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Indice

Introdução........................................................................................................................................2

Objectivos........................................................................................................................................3

Objectivo geral.............................................................................................................................3

Objectivos específicos.................................................................................................................3

Metodologia.................................................................................................................................3

Existência Humana e Vida Santificada............................................................................................4

Conclusão........................................................................................................................................6

Referências bibliográficas...............................................................................................................7

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Introdução
A proposta de Mircea Eliade aborda o fenômeno do sagrado e do profano em toda sua
complexidade; partindo da definição primordial da oposição entre sagrado e profano desenvolve
assim o aprofundamento do tema e revela em seus estudos essa problemática religiosa
perpassando pelos meandros da história da humanidade.

Segundo Eliade, o conhecimento do sagrado se faz justamente em suas manifestações pelo viés
hierofânico, termo usado pelo autor, que significa dar a conhecer através das realidades sagradas,
que não fazem parte do mundo homogêneo, que se revelam ao homem religioso.

A história esta repleta de considerações sobre relatos de hierofanias. O autor


romeno pondera que diante das hierofanias o homem moderno passa por certo mal-estar,
constrangimento, por não compreender totalmente como um objeto revela o divino e vice-versa.
Por não ser sensível a dois modos de ser no mundo - sagrado e profano, o homem moderno
dessacralizado, dessacraliza as manifestações sagradas se colocando numa posição existencial
desconfortável

Em relação ao espaço sagrado/profano, nota-se que a construção do sagrado esta fincada


qualitativamente, diferentemente do espaço profano que cerca o sagrado, revelando múltiplas
variações e diferenças históricas significativas e de extrema relevância para a compreensão dos
fatos religiosos; e quão interessante é abordar dimensões específicas da experiência religiosa,
apontando diferenças em relação à experiência profana. No decorrer da história o
comportamento humano tanto o religioso quanto o não-religioso está intrinsecamente conectado
ao “homo religiosus”, à humanidade e seu desenvolvimento histórico.

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Objectivos
Objectivo geral
 Apresentar o Capítulo IV da obra de Mircea Eliade intitulada O Sagrado e o Profano.

Objectivos específicos
 Descrever os factos do IV capítulo da obra de O Sagrado e o Profano;
 Compreender a relação corpo casa;
 Compreender o comportamento do homem religioso e seu universo mental.

Metodologia
Este trabalho apoiou-se na consulta de livros, a internet, os manuais que abordam e que são
relacionados com a matéria.
Quanto à abordagem a pesquisa é de natureza qualitativa. Os estudos de natureza qualitativa
podem descrever a complexidade dos problemas, interacção entre variáveis, dinâmicas vividas
nos grupos sociais, contribuir para a mudança nos grupos e possibilitar a compreensão das
particularidades do comportamento dos indivíduos (Richardson, 1999).
Neste tipo de estudos, o objectivo não é mensurar eventos ou a regularidade na qual ocorrem,
mas compreender os factores por detrás da ocorrência, as dinâmicas que apresentam e a medida
na qual influenciam o comportamento dos indivíduos ou grupos.

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Existência Humana e Vida Santificada
O que se segue é um resumo do livro “O Sagrado e o Profano: a essência das religiões” do
filósofo romeno Mircea Eliade (1907 – 1986), dentre varios capitulos, escolheu-se aqui o quarto
capitulo, A Existência Humana e Vida Santificada. Neste sentido são abordados trechos da obra
com um breve e objectivo comentário. Não há pretensão alguma de explorar o tema tratado
nesta, apelas apresenta-los.

Este é o último capítulo apresentando na obra e trata da relação “corpo casa” do espírito,
consequentemente a “casa” é vista “ao mesmo tempo uma imago mundi e uma réplica do corpo
humano desempenha um papel considerável nos rituais e nas mitologias.” (p.86).

            Nas religiões apresentadas nesta obra o corpo tem uma relação direta com o cosmo e
consequentemente com a criação.                  

“Habita-se” o corpo da mesma maneira que se habita uma casa ou o Cosmos que se criou para si
mesmo (cf. cap. I). Toda situação legal e permanente implica a inserção num Cosmos, num
Universo perfeitamente organizado, imitado, portanto, segundo o modelo exemplar, a Criação.
Território habitado, Templo, casa, corpo, como vimos, são Cosmos. Mas todos esses Cosmos, e
cada um de acordo com seu modo de ser, apresentam uma “abertura”, seja qual for o sentido que
lhe atribuam as diversas culturas (“olho” do Templo, chaminé, torre de fumaça, brabmarandbara
etc.) De uma maneira ou outra, o Cosmos que o homem habita – corpo, casa, território tribal, este
mundo em sua totalidade – comunica se pelo alto com um outro nível que lhe é
transcendente. (p.85).

