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Meio Ambiente,

Sociedade e
Cidadania
Yara Maria Gasbelotto

E-book 1
E-book
Conceitos Fundamentais
1

Neste E-book:
INTRODUÇÃO���������������������������������������������� 3
SOBRE AS SOCIEDADES HUMANAS���� 4
A origem das sociedades humanas�����������������������4
Conceitos relacionados às sociedades modernas9

SOCIEDADE E CIDADANIA���������������������16
Breve histórico da ideia de cidadania ����������������� 17

SOCIEDADE E MEIO AMBIENTE���������� 22


A relação Homem-Natureza: origens������������������ 24
A relação Homem-Natureza: as mudanças no
século 20��������������������������������������������������������������� 29
A relação Homem-Natureza: início do século 21��� 32

CONSIDERAÇÕES FINAIS����������������������34
SÍNTESE������������������������������������������������������� 35

2
INTRODUÇÃO
Saudações!

Vamos iniciar com este módulo a disciplina Meio


Ambiente, Sociedade e Cidadania. Ao contrário do
que possa parecer, não se trata de uma disciplina de
ecologia nem uma disciplina específica para cursos
de Ciências Biológicas, Gestão Ambiental ou gradua-
ções similares. O assunto tratado aqui é transversal,
multidisciplinar e contemporâneo.

Neste primeiro módulo, vamos apresentar a cons-


trução social das três ideias centrais da disciplina,
resgatando brevemente aspectos históricos e deli-
mitando a concepção adotada em nossos estudos.

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SOBRE AS SOCIEDADES
HUMANAS

A origem das sociedades humanas

O Homo sapiens, assim como a Apis mellifera e o


Canis lupus, é um animal social. Ou seja, é uma espé-
cie biológica que se mantém viva por meio da convi-
vência em grupos organizados, também chamados
em alguns casos de sociedades.

Porém, o ser humano não tem a capacidade de voar


das abelhas, nem os dentes afiados dos lobos e, en-
tre todas as espécies animais que vivem na Terra, não
é a mais veloz nem a mais forte; não tem a capaci-
dade de permanecer por horas submerso na água,
nem uma audição ou visão das mais apuradas.
Então, como a nossa espécie sobreviveu, tendo uma
constituição física tão inexpressiva?
Sobreviveu graças à capacidade de adaptar seu en-
torno às suas necessidades. Na Pré-história, isso sig-
nificou criar ferramentas rudimentares para superar
suas limitações físicas. Significou criar estratégias
para a sobrevivência do grupo, com caçadas mais
eficientes e abrigos mais seguros.
É verdade que muitas outras espécies animais inter-
ferem no seu entorno para atender às suas necessi-
dades, como é o caso do joão-de-barro e do castor.
Assim como muitas outras espécies subsistem em

4
sociedades bem organizadas, como é o caso das
formigas e das abelhas.
A grande diferença é que o ser humano faz isso in-
tencionalmente, ao passo que os outros animais o
fazem instintivamente. Ou seja, as barragens dos
castores e as colmeias das abelhas são construídas
do mesmo modo desde que estas espécies surgiram
no planeta, e são essencialmente iguais em qualquer
parte do mundo. Podemos dizer a mesma coisa das
ferramentas ou dos grupos humanos?
Outra diferença importante é o aprendizado. Os seres
humanos aprendem e transmitem esse aprendizado
aos seus semelhantes, acumulando um conhecimen-
to que possibilita o aperfeiçoamento das estratégias
de sobrevivência com o passar do tempo.

Durante milhares de anos, na Pré-história, os grupos


humanos viveram de maneira itinerante, caçando ani-
mais e coletando vegetais. Eram sociedades nôma-
des, muitas das quais já manejavam o fogo, apesar
de eventualmente não dominarem a técnica de sua
criação. Estudos apontam que o fogo já era utilizado
intencionalmente pelos humanos há 100.000 anos.

FIQUE ATENTO
A biologia define sociedade como um agrupa-
mento de seres vivos que convivem em estado
gregário e em colaboração mútua. É uma carac-
terística instintiva de sobrevivência. As socieda-
des humanas pré-históricas se encaixam nessa
definição, bem como as sociedades de formigas,
abelhas e outros animais sociais.

