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A importância para se estudar a morfologia dos fungos é que ela é fundamental para reconhecer um
caso de micose, e identificar o fungo que está causando a micose (identificação taxonômica). A
identificação dos fungos ainda é baseada principalmente em sua morfologia, tanto macro como
microscopicamente.
O estudo da morfologia de vida parasitária é feito pelo exame micológico direto. A morfologia de
vida saprofítica é avaliada pela análise macro e microscópica das culturas do fungo (Figura 1).
Os tipos morfológicos básicos encontrados, tanto na fase parasitária quanto saprofítica, são as
leveduras e os filamentos micelianos (Figuras 2 e 3).
Um terceiro tipo morfológico corresponde aos fungos dimórficos, que se apresentam como leveduras
na fase parasitária, e como fungos filamentosos na fase saprofítica.
1. Filamentos micelianos ou hifas: são estruturas tubulares de paredes paralelas. Elas podem ser
septadas ou asseptadas. As hifas asseptadas são também chamadas de cenocíticas. Quanto a cor
podem ser transparentes, também conhecidas como hialinas, ou demácias, quando apresentam
pigmento melânico na sua parede celular (Figuras 4 e 5).
2. Artroconídios: são estruturas derivadas dos filamentos micelianos, pela sua desagregação e
separação, nos septos. Eles se apresentam como fragmentos de hifas separados entre si, ou em cadeias
de estruturas arredondadas (Figura 6).
Figura 6. Artroconídios.
3. Leveduras: também são conhecidas como blastoconídios ou blastosporos. Elas são estruturas
originadas de reprodução assexuada por brotamento ou gemulação, que ocorrem no grupo das
leveduras (Figura 8).
4. Pseudohifas: são blastoconídios que se unem e se tornam alongados, ficando semelhantes às hifas.
Elas podem se confundir com hifas verdadeiras, e são diferenciadas pelo fato de serem mais curtas e
com um estreitamento no ponto em que os dois blastoconídios estão unidos (Figura 9).
Figura 9. Pseudohifa.
Ou, leveduras que apresentam cápsula, como é o caso do Cryptococcus (Figura 12).
O estudo da morfologia de vida saprofítica é importante para ajudar a identificar os fungos. Neste
caso, são avaliadas as morfologias macroscópicas e microscópicas. Várias das características
microscópicas observadas na fase parasitária também podem ser observadas na fase saprofítica de um
fungo. A seguir alguns termos utilizados na morfologia de vida saprofítica:
1.1. O micélio vegetativo exerce as funções de assimilação, fixação e crescimento das espécies. O
micélio vegetativo pode ser dos seguintes tipos:
1.1.1. Micélio vegetativo unicelular: quando é constituído por blastoconídios (leveduras, Candida
sp.);
1.2. Micélio de frutificação: é uma estrutura especializada do micélio, que exerce as funções de
propagação (reprodução) do fungo. Ela apresenta estruturas de frutificação, que também são
conhecidas como órgãos de esporulação ou conidióforos (Figura 13). O termo conidióforo é o mais
utilizado, ultimamente. O conidióforo é definido como uma estrutura especializada no micélio, capaz
de gerar conídios. O conídio é definido como uma estrutura de propagação assexuada do fungo.
Durante o seu ciclo biológico, os fungos podem sofrer variações morfológicas. O primeiro tipo de
variação é chamado de dimorfismo. Essa variação ocorre entre os fungos dimórficos. É a capacidade
do fungo de crescer nas formas filamentosa/M (mold), e de levedura/Y (yeast) (Figura 16).
A segunda variação morfológica, que alguns fungos apresentam, é chamada de pleomorfismo. Ela
compreende alterações irreversíveis em áreas do micélio, decorrentes de mutações, que levam a perda
das características morfológicas originais (Figura 17). Consequentemente, isto pode prejudicar a
identificação fungos no qual o fenômeno é observado. Ela ocorre, por exemplo, com o
Epidermophyton floccosum.