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Planeamento Programação e Controlo da Produção

3 GESTÃO DE PROJECTOS - PLANEAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLO DE


PROJECTOS

3.1 CONCEITOS INTRODUTÓRIOS

Métodos:

CPM – "Critical Path Method" (Método Determinístico) - 1957; DuPont; Para planear e
controlar a manutenção de fábricas da indústria química; Redução de 125 para 78 h de
paragem de equipamentos para manutenção.

PERT – "Program Evaluation and Review Technique" (Método Probabilístico ou


Estocástico) - 1958; Marinha dos E.U.A.; Projecto POLARIS; Redução de 2 anos no
tempo previsto para o projecto.

Algumas Definições:

PROJECTO: Conjunto parcialmente ordenado de operações ou actividades, que


concorrem para a realização de um determinado objectivo.

Exemplos: Projectos para Construção de Edifícios, Estradas, Barragens, Mísseis, Barcos,


para Lançamento de novos produtos, e outros projectos de grande dimensão.

REDE: Representação gráfica de um projecto em que se apresentam a sequência


cronológica e as inter-relações de todas as actividades que o constituem, utilizando
círculos e setas.

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2
C
A
E
1 4 5
B
D

Tipos de Redes:

Tipo (Xi): os círculos representam actividades e as setas as relações existentes


entre as actividades.

Tipo (i,j): Os círculos representam acontecimentos e as setas actividades; será a


estas que iremos dedicar a nossa atenção. (Estas são as únicas de que
se falará nesta disciplina do curso).

RECURSOS: Designação genérica de qualquer dos factores de produção – pessoas,


dinheiro, máquinas, etc. – necessários para a realização de uma ou mais actividades.

ACTIVIDADE: É cada uma das partes componentes de um projecto. É uma tarefa que
requer tempo, (no caso da figura abaixo é yij), para ser completada e implica o
consumo de recursos; as actividades fictícias são uma excepção).

actividade (i,j)
com duração yij

i j

acontecimento acontecimento
inicial final

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• Cada actividade é representada por uma seta (ou, mais raramente, por um arco)
numa rede.

• Em cada extremo de cada actividade há um Nodo, que significa um evento ou


acontecimento.

• Associado com cada actividade está o tempo necessário para completar a referida
actividade.

• Cada actividade tem um nome associado a ela, tal como Escolha de terreno,
Construção das fundações, Pintura das peças, etc.

Nota:

Por vezes é necessária a inclusão, na rede, de actividades FICTÍCIAS, representadas a


tracejado, que não consomem tempo nem recursos e que se incluem apenas para dar
maior clareza à rede e para distinguir as relações de dependência de actividades com os
mesmos acontecimentos inicial e final, ou para explicitar determinados constrangimentos,
como autorizações ou esperas administrativas, ou ainda quando ocorra uma actividade
(C) seguir-se a duas actividades concorrentes (A e B), mas outra actividade (D),
sucessora de B não o seja de A; cria-se a X. (p.f. ver o capítulo específico sobre
Actividades Fictícias)

ACONTECIMENTO: É uma data específica que identifica o início ou o fim de uma


actividade. Ocorre quando todas as actividades que apontam para tal acontecimento
foram completadas; nenhuma actividade que se inicie num dado acontecimento pode
começar antes do acontecimento ocorrer.

• Nas redes (i,j) são usados números para identificar os acontecimentos, e círculos
para os representar na rede. Não têm duração nem consomem recursos.

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• Acontecimento inicial do projecto é o primeiro acontecimento de uma rede, que


representa o início do projecto.

• Acontecimento final ou objectivo do projecto é o último acontecimento de uma


rede, que identifica a conclusão do projecto.

ACTIVIDADE FICTÍCIA: É uma actividade que não faz parte integrante do projecto a
realizar, i.e., não consome tempo nem recursos, mas que é utilizada na representação
gráfica dum projecto quando é necessário garantir as regras da representação gráfica
da rede, ou as precedências entre as actividades (reais) do projecto. É representada por
uma flecha a traço interrompido.

Quando se utilizam as Actividades fictícias?

1º Nos casos em que duas ou mais actividades possuem os mesmos acontecimentos


inicial e final.

No exemplo abaixo, as duas actividades, N e M, têm os mesmos acontecimentos inicial e


final, pelo que passariam a representar a mesma actividade em termos de identificação
gráfica. Isto é particularmente importante no uso de computadores para a construção
destas redes, pois aqueles são programados para identificar cada actividade por um par de
números de nodos.

M
L T
N

INCORRECTO
(M=N)

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O problema é resolvido através da inserção de uma actividade fictícia, conforme indicado


na figura abaixo. A relação funcional é idêntica, pois a actividade fictícia requer “tempo
zero”, mas agora “M” e “N” são identificados por diferentes pares de números. O uso
“desta” actividade fictícia torna possível distinguir os números dos acontecimentos finais
de M e N.

L M

N AF

T
CORRECTO
(M≠N)

2º Para a correcta representação das restrições

Consideremos o seguinte exemplo:


A actividade “S” tem como precedentes imediatas as actividades “O” e “T”.
A actividade “U” tem uma única actividade precedente imediata, a “T”.

Se representarmos essas precedências conforme a figura abaixo, a relação de


precedências não é satisfeita, i.e., o início de “U” depende de “O” e “T”, e isto não é
verdade.

T U

O S

INCORRECTO
(U tem duas actividades precedentes)

Para representar correctamente a situação, deve lançar-se mão do uso de uma actividade
Fictícia, que não requer tempo, conforme se mostra abaixo.