A morte passa a ser vista como uma passagem capa de dar acesso a outro de realidade, a da alma.
“Há, pois, uma correspondência estrutural entre as diversas modalidades de passagem: das trevas
à luz (Sol), da preexistência de uma raça humana à manifestação (Antepassado mítico) da Vida à
Morte e à nova existência post mortem (a alma). (p.87).

O elemento morte tem ainda o sentido de “novo nascimento” quando a morte se refere a uma
nova percepção para espiritualidade, “morte para a condição profana, seguida do renascimento
para o mundo sagrado, para o mundo dos deuses” (p.95).

O simbolismo do segundo nascimento ou da geração como acesso à espiritualidade foi retomado


e valorizado pelo judaísmo alexandrino e pelo cristianismo. Fílon utiliza abundantemente o tema
da geração para falar do nascimento a uma vida superior, a vida do espírito (cf. por ex., Abraham,

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20, 99). Por sua vez, S. Paulo fala de “filhos espirituais”, dos filhos que ele procriou pela fé.
“Tito, meu verdadeiro filho na fé que nos é comum”  (Epístola a Tito, I:4).  “Rogo-te por meu
filho Onésimo, que gerei na prisão... (Epístola a Filémon, 10) (p.96) .

Em suma, a importância de se compreender o homem religioso está nos vestígios que este deixou
durante a construção de nossa civilização, vestígios estes que marcaram nossa maneira de
perceber as relações humanas e sacras. Nossa língua e nossos valores passaram pelo numinoso
que consequentemente construíram e desconstruíram as formas de percepções axiológicas.
Somos filhos do sagrado no sentido etimológico e antropológico.

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Conclusão
O sagrado e o profano, do pensador romeno Mircea Eliade (1907-1986), resume o essencial da
investigação do notável estudioso. Eliade não se deixa impressionar pela secularização
promovida pela Época Moderna Ocidental, convencido que está de  que muitas das atitudes dos
modernos encontram sua explicação última na religiosidade do homem. O livro estuda a
experiência religiosa, detendo-se no exame da construção das ideias de espaço e tempo, e,
finalmente, da vivência religiosa propriamente dita. Na conclusão examina especificamente o
tema do sagrado e do profano no mundo moderno.

De forma conclusoria do capítulo apresentado, podemos dizer que para o mundo moderno, a
religião como forma de vida e concepção do mundo confunde se com o Cristianismo. No
entanto, para se obter uma perspectiva religiosa mais ampla, é útil familiarizar-se com o folclore
dos povos europeus; em suas crenças, costumes e comportamento perante a vida e a morte, nos
quais ainda podemos reconhecer numerosas “situações religiosas” arcaicas. O único meio de
compreender um universo mental alheio é situar-se dentro dele, no seu próprio centro, para
alcançar, a partir daí, todos os valores que esse universo comanda. 

Nas sociedades a religiosas modernas, a iniciação já não existe como ato religioso. No entanto,
embora fortemente dessacralizados, os padrões de iniciação ainda sobrevivem no mundo
moderno. O homem não-religioso descende do homem religioso e, queira ou não, é também obra
deste, constituiu-se a partir das situações assumidas por seus antepassados. O homem sem
religião no estado puro é um fenômeno muito raro, mesmo na mais dessacralizada das
sociedades modernas. A maioria dos “sem religião” ainda se comporta religiosamente, embora
não esteja consciente do fato. O homem moderno que se sente e se pretende sem religião carrega
ainda toda uma mitologia camuflada e numerosos ritualismos degradados, como é possível
perceber nas festas de casamento ou nos festejos ante a instalação de uma casa nova.  

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Referências bibliográficas
 O título completo do livro é O sagrado e o profano: a essência das religiões. A edição
original apareceu em francês. A tradução ao português foi efetivada pela Editora Livros
do Brasil, de Lisboa. A edição brasileira é da Martins Fontes (1992).

Site

 http://www.institutodehumanidades.com.br/index.php/s/350-o-sagrado-e-o-profano-de-
mircea-eliade acesso no dia 8 de Set. de 2022.
 https://www.professorrenato.com/index.php/filosofia/religiao/29-o-sagrado-e-o-profano-
fichamento acesso em 8 de Set. de 2022

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