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Introdução

O presente trabalho baseia-se no subsistema do sistema nacional de educação de Moçambique.


O fruto deste é o resultado de uma investigação bibliográfica na qual pretende-se fazer luz sobre
o tema em causa, esclarecendo conceitos fundamentais, abrir horizontes e apresentar directrizes
básicas que podem pela generalidade compreender as diversas perspectivas sobre a estrutura do
sistema educativo.

Ao longo desse tema foram desenvolvidos vários aspectos sobre o tema tais como: seus
fundamentos, princípios, objectivos, estrutura e modalidade do subsistema do sistema nacional
de educação que tem por objectivo imediato o desenvolvimento integral do aluno e sua
integração na sociedade.

Com propósito metodológico, recorreu-se a pesquisas bibliográficas, a uma vista de olhar nos
serviços electrónicos (internet), seguindo da compilação da informação recolhida fez se o que a
seguir nos é apresentado. Para a realização do trabalho passei por vários objectivos sendo que o :

Objectivo Geral:

Analisar o Subsistema do Sistema Nacional de Educação.

Entretanto para uma melhor efectivação do trabalho e enquadramento dos conteúdos tive que
deduzir o meu objectivo primordial em pequenas metas. Deste modo apresentei como objectivos
específicos:

Conceituar a educação, ensino e subsistema;

Descrever os subsistemas do sistema nacional de educação.

Porem para a concretização do trabalho fez uso do método de consulta bibliográfica como forma
de finalizar o trabalho.
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Subsistema do Sistema Nacional de Educação

Conceitos

Um Subsistema é um sistema que faz parte de um outro sistema.

Sistema é um conjunto de elementos, partes ou órgão dinamicamente relacionados e


interdependente que desenvolvem uma actividade ou função para atingir certos objectivos.

Educação é um processo pelo qual a sociedade forma seus valores, membros, imagem em
função dos seus interesses. (GOLIAS, 1993)

Educação é toda influência que o ser humano recebe do meio ambiente, durante a sua existência
no sentido, de se adaptar as normas, valores sociais vigentes e aceites. (CHIAVENATO)

O sistema de educação é o processo organizado por cada sociedade para transmitir às novas
gerações as suas experiências, conhecimentos e valores culturais, sociais e morais,
desenvolvendo as capacidades e habilidades do indivíduo de modo a assegurar a reprodução da
sua ideologia e das suas instituições económicas e sociais.

Diferenças entre o SNE lei 4/83 e lei 6/92

A lei 6/92 admite que O Estado, no quadro da lei, permite a participação de outras entidades,
incluindo as comunitárias, cooperativas, empresariais e privadas no processo educativo, por
enquanto a lei 4/83 não criou espaço para a participação de outras entidades, incluindo as
comunitárias, cooperativas, empresariais e privadas no processo educativo.

Componentes e Estrutura do Sistema Nacional da Educação

Secção I: Composição e Níveis

Artigo 8: Subsistemas

O Sistema Nacional de Educação é constituído pelos seguintes subsistemas:

Subsistema de Educação Geral;

Subsistema de Educação de adultos;

Subsistema de Educação técnico profissional;

Subsistema de Formação de Professores e;

Subsistema de Educação Superior.


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Artigo 9: Níveis

O Sistema Nacional de Educação está estruturado em quatro níveis de ensino que são de digno
de menção:

Nível Primário;

Nível Secundário;

Nível Médio e;

Nível Superior.

Sessão II: Subsistema de Educação Geral

Artigo 11: Caracterização

1. O Subsistema de Educação Geral é o eixo central do sistema nacional de educação e


confere a formação integral e politécnica, base para o ingresso em cada nível dos diferentes
subsistemas.

2. O Subsistema de Educação Geral compreende:

Ensino Primário;

Secundário e

Pré-Universitário

3. A educação pré-escolar e o ensino especial e vocacional fazem parte do subsistema de


educação geral.

4. O Subsistema de Educação Geral é frequentando em princípio, por jovens dos 7 aos 19


anos.

Artigo 12: Objectivos

São objectivos do Subsistema de Educação Geral:


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1. Assegurar o direito a educação toda as crianças e jovens moçambicanos, com base na


escolaridade obrigatória e universal.

2. Dar uma formação integral e unificada, assente no conhecimento dos fundamentos das
ciências e das técnicas no desenvolvimento das capacidades intelectuais, físicas e manuais, e na
aquisição de uma educação político-ideológica, politécnica, estética e ética

3. Desenvolver na juventude moçambicana as qualidade básicas do homem novo com uma


personalidade personalista dotada.

4. Dar uma formação que responda as necessidades matérias e culturais do desenvolvimento


económico e social do país.

5. Detectar e incentivar aptidões, habilidades e capacidades especiais nomeadamente


intelectuais, técnicas, artísticas, desportivas e outras.

6. Proporcionar uma educação especial e adequada para crianças e jovens deficientes e


dificuldades de integração social.

Artigo 13: Educação Pré-Escolar

1. A educação pré-escolar destina-se as crianças com idade inferior a 7 anos e realiza-se em


creches e jardins-de-infância.

2. É o objectivo da educação pré-escolar estimular o desenvolvimento psíquico, físico


intelectual das crianças e contribuir para formação da sua personalidade, integrando as crianças
num processo harmonioso de socialização favorável ao pleno desabrochar das suas aptidões e
capacidades.

Artigo 14: Ensino Primário

1. O ensino primário compreende as sete primeiras classes e é frequentado em princípios por


crianças dos 7 aos 14 anos e compreende dois graus.

1º Grau, da 1ª à 5a classe;

2º Grau, da 6a à 7a classe.

Este ensino prepara os alunos para acesso ao nível secundário dos diferentes níveis.
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Objectivos

São objectivos deste nível:

Dar aos alunos uma formação básica nas áreas da comunicação, das ciências naturais, sociais,
político-ideológica, histórico-cultural, matemática e da educação física;

Dar conhecimento de técnicas básicas e desenvolver aptidões de trabalho manual, atitudes e


convicções que proporcionem o ingresso na vida produtiva;

Assegurar uma formação básica da personalidade socialista integrando os alunos na prática
revolucionaria, dotando-os de capacidade de compreensão dos factos sociais e económicos do
país;

Artigo 15: Ensino Secundário

1. O Ensino Secundário, 2º nível de Educação Geral, compreende três classes, 8ª, 9ª, 10ª e é
frequentado, em princípio por jovens dos 14 aos 17 anos. O ensino prepara os alunos para o
ingresso no nível médio dos vários subsistemas.