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T U

af
O S
CORRECTO
(U tem apenas T como precedente, e S tem as duas precedentes)

3.2 - CONSTRUÇÃO DA REDE DE ACTIVIDADES

A rede pode ser mais ou menos detalhada consoante o nível de execução ou de controlo a
que se destina.

DADOS:

- Uma lista de “todas” as actividades elementares necessárias para a realização do


projecto, com a indicação dos tempos e recursos necessários à sua execução,

- As interdependências das várias actividades (informação sobre as operações que


devem ser realizadas imediatamente antes e depois de cada actividade – “tabela
de precedências” ou “tabela de subsequências”).

SEQUÊNCIA DE PASSOS:

1- A partir da tabela de precedências (ou subsequências) construir a de


subsequências (ou precedências)

2- Atribuir o número de ordem "1" às actividades sem precedentes

3- Para as outras actividades, calcular o seu número de ordem, somando “1” ao


máximo número de ordem das actividades que lhe são precedentes

4- Depois de atribuído um número de ordem a todas as actividades, desenhar "n+1"


linhas verticais (em que "n" é o mais elevado número de ordem atribuído)

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5- Cada actividade terá o seu acontecimento inicial na linha vertical correspondente


ao seu número de ordem, e o seu acontecimento final na linha vertical
correspondente à ordem das actividades suas subsequentes

6- Construir a rede, de preferência do fim para o princípio

7- Numerar os acontecimentos por ordem crescente - “da esquerda para a direita”, e


“de cima para baixo”

8- Calcular as datas “mais próxima (P)” e “mais afastada (A)” de ocorrência de


todos os acontecimentos

9- Definir “todas” as actividades críticas; 2 critérios:

1º:igualdade das datas P e A em cada acontecimento inicial - Pi=Ai=I - e final


- Pf=Af=F, e Pi A P A
Actividade X
I F
2º:duração “D”igual à diferença F-I Duração D

10- Definir “o(s) Caminho(s) Crítico(s)” através da sequência dos números dos
acontecimentos terminais das actividades críticas que, em sequência, “ligam” o
acontecimento “inicial” da rede ao acontecimento “final” da mesma.

EXEMPLO DE APLICAÇÃO

1. Definir o Projecto a realizar: FABRICAÇÃO DE UM PROTÓTIPO DE MOTO de


neve
2. Definir as diferentes actividades a realizar
Actividades
Actividades Descrição das actividades Duração
precedentes
A Cortar elementos do chassis
B Montar motor
C Montar chassis, motor e cabina
D Colocar pára-brisas, Guiador e Manípulo
E Furar e soldar chassis
F Verificar funcionamento
G Ensaiar motor
H Preparar cabina e acessórios

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3. Definir a duração de cada uma das actividades


Actividades Duração
Actividades Descrição das actividades
precedentes (dias)
A Cortar elementos do chassis 2
B Montar motor 1
C Montar chassis, motor e cabina 1
D Colocar pára-brisas, Guiador e Manípulo 2
E Furar e soldar chassis 1
F Verificar funcionamento 2
G Ensaiar motor 1
H Preparar cabina e acessórios 3

4. Definir as ligações (precedências) entre as actividades


Actividades Duração
Actividades Descrição das actividades
precedentes (dias)
A Cortar elementos do chassis --- 2
B Montar motor --- 1
C Montar chassis, motor e cabina E, B, H 1
D Colocar pára-brisas, Guiador e Manípulo C 2
E Furar e soldar chassis A 1
F Verificar funcionamento E, B, H 2
G Ensaiar motor D, F 1
H Preparar cabina e acessórios --- 3

5. Construir a Rede

“Atribuir o número de ordem "1" às actividades que não são antecedidas por
qualquer outra”

Ordem 1: A, B, H

“Atribuir o número de ordem "n" às actividades que sejam antecedidas somente


por actividades de ordem menor ou igual a "n-1"”

Ordem 2: E

Ordem 3: C, F

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Ordem 4: D

Ordem 5: G

“Depois de atribuído um número de ordem a todas as actividades, desenhar "n+1" linhas


verticais (em que "n" é o mais elevado número de ordem atribuído)”

1 2 3 4 5 6

“Cada actividade terá o seu acontecimento inicial na linha vertical correspondente ao seu
número de ordem”

1 2 3 4 5 6

A
C
B E D G
F
H

e o seu acontecimento final na linha vertical correspondente à ordem das actividades que
lhe são subsequentes

1 2 3 4 5 6

A C
G
E
D
B
F
H

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“Constrói-se a rede, de preferência (mas não necessariamente) do fim para o


princípio”, respeitando as “PRECEDÊNCIAS” de cada uma das actividades

-G termina o projecto e tem D e F como precedentes

-D tem C como precedente

-F tem B, E e H como precedentes

-C tem B, E e H como precedentes (tal como F)

-E tem A como precedente

-A, B e H não têm precedentes (iniciam o projecto)

1 2 3 4 5 6

A E C D
B F G

REDE FINAL (APÓS NUMERAÇÃO DOS ACONTECIMENTOS: “DA ESQUERDA PARA A


DIREITA” E “DE CIMA PARA BAIXO”)

2 5

A E C D

1 B 3 F 6 G 7
H
A.F.

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NOTA: Os “ramos” da rede que “ligam” os acontecimentos 1 e 3, poderiam ser


desenhados de forma contrária, isto é, o ramo (A, E) para baixo do ramo B, e o ramo (H,
A.F.) para cima do ramo B:
5
3
H C D
A.F.