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A sociologia define sociedade como um agrupamen-
to humano que convive em determinado período e
espaço, seguindo um padrão comum de compor-
tamento. É uma característica cultural, que remete
à concepção de coletividade e comunidade. As so-
ciedades humanas, especialmente quando deixam
de ser nômades, encaixam-se melhor nesta última
definição.
Aos poucos, os grupos humanos estabeleceram-se
em locais permanentes. Já dominavam técnicas
elementares de domesticação animal e cultivo ve-
getal, as quais proporcionavam relativa segurança
alimentar; além disso, já dominavam o fogo, o que
proporcionava considerável segurança física com
relação a predadores.
Esse período de transição, de uma sociedade nôma-
de para uma sedentária, é chamada de Revolução
Agrícola ou Revolução Neolítica; ocorreu entre 10.000
e 8.000 anos atrás. O termo revolução é comumente
associado a revolta ou insurreição, mas também
significa uma “mudança profunda ou completa de
uma estrutura política, econômica e social; transfor-
mação radical” (LAROUSSE, 2004). Foi exatamente
isso que ocorreu após o estabelecimento dos grupos
humanos em locais fixos: uma alteração drástica na
estrutura social.
Os seres humanos tinham então tempo disponível
para exercitar sua capacidade de criação e aprendi-
zado em outras atividades que não a busca por ali-
mento ou abrigo: na arte (pinturas, danças, ornamen-

6
tos corporais), no vestuário, na divisão do trabalho
e, claro, no aperfeiçoamento de suas ferramentas,
plantações e moradias. A invenção da roda é um
bom exemplo.

Figura 1: Homem na Pré-História. Fonte: Free Images.

Com alimento e abrigo garantidos, os agrupamentos


humanos conseguiram mais do que apenas sobrevi-
ver. Conseguiram aumentar suas populações e ocu-
par os mais diversos ambientes naturais do planeta,
das florestas tropicais aos desertos, das planícies
costeiras aos topos de montanhas.
Sob a influência de diversos aspectos ambientais,
os agrupamentos espalhados pelo território terrestre
desenvolveram-se cada qual à sua maneira, criando
padrões próprios de comportamento, linguagens e
tecnologias. Deram origem a culturas diferentes e,
portanto, a sociedades humanas diferentes.

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Figura 2: Dispersão da espécie humana pelos continentes. Fonte:
Wikimidia.

Em outras palavras, podemos sintetizar o que trata-


mos até agora da seguinte forma:

Além do ambiente comum, de suas ações


instintivas e dos agrupamentos da espécie, o
homem é capaz de estabelecer relações, fazer
escolhas e registrar sua história. Portanto, o
homem não apenas reproduz o comportamento
de seus antepassados, mas também desenvol-
ve novas habilidades e constrói uma ‘cultura’
formada por um conjunto de elementos pre-
sente dentro de grupos de afinidades comuns.
Podemos definir cultura como a união de to-
dos os acontecimentos relativos ao homem,
como normas, valores, costumes, política, arte,
poder, relacionamentos e explicações sobre
a vida. O homem não se satisfaz com suas
necessidades básicas; ele procura explorar e
modificar o mundo (TERRA, 2014, p. 2).

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Conceitos relacionados às
sociedades modernas
Pudemos perceber que as nossas sociedades são
muito mais do que grupos de seres humanos reuni-
dos no mesmo espaço e tempo. A formação de uma
sociedade requer a construção e o reconhecimento
de afinidades culturais entre seus indivíduos, o que
ocorre por meio da socialização e da interação social.
A socialização é o desenvolvimento de habilidades
que possibilitam o convívio em sociedade, por exem-
plo, saber se comunicar e se vestir adequadamente.
A interação envolve troca de comunicação e pode
ser interpretada como uma ação integradas entre
indivíduos.
Os sociólogos identificam dois níveis básicos de
grupos sociais: os primários e os secundários.

Os grupos primários, compostos pela família e pelos


amigos, destacam-se pelo vínculo afetivo. O processo
de socialização de qualquer indivíduo começa no
grupo familiar, quando vai absorvendo, pela convi-
vência, as atitudes e os costumes daquela sociedade
em que está inserido.
Esse conjunto de atitudes e costumes pode ser cha-
mado de hábito. Palavra derivada do latim habitus,
significa “maneira de ser”. As personalidades e os
comportamentos respondem ao hábito específico
de uma sociedade, que em um primeiro momento é
moldado no grupo familiar. Você já ouviu a expressão

9
“educação vem de berço”? Pois então, ela ilustra da
maneira coloquial a formação desse hábito em cada
um de nós.

Os grupos secundários, compostos pelas escolas,


empresas, governos etc., caracterizam-se pela con-
solidação das regras formais (leis) de funcionamento
da sociedade. Exigem a interação entre os indiví-
duos, por meio de canais e formas de comunicação
preestabelecidos.
Pense em uma criança que vai à escola pela pri-
meira vez. Eventualmente, os costumes aprendidos
por essa criança em casa divergem das regras es-
tabelecidas na escola, por isso, existe um período
de adaptação no qual os responsáveis ficam com a
criança na escola e/ou a criança fica na escola por
um tempo menor que o usual, para ir se acostumando
aos poucos.
Períodos de adaptação todos nós passamos inúme-
ras vezes ao longo de nossa vida, todas as vezes em
que entramos em contato com um grupo secundário
pela primeira vez (quando trocamos de escola ou em-
prego, quando mudamos de cidade etc.). A duração
desse período varia de acordo com o quão diferente
ou similar são as regras desse grupo em relação às
regras do grupo anterior ou ao habitus que trazemos
de nossos grupos primários.
Os indivíduos circulam entre diversos grupos, e os
grupos também se relacionam entre si. A soma de
todos esses grupos e das interações entre eles é o
que compõe uma sociedade.