2. O Ensino Secundário visa ampliar, aprofundar e consolidar a formação adquirida e deve


principalmente:

Aumentar os conhecimentos nas áreas da comunicação, ciências matemáticas, naturais e


sociais, político-ideológica, histórico-cultural e da educação física, desenvolver capacidades de
aplicação de métodos de trabalho e pensamento científico;

Artigo 16: Ensino Pré-universitário

1. O Ensino Pré-Universitário, 3º nível de educação geral, compreende duas classes, 11ª e 12ª,
e é frequentado em princípio por jovens dos 17 aos 19 anos. Este nível da uma formação
ampliada, consolidada e aprofundada, preparando os alunos para o ingresso no nível superior.

2. São objectivos de ensino pré-universitário:


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Consolidar, ampliar e aprofundar os conhecimentos dos alunos nas ciências matemáticas,


naturais e sociais, político-ideológica, histórico-cultural e da educação física, permitindo o
domínio a compreensão dos fundamentos teóricos de uma visão cientifica da realidade nacional e
internacional, do processo de desenvolvimento da natureza, da sociedade e do pensamento;

Desenvolver o pensamento lógico, abstracto e a capacidade de avaliar a aplicação a aplicação


de modelos e métodos científicos na resolução de problemas da prática real;

Levar o aluno a assumir a posição do homem como ser transformador do mundo, da sociedade
e do pensamento.

Ensino Superior

1. Ao ensino superior compete, assegurar a formação ao nível mais alto de técnicos e


especialistas nos diversos domínios do conhecimento científicos necessários ao desenvolvimento
do país.

2. O ensino superior realiza-se em estreita ligação com a investigação científica.

3. O ensino superior destina-se aos graduados com a 12a classe do ensino geral ou equivalente.

Artigo 18: Ensino Especial

1. O ensino especial consiste na educação de crianças e jovens com deficiências físicas e


mentais ou difícil enquadramento social e realiza-se em escolas especiais.

2. É objectivo do ensino especial proporcionar uma formação que permita a integração destas
crianças e jovens na sociedade e na vida laboral.

Artigo 19: Ensino Vocacional

Ensino Vocacional

Ensino vocacional consiste na educação de jovens que demonstram especiais talentos e aptidões
particulares nos domínios das artes, ciências, educação física e outros e realiza-se em escolas
vocacionais.

1. A formação vocacional é feita sem prejuízo da formação básica e geral, própria do


subsistema de educação geral, de forma a permitir um desenvolvimento global e equilibrado da
personalidade do aluno.
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Secção III: Subsistema de Educação de Adultos

Artigo 20: Caracterização

Ao sistema de educação de adultos competição e a educação da população maior de 15 anos, de


modo a assegurar uma formação geral e o acesso aos vários níveis da educação técnico-
profissional, educação superior e formação de professores

O subsistema de educação de adultos compreende: Ensino Primário; Ensino Secundário e Ensino


pré-universitário.

Ensino a Distância

O ensino a distancia, mediante o recurso as novas tecnologias de informação constitui não só


uma forma complementar do ensino regular, mas também uma modalidade alternativa do ensino
escolar, na qual tem a sua particular tendência na formação de professores.

Secção IV: Subsistema de Educação Técnico-Profissional

Artigo 26: Caracterização

O subsistema de educação técnico-profissional constitui o principal instrumento para a


materialização da política de formação da força de trabalho qualificada em resposta as exigências
do desenvolvimento económico e social do país.

O subsistema de educação técnico-profissional compreende: Ensino Elementar Técnico-


Profissional; Ensino Básico Técnico-Profissional e Ensino

Médio Técnico-Profissional.

Secção V: Subsistema de Formação de Professores

Artigo 32: Caracterização

O subsistema de formação de professores assegura uma qualificação pedagógica, metodológica,


científica e técnica do corpo docente para os vários subsistemas e tem um carácter
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profundamente ideológico que confere ao professor a consciência de classe que o torna capaz de
educar o aluno nos princípios marxismo-leninismo.

O subsistema de formação de professor compreende dois níveis: nível Médio e nível Superior.

Secção VI: Subsistema de Educação Superior

Artigo 36: Caracterização

O subsistema de educação superior realiza a formação de profissionais técnicos e científicos


com um alto grau de qualificação e um profundo conhecimento da realidade nacional e das leis
do desenvolvimento da natureza, da sociedade e do pensamento para a participarem no
desenvolvimento e defesa do país e da Revolução.

Este subsistema destina-se aos estudantes que terminaram o nível médio da educação geral ou
equivalente.

Objectivos

- Assegurar o alto grau de formação político-ideológico, cientifica, técnica e cultural num ramo
ou especialidade das diferentes esferas de actividade produtiva e social, que confira aos jovens e
adultos capacidades.

Politica Nacional da Educação

Políticas Educativas De Moçambique

Moçambique é um estado unitário e centralizado, e a maioria dos poderes e recursos está


concentrada no nível central. Contudo, isto está a mudar lentamente à medida que o país
descentraliza e desconcentra a administração pública – embora o caminho seja ainda longo.Na
educação, a descentralização inclui a adopção de um programa que oferece fundos directamente
às escolas (especialmente primárias), assim como a criação dos conselhos de escola. Em ambos,
o objectivo é garantir uma maior prestação de contas, eficiência e efectividade no uso dos
recursos por meio de decisões atempadas e uma prestação eficaz de serviços públicos. Na Lei n°
6 da Lei n° 2/97, de 18 de Fevereiro está plasmado que a educação constitui atribuição das
autarquias locais, esta lei ainda prevê as condições para transferências de competências dos
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órgãos do estado para as autarquias locais e o princípio de cooperação entre os municípios e


órgãos locais do Estado; a lei 11/97, de 31 de Maio das Fianças Autárquicas, no domínio de
educação refere que compete as autarquias locais a construção e gestão dos equipamentos do
ensino pré-escolar, primário e educação de adultos.