1 B 4 F 6 G 7

A E

2
A REDE seria “a mesma”, embora a NUMERAÇÃO DOS ACONTECIMENTOS tivesse
sido alterada

3.3 DETERMINAÇÃO DO CAMINHO CRÍTICO E DAS DATAS DAS ACTIVIDADES

Consideremos a seguinte rede:

2
5
3
3
1 4 5
2
7

Os números sobre as setas representam a “Duração” da actividade que aquelas


simbolizam, em Unidades de Tempo (horas, minutos, dias, semanas, meses, anos, …).

Seja “0” o “instante” correspondente ao início do acontecimento “1”. Logo, temos:

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• O acontecimento “2” terá lugar no instante “3”; o acontecimento “3” poderá


começar no instante “2”.

• A actividade “4,5” só poderá ter início após a realização das actividades “2,4” e
“3,4”.

• A actividade “2,4” terminará no instante “8”.

• A actividade “3,4” terminará no instante “9” (>8).

Assim, a actividade “4,5” só poderá começar no instante “9” (máx. de 8 e 9). Para que o
início da actividade “4,5” não seja atrasado relativamente ao instante “9”, as actividades
“1,3” e “3,4” não podem sofrer quaisquer atrasos. Essas actividades que não podem
sofrer atrasos são designadas por críticas, que no caso do exemplo seriam as 1,3”-“3,4”-
“4,5”.

No que respeita às actividades “1,2” e “2,4”, poderão ter, em conjunto, um atraso (Folga,
MARGEM) de 1 Unidade de Tempo.

3.3.1 DATAS DAS ACTIVIDADES

Todas as actividades que não se encontram no Caminho Crítico podem ter uma Margem
de tempo para a sua realização. Existem assim várias hipóteses para as datas de Início e
Fim dessas actividades.

ti0 – data de INÍCIO + PRÓXIMA da actividade “i,j”

É a data mais próxima do início do projecto (data mais cedo) em que pode ser iniciada
uma dada actividade, tendo em conta os constrangimentos impostos pelas actividades
precedentes. Corresponde à data em que todas as actividades que a precedem foram (ou
serão) realizadas da forma mais rápida possível.

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No caso da rede anterior:

Actividade Duração Data de Início (i) mais próxima (0)


i,j yij ti0
1,2 3 t10=0

1,3 2 t10=0

2,4 5 t20=0+3=3

3,4 7 t30=0+2=2

4,5 3 t40=máx(3+5,2+7)=9

ti1 – data de INÍCIO + AFASTADA da actividade “i,j”

É a data mais afastada do início do projecto (data mais tarde) em que pode ainda ser
iniciada uma dada actividade sem causar atraso na data final (de conclusão) do projecto.

No caso da rede anterior:

Actividade Duração Data de Início (i) mais Afastada (1)


i,j yij ti1

4,5 3 t41=9

3,4 7 t31=9-7=2

2,4 5 t21=9-5=4

1,3 2 t11=2-2=0

1,2 3 t11=4-3=1

(1,3 e 1,2) t11=mín(1,3;1,2)=mín(0;1)=0

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tj0 – data de CONCLUSÃO + próxima da actividade “i,j”

É a data mais próxima do início do projecto (data mais cedo) em que se pode terminar
uma dada actividade, tendo em conta os constrangimentos impostos pelas actividades
precedentes. É dada por:
tj0 = ti0 + yij

No caso da rede anterior:

Actividade Duração Data de Conclusão (j) mais Próxima (0)


i,j yij tj0

1,2 3 t20=t10+3=0+3=3

1,3 2 t30=t10+2=0+2=2

2,3 5 t30=t20+5=3+5=8

3,4 7 t40=t30+7=2+7=9

4,5 3 t50=t40+3=9+3=12

tj1 – data de CONCLUSÃO + AFASTADA da actividade “i,j”

É a data mais afastada do início do projecto (data mais tarde) em que se pode ainda
terminar uma actividade sem causar atraso na data final (de conclusão). É dada por:

tj1= ti1 + yij

No caso da rede anterior:

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Actividade Duração Data de Conclusão (j) mais Afastada (1)


i,j yij tj1 (j>1)

4,5 3 t51=t41+3=9+3=12

3,4 7 t41=t31+7=2+7=9

2,4 5 t41=t21+5=4+5=9

1,3 2 t31=t11+2=0+2=2

1,2 3 t21=t11+3=1+3=4

Para cada acontecimento da rede marcam-se duas datas:

• A data de início "mais próxima" ou "mais cedo" das actividades que começam
nesse acontecimento. Essas datas são iguais para todas as actividades que aí se
iniciam

• E a menor data de início mais afastada das actividades que começam nesse
acontecimento. Essa data coincide com a data de conclusão mais afastada das
actividades que acabam nesse acontecimento. Essas datas são iguais para todas as
actividades que aí se concluem.

A marcação na rede das duas datas referidas acima pode-se fazer duma forma simples
sem se ter de recorrer à determinação individual, para cada actividade, das respectivas
datas.
Para a data de início mais próxima: obtém-se da escolha da maior duração encontrada
pelas actividades que nesse acontecimento se concluem. Isto é da esquerda para a direita
inscrevemos na quadrícula da esquerda, o valor mais elevado determinado.

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No caso de a actividade em causa ter várias actividades precedentes, (ACTIVIDADES


CONVERGENTES), é A MAIOR das Datas de Conclusão + Próximas de todas as
actividades convergentes.

