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DISCIPLINA
POLÍTICAS EDUCACIONAIS
SUMÁRIO
11 ENSINO MÉDIO.................................................................................................. 63
Fonte: www.martarelloadvogados.com.br
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Quando dizemos legislação educacional estamos nos referindo, portanto, de
forma geral, à educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino
médio) e à educação superior. Daí, posso referir-me apenas à legislação da educação
básica ou à legislação da educação superior.
Se desejo referir-me aos níveis de ensino fundamental e ensino médio, que
formam à educação básica, posso utilizar a expressão legislação do ensino
fundamental ou legislação do ensino médio.
Certo é que a legislação educacional pode ser, pois, tomada como corpo ou
conjunto de leis referentes à educação. É um complexo de leis cujo destinatário é o
homem trabalhador ou o homem consumidor.
É este o sentido de legislação como legis data. A legislação se revela, sobretudo,
em regulamentos ditos orgânicos ou ordenados, expedidos pelos magistrados em face
da outorga popular.
A legislação educacional, como nos parece sugerir, é uma disciplina de imediato
interesse do Direito ou mais precisamente do Direito Educacional. Mas um olhar
interdisciplinar dirá que ela é central na Pedagogia quando no estudo da organização
escolar.
Por não termos alcançado, ainda, uma fase de pleno gozo de equidade, diríamos
que a legislação educacional é até final do século XX a única forma de Direito
Educacional que conhecemos e vivenciamos na estrutura e funcionamento da
educação brasileira.
Desta forma, a legislação educacional pode ser entendida como a soma de
regras instituídas regular e historicamente a respeito da educação.
Todas as normas educacionais, legais e infralegais, leis e regulamentos, com
instrução jurídica, relativas ao setor educacional, na contemporaneidade e no
passado, são de interesse da legislação educacional.
Vemos, deste modo, que a legislação educacional pode ter uma acepção ampla,
isto é, pode significar as leis da educação, que brotam das constituições nacionais,
como a Constituição Federal, considerada a Lei Maior do ordenamento jurídico do
país, às leis aprovadas pelo Congresso Nacional e sancionadas pelo Presidente da
República.
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Pode, também, a legislação abranger os decretos presidenciais, as portarias
ministeriais e interministeriais, as resoluções e pareceres dos órgãos ministeriais ou
da administração superior da educação brasileira.
Para este trabalho, vai nos interessar o sentido da Legislação Educacional como
ação do Estado sobre a educação, vista, pelo Estado-gestor, como política social. A
legislação educacional é, portanto, base da sustentação da estrutura político-jurídica
da educação.
A legislação Educacional possui duas naturezas: uma reguladora e uma
regulamentadora.
A partir de seu caráter, podemos derivar sua tipologia. Dizemos que a legislação
é reguladora, quando se manifesta através de leis, sejam federais, estaduais ou
municipais. As normas constitucionais que tratam da educação são as fontes primárias
da regulação e organização da educação nacional, pois, por elas, definem- se as
competências constitucionais e atribuições administrativas da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios. Abaixo das normas constitucionais, temos as leis
federais, ordinárias ou complementares, que regulam o sistema nacional de educação.
A legislação reguladora estabelece, pois, a regra geral, a norma jurídica
fundamental. Daí o processo regulatório voltar-se sempre aos princípios gerais e à
disposição da educação como direito, seja social ou público subjetivo.
O principal traço da regulação é sua força de regular, isto é, poder, regularmente,
ou que pode traduzido também pela democraticamente, estabelecer regras gerais de
Direito ou normas gerais criadores de Direito.
Quando dizemos que a educação é direito social ou que o acesso ao ensino
fundamental é direito público subjetivo, a imperatividade normativa reside na origem
da fonte de direito, a Constituição, seja Federal, Estadual ou Municipal. Por isso, uma
vez aprovadas, as leis devem ser respeitadas e cumpridas.
A legislação regulamentadora, ao contrário da legislação reguladora não é
descritiva, mas prescritiva, volta-se à própria práxis da educação.
Os decretos presidenciais, as portarias ministeriais e interministeriais, as
resoluções e pareceres dos órgãos do Ministério da Educação, como o Conselho
Nacional da Educação ou o Fundo de Desenvolvimento da Educação como serão
executadas as regras jurídicas ou das disposições legais contidas no processo de
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regulação da educação nacional. A regulamentação não cria direito porque limita-se a
instituir normas sobre a execução da lei, tomando as providências indispensáveis para
o funcionamento dos serviços educacionais.
Diríamos, em substância, que a estrutura político-jurídica da educação contida
na Constituição Federal e nas Leis Federais regulam a estrutura político-jurídica da
educação enquanto os decretos, as portarias, as resoluções, os pareceres, as
instruções, enfim, prescrevem a forma de funcionamento do serviço educacional.
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Texto Extraído: https://www.direitonet.com.br
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1.4 Quais são alguns exemplos de Políticas Públicas ou de Legislação
educacional?
Fonte: www.novaresistencia.org
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1548
Primeiro documento de política educacional no Brasil “Regimentos” de D. João
III orientar as ações do primeiro governador geral do Brasil Cabia à Coroa manter o
“Ensino” (recursos para manutenção e vestimenta dos jesuítas.