Em Moçambique, apesar das políticas de globalização e actualização do ensino que têm em


conta as necessidades do mercado internacional , a “política de quase todos os países do mundo”,
a realidade da educação tende em manter uma pedagogia tradicional baseada na exposição dos
conhecimentos pelo professor, geralmente, exposição oral. “Na pegdagogia tradicional o
professor dirigi o educando para a sua formação intelectual e moral, tendo em vista, no futuro,
assumir a sua posição individual na sociedade, de acordo com os ditames dessa sociedade.”
(LUCKESI, 2007:154).

Tendo em conta as condições físicas e organizacionais das instituições educativas do nosso país,
como por exemplo, o excesso de alunos nas salas de aulas, impede ou dificulta o dinamismo e
interacção entre professor- alunos na sala de aulas, o que faz com que os professores se limitem
em expor os conteúdos e avaliá-los no fim de cada periodo. Automaticamente, o aproveitamento
pedagógico tende em decrescer ano após ano.

As políticas educativas pré- estabelecidas pelo Estado moçambicano entram em desarmonia com
as próprias realidades económicas e sociais do país. Pretende-se massificar o ensino de modo a
minimizar significativamente o analfabetismo. O Estado deve apresentar um elevendo índice de
alfabetização para justificar a receita dos Doadores como a organização internacional, a
UNESCO, por se preocupar em analisar as perspectivas da educação segundo o paradigma
social apresentado nesse milênio que se inicia.

Essa política faz-se peceber com o exemplo da introdução da Passagem Semi Automática no 1ᵒ
grau do ensino primário, mas, dificilmente se consegue implementar com sucesso porque ao
seguirmos essa teoria conseguir-se-a atingir apenas as metas estatísticas ( quantidade) e um
grande fracasso em termos de qualidade e eficiência no processo de ensino e aprendizagem.

Em Moçambique, também se adopta a pedagogia tecnicista que é uma instrução programada


com o uso de pacotes de ensino ou módulos instrucionais, implicando em aprender no mais curto
espaço de tempo. Essa pedagogia é mais usada para o ensino técnico e superior através de cursos
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de sistemas curriculares modulares e Sistema de Ensino à Distância em Licenciaturas ou


Mestrados.

O Sistema de Ensino à Distância é um sistema político implementado pelo Ministêrio da


Educação como forma de dinamizar o ensino, criar interacções entre instituições escolares e dar
possibilidade de formação aos indivíduos localizados em disrtitos que não têm escolas de ensino
técnico e superior. Em cumprimento das orientações saídas do Terceiro Congresso foi criado,
dentro do Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação (INDE), um Departamento de
Ensino à Distância (DED). Este Departamento produziu um documento (Ministério de Educação
e Cultura 1980) que é uma espécie de estudo de viabilidade. O documento ampliou o conceito de
ensino por correspondência e introduziu no país o termo "ensino à distância". O estudo
recomendou que os professores primários fossem considerados o primeiro grupo alvo do ensino
à distância. Em 2001 a ministra do Ministério do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia criou
em uma comissão interdisciplinar com a tarefa de desenhar uma estratégia para a introdução da
educação à distância no ensino superior em Moçambique Esse sistema representa muita
polémica e insatisfação no seio da sociedade, porque formam-se vários indivíduos a curto espaço
de tempo e em condições metodológicas que não apresentam credibilidade e eficácia em termos
de qualidade. Por exemplo, na Universidade Pedagógica, um módulo de licenciatura tem apenas
90 minutos de contacto com o docente. Dificilmente se pode considerar como tempo suficiente
num processo de ensino e aprendizagem. Considerando, que o nosso país ainda não está
abalizado nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), como se explicaria a qualidade
de ensino em apenas 90 minutos?

Outro exemplo de política educativa moçambicana que causa discussão é a introdução do


sistema 10ᵒ + 1, pois os dois anos intermediário que constituem o pré-universitário preparem o
indivíduo para o ensino universitário. Se se tomar em conta as realidades de Moçambique,
dificilmente falar-se-a em qualidade através desse sistema.

Em relação ao ensino superior, o Estado moçambicano tende em seguir as teorias e práticas de


Escola Nova ( de elite). O Estado tem que elaborar políticas modernas e democráticas, mas sem
fugir as realidades económicas e sociais do país. Ao longo dos anos o período de formação
superior foi diminuindo de 5 anos para 4 a 3 anos de formação. Segundo a Lei nᵒ 5/2003 do
Ensino superior artigo 6 sobre autonomias Científicas, as Instituições do Ensino Superior gozam
de autonomia cientfica e pedagógica que lhe confere a capacidade de definir métodos, escolher o
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processo de avaliação e introduzir novas experiências pedagógicas. As universidades tem


autonomia para ter a sua política educativa, mas por vezes esquecem-se que se trata de
Moçambique, um país em vias de desenvolvimento, que carece de meios económicos para
custear as exigências do ensino superior, que carece de bibliografias nas bibliotecas e ainda se
observa a falta de cultura em relação as TICs. Se tomarmos em consideração que maior parte
dos docentes universitários em licenciatura são licenciados, o que já é consideredo como errado
e um dos objectivos do Estado moçambicano é reverter a situação, apostando na formação do
corpo docente. O que se dirá da qualidade do ensino e da qualidade profissional se diminuirem
os anos de formação académica? O Estado, ao fazer o Plano Curricular deve harmonizar as
políticas educativas, tendo em conta as necessidades da sociedade. Moçambique não tem
condições de adaptar-se ao currículo europeu, porque o nível de formação é diferente. O
currículo de um Estado deve se enquadrar ao contexto social e ao nível económico e não por uma
questão de competitividade.

Plano quinquenal do governo na educação


O Governo encara a educação como um direito fundamental de cada cidadão, um instrumento
para a afirmação e integração do indivíduo na vida social, económica e política, um factor
indispensável para a continuação da construção de uma sociedade moçambicana, baseada nos
ideais da liberdade, da democracia e da justiça social, e também como instrumento principal da
formação e preparação da juventude para a sua participação efectiva na edificação do País. Por
conseguinte, o Governo vai continuar a privilegiar o Ensino Básico com o objectivo de assegurar
que, em 2015, todas as crianças tenham acesso e completem o Ensino Básico de sete classes.