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Pilon (2014) reúne os grupos sociais em quatro di-
mensões: íntima, biofísica, interativa e social, como
ilustrado na Figura 3.

Lar,
vizinhança,
bairros,
cidades e
Agência de habitats
saúde, Escolas e
ambulatórios, outras
meio ambiente, agências
segurança educativas
oública, defesa
civil
Dimensão
Íntima

Dimensão Dimensão
Social Biofísica
Mercados, Trabalho,
centros de escritórios,
consumo, oficinas, campos
feiras e Dimensão e outros
exposições Interativa logradouros

Espaços Públicos e
públicos: grupos de arte,
parques, praças esporte, lazer e
e vias, cenarios entretenimento
naturais

Figura 3: As quatro dimensões dos grupos sociais. Fonte: Pilon


(2014, p. 372).

De maneira geral, a vida em sociedade acaba por


produzir uma padronização nas posturas individuais
e nas explicações sobre o mundo. Vamos analisar
um pouco cada um destes “produtos”.

A padronização das posturas individuais pode ser


chamada de Comportamento Social. É o comporta-
mento adotado dentro das expectativas e dos valores
morais do grupo em que você se encontra, ou seja,
que está alinhado ao que o grupo entende como cer-

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to, e/ou ao que sociedade estabeleceu como certo
em dado momento histórico. Muitas vezes, as pes-
soas adotam comportamentos sem terem consciên-
cia sobre eles, de tão comuns que são. Gestos como
o de sinalizar para o ônibus e estender a mão direita
ao cumprimentar alguém ilustram comportamentos
sociais comuns no Brasil.
Em 2014, durante um jogo da Copa do Mundo de
futebol, a torcida do Japão chamou nossa atenção
ao levar sacos de lixo ao estádio e, ao final do jogo,
recolher todo o lixo ao entorno. Virou notícia em to-
dos os meios de comunicação. Para os japoneses,
não havia nada de mais, pois manter limpo os lo-
cais por onde circulam é um comportamento social
estabelecido no país deles. Mas aqui no Brasil não
é, e por isso chamou a nossa atenção. Você prova-
velmente já deve ter vivenciado situações assim, de
estranhamento quanto a comportamentos alheios.
De acordo com Terra (2014), a base destes compor-
tamentos é emocional e exterioriza-se principalmente
por meio de opiniões públicas. Para a autora, “quan-
do o indivíduo não corresponde às expectativas da
sociedade, violando seus valores culturais, temos a
presença de um desvio social. Quando são contrá-
rios à lei, são chamados de transgressores” (TERRA,
2014, p. 6). É interessante perceber que o desvio
social está relacionado a valores morais, que são
as regras informais que organizam a sociedade, ao
passo que a transgressão está relacionada às leis,
que são regras formalmente constituídas.

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REFLITA
Uma frase célebre atribuída ao psiquiatra Carl
Gustav Jung é a de que “todos nascemos origi-
nais e morremos cópias”. Considerando o que
estudamos até aqui, como você interpreta essa
afirmação? Ela tem uma conotação positiva ou
negativa em relação à individualidade das pes-
soas? É uma afirmação absoluta, isto é, inevitável
para todos os seres humanos?

A padronização nas explicações sobre o mundo pode


ser chamada de Representação Social. É o conjunto
de crenças e ideias cotidianas que utilizamos para
nos referenciar a um dado acontecimento, pessoa ou
objeto. Está relacionada aos conhecimentos produ-
zidos no cotidiano, que pertencem ao mundo vivido.
Se o comportamento social é a prática, ou seja, a
atitude das pessoas e grupos na sociedade, então
a representação social é a teoria por trás da prática,
isto é, a explicação do comportamento observado
nas pessoas ou nos grupos.

Na Tabela 1, são apresentadas as quatro funções


essenciais das representações sociais na dinâmica
das relações em sociedade:

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FUNÇÃO DESCRIÇÃO
Permite compreender e explicar a realidade;
permite que as pessoas adquiram os saberes
Saber práticos do senso comum em um quadro assimi-
lável e compreensível, coerente com os valores
aos quais eles aderem.
Define a identidade e permite a proteção da es-
pecificidade dos grupos. Nesta função, as repre-
sentações situam os indivíduos e os grupos no
Identitária campo social, permitindo a elaboração de uma
identidade social e pessoal gratificante, compatí-
vel com o sistema de normas e de valores social
e historicamente determinados.
Guia os comportamentos e as práticas. A repre-
sentação é prescritiva de comportamentos ou
Orientação de práticas obrigatórias. Ela define o que é lícito,
tolerável ou inaceitável em um dado contexto
social.
Permite a justificativa das tomadas de posição
e dos comportamentos. As representações têm
por função preservar e justificar a diferenciação
Justificadora social, e elas podem estereotipar as relações
entre os grupos, contribuir para a discriminação
ou para a manutenção da distância social entre
eles.

