Questões para r e f l e x ã o
C o m base no t e x t o , responda:
A t i v i d a d e aplicada: prática
1. V i s i t e , e m sua c i d a d e , u m c e m i t é r i o , i s l â m i c o o u c o m u m , e
d e s c u b r a se e x i s t e m t ú m u l o s p e r t e n c e n t e s a m u ç u l m a n o s .
Elabore u m t e x t o descrevendo as c a r a c t e r í s t i c a s observadas
e c o m p a r a n d o - a s c o m as de t ú m u l o s pertencentes a pessoas
de outras religiões.
O ISLAMISMO
NA A T U A L I D A D E
6 1
0 mundo islâmico na Idade
Contemporânea
Nos períodos entreguerras, foi possível observar duas atitudes
entre os países islâmicos: as modernizadoras e as laicizantes, estas
últimas visando aproveitar alguns dos avanços económicos, sociais
e políticos dos países ocidentais. O primeiro modelo foi o da Turquia,
surgido após a Primeira Guerra Mundial, em que Mustafah Kemal
Ataturk instituiu a separação entre religião e Estado e substituiu
o islamismo pelo nacionalismo (Erickson, 2013).
Ataturk resgatou uma Turquia falida, recuperou territórios na
Anatólia e fundou uma república laica, assumindo uma estratégia
modernizadora. Ele acreditava que o mundo islâmico estava f i -
cando para trás e concluiu que a forma de prosperar era, em certa
medida, ocidentalizar os países islâmicos e imitar os costumes
e as legislações dos países ocidentais, deixando o mundo islâmico
mais aberto.
Entre suas medidas modernizadoras, acabou com a autoridade
do sultão, incluiu a língua árabe como oficial do Estado, restrin-
gindo sua utilização às funções religiosas, valorizou a língua turca
e adotou o alfabeto latino (Erickson, 2013).
Depois da Segunda Guerra Mundial, o governante egípcio
Gamai Abdel Nasser criou a ideologia do pan-arabismo, que buscava
instituir u m grande Estado ou uma federação de países árabes.
O elemento aglutinador seria u m inimigo comum, o Ocidente,
especialmente o Estado de Israel, com características socialistas
e a religião islâmica como identidade cultural. Esse modelo foi
exportado com êxito para a Síria e o Iraque (El-Sadat, 1985).
Pretendia-se criar um Estado tradicional e fundamentalista,
sob a justificativa de que a posição subordinada dos países ára-
bes era consequência do fato de haver abandonado os princípios
islâmicos. O pan-arabismo rechaçava violentamente as formas
143 O islamismo na atualidade
1 Disputa ideológica, tecnológica e militar entre os Estados Unidos e a União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas ( U R S S ) .
144 O islamismo na atualidade
62
A doutrina do wahabismo
Temendo a contestação dos shiitas e a efervescência dos pensadores,
em 1019, Al-Qadir, o califa abássida de Bagdá, obrigou a leitura
em todas as mesquitas de uma profissão de fé que fixava u m credo
oficial e proibia a exegese do Alcorão. Segundo a expressão sagrada
145 O islamismo na atualidade
3 Seres celestiais antropomórficos, jovens virgens concebidos por Alá para a felicidade daqueles
que possuem merecimento.
147 O islamismo na atualidade
63
Os grupos extremistas no islã
E possível identificar o início de ações terroristas no século XX -
praticadas por sauditas já em 1925 - massacrando muçulmanos
considerados apóstatas e destruindo inúmeros sítios arqueológicos.
148 O islamismo na atualidade
65
O islamismo no Brasil
Segundo a crença islâmica, antes mesmo da chegada dos primeiros
europeus à América, os muçulmanos já haviam estado no conti-
nente americano. O historiador muçulmano Abu al-Hasan Ibn Ali
al-Massudi relatou, em seu livro Os prados de ouro e pedreiras de gemas,
que u m aventureiro de Córdoba chamado Al Kashkash ibn Said
Ibn A l Asuad cruzou o Mar das Trevas com seus companheiros
5
6 Comerciantes itinerantes.
164 O islamismo na atualidade
66
A diversidade no islã
O islamismo está em constante expansão e pessoas no m u n d o
inteiro buscam a conversão. Pessoas de diversas culturas e n t r a m
em contato com o Alcorão e passam a viver em simbiose com suas
culturas tradicionais. Isso gera u m a grande diferenciação entre
os muçulmanos, sobretudo na língua e nos hábitos. Esses povos
modicaram as tradições de seus antepassados, conservando alguns
aspectos, como a culinária, o modo de vestir e outras maneiras de
viver com os valores adicionais da religião islâmica.
A grande diversidade étnica entre os seguidores do islamismo
parece mais perceptível principalmente na Indonésia, no Paquistão
e na Africa Subsaariana. No Irã, os povos são muçulmanos shiitas
e majoritariamente persas, falam o persi e a língua árabe, assim
como os povos habitantes do Tajiquistão.
165 O islamismo na atualidade
SÍNTESE
ATIVIDADES DE AUTOAVALIAÇÀO
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
A t i v i d a d e aplicada: prática
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6 mar. 2020.
Capítulo 1 Capítulo 4
ATIVIDADES DE AUTOAVALIAÇÀO ATIVIDADES DE AUTOAVALIAÇÀO
1. d 1. c
2. e 2. b
3. c 3. c
4. d 4. b
5. a 5. c
Capítulo 2 Capítulo 5
ATIVIDADES DE AUTOAVALIAÇÀO ATIVIDADES DE AUTOAVALIAÇÀO
1. b 1. c
2. d 2. b
3. e 3. c
4. a 4. e
5. b 5. a
Capítulo 3 Capítulo 6
ATIVIDADES DE AUTOAVALIAÇÀO ATIVIDADES DE AUTOAVALIAÇÀO
1. e 1. c
2. b 2. c
3. e 3. e
4. b 4. b
5. a 5. a
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