EXEMPLO:

NY
Y
DY
NX
Z
DZ
NZ

df=0

DATA INÍCIO MAIS PRÓXIMA(Nx ) =


máx.[D+p(Ny) + dy; D+p(Nz) + dz; D+p(Nf ) + 0;...] NF

APLICAÇÃO:

0 5 8 12

1 2 3 5
5 3 4
7 15
2 3 3

4 6
4

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Para a menor data de início mais afastada: A determinação das datas de início mais
afastadas faz-se utilizando um processo contrário ao utilizado para as anteriores: parte-se
DO FIM PARA O PRINCÍPIO da rede, e subtrai-se à data de conclusão do projecto as
durações das respectivas actividades.

No caso de ACTIVIDADES DIVERGENTES inscreve-se na quadrícula, A MENOR das


datas de início + afastadas de todas as actividades divergentes; as restantes datas de início
mais afastadas inscrevem-se junto às setas correspondentes.

EXEMPLO:
Y
NY
DY
NX
Z

DZ NZ
df=0

MENOR DATA INÌCIO MAIS AFASTADA (Nx ) =


NF
mín.[D+a(Ny) - dy; D+a(Nz) - dz; D+a(Nf ) - 0;…]

APLICAÇÃO:

0 0 5 5 8 8 12 12

1 5 2 3 4 5
3

7 9 15 15
2 3 3

4 4 6

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3.3.2 MARGENS DE TEMPO DAS ACTIVIDADES

Se falamos na possibilidade das actividades possuírem diferentes datas, quer de início ,


quer de fim, então faz sentido podermos falar também em margens ou folgas de tempo.
Podem-se definir três tipos de margem:

• Margem Total (MT) – Representa o máximo atraso que uma actividade pode ter
em relação à sua data de início mais próxima, sem que isso vá comprometer o
prazo de acabamento do projecto.
• Margem Livre (ML) - Representa o máximo atraso que uma actividade pode
sofrer, de forma a que as actividades que se lhe seguem possam começar na sua
data de início mais próxima.
• Margem Independente (MI) – É a margem disponível que se obtém quando a
actividade precedente se conclui na data mais afastada e a actividade seguinte à
considerada se inicia na sua data mais próxima.

APLICAÇÃO:

a bi c d
Actividade X
i j
Duração Yij

MT(X) = d-a-yij

ML(X) = c-a-yij

MI(X) = c-b-yij

Então, MT ≥ ML ≥MI

Nota: As actividades críticas não possuem qualquer tipo de margem, i.e.,


MT=ML=MI=0.

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3.3.3 CAMINHO CRÍTICO DUM PROJECTO

Actividade Crítica: É uma actividade cujo início de realização não comporta tempo
algum livre, isto é, com margem total nula. O atraso de uma actividade crítica
compromete o prazo total do projecto.

CAMINHO CRÍTICO (CC) - É uma sequência de actividades críticas, que liga o


acontecimento inicial ao final, que não podem sofrer atrasos sem que o acontecimento
final seja atrasado relativamente à data final prevista para a conclusão do projecto; no
caso anterior, seria:

Caminho Crítico ≡ 1,2; 2,3; 3,5; 5,6

0 0 5 5 8 8 12 12

1 5 2 3 4 5
3

7 9 15 15
2 3 3

4 4 6

3.4 OPTIMIZAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS

RECURSO – designação genérica que pode significar qualquer dos factores de


produção, como, por exemplo, o Equipamento a utilizar, a Mão-de-obra , Dinheiro
(podendo todos ser sempre reduzidos a este último).

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Um dos objectivos a ter em conta, ao considerar a utilização dos recursos disponíveis ou


disponibilizáveis, nomeadamente a Mão-de-obra, é a sua OPTIMIZAÇÃO, isto é, a
realização da sua repartição pelas diferentes actividades do projecto de tal forma que se
consiga, em cada momento, uma “igualdade” entre a Mão-de-obra necessária – CARGA
-, e a existente – CAPACIDADE -, com prioridade para as Actividades Críticas.

Esta “igualdade” absoluta é raramente conseguida, mas deve ser tentada a melhor
aproximação possível à mesma.

Para o estudo desta optimização recorre-se a uma “outra” representação gráfica dos
Projectos, ao diagrama de GANTT, disposta num sistema de eixos, em que as abcissas
representam uma Escala de Tempo e as ordenadas, as Actividades:

O DIAGRAMA (OU GRÁFICO) DE GANTT É uma representação gráfica a 2


dimensões:

- no eixo das abcissas os “TEMPOS” e

- no eixo das ordenadas os “códigos” (normalmente simples letras maiúsculas) de


todas as actividades (1 actividade por linha, intercalando uma linha de intervalo
entre cada duas actividades consecutivas)

Sobre ele, e para cada actividade, são dispostas Barras de comprimento proporcional ao
tempo de duração da mesma, e são marcadas, além daquelas Durações (registadas em
coluna à direita do diagrama – col. 2), as Datas de Início Mais Próximas, as Datas de
Conclusão mais Afastadas.

As Margens Total e Livre para cada actividade representam-se em forma de barra, como
o período de execução (duração) das actividades, embora com “preenchimento” diferente
(conforme legenda abaixo, por exemplo). É útil o seu registo numérico em colunas
adicionais (col. 4, 5 e 6).

Adicionalmente, é recomendável o registo em coluna própria, para cada actividade, das


ACTIVIDADES suas SUBSEQUENTES (col. 1).