Tabela 1: Funções das representações sociais. Fonte: Adaptada de


Reis e Bellini (2011).

É importante diferenciarmos representação social de


conceito científico. De acordo com Toledo e Pelicioni
(2014), a diferença entre representação social e con-
ceito científico é que as representações refletem a
ideologia e as experiências de um grupo e/ou de uma
sociedade num dado espaço e momento histórico.
Muito complicado? Vamos pensar no ato de fumar.
Cientificamente falando, fumar significa “aspirar
fumaça de cigarro, cachimbo ou charuto; aspirar e

14
respirar o fumo” (LAROUSSE, 2004). A definição cien-
tífica de fumar não muda com o tempo nem com
o local, mas a representação social sobre o ato de
fumar, sim. Fumar cigarro, no Brasil de 1940, era
considerado elegante. Fumar cigarro, no Brasil de
2019, é considerado não só deselegante como algo
prejudicial à saúde.
Percebe como o entendimento que a sociedade tem
a respeito do cigarro influencia o comportamento
das pessoas? Influencia até mesmo as leis, uma vez
que hoje em dia é proibido fumar em muitos lugares
onde décadas atrás era corriqueiro.

O entendimento de Representação Social é funda-


mental para esta disciplina, visto que vamos tratar
de duas ideias que não são conceitos científicos, e
sim representações: a noção de Cidadania e a de
Meio Ambiente.

15
SOCIEDADE E CIDADANIA
O termo cidadania deriva do latim civitas; original-
mente significa a condição de cidadão, isto é, de
quem mora na cidade. Hoje, mais do que simples-
mente habitar a cidade, cidadania está relacionada
ao conjunto de direitos e deveres civis, políticos e
sociais atribuído a todos que vivem em um Estado
democrático.
Dito de outro modo,

Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à


propriedade, à igualdade perante a lei: é, em
resumo, ter direitos civis. É também participar
no destino da sociedade, votar, ser votado, ter
direitos políticos. Os direitos civis e políticos
não asseguram a democracia sem os direitos
sociais, aqueles que garantem a participação
do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à
educação, ao trabalho, ao salário justo, à saú-
de, a uma velhice tranquila. Exercer a plena
cidadania é ter direitos civis, políticos e sociais
(PINSKY; PINSKY, 2003, p. 13).

Sendo a cidadania uma representação social, sua


concepção é resultado de uma construção histórica,
fortemente influenciada pelas revoluções burguesas
ocorridas nos séculos 17 e 18; anteriormente, pelas
ideias concebidas nas sociedades greco-romanas da

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Antiguidade Clássica. Vamos retomar rapidamente
essas passagens históricas.

Breve histórico da ideia de cidadania

As origens do que entendemos hoje por cidadania


remonta a duas sociedades da chamada Antiguidade
Clássica: a cultura grega e, posteriormente, a cultura
romana, durante o Império Romano.
Você certamente já leu e ouviu inúmeras vezes re-
ferências a essas duas sociedades. Isso se deve
ao fato de o Brasil ter sido ocupado e colonizado
por um país europeu, que se desenvolveu sob esta
influência cultural. Mas lembre-se de que diversos
outros países desenvolveram-se sem esta influência,
como é o caso de países asiáticos e mesmo alguns
países africanos. É importante fazer essa ressalva,
para entendermos que estas bases culturais não são
regra geral para todas as nações do mundo.
Na Grécia, no período denominado Antiguidade
Clássica, as sociedades organizavam-se em torno
de cidades-Estado. Nessa configuração, cada cida-
de possuía seu respectivo governo independente e
autônomo das demais cidades: eram as chamadas
Pólis. Atenas, Esparta e a lendária Tróia são exem-
plos de cidades-Estado.
Nas Pólis gregas, cidadão era o indivíduo que parti-
cipava das decisões da cidade, ou seja, “é o homem
que partilha os privilégios da cidade” (DI GIOVANNI;
NOGUEIRA, 2013). Todos que habitavam a pólis eram

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cidadãos? Não. Somente os homens livres podiam
opinar. Mulheres, escravos, estrangeiros, comercian-
tes e artesãos não eram considerados cidadãos.
Restavam, basicamente, os proprietários de terras.

Figura 4: Ruínas da Grécia Antiga. Fonte: Pixabay.

A experiência grega foi muito importante por ter sido


a primeira que se tem registro de uma organização
social na qual havia a previsão de participação di-
reta dos cidadãos nas decisões que envolviam os
interesses públicos.
A expansão da República Romana sobre o território
grego aproximou as duas culturas, fazendo com que
os romanos absorvessem diversas concepções da
democracia grega.