Ao mesmo tempo, serão consolidadas e expandidas as reformas nos subsistemas do pós-básico e


educação para os adultos, com vista à criação do capital humano necessário para o
desenvolvimento do País.

Assim, no ensino secundário, será consolidado o Curriculum profissionalizante incluindo


habilidades para a vida, virado para o emprego e auto-emprego e, no geral, para o aumento do
bem-estar. No ensino técnico profissional e superior serão continuados os processos de reformas,
com vista a incrementar a qualidade de formação respondendo cada vez mais às crescentes
necessidades do mercado em pessoal com as competências adequadas. Por outro lado, a
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educação para os adultos terá o seu enfoque na criação de habilidades para melhorar a qualidade
de vida, incluindo uma melhor preparação para o auto-emprego.

Objectivos estratégicos:
i. Apoio Administrativo Institucional: fortalecimento da gestão do sistema administrativo da
educação aos vários níveis, particularmente nos Distritos, com enfoque em assegurar
oportunidades educacionais com equidade para todos em todo o País;

ii. Ensino Primário: expansão do ensino com qualidade para assegurar que, em 2015, todas as
crianças tenham oportunidade de concluir uma educação básica de 7 classes com qualidade e
estandartizada;

iii. Alfabetização e Educação para os Adultos: expansão do acesso para os jovens e adultos aos
programas de alfabetização e de habilidades para a vida, através da consolidação e harmonização
das diferentes intervenções;

iv. Ensino Secundário: expansão sustentável do ensino secundário profissionalizante, através do


sistema formal e do ensino à distância, assegurando a devida qualidade;

v. Ensino Técnico-Profissional: consolidação da reforma em curso e a expansão do sistema


formal e informal aos diferentes níveis,
com enfoque especial nas oportunidades de aprendizagem para os jovens fora da escola;

vi. Ensino Superior: consolidação do sistema, tendo em conta as reformas iniciadas, garantindo a
sua eficácia, equilíbrio e sustentabilidade.

Acções prioritárias:
Apoio Administrativo Institucional
(1) Construir, reabilitar, equipar e manter infra-estruturas educacionais, desportivas e de
produção escolar, com base em padrões e modelos apropriados, incluindo a demarcação e
titulação dos espaços educacionais;

(2) Expandir redes e sistemas de comunicação entre as Instituições Subordinadas e Tuteladas,


Direcções Provínciais e Serviços Distritais;
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(3) Desenvolver e implementar o sistema de supervisão, monitoria e avaliação descentralizada e


cada vez mais integrado, olhando para o sistema de forma holística e mais próximo das
comunidades;

(4) Integrar os assuntos transversais nos diferentes programas chave da Educação;

(5) Concluir e implementar a estratégia para a melhoria da gestão e desenvolvimento da


capacidade dos recursos humanos aos vários níveis, com vista a uma implementação eficaz dos
programas chave da área;

(6) Melhorar a gestão do sistema através da consolidação das reformas nas áreas de planificação
e gestão financeira;

(7) Assegurar a alocação adequada e equitativa de recursos a todas as escolas públicas;

(8) Recrutar anualmente entre 12 a 15 mil novos docentes e outros funcionários para todos os
níveis do sistema;

(9) Continuar a promover o acesso a bolsas de estudo para formação dentro e fora do País com
base na necessidade e mérito;

(10) Melhorar o enquadramento das pessoas portadoras de deficiência em todos os subsistemas


de ensino.

Ensino Primário
No acesso, o enfoque estará virado para o cumprimento da meta do milénio, assegurando que
cada criança tenha a oportunidade de frequentar a escola, por via das seguintes acções:

(1) Expandir a rede escolar, construindo 1500 novas salas de aulas anualmente com materiais
convencionais em todo o País potenciando diferentes iniciativas e parcerias;
(2) Assegurar a paridade do género no ensino primário;

(3) Consolidar e expandir o programa de Construção Acelerada de Salas de Aulas;

(4) Construir, reabilitar e ampliar os Institutos de Formação de Professores, em todas as


Províncias;
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(5) Estabelecer mecanismos simplificados de contratação de professores reformados para o


ensino primário (Primeiro e Segundo Graus), por forma a capitalizar as experiências destes
quadros no ensino da leitura e escrita;

(6) Estabelecer um sistema de premiação/emulação das entidades de ensino com melhores


resultados;

(7) Prosseguir com a transmissão dos conhecimentos da história da luta de libertação nacional a
partir do ensino primário;

(8) Implementar actividades que assegurem a participação e inclusão das crianças mais
vulneráveis.

No domínio da qualidade o objectivo é assegurar que cada criança na escola tenha


conhecimentos e habilidades básicas que lhe permitam saber ler, escrever e contar, através das
seguintes acções:

(1) Promover a educação moral, cultural e patriótica;

(2) Elevar as competências de leitura e escrita a desenvolver em cada um dos ciclos de


aprendizagem do EP1;

(3) Expandir o ensino bilingue, garantindo a implementação das metodologias de ensino da


Língua Portuguesa como Língua segunda;

(4) Aumentar de 36 para 40 o número de semanas de aulas e de 500 para 900 o número de horas
de ensino, por ano, até 2014;

(5) Disponibilizar recursos básicos em cada escola através de uma melhor distribuição e
conservação do livro escolar gratuito e alocação de fundos financeiros a todas as escolas
primárias;

(6) Continuar a consolidar as reformas na área de formação de professores (inicial, em serviço,


presencial e à distância) através do aumento da capacidade dos Institutos de Formação de
Professores, integrando assuntos transversais como género, HIV e SIDA, produção escolar,
educação especial);
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(7) Priorizar a harmonização das actividades que contribuem para melhorar a gestão escolar, por
exemplo, capacitações, supervisões e prémios;

(8) Desenvolver padrões mínimos para uma escola em termos de conteúdos, processos, insumos
e ambiente.

Em termos de desenvolvimento institucional o enfoque centra-se na preparação da criança para a


escola, assegurando o melhor desempenho da mesma, por via das seguintes acções:
(1) Prosseguir com o programa de capacitação de directores de escola, no quadro da
descentralização, reforçando os mecanismos de responsabilização ao nível da escola com o
envolvimento da comunidade;

(2) Finalizar e implementar a Estratégia da Primeira Infância;

(3) Reforçar técnica e materialmente as Zonas de Influência Pedagógica.

