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PROJUDI - Processo: 0000179-65.2017.8.16.0179 - Ref. mov. 125.

1 - Assinado digitalmente por Patricia de Almeida Gomes Bergonse:9550


28/07/2022: JULGADA PROCEDENTE EM PARTE A AÇÃO. Arq: Sentença

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ
Secretaria Unificada das Varas da Fazenda Pública do Foro Central
Comarca da Região Metropolitana de Curitiba
5ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA

Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJ6UW 982HD BJSNN F7MCR


SENTENÇA

Vistos e examinados estes autos de Ação Declaratória de


Existência de relação jurídico-tributária cumulada com
pedido de Restituição de Créditos, em trâmite perante a
5ª Vara da Fazenda Pública do Foro Central da Comarca
da Região Metropolitana de Curitiba, sob o n. 0000179-
65.2017.8.16.0179, em que figura como autor o Posto de
Combustíveis Plus Ltda. e como réu o Estado do Paraná,
ambos qualificados.

I. Relatório.
Narra o autor que está sujeito ao pagamento de ICMS-ST para
frente, na qualidade de substituído tributário, quando da revenda de combustíveis,
lubrificantes e produtos alimentícios.
Assim, acaba por recolher o ICMS sobre a base de cálculo
presumida, a qual por vezes é superior ao valor da operação de saída da mercadoria,
acarratendo em um recolhimento a maior do tributo.
Afirma ter direito à restituição das diferenças apuradas entre a
base de cálculo presumida e a efetiva do tributo, sob pena de violação aos princípios
da capacidade contributiva e da vedação ao não confisco.
Aponta que a questão é debatida pelo Supremo Tribunal Federal
em sede de repercussão geral no Recurso Extraordinário n. 593.849/MG.
Aduz cumprir os requisitos para a concessão da tutela antecipada.
Requer a concessão da tutela de urgência para que seja autorizado
que o autor se credite, em sua escritura fiscal, dos valores correspondentes à diferente

GABINETE DA JUÍZA DE DIREITO


Dra. Patricia de Almeida Gomes Bergonse
1
PROJUDI - Processo: 0000179-65.2017.8.16.0179 - Ref. mov. 125.1 - Assinado digitalmente por Patricia de Almeida Gomes Bergonse:9550
28/07/2022: JULGADA PROCEDENTE EM PARTE A AÇÃO. Arq: Sentença

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ
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entre o ICMS exigido sobre o valor de venda efetivo e sobre o presumido, quando o
segundo for superior ao primeiro, inclusive quanto às operações ocorridas desde o
último quinquênio que antecedeu o ajuizamento da demanda. Subsidiariamente, que
seja autorizado o creditamento a partir do ajuizamento da ação.
Ao final, postula: a) que seja declarado o direito do autor à
restituição do valor de ICMS recolhido a maior nos casos de substituição tributária
para frente, em razão da indevida restrição ao creditamento quando a base de cálculo
presumida é superior ao valor de venda efetivamente praticado pelo requerente, nos
termos do artigo 150, §7º, da Constituição Federal, tanto para operações futuras,
quanto para as ocorridas nos cinco anos que antecederam o ajuizamento da
demanda; b) que seja assegurado ao autor o direito de reaver os valores
indevidamente recolhidos, a seu critério, mediante: b.1) lançamento em seus livros
fiscais de crédito escritural correspondente ao montante que deixou de ser
apropriado pelas indevidas restrições impostas pela Ré; ou b.3) expedição de
precatório; e c) que os valores pretéritos, em qualquer das duas hipóteses aventadas
acima, sejam atualizados pelos mesmos índices aplicáveis para a exigência de débitos
de ICMS desde a data em que deixaram de ser aproveitados em função das
inconstitucionais limitações impostas pelo réu à fruição de tais quantias.
Instruiu a inicial com documentos.
A tutela de urgência foi indeferida (mov. 12.1).
O Estado do Paraná apresentou contestação (mov. 24.1).
Preliminarmente, impugnou o valor da causa, aduziu a necessidade de suspensão do
processo até o trânsito em julgado do acórdão do RE RG n. 593.849 e alegou a
ilegitimidade ativa da autora.
No mérito, afirma que não é cabível a restituição ou cobrança
complementar do ICMS quando a operação subsequente à cobrança do imposto, na
modalidade de substituição tributária para frente, realiza-se com valor inferior ou
superior ao presumido.