18
De acordo com Di Giovanni e Nogueira (2013), a no-
ção de cidadania como exercício de poder na esfera
pública ampliou-se com a expansão da cidadania ro-
mana aos povos conquistados. Beras (2013) aponta
que, com a ascensão do Império Romano, a noção
de cidadania deixou de representar somente os ha-
bitantes de um território delimitado “para englobar
os senhores de um império, fossem ricos ou pobres,
habitassem em Roma, na Itália, ou nos territórios
conquistados”. Ainda assim, a cidadania era exercida
somente pelos patrícios, isto é, os homens livres e
provenientes da nobreza. Plebeus, escravos e mu-
lheres ficavam à margem das decisões.
A concepção de cidadania perdeu espaço com a
queda do Império Romano e durante toda a Idade
Média, período em que as relações sociais ficaram
fortemente hierarquizadas e estanques. Voltou ao
cenário com as revoluções da Idade Moderna, es-
pecialmente as Revoluções Inglesa (1642-1649),
Americana (1776) e Francesa (1789-1799).
Na Inglaterra, a revolução trouxe à tona a afirma-
ção dos direitos civis e da monarquia limitada. Nos
Estados Unidos, baseou-se no conceito de autono-
mia com ênfase na liberdade, o que resultou em seu
processo de Independência. Na França, os ideais de
liberdade, igualdade e fraternidade conduziram um
processo de transformação social tão intenso que
acelerou a desintegração das sociedades feudais
da Idade Média e o surgimento dos Estados-nação.

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A Revolução Francesa é o principal marco
histórico na origem do cidadão moderno; a
partir dela se desenvolve o Estado-nação,
com a prevalência do princípio da soberania
popular e o fim dos privilégios estatutários,
pondo cada homem em relação direta com a
autoridade soberana do país. Abre-se espaço
para a existência de um código uniforme de
direitos e deveres de que todos os homens
são investidos em virtude de sua participa-
ção na comunidade (DI GIOVANNI; NOGUEIRA,
2013, p. 136).

A partir destas revoluções, o processo de expansão


da cidadania se desenvolveu ao longo do que os au-
tores chamam de “gerações”: a primeira, no século
18, concentrou-se nos direitos civis, associados à
liberdade individual (direito à vida, direito de ir e vir,
liberdade de expressão etc.). Somente no século 19
agregam-se os direitos políticos, relativos à partici-
pação no exercício do poder, direito de votar e ser
votado. E a terceira geração de direitos, já no século
20, envolvem os direitos sociais, entendidos como
aqueles que possibilitam condições adequadas de
vida ao cidadão (moradia, trabalho, saúde, educação).
Neste início de século 21, podemos dizer que a ideia
de cidadania ampliou-se ainda mais, incorporando,
segundo Terra (2014), as interações sociais e prin-
cípios de responsabilidade coletiva. Nesse sentido,

20
exercer a cidadania implica também desenvolver
atitudes e padrões de comportamentos que favore-
çam o bom convívio entre os indivíduos, pautando
suas ações pela ética do cuidado e do respeito com
o bem comum e a coisa pública. Dentro desta con-
cepção ampliada de cidadania, insere-se a questão
ambiental. Mas vamos tratar disso mais à frente.

21
SOCIEDADE E MEIO
AMBIENTE
São duas as forças motrizes que sempre conduziram
a humanidade desde a revolução neolítica até as so-
ciedades contemporâneas: melhorar as condições de
vida e reduzir o esforço físico. Para atender a essas
duas demandas, o homem sempre se utilizou dos
recursos à sua volta, com isso, foi transformando o
ambiente em que se encontrava.

A transformação do ambiente, por si só, não é um


comportamento exclusivo de nossa espécie, como
dito anteriormente. Também não é sinônimo de de-
gradação ambiental. Pense nas sociedades indíge-
nas que habitavam o território que hoje compõe o
Brasil. A existência de uma aldeia indígena implica
alteração no ambiente natural: construção de ocas,
plantações, criação de animais. Nem por isso de-
grada o ambiente.
Porém, algumas grandes civilizações humanas, ao se
consolidarem e expandirem, alteraram fortemente o
ambiente natural em que se encontravam, de modo
que constatamos que situações pontuais de degrada-
ção ambiental não são fenômenos recentes. Pense,
por exemplo, na cidade de Roma durante o Império
Romano; em Machu Picchu durante o Império Inca;
na Grande Muralha da China com seus mais de 8 mil
km de extensão. Por que não há registros históricos

22
acerca de uma preocupação com meio ambiente
nestas épocas?

Figura 5: Machu Picchu, capital da antiga civilização Inca. Fonte: Free


Images.

A resposta é simples: a percepção de degradação


ambiental como algo ruim, que compromete a so-
brevivência de nossa e de outras espécies de seres
vivos, bem como a percepção de Meio Ambiente
como algo bom a ser cuidado para a atual e as futu-
ras gerações, é um fenômeno bastante recente na
história da humanidade.
São representações sociais construídas a partir da
segunda metade do século 20, e não estão relacio-
nadas à existência ou não de degradação ambiental,
mas à percepção desta degradação como algo a ser
combatido e do meio ambiente como algo a ser pre-

23
servado. Vamos entender como essa interpretação
foi construída no próximo tópico.