Alfabetização e Educação para os Adultos


Para alargamento da cobertura e o incremento da qualidade nesta área, o Governo irá:

(1) Continuar a expandir a implementação dos programas de Alfabetização existentes;

(2) Continuar a expansão do programa de Pós-Alfabetização.

Em termos de qualidade o enfoque vai centrar-se na melhoria da qualidade dos programas de


Alfabetização, através das seguintes acções:

(1) Desenvolver e implementar os Curricula e programas de formação e capacitação de quadros


de Alfabetização e Educação de Adultos;

(2) Desenvolver programas que assegurem a ligação entre a alfabetização e os programas de


Educação Não Formal, em parceria com a Sociedade Civil;

(3) Consolidar e implementar o novo curriculum de Alfabetização e Educação de Adultos,


ligando a alfabetização com habilidades para a vida;

(4) Reforçar o papel do Instituto Nacional de Educação de Adultos (INEA) e dos Centros de
Formação de Quadros de Alfabetização e Educação de Adultos (CFQAEAs).
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Ensino Secundário
(1) Construir anualmente 200 novas salas de aula em todo o País;

(2) Promover a provisão do ensino secundário por provedores privados e comunitários;

(3) Desenvolver e expandir os programas de ensino à distância para alunos e professores.

Para assegurar a qualidade no ensino secundário, serão implementadas as seguintes acções:

(1) Consolidar a implementação do Curriculum profissionalizante e integrado;

(2) Continuar a expandir o uso das tecnologias de informação e comunicação no processo de


ensino e aprendizagem;
(3) Providenciar Kits básicos de laboratórios para todas as escolas secundárias públicas do País;

(4) Continuar a consolidação das reformas na área de formação de professores (inicial, em


serviço, presencial e à distância), integrando os assuntos transversais.

Em termos de desenvolvimento institucional o enfoque vai centrar-se no:

(1) Desenvolvimento e implementação de um sistema integrado de financiamento sustentável


para o ensino secundário, assegurando um nível mínimo de recursos, com equidade, para cada
escola secundária.

Ensino Técnico-Profissional
Quanto ao acesso, o enfoque centra-se na expansão deste tipo de ensino através das seguintes
acções:
(1) Expandir e reabilitar a rede de instituições do Ensino-Técnico Profissional, com maior ênfase
para os Institutos Médios Técnicos, as Escolas Profissionais de nível básico e os Centros
Comunitários de Desenvolvimento de Competências com vista a responder os desafios de
desenvolvimento do País;

(2) Continuar o programa de apetrechamento dos laboratórios, oficinas e escritórios das escolas
do ensino técnico;

(3) Introduzir e consolidar o Ensino à Distância para os cursos técnico-profissionais;

(4) Promover o acesso da rapariga à educação e formação técnico-profissional;


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(5) Desenvolver o Ensino Técnico-Profissional, privilegiando o “saber fazer” dos jovens.

Quanto à qualidade:

(1) Consolidar e expandir os resultados da fase piloto da reforma no ensino técnico-profissional,


introduzindo a Formação Baseada em Padrões de Competências em todo o sistema;

(2) Consolidar e expandir o programa de formação de professores para o subsistema do Ensino


Técnico para as áreas de formação estratégicas.

No desenvolvimento institucional:

(1) Consolidar as parcerias entre o Governo, o sector privado e a Sociedade Civil.


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Ensino Superior
Quanto ao acesso:

(1) Implementar um sistema sustentável de financiamento das instituições de ensino superior


públicas,

(2) Aprovar a Política de acesso ao ensino superior, que tenha em conta aspectos de equidade,
incluindo o género;

(3) Expandir o sistema de Ensino Superior através de Institutos Superiores Politécnicos, através
de parcerias público-privadas.

Quanto à qualidade, a prioridade centra-se na consolidação das reformas iniciadas, devendo-se:

(1) Implementar o Quadro Nacional de Qualificações Académicas do Ensino Superior;

(2) Fortalecer a capacidade das Instituições do Ensino Superior por forma a oferecer um largo
leque de cursos relevantes e de qualidade com equidade;

(3) Expandir o ensino superior de qualidade, reforçando o papel fiscalizador do Governo nas
instituições públicas e privadas para melhorar a qualidade do ensino;

(4) Continuar a implementar a Estratégia de Formação de Professores do ensino superior.

No desenvolvimento institucional, o enfoque será na melhoria da coordenação dos diferentes


parceiros envolvidos neste nível de ensino:

(1) Implementar o Sistema de Informação do Ensino Superior, para a publicação de estatísticas e


indicadores deste subsistema de ensino;

(2) Aprovar e implementar o Sistema Nacional de Acumulação e Transferência de Créditos


Académicos;

(3) Aprovar e implementar o Estatuto do Pessoal das Instituições do Ensino Superior;

(4) Introduzir a reforma administrativa e financeira, por forma a financiar as instituições de


ensino superior em função do seu desempenho;

(5) Aprovar e implementar o regulamento de licenciamento, registo e funcionamento de


instituições de ensino superior.
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Saúde Escolar e do Adolescente


(1) Aumentar a cobertura de vacinação contra o tétano em alunos das 1ª e 2ª classes para 80%;

(2) Realizar a desparasitação massiva em alunos do ensino primário para alcançar uma
prevalência de 30%;

(3) Expandir os Serviços Amigos dos Adolescentes e Jovens aumentando de 229 em 2008 para
320 em 2014.

Plano Estratégico da Educação- PEE (2012-2019)


Visão Geral do Plano Estratégico da Educação
A educação, na visão do governo, constitui um direito fundamental de cada cidadão e é um
instrumento para integração do individuo na vida social, económica e politica, indispensável para
a preparação da nova geração e construção da nação moçambicana.

Prioridades Principais da Implementação do Plano Estratégico da Educação 2012-2019


Tal como o estratégico da Educação e Cultura PEEC 2006 a 2011, o Ensino Básico de sete
classes, de qualidade para todas as crianças, continua a ser grande prioridade do Governo. Não
obstante a expansão outros níveis de ensino devera também ser promovida, tendo em conta a
capacidade institucional e financeira necessária para que sua qualidade e sustentabilidade seja
garantida.

