Você está na página 1de 6

A DIGNIDADE HUMANA

A Dignidade Humana

A dignidade da pessoa humana é um conceito extremamente abrangente 1, desta forma, existe uma
grande dificuldade de se formular um conceito jurídico a respeito. Sua definição e delimitação são am-
plas, haja vista englobar diversas concepções e significados. Seu sentido foi sendo criado e compre-
endido historicamente como valor, preexistiu ao homem.

Nesse sentido, podemos afirmar que nunca houve uma época em que o homem esteve separado de
sua dignidade, mesmo que ainda não a reconhecesse como um atributo ou como uma qualidade inata
da pessoa.

A dignidade é um atributo humano sentido e criado pelo homem; por ele desenvolvido e estudado,
existindo desde os primórdios da humanidade, mas só nos últimos dois séculos percebido plenamente.
Contudo, apesar de que quando o ser humano começou a viver em sociedades rudimentares organi-
zadas a honra, a honradez e a nobreza já eram respeitadas por todos do grupo, o que não era percebido
e entendido concretamente, mas geravam destaque a alguns membros.

Plácido e Silva consigna que:

“dignidade é a palavra derivada do latim dignitas (virtude, honra, consideração), em regra se entende
a qualidade moral, que, possuída por uma pessoa serve de base ao próprio respeito em que é tida:
compreende-se também como o próprio procedimento da pessoa pelo qual se faz merecedor do con-
ceito público; em sentido jurídico, também se estende como a dignidade a distinção ou a honraria con-
ferida a uma pessoa, consistente em cargo ou título de alta graduação; no Direito Canônico, indica-se
o benefício ou prerrogativa de um cargo eclesiástico.2

Esta base moral que o autor se refere é o norteador que vai dar a pessoa o direcionamento a ser
seguido, suas atitudes serão referenciadas neste balizador, afinal todo ser humano busca o respeito e
o reconhecimento por partes dos seus semelhantes.

O valor da dignidade da pessoa humana resultante do traço distintivo do ser humano, dotado de razão
e consciência, embora tenha suas raízes no pensamento clássico, vincula-se à tradição bimilenar do
pensamento cristão, ao enfatizar cada Homem relacionado com um Deus que também é pessoa. Dessa
verdade teológica, que identifica o homem à imagem e semelhança do Criador, derivam sua eminente
dignidade e grandeza, bem como seu lugar na história e na sociedade. Por isso, a dignidade da pessoa
humana não é, no âmbito do Direito, só o ser humano é o centro de imputação jurídica, valor supremo
da ordem jurídica.

O reconhecimento e a proteção da dignidade da pessoa humana pelo Direito é resultado da evolução


do pensamento humano.

O postulado da dignidade da pessoa humana sempre existiu acoplado à existência humana, se hoje,
ainda, algumas culturas não o reconhecem como tal, isso não impede que, fora do conhecimento de
cada cultura, esse conceito já não estivesse presente na consciência humana.

A Constituição Federal de 1988 traz como fundamentos da República Federativa do Brasil e conse-
quentemente, do Estado Democrático de Direito, a dignidade da pessoa humana.

É o que dispõe o art. 1º, III da Constituição Federal:

“A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Dis-
trito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

III – a dignidade da pessoa humana.”

O avanço que o Direito Constitucional apresenta atualmente é resultado, em parte, da afirmação dos
direitos fundamentais como núcleo da proteção da dignidade da pessoa e da visão de que a Constitui-
ção é o local adequado para positivar normas asseguradoras dessas pretensões.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
A DIGNIDADE HUMANA

Seguem juntos no tempo o reconhecimento da Constituição como norma suprema do ordenamento


jurídico e a percepção de que os valores mais caros da existência humana merecem estar resguarda-
dos em documento jurídico com força vinculativa máxima, ilesa às maiorias ocasionais formadas no
calor de momentos adversos ao respeito devido ao homem.

Foi a partir da Constituição Federal de 1988 que os direitos fundamentais tiveram um avanço significa-
tivo, estes passaram a ser tratados como núcleo da proteção da dignidade da pessoa humana.

Respeitar a dignidade da pessoa humana deve ser uma tônica das relações de trabalho, o Direito deve
atuar de forma dinâmica, inovando e transformando, porque o trabalho torna o homem mais digno ao
possibilitar-lhe o pleno desenvolvimento de sua personalidade, de onde resulta sua valorização como
pessoa humana.