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Planeamento Programação e Controlo da Produção

Matriz de Construção do DIAGRAMA DE GANTT:

Margem Não-Livre
Act. Subsequentes

Margem Livre

Margem Total
Recursos
Duração
Actividades

Escala dos Tempos

(col. 2)
(col. 3)
(col. 4)
(col. 5)
(col. 6)
(col.1)
1 2 ... 15 16

A
...
Z

Rec

Rec
Opt

Para o posterior traçado do HISTOGRAMA DE RECURSOS NECESSÁRIOS AO


PROJECTO será útil, também, o registo numa outra coluna, dos RECURSOS
NECESSÁRIOS A CADA ACTIVIDADE EM CADA UNIDADE DE TEMPO DE
EXECUÇÃO (col. 3).

LEGENDA: (uma de muitas alternativas possíveis, desde que se consiga uma


diferenciação perfeita das várias entidades envolvidas)
Período de execução “inicial” das “Actividades que não são Críticas”

Período de execução das “ACTIVIDADES CRÍTICAS”

Período correspondente às “MARGENS LIVRES”

Período correspondentes às “MARGENS NÃO-LIVRES” (adicionadas às Margens Livres obtém-se as “Margens Totais”

A “ordem” de disposição das actividades deverá obedecer a um critério “lógico” (p.ex.,

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Planeamento Programação e Controlo da Produção

por crescentes datas de início mais próximas, e, dentro destas, por crescentes durações;
outra “ordem” poderá ser, p.ex., a definida pelas crescentes Datas de Início mais
Afastadas ...). Este critério é bastante útil quando é necessário analisar um “excerto” do
Diagrama total, relativo a um determinado período de execução do projecto; neste caso, a
“altura” do excerto será a mínima possível.

O projecto que tem servido de exemplo na definição dos vários itens de planeamento
servirá também para apresentar um Diagrama de Gantt e um Histograma de Recursos:

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Planeamento Programação e Controlo da Produção

Diagrama de GANTT (básico):


Activida

Recursos
Duração
Escala dos Tempos
des

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

A DE 1 1

C DEFG 2 1

B DE 3 8

F HI 1 2

G K 5 3

D J 4 3

E HI 5 7

J 2 5

H K 3 3

I 3 4

K 5 4
Recursos
Total de

10 9 13 13 13 13 13 12 12 7 7 4 4 4 4 4

Histograma de Recursos:
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1

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Planeamento Programação e Controlo da Produção

Algumas NOTAS sobre HISTOGRAMAS DE RECURSOS:

A “PENÚLTIMA” linha do diagrama de Gantt deverá ser preenchida pelos elementos


que servirão para o traçado do HISTOGRAMA DE RECURSOS, o qual não é mais do
que a representação gráfica das SOMAS DOS RECURSOS necessários ao CONJUNTO
das actividades que em determinada DATA ou PERÍODO se encontram em execução (no
caso apresentado, no período 1, por exemplo, irão estar a ser executadas as actividades:

A – para a execução da qual é necessária 1 unidade de recursos/unidade de tempo,


C – para a execução da qual é necessária 1 unidade de recursos/unidade de tempo,
e
B – para a execução da qual são necessárias 8 unidades de recursos/unidade de
tempo;

no total temos:
- este período 1 absorve 10 unidades de recursos;
- o período 2, 9 unidades de recursos,
- o período 3 a 7, 13 unidades de recursos,
- e assim por diante até ao período 16, em que são utilizadas 4 unidades de
recursos).

Assim, o HISTOGRAMA DE RECURSOS será um gráfico em que:

- a ordenada do período 1 será proporcional a 10,


- a do período 2 proporcional a 9,
- a do período de 3 a 7 proporcional a 13,
- e assim por diante até ao período 16 em que a ordenada do gráfico será
proporcional a 4.

Verifica-se neste exemplo que, SE FOREM UTILIZADOS OS PERÍODOS DE


EXECUÇÃO INDICADOS NO DIAGRAMA DE GANTT INICIAL, a empresa terá de
alocar recursos muito variáveis ao longo do período de execução do projecto, neste caso:

- desde um mínimo de 4/unidade de tempo (em que, provavelmente, estariam

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Planeamento Programação e Controlo da Produção

desocupados alguns recursos potenciais da empresa),


- até um máximo de 13/unidade de tempo (em que, eventualmente, teriam de ser
“contratados” mais recursos)
- com uma utilização “média” de 8.9 unidades de recursos/unidade de tempo (o
objectivo “ideal” de uma OPTIMIZAÇÃO DE RECURSOS para este projecto
deveria ser manter este valor médio como total dos recursos necessários em
todos os períodos ao longo do tempo de execução do mesmo).

Nos casos em que a empresa executora do projecto utilize os seus recursos de Mão-de
Obra de forma exclusiva no referido projecto, isto é, não tenha qualquer outra aplicação
para a Mão-de-Obra integrada no seu Quadro de Pessoal, existe toda a vantagem em que
aquele “valor médio” dos recursos necessários seja o mais possível idêntico à dimensão
do seu Quadro Permanente de trabalhadores.

Nos casos em que, por exemplo, a obra é executada em local muito afastado do habitual
local de trabalho dos componentes do Quadro da Empresa, em que é necessário prever
com antecedência, por exemplo, deslocações sistemáticas ou acomodações junto ao local
da obra, é conveniente que os recursos de Mão-de-Obra – neste caso - necessários na
obra, sejam em número o mais possível constante ao longo de grandes períodos, situação
que, na grande maioria dos casos só é conseguida com uma cuidada OPTIMIZAÇÃO DE
RECURSOS.

Na maior parte dos projectos existem actividades que NÃO SÃO CRÍTICAS, ou seja,
para as quais existe alguma “flexibilidade” no que respeita ao período da sua execução,
sem fazer perigar o cumprimento do período de execução total do projecto. Esta, a mais
importante utilização prática das MARGENS das actividades NÃO-CRÍTICAS dos
projectos, como se verá abaixo.