Estrutura do Plano Estratégico


O Plano Estratégico 2012-2019 reflecte a nova abordagem de programação que foi elaborado
pelo Ministério da Educação ao longo dos últimos anos com o objectivo de facilitar a ligação
entre os processos de planificação, orçamentação e monitoria. Esta nova abordagem toma como
base os níveis de ensino e a área de administração, nomeadamente:

1. Apoio Administrativo Institucional;


2. Ensino Pré-primário e Primário;
3. Alfabetização e Educação para os Adultos;
4. Ensino Secundário;
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5. Ensino Técnico-profissional;
6. Ensino Superior.

Breve descrição das linhas de força dos programas sectoriais do PEE


1. O Ensino Básico de Sete Classes
Aposta no melhoramento da qualidade do ensino para obter melhores resultados de
aprendizagem; Assegurar a participação e retenção de todas as crianças; Melhorar a
eficiência no uso dos recursos financeiros e humanos.

Enfoque Principal
O enfoque principal assenta na promoção da Primeira infância; Protecção e apoio (psico-
social); Processo da aprendizagem (leitura e escrita) e aprimoramento da Gestão escolar.

2. Alfabetização e Educação para os Adultos


Neste capítulo devera ser garantido o acesso e retenção dos alfabetizandos; Melhorar a
qualidade e relevância deste subsistema e Reforçar a capacidade institucional/organizativa.

Enfoque Principal
Definição de padrões mínimos para os diferentes programas e estabelecimento de um
mecanismo de coordenação entre os vários actores (governamentais e não governamentais).

3. Ensino Secundário
Assegurar equidade no acesso; Melhorar a qualidade e relevância da educação; Melhorar a
eficácia e eficiência da gestão da escola.

Enfoque principal
Revisão e finalização de um currículo relevante e implementável; Aumento do numero de
graduados; redução as desistências e reprovações; Expansão, principalmente através do
ensino á distancia e ensino privado.
21

4. Ensino Técnico-profissional
Asseguras equidade no acesso; Garantir uma formação de qualidade relevante para o
mercado de trabalho; Melhorar a gestão e coordenação, envolvendo o sector produtivo.

Enfoque Principal
Consolidação da reforma iniciada através do PIREP, transformando as escolas existentes em
escolas de qualidade, viradas ao sector formal; Expansão da formação profissional de curta
duração e das capacitações para sector informal e agrícola; Fortalecimento do envolvimento do
sector produtivo.

5. Ensino Superior
Assegurar a equidade no acesso; Melhorar a qualidade e relevância do ensino e da aprendizagem;
Reforçar a capacidade do órgão central e das instituições na governação, administração e
monitoria.

Enfoque Principal
Promoção dos cursos nas áreas prioritárias; Consolidação das reformas institucionais do PEEs
2000-2010; Melhoria da eficiência interna das instituições; Reforço ao papel do órgão central.

6. Apoio Administrativo Institucional


Fortalecer a gestão do sistema administrativo aos vários níveis, particularmente nos Distritos.

Enfoque Principal
Desenvolvimento dos recursos humanos; Aumento da capacidade dos Serviços Distritais;
Integração dos assuntos transversais; Controlo interno; Comunicação e divulgação da informação
interna e externa.

Plano Estratégico da Educação 2012-2016


O Plano Estratégico foi aprovado pelo Conselho de Ministros a 12 de Junho de 2012, menciona a
supervisão entre as normas de boa governação:
22

 Reforçar a supervisão e a inspecção e um melhor envolvimento dos Conselhos


de Escola na prestação de contas e na observância dos padrões e normas
educativas, para garantir a qualidade do ensino (pág. 7).
E por isso recomenda “o incremento das acções de supervisão pedagógica” (pág. 32), para
melhorar a qualidade do ensino.

O plano reforça a questão de descentralização da supervisão:

 Melhorar o desempenho do sector nos próximos anos, implica um


acompanhamento mais próximo e regular das instituições onde decorrem as
actividades concretas (pág. 123).
DECRETO n.º 27/2011, de 25 de Julho – Regulamento de Inspecção às Instituições de
Ensino Superior
O regulamento define as competências das comissões de inspecção que posso resumir em:

 Recolher informações e elaborar relatórios


 Verificar o cumprimento e a aplicação das normas e procedimentos
administrativos e académicos
 Atender e apreciar as queixas dos utentes e agentes do Ensino Superior,
Alarcão & Cunha (2013), apresentam os conceitos de inspecção e fiscalização como conceitos
conexos a supervisão (pág. 18) e também descrevem que a supervisão pode concretizar-se
segundo uma modalidade “ de poder inspectivo, fiscalizador, que coloca a ênfase no controlo,
podendo assumir uma natureza preventiva ou punitiva.” (pág.19).

Para Alarcão & Cunha (2013), esta é uma supervisão institucional onde “assumem particular
relevância aspectos de coordenação, gestão, administração e liderança”.

Assim é possível classificar as actividades de Inspecção às Instituições de Ensino Superior


presentes neste regulamento como uma modalidade de supervisão institucional.
23

Parte II – Manuais e Guias


Esta foi a parte mais difícil do projecto, e consegui ter acesso só a duas publicações que são
utilizadas como ponto de referência na supervisão.

Manual de Apoio a Supervisão Escolar


Objectivo do manual é “guiar o supervisor no processo de análise, verificação, controle,
avaliação e recomendações” (Ministério da Educação, 2013).

No texto são, inicialmente, apresentados os conceitos de supervisão escolar e o perfil do


supervisor.