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Dra. Patricia de Almeida Gomes Bergonse
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Colaciona jurisprudência.
Aponta que, se aplicado o entendimento fixado no RE RG n.
593.849, deve ser levada em consideração a modulação dos efeitos, não podendo o
entendimento retroagir para abarcar situações pretéritas, anteriores a 19/10/2016.
Afirma que não deixará de cumprir tese fixada em sede de
repercussão geral, o que não afasta a necessidade de realização de processo
administrativo para a apuração do valor eventualmente pago indevidamente.
Requer o acolhimento das preliminares e, no mérito, a
improcedência da demanda.
Postulada a concessão de tutela incidental, esta foi negada em
razão de apenas reiterar aquela indeferida (mov. 36.1).
O autor deixou de impgunar a contestação (mov. 50).
Intimadas para especificação de provas, o autor requereu a
produção de prova documental (mov. 57.1) e o réu o julgamento antecipado (mov.
55.1).
Remetidos os autos ao Ministério Público, o parecer apontou
desnecessidade de intervenção (mov. 60.1).
Foi determinado que o autor adequasse o valor da causa e que o
Estado do Paraná juntasse cópia da Lei PR n. 19.595/2018 aos autos (mov. 72.1).
O réu cumpriu o determinado no mov. 76.1 e a autora no mov.
96.1, adequando o valor da causa para R$ 73.500,00 (setenta e três mil e quinhentos
reais).
Foi determinado o julgamento antecipado da lide (mov. 112.1),
tendo em vista a impossibilidade de juntada de documentos que não sejam
considerados novos.
Os autos vieram conclusos para sentença.

É o relatório. Decido.

II. Fundamentação.

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II.I. Desnecessidade de suspensão do processo.
Tendo em vista que houve o trânsito em julgado do RE RG n.
593.849 (Tema 201/STF) em 22/02/2018, o pedido de suspensão do feito perdeu seu
objeto, razão pela qual deixo de analisá-lo.

II.II. Ilegitimidade ativa.


Afirma o Estado do Paraná que as empresas substituídas não têm
legitimidade para requerer a restituição do imposto pago pelo substituto, a não ser
que comprovem que não repassaram o valor do tributo ao consumidor final,
buscando a aplicação do art. 166 do CTN.
Aduz que não há qualquer prova nos autos a respeito de não
repasse do valor do tributo ao consumidor, o que, por si só, tem o condão de fulminar
a pretensão autoral, requerendo a extinção do processo sem resolução de mérito por
ausência de legitimidade ativa, nos termos do art. 485, VI, do CPC.
Não lhe assiste razão.
No regime de substituição tributária para frente do ICMS, o
substituído tem legitimidade ativa para postular a restituição de valores pagos a
maior, tendo em vista ser o contribuinte de fato, que suporta o ônus do débito de
ICMS no regime de substituição tributária.
É sabido que o tributo é calculado com base em fato gerador
presumido e recolhido por terceira pessoa, neste caso a parte autora, que a substitui e
atua em momento anterior na cadeia negocial. Logo, sendo verificado o recolhimento
de ICMS a maior - justamente porque teve por lastro base de cálculo presumida - é
legitimada a buscar contra o Estado a restituição da diferença.
Frisa-se que o autor postula a declaração do direito à devolução
dos valores apurados relativamente ao excesso de tributação do ICMS no sistema de
substituição tributária, referente à diferença entre base de cálculo presumida e o
preço efetivamente praticado em face do consumidor. Ou seja, almeja a restituição de
tributo incidente sobre base de cálculo não suportada pelo consumidor, situação na
qual não se constata a repercussão tributária.
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Nesse sentido, oportuno citar os seguintes julgados:

APELAÇÃO CÍVEL. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. ICMS.


SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA “PARA FRENTE”. (I) ALEGAÇÃO DE
ILEGITIMIDADE ATIVA. DESACOLHIMENTO. LEGITIMIDADE DO
SUBSTITUÍDO PARA DISCUTIR A RESTITUIÇÃO DE VALORES
PAGOS A MAIS NO REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA PARA
FRENTE, SE A BASE DE CÁLCULO EFETIVA DA OPERAÇÃO FOR
INFERIOR À PRESUMIDA. HIPÓTESE VERIFICADA NOS AUTOS. (II)
ALEGAÇÃO DE QUE A MODULAÇÃO DOS EFEITOS DO RE
593.849/MG NÃO CONTEMPLA A PRETENSÃO DO RECORRIDO, EIS
QUE O AJUIZAMENTO DA AÇÃO FOI POSTERIOR À DATA DA TESE
FIRMADA [...] RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJPR - 3ª
C.Cível - 0005249-83.2016.8.16.0119 - Nova Esperança - Rel.: Osvaldo
Nallim Duarte - J. 27.11.2018).

***

MANDADO DE SEGURANÇA. ICMS. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA.


PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE ATIVA. NÃO OCORRÊNCIA.
LEGITIMIDADE DO SUBSTITUÍDO PARA DISCUTIR A COMPOSIÇÃO
DO VALOR DO ICMS. MARGEM DE VALOR AGREGADO (MVA) QUE
COMPÕE A BASE DE CÁLCULO DO TRIBUTO RECOLHIDO PELO
SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO. INTELIGÊNCIA DA LEI
COMPLEMENTAR N° 87/96. MAJORAÇÃO DA MVA PELO DECRETO
ESTADUAL N° 804/15. AUMENTO INDIRETO DA BASE DE CÁLCULO
DO IMPOSTO. NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA
ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA. ATO NORMATIVO PUBLICADO EM
20/03/2015 COM A PREVISÃO EXPRESSA DE QUE SEUS EFEITOS
PASSARIAM A SER PRODUZIDOS A PARTIR DE 19/04/2015.
IMPOSSIBILIDADE. MAJORAÇÃO QUE SOMENTE PODERÁ SURTIR
EFEITOS A PARTIR DE 1º DE JANEIRO DE 2016. LIMINAR

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CONFIRMADA. PLEITO DE RESTITUIÇÃO DOS VALORES
RECOLHIDOS A MAIOR EM DECORRÊNCIA DA REFERIDA
MAJORAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE PELA VIA ELEITA. SEGURANÇA
PARCIALMENTE CONCEDIDA".(TJPR - 1ª C.Cível em Composição
Integral - MS - 1399079-5 - Curitiba - Rel.: Fabio Andre Santos Muniz -
Unânime - J. 02.02.2016).

***

“[...] ocorrido o fato gerador com base de cálculo menor que a presumida
em regime de substituição tributária é presumida a imposição direta do
tributo, confundindo-se o contribuinte de fato com o contribuinte de
direito, em razão da ausência de repercussão do tributo no preço
praticado, de modo que inexigível a demonstração da assunção do
encargo financeiro do tributo pelo contribuinte de direito. Inteligência
do art. 166 do CTN.” (AgRg no REsp 1091781/SP, Rel. Ministra Eliana
Calmon, STJ - Segunda Turma, julgado em 04/08/2009, DJe
19/08/2009)

Afasto, portanto, a presente preliminar.

II.III. Mérito.
Trata-se de ação declaratória em que o autor busca a declaração da
inexigibilidade do ICMS pago no regime de substituição tributária relativa à diferença
entre o valor pago por estimativa e o valor que seria devido em razão da operação
final ter sido realizada por preço menor do que o estimado. Também, o
reconhecimento do direito de creditar-se dos valores recolhidos a maior a partir da
propositura da demanda, e, por fim, a declaração do direito a compensação dos
valores recolhidos indevidamente com débitos de ICMS em seu nome nos últimos 5
anos.

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A Constituição Federal, no § 7º do art. 150, acrescido pela Emenda
Constitucional n.º 03/93, assim dispõe:

Art. 150 [...] § 7º. A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação
tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou
contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada
a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize
o fato gerador presumido.