Em cada caso prático existirão várias formas de optimização específicas, variáveis


portanto de caso para caso.

Serão seguidamente descritas duas formas de optimização de recursos largamente


utilizadas na grande maioria dos casos:

43
Planeamento Programação e Controlo da Produção

1. A utilização das MARGENS (quer das LIVRES, quer, sempre que possível e com
as consequências derivadas do seu próprio conceito, das NÃO-LIVRES) para
“REDEFINIÇÃO” dos períodos de execução das várias actividades “deslocáveis”.
O primeiro objectivo destas deslocações é conseguir:
- BAIXAR o máximo dos recursos utilizados por período, calculado no
diagrama de Gantt “INICIAL”, e/ou,
- SUBIR o mínimo dos recursos utilizados por período, calculado naquele
mesmo diagrama, fazendo tender o mínimo e o máximo para o valor
“MÉDIO” anteriormente definido.

EXEMPLO: Se a actividade D que, no diagrama inicial, seria executada no período de 4


a 7, for “deslocada” para o período de 11 a 14 (até ao limite da sua margem total),
Activida

Recursos
Duração
Escala dos Tempos
des

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

............................

D J 4 3

E HI 5 7

J 2 5

............................

13 13 13 13 12 12
7+ 4+ 4+ 4+ 4+
Recursos
Total de

- - - - - - 4+5
10 9 13 7 3= 3= 3= 3= 5=
3= 3= 3= 3= 5= 5= =9
10 7 7 7 9
10 10 10 10 7 7

- “libertaria” 3 unidades de recursos no período de 4 a 7 (passando este


período a consumir apenas 10 unidades de recursos em vez das 13
iniciais),

- e “sobrecarregaria” com aquelas mesmas 3 unidades o período de 11 a


14 (que passaria, por esta razão apenas, a consumir “mais” 3 unidades de

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Planeamento Programação e Controlo da Produção

recursos, ou seja, um total de 10 unidades de recursos no período 11, e


um total de 7 unidades de recursos nos períodos de 12 a 14.

Dado que a margem que a actividade D utilizou é uma MARGEM NÃO-LIVRE, a


actividade J, subsequente de D, terá de ser “deslocada” para um período “posterior” -
iniciado após o período 14 -, o período 15, terminando no período 16. Desta “deslocação”
de J resulta:
- uma “poupança” de 5 unidades de recursos nos períodos de 8 e 9 (onde,
em vez das 12 unidades de recursos se passaria a utilizar 7),
- e uma “sobrecarga” de 5 unidades nos períodos de 14 e 15 (onde, em vez
das 4 inicialmente previstas, seriam necessárias 9 unidades de recursos).

Com esta “dupla” deslocação (das actividades D e J) conseguir-se-ia uma subida do


mínimo anteriormente encontrado, de 4 unidades de recursos, para 9 unidades; no
entanto, o máximo inicialmente necessário, de 13 unidades, continuaria a ser necessário
no período 3; para “optimizar” o máximo aqui verificado bastaria “deslocar o período de
execução de uma das actividades F ou G, dentro das respectivas margens – que no caso,
são ambas Livres – de modo a “aliviar” o período 3, sem “sobrecarregar” os períodos
seguintes para valores superiores aos máximos “reduzidos” já conseguidos com as
anteriores “deslocações”.

NOTA: repare-se na utilização das “LINHAS EM BRANCO” intercaladas, para


colocação das NOVAS posições, no tempo, das actividades “DESLOCADAS”. Nem
sempre é tão “fácil” como no caso anterior, conseguir uma tal “optimização”.

2. Uma outra solução para “optimizar” recursos pode ser possível se as actividades
não-críticas – ou uma parte delas – forem do tipo a que passaremos a chamar
“FLEXÍVEIS”, cuja característica diferenciadora das “NÃO-FLEXÍVEIS” é a
seguinte: o produto da sua duração pelos recursos necessários (dimensionalmente
um “TRABALHO”, sempre possível de definir na unidade HORAS x HOMEM),
e que é uma constante, pode ser obtido para vários conjuntos “DURAÇÃO x
RECURSOS.

45
Planeamento Programação e Controlo da Produção

NOTA: Exemplos de ACTIVIDADES FLEXÍVEIS: - a pintura de paredes, a colocação


de revestimentos em pavimentos de “grandes” áreas, de forma geral actividades em que a
utilização de mais Mão-de-Obra permite ocupar menos tempo. Assim, se fôr necessário
pintar uma parede de 100 m2 , com pintores cujo rendimento de aplicação fôr 10m2/hora,
poderei planear a pintura de várias formas (dentro da hipótese de que se irão considerar
valores inteiros apenas, quer para o número de pintores, quer para o tempo de pintura, o
que pode não ser o caso em alguma situação particular):

- 1 pintor durante 10 horas, ou


- 2 pintores durante 5 horas, ou
- 5 pintores durante 2 horas, ou
- 10 pintores durante 1 hora

Será, assim, a maior ou menor “disponibilidade” quer em Mão-de-Obra, quer em tempo,


e ainda as relações de precedência existentes para as várias actividades e as margens
iniciais, que irão ditar a opção a utilizar

Imagine-se, por exemplo, que uma actividade necessita de:

- um período de execução de 3 unidades de tempo (por exemplo, HORAS),


- utilizando 4 unidades de recursos (por ex. Mão-de-obra, HOMENS),
- e que tem uma margem de 2 unidades de tempo.

