Nanismo é um transtorno que se caracteriza por uma deficiência no crescimento,
que resulta numa pessoa com baixa estatura se comparada com a média da população de mesma idade e sexo. Ele pode afetar mulheres e homens indistintamente que, salvo raríssimas exceções, mantêm a capacidade intelectual preservada e podem levar vida normal e de boa qualidade. Em muitas situações, porém, as pessoas com nanismo são obrigadas a lidar com o preconceito e a discriminação social e a contornar as dificuldades de acesso em ambientes preparados para receber pessoas mais altas. Por isso, muitas vezes, precisam de ajuda para realizar tarefas simples, como utilizar o caixa eletrônico, e transporte público, por exemplo, e alcançar os produtos nas prateleiras de supermercado. O nanismo é consequência de alterações genéticas, hormonais, nutricionais e ambientais que faz com que o corpo não cresça e se desenvolva como deveria, fazendo com que a pessoa tenha uma altura máxima abaixo da média da população da mesma idade e sexo, podendo variar entre 1,40 e 1,45 m. Pode ser caracterizado por baixa estatura, membros e dedos cursos, tronco longo e estreito, pernas arqueadas, cabeça relativamente grande, testa proeminente e cifose e lordose acentuadas. O nanismo pode ser classificado em duas categorias distintas: – Nanismo hipofisário ou pituitário: causado por distúrbios metabólicos e hormonais, em especial pela deficiência na produção do hormônio do crescimento ou por resistência do organismo à ação desse hormônio. É conhecido, também, por nanismo proporcional, porque o tamanho dos órgãos mantém a proporcionalidade entre si e com a altura do indivíduo. – Acondroplasia: considerada uma doença rara, o tipo mais comum de nanismo desproporcional é uma síndrome genética que impede o crescimento normal dos ossos longos (fêmur e úmero, especialmente), porque acelera o processo de ossificação das cartilagens formadoras de ossos. Isso faz com que as diferentes partes do corpo cresçam de maneira desigual. Quando a baixa estatura está correlacionada com a ausência ou a pequena produção do hormônio do crescimento (GH), a administração desse hormônio já demonstrou produzir efeitos benéficos. O tratamento pode estender-se por vários anos e deve ser acompanhado de perto por um médico especialista na área, porque podem ocorrer reações adversas ao uso do medicamento. Para a acondroplasia ainda não existe um tratamento específico que possibilite reverter o quadro, porém, a atenção a essa enfermidade deve ser multidisciplinar e os cuidados precoces são essenciais. Gigantismo
A hiperprodução do hormônio do crescimento provoca crescimento excessivo. Em
crianças, esse quadro clínico é chamado de gigantismo. O gigantismo é uma doença rara na qual o organismo produz hormônio do crescimento em excesso, que se deve geralmente à presença de um tumor benigno na hipófise, conhecido por adenoma hipofisário, fazendo com que os órgãos e partes do corpo cresçam mais que o normal. Os ossos longos crescem exageradamente. A pessoa cresce até atingir uma altura excessiva e os braços e as pernas se alongam. É possível ocorrer um atraso da puberdade e os genitais podem não se desenvolver completamente. As características faciais da pessoa se tornam ásperas e as mãos e pés incham. Anéis mais largos, luvas, sapatos e chapéus são necessários. O crescimento excessivo do osso maxilar (mandíbula) pode fazer com que o maxilar se torne protuberante (prognatismo). O coração geralmente dilata e sua função pode estar tão gravemente prejudicada que causa insuficiência cardíaca. É possível que outros órgãos aumentem de tamanho. Quando existe suspeita de se ter gigantismo deve-se fazer um exame de sangue para avaliar os níveis de IGF-1, uma proteína que está aumentada quando os níveis de hormônio do crescimento também estão acima do normal, indicando acromegalia ou gigantismo. Depois do exame, especialmente no caso do adulto, pode ainda ser pedida uma tomografia computadorizada, por exemplo, para identificar se existe algum tumor na hipófise que possa estar alterando sua função. Em certos casos, o médico pode solicitar a medição das concentrações do hormônio de crescimento. O tratamento do gigantismo varia de acordo com o que está causando o excesso de hormônio do crescimento. Assim, se existir um tumor na hipófise, normalmente é recomendado fazer uma cirurgia para retirar o tumor e repor a correta produção de hormônios. Porém, se não existir uma razão para a alteração do funcionamento da hipófise ou se a cirurgia não resultar, o médico pode apenas indicar o uso de radiação ou medicamentos, como análogos da somatostatina ou agonistas da dopamina, por exemplo, que devem ser usadas durante toda a vida para manter os níveis do hormônio controlados. Acromegalia
Acromegalia é uma doença crônica provocada pela produção exorbitante do
hormônio do crescimento (GH) na vida adulta. Se esta produção excedente for diagnosticada na infância, a doença é chamada de gigantismo. No entanto, na fase adulta, as cartilagens de crescimento já estão fechadas, por isso o excesso de produção de GH nesta fase é chamado de Acromegalia. Caso não seja tratada, a doença pode evoluir e trazer complicações, como diabetes, doenças cardiovasculares e hipertensão. O que mais caracteriza esta doença é o crescimento exagerado de partes do corpo como mãos, pés e nariz, mas ela pode gerar complicações como diabetes, hipertensão e insuficiência cardíaca. Ela afeta igualmente homens e mulheres e é mais comum em pessoas com idade entre 30 e 50 anos. Quase todos os casos da doença são causados por um tumor benigno na hipófise, glândula localizada na base do crânio responsável pela produção de hormônios, como o do crescimento. Esses tumores podem alterar a produção desse hormônio. Entre os sintomas da Acromegalia estão alterações na fisionomia, atribuídas ao processo de envelhecimento, entre elas crescimento dos membros superiores e inferiores, aumento significativo da testa, rosto e do espaçamento entre os dentes; aumento do volume do tórax, genitais e nariz. Além dos sintomas de crescimento de algumas partes, podem ocorrer também alterações respiratórias, cardiovasculares, gastrintestinais, metabólico-endócrinas, músculoesqueléticas, neurológicas e oftálmicas. É comum o diagnóstico acontecer por acaso, quando os pacientes procuram o médico devido a sinais e sintomas. Eles são submetidos a exames de imagem, tomografia computadorizada ou ressonância magnética de crânio e, assim, o tumor na hipófise é encontrado. Acromegalia tem cura e existem 3 tipos de tratamentos: o cirúrgico, o tratamento através de radioterapia e o clínico. A cirurgia, quando os adenomas são pequenos e não chegam a 1 cm, pode curar em 80% a 90% dos casos. Se os adenomas forem maiores do que isso, o índice cai para 50% e, se após a cirurgia não houver normalização dos níveis hormonais, deve-se realizar tratamento medicamentoso O tratamento clínico é feito com o uso de medicações como agonistas dopaminérgicos e análogos da somatostatina ou aplicação de octreotida entre os músculos do portador. A radioterapia só deve ser realizada quando não há a possibilidade de cirurgia e quando o tratamento clínico não tem a eficiência desejada.