De tal modo, no caso da substituição tributária progressiva ou para


frente, a não realização, na prática, da base de cálculo presumida implica a não
ocorrência do fato gerador presumido. Se realizado em valor inferior àquele
presumido por ocasião da antecipação do imposto, o fato gerador não se aperfeiçoa
em sua totalidade.
Sobre a questão, o Supremo Tribunal Federal revendo o
posicionamento anterior firmado no julgamento da ADI n. 1.851/AL, deu nova
interpretação ao art. 150, § 7°, da CRFB, a partir do julgamento do Tema 201, em
19/10/2016, restando fixada a seguinte tese:

É devida a restituição da diferença do Imposto sobre


Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pago a mais no
regime de substituição tributária para a frente se a base de
cálculo efetiva da operação for inferior à presumida.

Veja-se a ementa completa do leading case do tema, sendo este


precedente obrigatório, nos moldes do art. 9271 do CPC:

1 Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:


I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e
em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;

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RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. DIREITO
TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E
SERVIÇOS - ICMS. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA PROGRESSIVA OU
PARA FRENTE. CLÁUSULA DE RESTITUIÇÃO DO EXCESSO. BASE
DE CÁLCULO PRESUMIDA. BASE DE CÁLCULO REAL.
RESTITUIÇÃO DA DIFERENÇA. ART. 150, §7º, DA CONSTITUIÇÃO
DA REPÚBLICA. EVOGAÇÃO PARCIAL DE PRECEDENTE. ADI 1.851.
1. Fixação de tese jurídica ao Tema 201 da sistemática da repercussão
geral: “É devida a restituição da diferença do Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços – ICMS pago a mais no regime de substituição
tributária para frente se a base de cálculo efetiva da operação for inferior
à presumida”. 2. A garantia do direito à restituição do excesso não
inviabiliza a substituição tributária progressiva, à luz da manutenção das
vantagens pragmáticas hauridas do sistema de cobrança de impostos e
contribuições. 3. O princípio da praticidade tributária não prepondera na
hipótese de violação de direitos e garantias dos contribuintes,
notadamente os princípios da igualdade, capacidade contributiva e
vedação ao conFisco, bem como a arquitetura de neutralidade fiscal do
ICMS. 4. O modo de raciocinar “tipificante” na seara tributária não deve
ser alheio à narrativa extraída da realidade do processo econômico, de
maneira a transformar uma ficção jurídica em uma presunção absoluta.
5. De acordo com o art. 150, §7º, in fine, da Constituição da República, a
cláusula de restituição do excesso e respectivo direito à restituição se
aplicam a todos os casos em que o fato gerador presumido não se
concretize empiricamente da forma como antecipadamente tributado. 6.
Altera-se parcialmente o precedente firmado na ADI 1.851, de relatoria
do Ministro Ilmar Galvão, de modo que os efeitos jurídicos desse novo
entendimento orientam apenas os litígios judiciais futuros e os
pendentes submetidos à sistemática da repercussão geral. 7. Declaração

IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior


Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.

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incidental de inconstitucionalidade dos artigos 22, §10, da Lei
6.763/1975, e 21 do Decreto 43.080/2002, ambos do Estado de Minas
Gerais, e fixação de interpretação conforme à Constituição em relação
aos arts. 22, §11, do referido diploma legal, e 22 do decreto indigitado. 8.
Recurso extraordinário a que se dá provimento. (RE 593849, Relator(a):
EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em 19/10/2016 , ACÓRDÃO
ELETRÔNICO DJe-065 DIVULG 30-03-2017 PUBLIC 31-03-2017
REPUBLICAÇÃO: DJe-068 DIVULG 04-04-2017 PUBLIC 05- 04-2017)

Necessário destacar, contudo, que o Supremo Tribunal Federal


modulou os efeitos do julgado, consoante se extrai de trecho do voto do eminente
Ministro Relator Edson Fachin:

O novo entendimento que venha a ser adotado pelo Supremo


Tribunal Federal equivale a uma norma jurídica nova e,
portanto, somente deverá atingir fatos geradores ocorridos
após a presente decisão, ressalvados os processos judiciais
pendentes. Por sua vez, às situações passadas já transitadas
em julgado ou que sequer foram judicializadas, deve ser
aplicado o entendimento anterior.