A relação Homem-Natureza: origens

Já estudamos que, após a Revolução Neolítica, os


seres humanos conseguiram segurança física e ali-
mentar para que pudessem investir tempo e inteli-
gência em melhorar suas condições de vida e reduzir
os esforços físicos.
Esse investimento resultou no desenvolvimento de
sistemas de irrigação e de confinamento de animais,
de ferramentas mais eficientes para caçar e se pro-
teger, de vestimentas mais eficientes para se pro-
tegerem do frio e do Sol etc. A população humana
começa a crescer quantitativamente, como resultado
positivo deste investimento: menos indivíduos mor-
rem de fome ou devorados por predadores, mais
filhotes nascem e conseguem sobreviver e os indi-
víduos vivem por mais tempo.
Assim, em uma espiral de desenvolvimento, as so-
ciedades humanas aumentam em tamanho e com-
plexidade. Espalham-se por diversos ambientes do
planeta. Descobrem como manipular os metais e
como dominar grupos diferentes de seres humanos.
Por milhares de anos, a relação entre seres humanos
e natureza foi de uso e apropriação, mas de maneira
geral as sociedades mantinham-se próximas dos
ciclos naturais, ou seja, era preciso saber sobre as

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chuvas, sobre a neve, sobre o solo e a vegetação para
garantir a produção de alimentos. Não é à toa que
as grandes sociedades sempre se estabeleceram às
margens de rios.
O uso desmesurado dos recursos naturais resultava
rapidamente em necessidade de mudança ou mesmo
na extinção de determinada sociedade:

Os Sumérios, por exemplo, construíram no IV


milênio a.C., uma das primeiras sociedades
sedentárias da história, com uma organização
social e política bastante elaborada, comparati-
vamente aos outros povos da época. Seu gran-
de instrumento foi o domínio do meio natural
por meio da técnica de irrigação, que permitiu à
sua população crescer e regularizar a produção
alimentar, com base no sedentarismo. Uma
das hipóteses mais prováveis do seu desapa-
recimento foi o não domínio das técnicas de
drenagem, que provocou a degradação irrever-
sível dos solos, por processo de salinização
(BURSZTYN; BURSZTYN, 2012, p. 67).

SAIBA MAIS
Além dos Sumérios, os habitantes da Ilha de
Páscoa também tiveram sua sobrevivência com-
prometida devido a alterações ambientais. Saiba
mais em: https://www.observatoriodoclima.eco.
br/ilha-de-pascoa. Acesso em: 22 abr. 2019.

25
Aos poucos, as sociedades foram conquistando cer-
ta autonomia em relação aos ciclos naturais, isto é,
conseguiam garantir alimentos e segurança mesmo
se houvesse intempéries naturais. Com isso, socie-
dades altamente complexas desenvolveram-se por
todo o planeta. Podemos citar as mais conhecidas:
na África, o Egito dos Faraós; na Europa, o Império
Romano; nas Américas, os Impérios Maia, Inca e
Asteca; no Oriente Médio, os sultanatos e califados;
na Ásia, as dinastias chinesas.
A relação com a natureza continuava sendo de uso e
apropriação, em um entendimento dos bens naturais
como inesgotáveis. Consolida-se, no entanto, entre
as sociedades humanas o entendimento do homem
como centro do universo e acima das demais espé-
cies de seres vivos (antropocentrismo). Conforme
as sociedades se afastam dos ambientes naturais,
construindo suas vilas, cidades, feudos etc., a natu-
reza vai ganhando a imagem de local perigoso, a se
manter distância dela. Se você recuperar algumas
histórias e fábulas antigas, verá que é na floresta
que estão os vilões, as bruxas, os lobos.

26
Figura 13.12 - No espaço-tempo culturas diferentes mantiveram
diferentes relações com o ambiente, em termos de sobrevivência ou
extinção.

Figura 6: Machu Picchu, capital da antiga civilização Inca. Fonte: Pilon


(2014, p. 385).

A Revolução Científica ocorrida no final do século


16 para o século 17 pode ser considerada um mar-
co histórico para uma mudança de mentalidade em
relação à natureza, ao menos para as sociedades
ocidentais.
O desenvolvimento de métodos científicos de pesqui-
sa por Francis Bacon e René Descartes reforçaram
o antropocentrismo e a separação do homem em
relação ao ambiente natural, ao atribuírem à ciência
a função de proporcionar o conhecimento sobre os
mecanismos da natureza com intuito de dominação
e usufruto.
Por outro lado, é essa mesma Revolução Científica,
por meio da popularização dos métodos criados por
Bacon e Descartes, que impulsiona o desenvolvi-
mento tecnológico humano, culminando nas revo-
luções industriais do século seguinte. Você pode

27
conhecer um pouco mais sobre Francis Bacon e René
Descartes em O método científico.