Enfim, o princípio da dignidade da pessoa humana, ao qual se reporta a idéia democrática, como um
dos fundamentos do Estado de Direito Democrático, torna-se o elemento referencial para a interpreta-
ção e aplicação das normas jurídicas. O ser humano não pode ser tratado como simples objeto, princi-
palmente na condição de trabalhador, muitas vezes visto apenas como uma peça da engrenagem para
fazer girar a economia.

Bioética Clínica

A prática clínica é diuturnamente desafiada pelas repercussões de violações dos direitos humanos na
saúde dos indivíduos, na medida em que as violações ao direito humano à alimentação, à moradia
adequada, à água potável, à educação e ao trabalho, por exemplo, interferem diretamente nos deter-
minantes sociais da saúde e consequentemente no processo saúde-doença. O engajamento dos pro-
fissionais de saúde no atendimento das demandas em saúde dos pacientes envolve o reconhecimento
das consequências das violações de direitos humanos em sua prática.

Nessa esteira, a Bioética Clínica, cujo objeto é a reflexão e prescrição acerca das questões éticas origi-
nadas da relação profissional de saúde e paciente, deve considerar os contextos sociais, econômicos,
políticos e culturais em que se encontram o paciente e as violações de direitos humanos subjacentes.
Sendo assim, a Bioética Clínica há que se aproximar dos fatores determinantes da condição de saúde
dos indivíduos, incluindo os efeitos da pobreza e da desigualdade social no campo da saúde. No mesmo
sentido, a visão da prática clínica com base nos direitos humanos induz à alteração de uma perspectiva
assistencialista da atenção à saúde para aquela que a considera como direito exigível pelos pacientes.
Consequentemente, o desenvolvimento do olhar bioético sobre a prática clínica deve tomar em conta
o papel do profissional de saúde na promoção e proteção dos direitos humanos, em particular do direito
humano à saúde.

A proposta de ampliar o espectro de análise da Bioética Clínica tem como pressuposto o entendimento
de que há que se incluir no conjunto de informações necessárias para a análise bioética elementos
externos à relação clínica, tais como os fatores sociais que permeiam o processo saúde-doença e a
perspectiva dos direitos humanos. Assim, neste estudo, sustenta-se que o tratamento de determinados
temas de Bioética Clínica, tal como do consentimento informado, há que dar-se a partir de uma visão
mais holística do paciente, propiciada pela absorção do referencial teórico-normativo dos direitos hu-
manos. Importa assinalar que esta proposta integra-se aos estudos desenvolvidos pela autora que
buscam a conjugação da Bioética com os Direitos Humanos.

Com efeito, este artigo tem como objetivo geral demonstrar que introduzir o referencial teórico-norma-
tivo dos direitos humanos na análise de temáticas referentes à Bioética Clínica pode ser uma contri-
buição frutífera para a proteção do sujeito vulnerável na relação clínica, o paciente, na medida em que
tal abordagem incorpora aos processos de reflexão e de deliberação: a perspectiva do paciente como
sujeito de direitos humanos; os fatores determinantes da saúde, como os contextos econômicos, polí-
tico e social que determinam o status de saúde dos indivíduos; e a ênfase na proteção dos grupos
vulneráveis.

Assim, partindo do pressuposto de que a inserção do referencial dos direitos humanos nas construções
teóricas aglutinadas sob o manto da Bioética Clínica é importante para o seu desenvolvimento enquanto
ferramenta teórico-prática, fez-se a opção neste artigo de estudar o consentimento informado à luz da
abordagem dos direitos humanos. A escolha do consentimento informado, enquanto meio de ilustrar a
aproximação entre Bioética Clínica e direitos humanos, deu-se pela sua relevância incontestável para a

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
A DIGNIDADE HUMANA

salvaguarda dos direitos humanos dos pacientes. Desse modo, teve-se como escopo específico o de-
senvolvimento de aportes teóricos relacionados ao consentimento informado que demonstrem seu en-
trelaçamento com uma prática clínica centrada na pessoa como um todo, envolvendo seus vínculos
comunitários e os contextos de violação de direitos humanos em que se inserem.