Assim, a quantidade de trabalho que essa actividade exige no projecto é de

3 x 4 = 12 hH (horas.Homem)

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Planeamento Programação e Controlo da Produção

que pode ser obtida com várias outras combinações de duração e recursos:
Activida

Recursos
Duração
Escala dos Tempos
des

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Alt 1 1 12
Alt 2 2 6
Alt 3 Margem 3 4
Alt 4 4 3
Alt 5 6 2
Alt 6 12 1

1ª- 1 hora com 12 Homens, ou

2ª- 2 horas com 6 Homens, ou

3ª- 3 horas com 4 Homens (situação “inicial”), ou

4ª- 4 horas com 3 Homens, ou

5ª- 6 horas com 2 Homens, ou

6ª- 12 horas com 1 Homem.

Qualquer uma das 4 primeiras hipóteses poderia ser utilizada, uma vez que o período de
execução poderia ir, no máximo, até 5 horas (3 de duração “inicial” + 2 de margem).

No caso de se pretender “aliviar” a carga de recursos dentro do período de execução,


seria aconselhável utilizar a 4ª alternativa. Se a margem for do tipo LIVRE, pelo menos
em 1 hora daquela margem TOTAL referida - de 2 horas -, tal alternativa não causaria
qualquer dificuldade ou impedimento proveniente de outras actividades subsequentes.
Não havendo qualquer margem LIVRE, incluída nas 2 horas de margem referidas, teria
de haver o cuidado de verificar as consequências da “necessidade” de “deslocação” dessa
actividade SUBSEQUENTE em 1 hora.

As 2 primeiras alternativas, por utilizarem um período de execução menor que o inicial,


exigiriam um “RECÁLCULO DAS MARGENS” e a construção de um novo Diagrama

47
Planeamento Programação e Controlo da Produção

de Gantt, não conduzindo a “novos” períodos de execução do projecto.

No caso de as actividades CRÍTICAS, ou pelo menos algumas delas, serem do tipo a que
chamámos “FLEXÍVEL” podemos ser conduzidos à necessidade de “redefinir” novos
períodos de execução total do projecto.

As duas “ferramentas” atrás referidas (1- deslocação dentro das margens, mantendo a
duração, e 2- utilização das características de “FLEXIBILIDADE” de algumas
actividades) são, normalmente, as primeiras a ser utilizadas para “OPTIMIZAÇÃO DOS
RECURSOS” alocados a um Projecto.

4 NOTAS FINAIS

Porque muitas alterações podem ocorrer em relação ao planeado e/ou programado, mas
mais em relação à programação da produção, esta pode-se tornar rapidamente
desactualizada. As prioridades são sujeitas a revisões com o passar do tempo, ou como os
trabalhos progridem em relação a outros. Replanear e reprogramar são ocorrências
comuns nos sistemas de controlo da produção. A adopção dos métodos de carregamento
e de sequenciação requer que sejam flexíveis e capazes de revisão quando ocorrem
alterações. Estas necessidades de revisão e consequente re-cálculo, fazem com que os
sistemas informáticos de PCP sejam muito desejáveis.

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Planeamento Programação e Controlo da Produção

Exercícios

1- Construa as redes que possibilitam representar os seguintes precedências de actividades:

a) A precede C; B precede D; C precede D.


b) A precede C; B precede C e D; C precede E.
c) A precede D e E; B precede E e F; C precede F

1- Para o projecto especificado no quadro seguinte, determine:

ACTIVIDADES POSTERIORES DURAÇÃO MEIOS

A D, E, F, G 5 5
B F, G 4 10
C H, I 6 5
D H 4 10
E H, I 3 5
F J, K 7 3
G L 5 3
H J, K 2 5
I K 3 5
J ⎯ 3 3
K ⎯ 2 18
L ⎯ 2 4

a) Trace a rede, identifique o caminho crítico e calcule as margens (total, livre e independente)
para todas as actividades.

b) Represente o projecto num gráfico de barras, bem como o respectivo histograma de cargas.

c) Admitindo que os meios disponíveis são constantes ao longo do tempo e igual a 25, faça a
distribuição dos meios pelo processo de optimização das cargas.

2- Uma pequena oficina metalomecânica foi incumbida de construir uma estrutura metálica, para
a qual teve de mobilizar todos os seus 10 recursos humanos polivalentes, e recorrer ainda à
subcontratação da maquinagem de acessórios ao exterior.

As actividades constituintes do projecto estão assinaladas na tabela anexa, bem como a


respectiva duração e os meios necessários à sua realização. O projecto iniciar-se-á com o
aprovisionamento das matérias-primas (H) e pela elaboração de desenhos (O) e terminará
com a expedição da estrutura (D). A expedição (D) terá lugar quando as actividades K, N, e F
tiverem terminado. Feito o aprovisionamento das matérias-primas (H) poderão de imediato
ser realizadas as actividades M e J, cuja conclusão permite a execução de C. As actividades L
e E poderão ser executadas quando os desenhos estiverem elaborados (O). A actividade L

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Planeamento Programação e Controlo da Produção

antecede B, enquanto que E condiciona o início de I e G. As actividades P e A são ambas


condicionadas pela conclusão de C, B e I. A actividade N poderá realizar-se quando houver
terminado A, que por sua vez, conjuntamente com R condicionam o início de F. A actividade
K segue-se a P, enquanto que R se segue a G.