Podcast 1

Desde então, a visão de meio ambiente como fonte


inesgotável de recursos a serviço da humanidade
torna-se dominante e acompanha todo o desenvol-
vimento das sociedades humanas. As revoluções
industriais afastam a humanidade ainda mais do
meio natural: as pessoas migram para as cidades
para trabalhar nas fábricas que não param de surgir.
Problemas com lixo, poluição das águas e do ar tor-
nam-se cada vez mais comuns, especialmente nas
grandes concentrações das cidades. Mas são enten-
didos sempre como uma consequência de menor
importância do desenvolvimento tecnológico.
Uma síntese de impactos ambientais pontuais des-
de as antigas civilizações humanas até o início do
século 20 pode ser observada na Tabela 2.

7000 a.C. Mesopotâmia/sumérios Na região do atual Iraque, a


até Salinização e assoreamento pluviosidade naturalmente
1800 a.C. dos agroecossistemas. baixa levou à irrigação.

Líbano A exploração do cedro pelos


2600 a.C. Exploração e uso excessivo fenícios e egípcios durou
até hoje da floresta de cedro séculos; pequenos bosques
ainda existem

Império maia Partes dos atuais México,


Erosão do solo; perda de Guatemala, Belize e Honduras;
2500 a.C. vialibidade dos agroecos- agricultura era criativa e inten-
até 900 sistemas e assoreamento siva; em algum momento a de-
dos recursos hídricos manda aumentou e o sistema
agrícola entrou em colapso

28
Grécia Florestas foram derrubadas
800 a.C. Desflorestamento e uso in- para fins agrícolas; utilização
até 200 a.C. tenso do solo de madeira para cozinhar e
aquecer
China Rota de comércio e viagens
200 a.C.
Desertificação ao longo da estimulou o desenvolvimento
até hoje
Estrada da Seda e o crescimento da população

Império romano Demanda intensa por grãos


50 a.C. Desertificação e perda de em todo o império exauriu es-
até 450 viabilidade de agroecossis- sas terras, que tinham um alto
temas no norte da África potencial de erosão
Brasil O processo de colonização
Extração de madeira e trans- do Brasil sempre primou pelo
1500
formação em solo agrícola extrativismo e monoculturas
até hoje
da Mata Atlântica e urbani- para exportação
zação intensa no litoral
Austrália e Nova Zelândia Cem anos de introdução de
Perda de biodiversidade e ovelhas e gado aniquilaram
1800
proliferação de espécies gramíneas nativas e, conse-
até hoje
invasivas quentemente, muito da biodi-
versidade local

América do Norte Manadas de bisões, estimadas


1800
Conversão de hábitats para em mais de 50 milhões, che-
até hoje
agricultura e pastagens. garam próximas da extinção
Alemanha e Japão As consequências da
1800 até Envenenamento químico- Revolução Industrial provo-
1900 -industrial dos sistemas de caram um grande impacto
água doce nas águas doces deses países

Tabela 2: Histórico das civilizações e sua relação com a natureza.


Fonte: Philippi Jr.; Roméro; Bruna (2014, p. 68).

A relação Homem-Natureza: as
mudanças no século 20
Impactos ambientais com repercussão na saúde
humana começam a ocorrer a partir da década de
1950; dois deles geraram grande repercussão social:

29
o inverno de 1952 em Londres e a descoberta da
contaminação da Baía de Minamata, no Japão.
No caso de Londres, a junção de um evento natural
na região (a neblina intensa) com a fumaça das cha-
minés alimentadas com carvão gerou uma concen-
tração de poluentes na cidade que matou milhares
de pessoas em poucos dias. No caso do Japão, o
lançamento de dejetos industriais com mercúrio di-
retamente nas águas da Baía de Minamata ao longo
de 20 anos (entre 1930 e 1950) resultou não apenas
na contaminação e morte de animais e pessoas, mas
no nascimento de centenas de crianças com severas
deficiências neurológicas e motoras, especialmente
a partir da década de 1960 (DIAS, 2010).
Somam-se a esses incidentes a publicação de dois
estudos científicos que também obtiveram grande re-
percussão. Em 1962, a bióloga Rachel Carson publica
Primavera Silenciosa, no qual denuncia os impactos
ao meio ambiente e à saúde humana decorrentes
do uso excessivo de pesticidas. Em 1968, o casal
Paul e Anne Ehrlich publica A Bomba Populacional,
no qual aborda o impacto do aumento demográfico
da população humana sobre a disponibilidade de
recursos naturais para alimentar todas as pessoas
(BURSZTYN; BURSZTYN, 2012).