Quanto à estruturação do artigo, encontra-se organizado em três partes. A primeira aborda a interface
entre Bioética Clínica e direitos humanos; a segunda versa sobre a noção de consentimento informado
na prática clínica; e a última aborda a construção teórico-prática do consentimento informado, sob o
prisma do direito humano à saúde.

Por fim, no que toca aos passos metodológicos, registre-se que este estudo ancorou-se no Informe
produzido pelo Relator sobre o Direito ao Desfrute do Mais Alto Padrão de Saúde Física e Mental,
Anand Grover, cuja Relatoria insere-se no mecanismo de monitoramento dos direitos humanos deno-
minado “Procedimentos Especiais” do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

O Relatório sobre Consentimento Informado foi elaborado em 2009 e possui significativo valor para o
campo bioético e dos direitos humanos, pois é o único documento engendrado no âmbito do Sistema
Universal de Proteção dos Direitos Humanos que versa exclusivamente sobre temática cara à Bioética,
o consentimento informado, e seus desdobramentos na esfera dos direitos humanos.

Biotecnologia

A biotecnologia é uma área que visa desenvolver produtos e processos biológicos com a ajuda da ci-
ência e da tecnologia. A Organização das Nações Unidas (ONU) classifica biotecnologia como “qual-
quer aplicação tecnológica que utiliza sistemas biológicos, organismos vivos, ou seres derivados, para
fabricar ou modificar produtos ou processos para utilização específica”.

A biotecnologia abrange diferentes áreas do conhecimento que incluem a ciência básica (como biologia
molecular, microbiologia, etc.), a ciência aplicada (como técnicas imunológicas, químicas e biológicas)
com tecnologias diversas (como informática, robótica e controle de processos).

O profissional de biotecnologia é multidisciplinar, pois entende de todas – ou quase todas – as áreas


citadas. Seu alvo é sempre melhoramento genético, criação e gerenciamento de novos produtos como
medicamentos, ingredientes para alimentos ou até indivíduos como plantas.

A engenharia genética ocupa uma posição de destaque nessa área como tecnologia inovadora por
permitir subsidiar métodos tradicionais de produção ou por permitir a obtenção de produtos inteiramente
novos como os transgênicos. A biotecnologia age como uma ferramenta inovadora da vida cotidiana
com impactos em vários setores produtivos e oferecendo desenvolvimento para várias nações.

Uma aplicabilidade constante da biotecnologia é na indústria:

Indústria farmacêutica: desenvolvimento de novas drogas, produção e melhoramento de antibióti-


cos, vacinas, estabelecimentos de terapias gênicas e demais projetos para tratamentos de doenças em
animais e plantas;

Indústrias de análises: desenvolvimento de testes de diagnósticos clínicos. Alimentícios agrícolas e


ambientais;

Indústria da agricultura: desenvolvimento de uma gama de variedades de remédios para plantas, se-
mentes mais resistentes a pragas e condições climáticas, pesticidas menos impactantes para a saúde
humana e ambiental etc;

Indústria alimentícia: produção, controle e melhoramento de alimentos e bebidas;

Indústria química: produção de insumos químicos, enzimas e proteínas recombinantes;

Mercado de Trabalho

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
A DIGNIDADE HUMANA

A demanda por bacharéis e tecnólogos em biotecnologia só aumenta visto o desejo constante das
nações em se desenvolver para enfrentar desafios como a maior produção de alimentos, as constan-
tes epidemias, as mutações de vírus e bactérias que antes estavam controladas, a necessidade do
mercado por produtos menos impactantes e mais fortes etc.

Além disso, outras áreas que utilizam a biotecnologia, como os cosméticos, estão crescendo muito
principalmente no Brasil. Uma série de produtos para cabelo e pele, além de maquiagens, aparecem
todos os anos com propostas cada vez mais interessantes de tratamento de beleza sem cirurgias. Para
isso, as empresas privadas investem pesado em profissionais de biotecnologia.

Diferenças Entre Biotecnologia Clássica E Biotecnologia Moderna

A biotecnologia clássica diz respeito aos diversos meios de utilização de microrganismos vivos para a
produção de novos produtos ou modificação de produtos já existentes. Abrange métodos clássicos
como o cruzamento de espécies para obtenção de novas que possuam as características desejadas,
e de fermentação, utilizada na produção de vinhos, queijos e pão.