LISTA DE ACTIVIDADES:

ACTIVIDADES DURAÇÃO MEIOS

A - Soldadura de componentes 10 6
B - Qualificação proced. soldadura 2 2
C - Traçagem, corte de materiais 7 1
D - Expedição 1 2
E - Preparação de trabalho 6 8
F - Soldadura de acessórios 4 5
G - Maquinagem de acessórios 8 0
H - Aprovisionamento 15 3
I - Lançamento 2 1
J - Recepção de materiais 3 1
K - Embalagem de peças de reserva 1 1
L - Elab. Especificações soldadura 5 2
M - Reserva de materiais 1 1
N - Montagem de componentes 2 3
O - Elaboração de desenhos 10 6
P - Preparação de peças de reserva 2 1
R - Montagem dos acessórios 6 3

a) Construa a rede PERT do projecto e identifique o caminho crítico.

b) Represente o projecto num diagrama de Gantt e trace o respectivo histograma de cargas.

c) Atendendo aos recursos existentes (10 homens), faça a optimização das cargas de forma a
cumprir o prazo de entrega.

3- O quadro abaixo indicado, dá-nos a interdependência entre as actividades de um projecto,


assim como a sua duração e o total de meios necessários à sua execução.

ACTIVIDADE PRECEDENTES DURAÇÃO MÃO-DE-OBRA


A ⎯ 1 1
B ⎯ 3 8
C ⎯ 2 1
D ABC 4 3

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Planeamento Programação e Controlo da Produção

E ABC 5 7
F C 1 2
G C 5 3
H EF 3 3
I EF 3 4
J D 2 5
K GH 5 4

a) Faça a rede PERT representativa do projecto e indique o Caminho Crítico. Calcule ainda a
Margem Total e Livre para as actividades A, B e C.

b) Represente o projecto num diagrama de Gantt e elabore o respectivo histograma de cargas.

c) Sabendo que a mão-de-obra existente é constante e igual a 10 operários, faça a optimização


das cargas de forma a cumprir o prazo de entrega.

4- No projecto de criação de uma empresa foram identificadas as actividades abaixo indicadas,


bem como as suas interdependências, durações e mão-de-obra necessária.

ACTIVIDADES POSTERIORES DURAÇÃO MÃO-DE-OBRA

A E 7 6
B C,F,I 14 6
C D 5 0
D G 5 5
E C,F,I 4 4
F G 7 3
G ⎯ 2 2
H C,F,I 3 3
I J,K,D 6 8
J ⎯ 10 7
K G 1 1

a) Construa a rede PERT representativa do projecto e identifique o Caminho Crítico. Calcule


ainda a Margem Total e Livre para as actividades A, B e C.

b) Represente o projecto num diagrama de Gantt e elabore o respectivo histograma de cargas.

c) Sabendo que a mão-de-obra existente é constante e igual a 12 operários, faça a optimização


das cargas de forma a não ultrapassar a duração prevista do projecto.

5- No projecto de criação de uma empresa foram identificadas as actividades abaixo indicadas,


bem como as suas interdependências, durações e mão-de-obra necessária.

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Planeamento Programação e Controlo da Produção

ACTIVIDADES POSTERIORES DURAÇÃO MÃO DE OBRA

A B 2 3
B I 3 3
C D, E, G 4 2
D I 3 1
E H, I 6 3
F D, E, G 3 4
G K, J 4 1
H ⎯ 5 2
I ⎯ 2 3
J ⎯ 1 1
K H, I 3 0

a) Construa a rede PERT representativa do projecto e identifique o Caminho Crítico. Calcule


ainda a Margem Total e Livre para as actividades A, C e F.

b) Represente o projecto num diagrama de Gantt e elabore o respectivo histograma de cargas.

c) Sabendo que a mão de obra existente é constante e igual a 7 operários, faça a optimização das
cargas de forma a não ultrapassar a duração prevista do projecto.

6- Antes de lançar a fabricação do novo modelo de motas, a empresa Duval propõe-se construir
um protótipo O quadro abaixo indicado, dá-nos a interdependência entre as actividades de
construção desse protótipo, assim como a sua duração aproximada decorrente de uma análise
realizada pelo gabinete de métodos.

Actividades Posteriores Duração


A E, J 5
B C, F, I 15
C D 3
D ⎯ 7
E D 9
F ⎯ 8
G J 3
H K 6
I ⎯ 15
J C, F, I 10
K C, F, I 2

a) Construa a rede PERT representativa do projecto indicando as Actividades Críticas, e calcule


a Margem Total e Livre para as actividades A, G e E.

b) Represente o projecto num diagrama de Gantt.

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Planeamento Programação e Controlo da Produção

c) Sabendo que as actividades G, H, K e E necessitam da mesma máquina para a sua execução,


faça a optimização da sua utilização de modo a que se mantenha a data de conclusão
inicialmente prevista para a fabricação do protótipo e que a máquina fique o mais cedo
possível libertada deste. Utilize o diagrama de Gantt da alínea anterior para proceder aos
avanços das actividades que entenda que sejam necessários.

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Planeamento Programação e Controlo da Produção

REFERÊNCIAS

Aguilar, R. (1995) Scheduling and Production Control. Continuous Flow Management, Gent,
Bélgica.

A Gestão da Produção da Sua Empresa, Caixa Geral de Depósitos, Instituto de Apoio às


Pequenas e Médias Empresas Industriais.

Baranger, P., et al (1993) Gestão. Sílabo.

Carmo Silva, S. (1994) Organização e Gestão da Produção, Universidade do Minho.

Cavaco, I. (1988) Sistemas Integrados de Produção – Textos de Apoio, ISEP.

Roldão, V. (1995) Planeamento e Programação da Produção. Monitor.

Vollmann, T. et al (1998) Manufacturing Planning and Control Systems. Ed. Irwin.

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