Diante desse cenário, o Clube de Roma − grupo for-


mado por autoridades políticas e intelectuais de di-
versos países − contratou uma equipe técnica para
elaboração de um relatório-diagnóstico, publicado
em 1972 sob o título Os Limites do Crescimento. O

30
relatório tinha como conclusão principal que o cons-
tante aumento da população humana geraria grande
pressão sobre os recursos naturais e energéticos e
que, mesmo com o avanço da ciência e da tecnologia,
em pouco tempo o planeta não disporia destes recur-
sos em quantidade e qualidade suficientes (FÉLIX;
BORDA, 2009).
Trata-se de um primeiro relatório global sobre os
impactos ambientais das atividades humanas, e que
claramente apontava a existência de limites naturais
ao crescimento humano.
A soma dos fatos descritos culmina com a realização
da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente Humano em Estocolmo no ano de 1972,
considerada o grande marco de nascimento da agen-
da ambiental internacional.

Desta Conferência, organiza-se uma comissão in-


ternacional para estudar a situação ambiental. A
Comissão, liderada pela então Primeira-Ministra da
Noruega, Gro Brundtland, elabora o relatório “Nosso
Futuro Comum”, no qual se consagra o termo desen-
volvimento sustentável como aquele que satisfaz às
necessidades da atual geração sem comprometer a
capacidade das futuras gerações em atender suas
próprias necessidades.

Até então, as preocupações ambientais estavam


restritas ao ambiente acadêmico das pesquisas em
ciências naturais e ao movimento ambientalista que
se fortalecia, mas era ainda muito incipiente. Saiba

31
uma pouco mais sobre o movimento ambientalista
em Origens do movimento ambientalista.

Podcast 2

Aos poucos, sedimenta-se a percepção de que os im-


pactos ambientais gerados pelas atividades humanas
possuem uma escala planetária e podem vir a compro-
meter a sobrevivência de nossa espécie na Terra. Essa é
a representação social que predomina nas sociedades
modernas em geral desde o final do século 20.
No Brasil, essa agenda ambiental ganha força somente
a partir da segunda Conferência da ONU sobre o tema,
realizada no Rio de Janeiro em 1992. Vamos abordar
o cenário nacional com mais profundidade no Módulo
2 desta disciplina.

A relação Homem-Natureza:
início do século 21
Podemos constatar que a percepção das sociedades
humanas em relação à natureza varia de acordo com o
momento histórico. Tomando como base a década de
1960, percebemos que estamos há menos de 60 anos
reformulando uma representação social sedimenta-
da em nossas sociedades nos últimos três séculos
(desde a Revolução Científica de 1700).
Por isso, ainda há muito que se dialogar e pesquisar
sobre o tema. Ainda há muitas opiniões divergentes e
muitos desafios a se superar. Nossas sociedades mo-

32
dernas foram construídas baseadas no entendimento
da natureza como fornecedora ilimitada de recursos
e consumidora ilimitada de nossos resíduos, e agora
constatamos que essa visão pode estar equivocada.
É nesse cenário que a cidadania e o meio ambiente
se encontram e se fundem como princípio ético deste
o início do século 21, que pode ser representado pelo
termo sustentabilidade. Em outras palavras,

É preciso fundar uma ética que concilie me-


lhor o tempo da reposição da base material
por meio de processos naturais e o tempo
de produção das necessidades materiais da
existência. [...] A sustentabilidade pode ser
uma fonte de cidadania, de uma nova cidada-
nia, que permita a circulação e promoção de
ideias e valores por meios materiais extraídos
de maneira cautelosa do ambiente (PINSKY;
PINSKY, 2010, p. 415).

33
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste primeiro módulo, apresentamos a formação
das sociedades humanas, desde sua origem bioló-
gica até sua consolidação sociocultural. Trouxemos
conceitos importantes relacionados às ciências so-
ciais e que nos permitem analisar as sociedades hu-
manas com mais profundidade: socialização, intera-
ção, grupos primários e secundários, comportamento
social e representação social. Apresentamos as duas
representações sociais centrais desta disciplina: a
noção de cidadania e a noção de meio ambiente, e
fizemos um resgate histórico de como elas surgiram
e como se modificaram ao longo do tempo. Ao final,
apresentamos como o cuidado com o meio ambiente
integra a cidadania do século 21. Fornecemos, assim,
um amplo panorama histórico conceitual com o obje-
tivo de sedimentar nosso percurso de aprendizagem
para a compreensão das relações entre Sociedade e
Natureza. Nos próximos módulos, iremos aprofundar
alguns temas específicos, sempre alinhavando as
Ciências Ambientais e Sociais.
Até lá!

34
Síntese

CONCEITOS
FUNDAMENTAIS

Sobre as sociedades humanas

• A origem das sociedades humanas

• Conceitos relacionados às
sociedades humanas

Sociedade e Cidadania
• Breve histórico da ideia de
cidadania

Sociedade e Meio Ambiente

• A relação Homem-Natureza: origens

• A relação Homem-Natureza: as mu-


danças no século 20

• A relação Homem-Natureza:
início do século 21
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