A supervisão escolar:

 Pode ser entendida como uma actividade sistemática dos Técnicos Pedagógicos
de todas as Unidades Orgânicas do Ministério da Educação, com vista a dar
assistência e apoio aos professores, através de planificação, acompanhamento,
coordenação, controle, avaliação e desenvolvimento do processo de
ensino/aprendizagem na escola (pág.7).
O Supervisor escolar deve ser um profissional da educação com características e competências,
socialidade, responsabilidade, com capacidade de apoiar e incentivar. Para Alarcão & Cunha
(2013), é possível ver este modelo de supervisão como um processo colaborativo orientado para
o desenvolvimento e para a qualidade (pág. 81) Citando Alarcão e Tavares (1987) que defendem
que o processo de supervisão deve correr numa “atmosfera afectivo/relacional envolvente onde
os autores defendem que deve ser um relacionamento entre colegas (pág. 69), uma “relação
autêntica que permite a circulação espontânea e sem barreiras entre o mundo do supervisor e o
mundo do professor” (pág. 73), uma relação interpessoal dinâmica e encorajante”.

Esta relação é muito importante mas não fácil de criar, citando o trabalho de dissertação Changa
( n.d.) sobre um estudo da formação inicial tornaram-se evidentes, algumas dificuldades sobre a
relação supervisionado e supervisor:
24

 Se evidenciam pela maioria dos entrevistados alguns aspectos negativos na


prática e supervisão da parte dos supervisores que alguns indicaram “ fraca, não
clara nos objectivos até chegar a ser punitiva e humilhante (pág. 64) ”.
Infelizmente o manual não afronta o tema da formação dos supervisores deixando em aberto este
problema.

No capítulo II, o manual identifica três etapas para desenvolver a supervisão: “preparação,
realização e avaliação/balanço” (pág. 9).

A supervisão deve ser adequadamente planificada e preparada e a responsabilidade é de uma


comissão ao nível da Direcção Provincial ou ao nível do SDEJT como previsto no documento
“Estratégia do Ensino Secundário Geral 2009 – 2015” (pág. 62).

Cada distrito deve preparar um guião que tem em consideração os seguintes aspectos:

 Crianças em idade escolar: taxa de escolarização, matrícula, etc.


 Professores/Alfabetizadores: rácio aluno/professores, aluno/turma, etc.
 Livro escolar: rácio livro/aluno, conservação do livro
 Material didáctico para os professores
 Alfabetização e Educação não-formal: população por alfabetizar e inscritos
 Construções, qualidade de salas de aula e manutenção
 Escolas com ambientes saudáveis: modalidade de ensino/aprendizagem,
educação sexual e reprodutiva, etc.
 Produção escolar
 Ensino à Distancia
 Conselhos de Escola
 Gestão escolar
O capítulo III do manual é dedicado à Assistência às aulas que deve ser feita em 3 fases:

 Pré-observação : conteúdos programáticos , meios didácticos, etc.


25

 Observação da aula: o supervisor vai recolher evidências das actividades do


professor e dos alunos.
 Pós-observação da aula: avaliação e análise da aula
O capítulo IV apresenta alguns aspectos específicos que devem ser tratados de forma específica
dependente do nível de ensino: Primário, Secundário, Técnico-Profissional.

O capítulo V apresenta uma breve modalidade de apresentação do balanço da supervisão que


deve ser apresentado à direcção da instituição e do SDJET.

O capítulo VI apresenta uma lista de documentos que podem ser consultados na preparação e
durante a supervisão escolar. Infelizmente constatei que é quase impossível ter acesso a estes
documentos.

Em anexo ao manual são inseridos 2 modelos de ficha de assistência às aulas.

Guia Prático do Supervisor Pedagógico

O segundo texto não é um manual do MINED mas um livro escrito por Raúl Júlio Simbine
(Simbine, 2009) e publicado pela Editora Alcance de Maputo.

Este livro acrescenta com mais detalhes os temas do Manual do MINED anteriormente
apresentado.

Este livro é também utilizado no MINED como texto de apoio na supervisão.

A diferença do Manual é de que o autor dedica o primeiro capítulo ao perfil e postura do


Supervisor:

 O supervisor pedagógico é aquele que verifica, acompanha, avalia e apoia a


implementação do processo educativo, quer nas escolas quer noutras instituições
ligadas ao ensino (pág. 20).
26

Relevante neste capítulo é a secção dedicada à postura do supervisor não presente no Manual do
MINED, e para o autor a postura é:

 O conjunto das atitudes, disposição e maneira de ser de um supervisor


pedagógico no concernente ao relacionamento com os outros (pág. 22).
A seguir é apresentada uma sequência de atitudes que o supervisor deve ter para um bom
trabalho, nas áreas:

 Relação com ele mesmo


 Relações com os professores
 Relações com os directores
 Relações com as comunidades
Os capítulos seguintes explicam com mais detalhes os temas apresentados no manual como por
exemplo, a programação, preparação e realização duma supervisão (capítulo II) ou os conteúdos
a considerar numa supervisão a segunda ao nível do ensino na instituição (capítulo III).

Indicadores
Os indicadores educacionais são usados como um guia para os panificadores de educação e
os órgãos de tomada de decisões, na perspectiva de avaliar o grau do desempenho do sistema
educativo.
Exemplo
Por exemplo, avaliar a igualdade de acesso da população em idade escolar, a eficácia interna do
sistema, relacionar o uso dos meios alocados ao sistema de ensino e os resultados alcançados,
etc.
Através da descrição do estádio de desenvolvimento do plano, os indicadores ajudam a
identificar problemas, definir e redefinir estratégias, medir e avaliar os progressos feitos
em relação às políticas e objectivos da educação.
Como inputs para o debate público, os indicadores podem servir como alavanca para
promover a qualidade da educação.
Indicadores de acesso ao sistema educativo
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Aqui importa saber se o sistema educativo tem-se esforçado em acolher as crianças em idade
escolar.
Indicadores de Acesso são indicadores que medem o nível de acesso de crianças em idade
escolar, no sistema educativo.
As taxas de admissão relacionam as crianças que entram na escola pela primeira vez e as
crianças com idade oficial de ingresso no sistema educativo (6 anos).
Dados necessários
· Número de novos ingressos na 1ª classe por idade e sexo.
· Número de repetentes por idade e sexo na 1ª classe.
Os principais indicadores são:
1. Taxa bruta de admissão.
2. Taxa de admissão aos 6 anos.
A taxa bruta de admissão pode atingir valores que ultrapassam 100% devido às crianças que
entram, pela primeira vez, com idades superiores a 6 anos.
A taxa de admissão aos 6 anos nunca deve ser superior a 100%.
· População com 6 anos de idade por sexo.
As taxas de admissão são indicadoras que medem o nível de acesso de crianças, em idade
escolar, no sistema educativo.