Com efeito, este novo entendimento fixado pelo Supremo Tribunal


Federal, tem efeitos prospectivos a partir da data do julgamento (19/10/2016),
considerando a modulação dos efeitos do referido extraordinário. Decidiu a Corte
Suprema prestigiar a segurança jurídica, restando o novo entendimento aplicado
somente aos fatos geradores ocorridos após a sua fixação, ressalvados apenas os
fatos geradores pretéritos e que à época do julgamento já foram objeto de discussão
judicial, ou seja, àquelas ações ajuizadas até a data do julgamento do RE 593.849.
No presente caso, tendo a ação sido ajuizada em 16/01/2017,
apenas a pretensão autoral em relação a fatos geradores ocorridos após 19/10/2016
merece acolhimento.

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Quanto aos fatos geradores pretéritos, só se aplica o entendimento
àqueles que já estavam sendo contestados judicialmente à época do julgamento do
recurso especial, o que não é o caso.
Nesse sentido, precedente do E. Tribunal de Justiça do Paraná:

APELAÇÃO CÍVEL. MANDADO DE SEGURANÇA. ICMS.


RESTITUIÇÃO DA DIFERENÇA DO IMPOSTO PAGO A MAIS
NO REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA PARA FRENTE
NAS HIPÓTESES EM QUE A BASE DE CÁLCULO EFETIVA DA
OPERAÇÃO FOR INFERIOR À PRESUMIDA. PLEITO DE
RESTITUIÇÃO DOS VALORES PAGOS A MAIS NOS CINCO (5)
ANOS ANTERIORES À IMPETRAÇÃO DO MANDADO DE
SEGURANÇA. IMPOSSIBILIDADE. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO Nº 593.849/MG. MODULAÇÃO DOS
EFEITOS DA ALTERAÇÃO DO ENTENDIMENTO PELO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. APLICAÇÃO APENAS AOS
FATOS GERADORES OCORRIDOS APÓS A FIXAÇÃO DO
ENTENDIMENTO E AOS FATOS GERADORES PRETÉRITOS
QUE, À ÉPOCA DO JULGAMENTO DO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO, JÁ ERAM CONTESTADOS
JUDICIALMENTE. MANUTENÇÃO DAS SITUAÇÕES
CONSOLIDADAS SOB A ÉGIDE DO ENTENDIMENTO
ANTERIOR. MARCO TEMPORAL. DATA DE JULGAMENTO
DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IRRELEVÂNCIA DA DATA
DE PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO. MANDADO DE SEGURANÇA
IMPETRADO APÓS O JULGAMENTO DO RE 593.849/MG. AUSÊNCIA
DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO À RESTITUIÇÃO DO ICMS PAGO A
MAIS EM RELAÇÃO AOS FATOS GERADORES OCORRIDOS NOS
CINCO (5) ANOS ANTERIORES À IMPETRAÇÃO. RECURSO
DESPROVIDO. (TJPR - 3ª C.Cível - 0007668-33.2016.8.16.0004 -
Curitiba - Rel.: Desembargador Eduardo Sarrão - J. 28.03.2018) (grifei).

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Comarca da Região Metropolitana de Curitiba
5ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA

Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJ6UW 982HD BJSNN F7MCR


Logo, deve ser declarado o direito do autor à restituição do ICMS
recolhido a maior nos casos de substituição tributária para frente, nas hipóteses em
que o fato gerador realizado após 19/10/2016 seja inferior ao presumido.
Quanto aos fatos geradores pretéritos, só se aplica o entendimento
àqueles que já estavam sendo contestados judicialmente à época do julgamento do
recurso especial, o que não é o caso.
Tais valores podem ser creditados, conforme disposição da Lei
Complementar n. 87/96:

Art. 10. É assegurado ao contribuinte substituído o direito à restituição


do valor do imposto pago por força da substituição tributária,
correspondente ao fato gerador presumido que não se realizar.
§ 1º Formulado o pedido de restituição e não havendo deliberação no
prazo de noventa dias, o contribuinte substituído poderá se
creditar, em sua escrita fiscal, do valor objeto do pedido,
devidamente atualizado segundo os mesmos critérios
aplicáveis ao tributo.