A biotecnologia moderna se baseia fortemente nas técnicas que utilizam engenharia genética. Nesse
sentido, é possível afirmar que os maiores avanços da biotecnologia ocorreram através de ferramentas
e métodos da engenharia genética, a exemplo da manipulação intencional de genes, células e tecidos
de forma controlada para formar organismos geneticamente melhorados, a recombinação de DNA, cul-
tura de tecidos, mutagêneses, etc.

Exemplos de Aplicação da Biotecnologia

Considerando que a biotecnologia compreende um amplo leque de ciências, seus resultados podem
ser encontrados em inúmeros setores da economia. As aplicações desta área sempre buscam melhorar
a qualidade de vida no planeta, seja através da criação de novas técnicas e produtos ou pelo aprimo-
ramento dos já existentes.

Organismos Geneticamente Modificados

Um exemplo clássico de aplicação da biotecnologia é a criação de organismos geneticamente modifi-


cados (OGM), também chamados de transgênicos. Esses organismos tiveram seu código genético al-
terado (geralmente através da combinação com genes de outros organismos), com o objetivo de elimi-
nar defeitos e desenvolver novas propriedades.

Os principais exemplos de organismos geneticamente modificados são os utilizados:

na medicina: insulina, células-tronco, hormônio de crescimento, hormônios para tratamento de infertili-


dade, novos tratamentos para o câncer, terapia genética (tratamento de doenças através da substitui-
ção de genes defeituosos), vacinas, etc.

na agricultura: alimentos melhorados geneticamente, colheitas mais resistentes e produtivas, animais


e plantas modificados para produzirem sustâncias utilizáveis em remédios, etc.

em animais: ratos transgênicos utilizados em estudos e peixes com crescimento quatro vezes acima
do normal (tilápia e dourado).

no ambiente: bactérias que combatem a poluição causada por petróleo e metais.

Vantagens da Biotecnologia

As vantagens trazidas pela biotecnologia são inúmeras e se estendem por todos os seus campos de
aplicação, melhorando a qualidade de vida no mundo. Entre os seus resultados mais aparentes estão:

Colheitas de maior rendimento e maior resistência;

Menor utilização de pesticidas;

Alimentos transgênicos duram mais tempo, diminuindo o desperdício de comida;

Redução na quantidade de energia necessária para se produzir alimentos;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
A DIGNIDADE HUMANA

Utilização de produtos menos nocivos ao meio ambiente;

Diminuição da fome no mundo;

Alimentos mais nutritivos;

Redução na ocorrência de doenças contagiosas;

Criação de ferramentas mais precisas na detecção de doenças, etc.

Desvantagens da Biotecnologia

Os avanços causados pela biotecnologia também possuem consequências negativas. Entre as princi-
pais, podemos destacar:

Danos ao meio ambiente;

Alta dependência de tecnologias oriundas de países desenvolvidos;

Aumento da concentração de renda;

Incerteza sobre os seus efeitos, a longo prazo, no meio ambiente e nos organismos;

Diminuição da biodiversidade;

Aumento na ocorrência de doenças causadas por produtos transgênicos.

Classificações da Biotecnologia

Com o objetivo de classificar as diferentes áreas da biotecnologia, os profissionais e estudiosos da área


passaram a adotar um sistema de cores que divide a ciência em ramos, de acordo com o campo de
aplicação:

Biotecnologia verde: é aplicada na agricultura com o objetivo de criar condições agrícolas mais susten-
táveis.

Biotecnologia vermelha: é aplicada na medicina com o objetivo de aprimorar medicamentos e trata-


mentos. Os métodos mais avançados abrangem até mesmo a cura de doenças através de manipulação
genética.

Biotecnologia branca: também chamada de biotecnologia industrial, é utilizada na fabricação de produ-


tos através de métodos menos nocivos ao meio ambiente.

Biotecnologia amarela: é aplicada nas áreas de nutrição e produção de alimentos, mas também se
refere ao ramo da biotecnologia aplicado aos insetos.

Biotecnologia azul: é aplicada na exploração de recursos biológicos marítimos.

Biotecnologia roxa: está relacionada às leis, patentes, publicações e outras questões documentais re-
lacionadas à biotecnologia.

Biotecnologia dourada: se refere ao uso da bioinformática e de técnicas computacionais na biotecnolo-


gia.

Biotecnologia laranja: também chamada de biotecnologia educacional, consiste em todas as medidas


voltadas à disseminação e divulgação da biotecnologia.