Indicador de Cobertura
As taxas de escolarização são indicadoras que medem a capacidade de oferta escolar à
população em idade escolar.
As taxas de escolarização medem o acesso de alunos em idade escolar por níveis de ensino e
a população do grupo etário oficial para frequentar cada nível de ensino.
Dados necessários:
· Número de alunos, total e por idade, sexo, classe e nível de ensino.
· População por idade, classe e sexo.
1. Taxa bruta de escolarização;
2. Taxa líquida de escolarização;
3. Taxa de escolarização por idade específica.
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A taxa bruta de escolarização pode estar acima de 100% devido, não só, às crianças que
entram tardiamente, mas também devido ao desperdício escolar (alunos repetentes).
As taxas de escolarização líquida e de escolarização por idade específica nunca devem
atingir valores superiores a 100%.

Pesquisa Educacional
Instrumentos da Pesquisa Educacional e sua importância

Inquérito por questionário


Vantagens
1. Torna possível a recolha de informação sobre grande número de indivíduos.
2. Permite comparações precisas entre as respostas dos inquiridos.
3. Possibilita a generalização dos resultados da amostra à totalidade da população.

Limites
1. O material recolhido pode ser superficial.
A padronização das perguntas não permite captar diferenças de opinião significativas ou subtis
entre os inquiridos.
2. As respostas podem dizer respeito mais ao que as pessoas dizem que pensam do que ao que
efectivamente pensam.

Entrevista
Vantagens
1. Permite aprofundamento da percepção do sentido que as pessoas atribuem às suas acções.
2. Torna-se flexível porque o contacto directo permite explicitação das perguntas e das respostas.

Limites
1) É menos útil para efectivar generalizações.
O que se ganha em profundidade perde-se em extensividade.
2) Implica interacções directas. As respostas podem ser condicionadas pela própria situação da
entrevista. Estes efeitos devem ser tidos em conta.
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Análise Documental
Vantagens
Pode traduzir-se em informação diversa de acordo com as características do documento. Quer
sobre informação muito abrangente (estatísticas, por ex.), quer sobre informação em
profundidade (temas específicos).

Limites
1. Dependência das fontes que existem e da sua melhor ou pior qualidade, verosimilhança,
representatividade, etc.
2. A quantidade de informação recolhida é em geral enorme e dispersa, o que exige tratamento e
análise mais demorados.

Pesquisa de terreno (observação participante)


Vantagens
1. Garante uma informação rica e profunda.
2. Permite flexibilidade ao investigador porque torna possível.

Limites
1. Só pode ser usada para estudar pequenos grupos ou comunidades.
2. Levanta dificuldades mudar de estratégia e seguir novas pistas que aparecem. De
generalização.
Fonte: João Ferreira de Almeida (Coord.) - Introdução à Sociologia
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Conclusão
Neste trabalho fez-se a apresentação da legislação atinente à supervisão como também de alguns
manuais e guia sobre este tema. Dos contactos que tive com os funcionários que trabalham no
MINED percebi que, infelizmente, a implementação das legislações é muito ínfima sobretudo
por falta de financiamento e de meios técnicos. A dificuldade de acesso ao texto que tive é
sobretudo motivada pela falta dos mesmos textos no departamento do Ministério. A qualidade da
educação é uma das principais preocupações em relação ao sistema, uma vez que as várias
reformas introduzidas até o momento não parecem ter obtido um efeito positivo significativo. O
governo continua a lutar para encontrar soluções para estes problemas. Entretanto, existem
dúvidas sobre as razões pelas quais as políticas e reformas adoptadas continuam a conduzir a
resultados insatisfatórios. O acesso aos níveis superiores do ensino primário, secundário e
superior continua a ser restritivo. A tentativa de implementar uma política educativa de
descentralização, tem sido um dos maiores desafios. Fazer com que cada Poder Local ou
Autarquia tenha o poder de elaborar as suas próprias polítivas e estratégias educativas, tendo em
conta as necessidades de sociedade local. As informações sobre a melhoria no acesso à educação
não demonstram como os pobres e outros grupos vulneráveis estão posicionados no sistema. As
actuais políticas pretendem reduzir dos problema da educação em Moçambique, massificar o
ensino e reduzir significativamente o analfabetismo.
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Referências Bibliográrifas
Assembleia da República. Lei Base das Autarquias, lei número 2/97 de 28 de Maio e Lei nº
11/97,31 de Maio.

Assembleia da República, Lei nᵒ 5/ 2003 de Ensino Superior.pdf (Protegido)-adobe Reader 21 de


Janeiro de 2003, 20-(77)

Assembleia da República, Lei nᵒ 6/92 de Sistema Nacional da Educação.pdf (Protegido)-


Adobe `104-(8)

DURKHEIM, Émilie. Educação e Sociologia. 1958-1917. São Paulo: Melhoramento [Rio de


Janeiro] Fundação Nacional de Material Escolar, 1978.

LEMMER, Eleonor, Educação Contemporânea – Questão e tendências blobais, Maputo,


Moçambique, 1ᵒ Edição, Texto Editores, 2006.

LUCKESI, Cipriano C. Filosofia da Educação.Brasil. São Paulo. CORTEZ EDITORA. 2007.

Boletim nº103 - ANMP - Boletins ANMP [Edição Electrónica]

www.anmp.pt/anmp/press/bol/2002/bol10302.html- acessado 27/06/2012

Plano Quinquenal do Governo. (2010-2014). Obtido no dia 21/04/11em


www.portaldogoverno.gov.mz

PDF Educação e desenvolvimiento. Um olhar sobre o Plano Estratégico de educação (2004-


2008) de Moçambique -Martins - Revista Lusófona de Educação, 2004 - redalyc.uaemex.mx –
acessado em 8 de Janeiro de 2013

Revisado por Editor do Webartigos.com


GOMEZ, Miguel Buendia (1999). Educação Moçambicana Historia de um processo: 1992-
1984.Maputo:Livraria Universitária.
Sistema Nacional de Educação, Linhas Gerais e lei no 6/92.

Sistema Nacional de Educação, Linhas Gerais e lei no 4/83.


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