No mesmo sentido, dispõe a Lei Estadual n. 11.580/1996:

Art. 31. É assegurado ao contribuinte substituído o direito à restituição


do valor do imposto pago por força da substituição tributária,
correspondente ao fato gerador presumido que não se realizar.
Parágrafo único. Formulado o pedido de restituição e não havendo
deliberação no prazo de noventa dias, o contribuinte substituído poderá
se creditar, em sua escrita fiscal, do valor objeto do pedido, observado o
disposto no § 5º do artigo 30.

Desse modo, observa-se que a legislação de regência autoriza a


restituição dos valores mediante crédito na escritura fiscal do contribuinte. Contudo,
a compensação deve se dar conforme o artigo 165, inciso I do CTN:

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Dra. Patricia de Almeida Gomes Bergonse
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PROJUDI - Processo: 0000179-65.2017.8.16.0179 - Ref. mov. 125.1 - Assinado digitalmente por Patricia de Almeida Gomes Bergonse:9550
28/07/2022: JULGADA PROCEDENTE EM PARTE A AÇÃO. Arq: Sentença

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
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Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio
protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a
modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo
162, nos seguintes casos:
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que
o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou
circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido;

Consigno, que embora a Constituição Federal tenha assegurado no


artigo 150 §7º o imediato e preferencial direito à restituição do montante gasto, não
fixou prazo para o cumprimento da obrigação, devendo assim, ser utilizado o prazo
de 90 (noventa) dias previsto no artigo 10, §1º da Lei Complementar 87/1996.
Logo para a restituição do valor, como requerido pelo autor na
forma de creditamento dos valores, deve ser resguardada a aplicação do
procedimento jurídico-administrativo estabelecido, em que à Administração
Tributária remanesce com a prerrogativa de examinar, quando de sua fiscalização, a
correção do procedimento e o acerto da compensação, conforme consignado pelo
Eminente Ministro Edson Fachin no julgamento do RE 593.849/MG., bem como rito
e requisitos previstos no Decreto Estadual 6080/2012, Lei/PR 11.580/96 e LC 87/96,
observando-se a legislação vigente à época da restituição.
Desse modo, não se pode deferir o pedido de repetição de indébito
mediante a expedição de precatório.
Quanto à atualização do crédito tributário, deve ser aplicada a taxa
SELIC em decorrência do disposto no artigo 38 da Lei 11.580/96, que disciplina o
ICMS no Estado do Paraná2. Consigno ser este, inclusive, o entendimento do Egrégio

2Art. 38. O crédito tributário não integralmente pago no vencimento, inclusive o decorrente de multas,
será acrescido de juros de mora, correspondente ao somatório da taxa referencial do Sistema Especial
de Liquidação e de Custódia - SELIC, para títulos federais, ao mês ou fração, exceto quando garantido
pelo depósito do seu montante integral, na forma da lei.
§ 1º Será de um por cento ao mês ou fração o percentual de juros de mora, relativo ao mês em que o
pagamento estiver sendo efetuado

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Dra. Patricia de Almeida Gomes Bergonse
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Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, consoante Enunciado n. 12: “É legítima a
utilização da taxa Selic para a atualização dos créditos tributários, desde que haja
previsão específica na legislação tutelar do tributo em cobrança, inadmitida a
cumulação com qualquer outro índice de correção monetária ou de juros de mora”.
Assim, parcialmente procedente o pleito inaugural, possuindo o
autor direito à compensação dos valores recolhidos indevidamente com débitos de
ICMS em seu nome, referente aos fatos geradores ocorridos apenas após
19/10/2016, e não dos últimos cinco anos, bem como somente mediante
creditamento, o qual deve ser precedido de processo administrativo, devendo os
valores ser corrigidos monetariamente pela SELIC – que já abarca a correção
monetária e o juros de mora –, desde a data em que deixaram de ser aproveitados.
Faço constar que foram enfrentados todos os argumentos
deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada, com
observância do art. 489, §1º, IV, CPC.