Biotecnologia preta: está relacionada à aplicação da biotecnologia para fins bélicos, como a produção
de armas biológicas.

Tecnologia de Produtos Vegetais

Principais Técnicas Pós-Colheita Para Prolongar a Vida de Frutas E Hortaliças

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
A DIGNIDADE HUMANA

As frutas e hortaliças in natura são altamente perecíveis e vários são os problemas relacionados à sua
conservação, que vêm desde o momento em que são colhidas, quando se dá início a uma série de
processos que influenciam na qualidade do produto e nas suas consequentes perdas até o consumidor.
Isso gera a necessidade de cuidados pós-colheita devido à ocorrência de várias alterações bioquímicas
caracterizadas por um contínuo processo de modificações metabólicas que levam ao desenvolvimento
de importantes características da qualidade sensorial, que termina com a senescência.

Aumentar sua vida útil é o principal objetivo dos fisiologistas na póscolheita, e o estudo dos problemas
existentes compreende o conhecimento dos componentes que atuam no sistema, suas influências e as
interrelações entre eles. Vários métodos podem ser empregados para ampliar a vida de prateleira de
vegetais. Estes métodos incluem o uso de atmosfera modificada, que pode ser pelo acondicionamento
das frutas em filmes plásticos ou pelo recobrimento com ceras especiais, armazenamento em ambiente
refrigerado, controle por aplicação de cloreto de cálcio, entre outros.

Assim, um manuseio pós-colheita adequado, associado a técnicas de conservação deve ser empre-
gado com a finalidade de prolongar a vida útil de frutas e hortaliças, aumentando o período de comer-
cialização.

Etileno e o seu papel no amadurecimento dos frutos O etileno (C2H4) é um fito-hormônio que regula a
maturação de frutos climatéricos, sendo um gás que se difunde a partir das células e dos tecidos dos
frutos, podendo assim, afetar outros frutos ao redor. É produzido a partir da conversão do aminoácido
metionina a Sadenosil metionina, posteriormente convertido a aminociclopropano (ACC) através da
ação da enzima ACC sintase, e o ACC dá origem ao etileno por ação da enzima ACC oxidase. Os
tecidos meristemáticos e as regiões nodais geralmente apresentam uma produção elevada desse gás,
também observada durante a abscisão de folhas e senescência de flores.

Esse fito-hormônio também está diretamente relacionado com o processo de maturação dos frutos,
estimulando as modificações relativas ao amadurecimento como coloração, aroma, sabor e textura.
Por isso, comercialmente pode ser utilizado como meio de acelerar, controlar e uniformizar o amadu-
recimento de diferentes órgãos de várias espécies vegetais. O acúmulo de etileno no interior do produto
ou no ambiente promove o aumento da respiração, estimula diversos processos metabólicos e, conse-
quentemente, reduz a vida útil da fruta ou da hortaliça.

Nos frutos climatéricos o etileno é o fito-hormônio que induz o início do amadurecimento, porém nos
frutos não climatéricos parece haver o envolvimento de outros fatores endógenos, como interação com
outros hormônios, presença de ácido jasmônico e poliaminas, e possivelmente, influência de fatores do
ambiente na indução e no controle do amadurecimento.

A expressão de muitas enzimas durante o amadurecimento pode ou não ser dependente da presença
do etileno. Nos frutos climatéricos, há grande número de genes ativados durante o amadurecimento,
os quais são dependentes deste hormônio, como o da poligalacturonase, endo-1,4-β-glucanase, sin-
tase do ácido 1-carboxilico 1-aminociclopropano (ACC), oxidase da ACC, sintase do fitoeno e invertase.
Em frutos não-climatéricos, apenas alguns genes têm a expressão aumentada pela aplicação de eti-
leno, como síntese de pigmentos em uvas, degradação de clorofila e síntese de carotenóides em frutos
cítricos.

O aumento natural na produção de etileno, que pode preceder o amadurecimento, catalisa o climatério
respiratório, o qual possivelmente, dá o suporte energético para as rápidas transformações na aparên-
cia, no aroma e na textura tornando os frutos prontos para serem consumidos. A presença do etileno é
indesejável durante o transporte e o armazenamento de frutos, sendo considerado um dos grandes
vilões na pós-colheita, pois pode comprometer a qualidade de frutos.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6

Você também pode gostar