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PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS


Secretaria Municipal de Assuntos Jurídicos
Coordenadoria Setorial das Ações da Dívida Ativa

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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por RENAN DOS REIS MENDONCA CHAVES, protocolado em 17/12/2019 às 16:18 , sob o número WCAS19706318682
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO SETOR DE

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1522678-88.2017.8.26.0114 e código 7780C64.
EXECUÇÕES FISCAIS DA COMARCA DE CAMPINAS / SP

Execução Fiscal n° 1522678-88.2017.8.26.0114

A FAZENDA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE CAMPINAS, pessoa jurídica


de direito público interno, por intermédio do seu procurador ex lege que ao final subscreve, vem
respeitosamente à presença de Vossa Excelência se manifestar nos seguintes termos:

O Município foi intimado para se manifestar acerca das decisões de fl. 19/21.
Inicialmente, convém destacar que, ao contrário do que constou na decisão de fl.
19, item 2, não houve concordância expressa por parte da exequente.
Convém destacar que a Lei Municipal n. 15.843/19 autorizou o Poder Executivo a
não ajuizar e desistir de ações de execução fiscal, bem como dispôs sobre o cancelamento e
parcelamento de créditos tributários e não tributários.
O dispositivo inaugural da norma municipal autorizou a dispensa de execuções
fiscais cujos valores consolidados não ultrapassem 1.135 Unidades Fiscais de Campinas (UFICs).
Confira-se:
Art. 1º Fica o Poder Executivo municipal, por intermédio de seus órgãos
competentes, autorizado a não ajuizar ação de execução fiscal de crédito
tributário e não tributário, assim como requerer a desistência das ações de
execução fiscal ajuizadas, cujos valores consolidados não ultrapassem o valor
correspondente a 1.135 (um mil cento e trinta e cinco) Unidades Fiscais de

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Campinas - UFICs.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1522678-88.2017.8.26.0114 e código 7780C64.
De acordo com o sítio eletrônico da Prefeitura de Campinas 1, em 2020 o valor da
UFIC é de R$3,61.
Conclui-se, pois, que a norma municipal autorizou a desistência de feitos
executivos fiscais que atingem o valor consolidado de R$4.104,27.
No caso concreto, embora o valor consolidado da dívida seja inferior a 1.135
UFICs, há peculiaridade que torna inviável a desistência.
O executado compareceu aos autos (fl. 8/15) e expressamente apresentou bem
em garantia, o qual aguarda apenas formalização perante o Juízo.
Destaca-se que a norma municipal impede a desistência na hipótese em que há
garantia, integral ou parcial. Vejamos:
Art. 2º Excluem-se da hipótese de desistência das execuções fiscais prevista no
caput do art. 1º desta Lei:

I - os créditos objeto de embargos ou de exceções de pré-executividade ou


qualquer meio de defesa do devedor, salvo se o executado manifestar em juízo sua
concordância com a extinção do feito sem quaisquer ônus para a municipalidade
de Campinas;

II - os créditos objeto de parcelamentos válidos em cumprimento;

III - os processos em que for verificada a existência de garantia, integral ou


parcial, útil à satisfação do crédito.

Diante desse cenário, conclui-se pela impossibilidade de desistência do feito,


ante a proibição contida na Lei Municipal.
Por outro lado, é cediço que a Lei de Execução Fiscal traz em seu bojo a ordem de
penhora ou arresto de bens, conferindo prioridade ao dinheiro, o qual ocupa posição inicial (inciso
I):
Art. 11 - A penhora ou arresto de bens obedecerá à seguinte ordem:

I - dinheiro;

1 Disponível em <http://www.campinas.sp.gov.br/governo/financas/ufic.php>
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II - título da dívida pública, bem como título de crédito, que tenham cotação em
bolsa;

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1522678-88.2017.8.26.0114 e código 7780C64.
III - pedras e metais preciosos;

IV - imóveis;

V - navios e aeronaves;

VI - veículos;

VII - móveis ou semoventes; e

VIII - direitos e ações.

Tendo em vista que o executado apresentou como garantia da execução bem


imóvel, bem como levando em consideração que a lei estabelece que a penhora recaia
prioritariamente em ativos contidos nas contas do devedor, o Município de Campinas requer:

a) a penhora on line (art. 854, do CPC) do valor atualizado do débito via


BacenJud (R$1.683,94, conforme extrato em anexo) em desfavor de Espolio de Luiz Renato
Ferreira do Amaral (CPF n. 017.825.098-87);

b) caso a penhora on line reste infrutífera, o Município requer a intimação do


inventariante para a perfectibilização da penhora incidente sobre o imóvel ofertado pelo
executado.

Campinas, 17 de dezembro de 2019

Renan dos Reis Mendonça Chaves


Procurador do Município de Campinas
OAB/SP n° 331.585

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