III. Dispositivo.
Ante ao exposto, com fundamento na disposição contida no artigo
487, inciso I, do Código de Processo Civil, resolvo o mérito e julgo
PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido inicial, para o fim de declarar o
direito do autor à restituição do ICMS recolhido a maior nos casos de substituição
tributária para frente, nas hipóteses em que o fato gerador realizado após 19/10/2016
seja inferior ao presumido, mediante lançamento em sua escrituração fiscal, nos
exatos termos da fundamentação.
A atualização monetária deve observar a taxa SELIC, a qual já
inclui a correção monetária e o juros de mora, em decorrência do disposto no artigo

§ 2º Nos casos de verificação fiscal, quando não for possível precisar a data da ocorrência do fato
gerador, adotar-se-á: I - o índice correspondente ao mês de julho, quando o período objeto de
verificação coincidir com o ano civil; II - o índice correspondente ao mês central do período, se o
número de meses for ímpar, ou o correspondente ao primeiro mês da segunda metade do período, se
aquele for par.
§ 3º A Coordenação da Receita do Estado divulgará, mensalmente, a taxa a que se refere o "caput".

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Dra. Patricia de Almeida Gomes Bergonse
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PROJUDI - Processo: 0000179-65.2017.8.16.0179 - Ref. mov. 125.1 - Assinado digitalmente por Patricia de Almeida Gomes Bergonse:9550
28/07/2022: JULGADA PROCEDENTE EM PARTE A AÇÃO. Arq: Sentença

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38 da Lei 11.580/96, devendo incidir a partir da data em que o crédito deixou de ser
aproveitado.
Os juros de mora devem ser suspensos no período entre a
homologação da liquidação dos valores devidos e a expedição do precatório ou
Requisição de Pequeno Valor - RPV, nos termos da Súmula Vinculante n. 17 do STF, e
voltarão a ser devidos caso a Fazenda Pública não efetue o pagamento do Precatório
no prazo do artigo 100, §5º, da CF, ou no prazo de 90 dias para a RPV (artigo 2º da
Lei Estadual n. 18.664/2015).
Diante da sucumbência recíproca, condeno ambas as partes ao
pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios.
Fixo os honorários advocatícios em 10% (dez por cento) sobre o
valor da causa, que corresponde ao proveito econômico obtido, nos termos do artigo
85, §§2º e 3º do Código de Processo Civil, considerando o zelo dos patronos no
patrocínio de seus clientes, a baixa complexidade da causa, o local e o tempo exigido
para a prestação dos serviços.
Os honorários advocatícios deverão ser corrigidos monetariamente
pelo índice IPCA-E a partir da data da publicação da sentença e acrescidos dos juros
de mora de 1% (um por cento) ao mês, a partir da data do trânsito em julgado da
sentença.
Cabe ao autor o pagamento de 50% (cinquenta por cento) das
custas processuais e ao Estado do Paraná o ressarcimento de 50% (cinquenta por
cento) das custas processuais adiantadas pela autora (art. 82, §2º do CPC).
Consubstancio que o Estado do Paraná é isento das custas e
despesas processuais de seu interesse, nos moldes do artigo 15 da Lei Estadual n.
20.713/2021, a partir de sua vigência.
Publique-se. Registre-se. Intimem-se.
Sentença não sujeita ao reexame necessário.
Desnecessária ciência ao Ministério Público.

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Cumpram-se, no mais, as disposições constantes da Portaria n.
001/2020 da Secretaria Unificada das Varas da Fazenda Pública do Foro Central da
Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, e, no que for pertinente, o Código de
Normas da Corregedoria Geral da Justiça do Paraná.
Com o trânsito em julgado, arquivem-se os autos, com as baixas e
cautelas de praxe.
Curitiba, data da inserção no sistema.

PATRICIA DE ALMEIDA GOMES BERGONSE


Juíza de Direito
(assinado digitalmente)

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Dra. Patricia de Almeida Gomes Bergonse
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