1564
Coroa portuguesa adotou o plano da redízima (10% dos impostos arrecadados
da colônia brasileira para manutenção dos colégios jesuíticos. Fase de relativa
prosperidade “escola pública religiosa”
1990
Nosso índice de analfabetismo: 65% da população Na França: Jogos Olímpicos
Na Alemanha: Ferdinand von Zappelin realiza a primeira prova com um dirigível Itália:
guerra contra o Império Austríaco EUA: desenvolvimento dos Estados Unidos
Industrial (1870 - 1900)
Brasil Colônia
Governo absolutista; educação reduzida aos colégios confessionais - formação
do clero.
A partir de 1937
Estado Novo (imposto por Getúlio Vargas) a Constituição de 1934 foi revogada,
criação da “Polaca” surge uma segunda Reforma do Ensino “Leis Orgânicas” (intuito
de estabilizar as correntes ideológicas contrárias)
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Fim da década de 1940
Aprovação da LDB de 1961 prejuízos fortaleceu o setor privado, limitou a
expansão do ensino público, anulada a obrigatoriedade escolar do primário vitória do
lado conservador elaboração do primeiro Plano Nacional de Educação contexto:
criado o FMI, ONU
Fim da década de 70
Pressões contra o regime militar surgem a ANPED, ANDES, CNTE
Anos 80
Ruptura com o pensamento educacional vigente luta dos educadores pela:
melhoria da educação, valorização e qualificação dos professores, democratização da
gestão, financiamento, ampliação da escolaridade obrigatória.
Década de 1990
Novas configurações internacionais “crise econômica” Nova LDB (1996) não
correspondia aos anseios da década anterior habilidoso jogo linguístico que invertia
termos e sinais 2 projetos de LDB: Dermeval Saviani / Darcy Ribeiro
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1994 – FHC
Projeto sancionado por Darcy Ribeiro foi sancionado. Nova LDB (algumas distorções)
Fonte: www.ualg.pt
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TEXTO EXTRAÍDO: https://docente.ifsc.edu.br
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2.1 Educação e desenvolvimento
A educação veio sendo afirmada e firmada, desde o final do século XIX e início
do século XX, no Brasil, como fator fundamental para o desenvolvimento da nação,
pelo viés da ascensão social e melhoria de qualidade de vida, tanto individual quanto
social. Importante se faz, antes de qualquer coisa, refletir e explicitar sobre que
pressupostos se parece sustentar, até os dias de hoje, enquanto tal. Fato notório na
história do país é a sua marca de intensa desigualdade social. Assim, não é possível
discutir desenvolvimento no Brasil sem tocar nesta questão e, por consequência, nas
possibilidades, ou não, de mobilidade social que o desenvolvimento pode trazer.
Parte-se aqui do princípio de que, no Brasil, o crescimento económico não teve por
consequência maiores possibilidades de mobilidade social e de diminuição das
desigualdades sociais absurdas que testemunhamos ainda hoje. Na década de 1960,
por exemplo, momento de um modelo de desenvolvimento específico, de intenso
crescimento económico e industrialização, ocorreu uma intensificação das
desigualdades, o exato contrário do que fora até então proclamado e defendido.
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principalmente no que se refere ao modelo de desenvolvimento próprio de cada uma,
a saber: 1) a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1961 e o nacional-
desenvolvimentismo, cujo auge se dá nas décadas de 1950 e 1960; e 2) a LDB de
1996 e o processo de reestruturação produtiva, iniciado no final de década de 1970
(Aguiar & Durães, 2008). Romanelli (1983), autora de referência na discussão sobre
a história da educação brasileira, corrobora a tese de que há uma forte ligação entre
a expansão do sistema de ensino e o processo de industrialização e modernização
das relações sociais, confirmando a noção de que o desenvolvimento brasileiro exigiu
maior qualificação, o que alavancou a expansão do sistema de ensino. Assim, para a
autora, o sistema de ensino expandiu-se, no Brasil, de forma mais significativa a partir
da década de 1930, defendendo que as razões para tal seriam o intenso crescimento
demográfico do período, aliado à intensificação do processo de industrialização e
urbanização. Porém, a autora sustenta que tal expansão, embora tenha efetivamente
ocorrido, foi, além de insuficiente em termos quantitativos, estruturalmente deficiente.
Duas são as funções, no Brasil, segundo Cunha (1985), do fenómeno que o autor
chama de «liberação da educação», ou seja, da ampliação do sistema de ensino às
camadas populares: as funções económicas e as funções político-ideológicas. A
primeira diz respeito às relações entre escolaridade e emprego, entre educação e
mercado de trabalho ou, por outras palavras, à ideia de investimento em capital
humano, argumentando que este pressupõe uma relação direta e necessária entre
capacitação do trabalhador e desenvolvimento económico, pela via do mercado de
trabalho. A segunda diz do fortalecimento da díade educação-desenvolvimento,
através da ideia de que não se restringe apenas ao incremento da produção, mas
também que a educação escolar viria a produzir novos hábitos de consumo na
população, por meio da construção de uma imagem de necessária industrialização e
urbanização do país. Por outras palavras, afirma:
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É, portanto, fato corriqueiro na literatura especializada encontrar a ideia de que
a extensão da educação à população é um marco de democracia, pois retira o
privilégio da elite dominante. Tal premissa é absolutamente falaciosa, pois os acessos
não são objetivamente garantidos, tampouco a qualidade e as condições para a
permanência no sistema de ensino (Cunha, 1985). Pretende-se com o presente artigo
demonstrar que a construção da representação da educação enquanto fator maior –
se não único – de desenvolvimento e crescimento social, que ocorre no Brasil, sofre
uma importante influência desse movimento constante do sistema capitalista. E, para
além disso, nota-se um processo de passagem, nas últimas décadas, da ligação direta
entre educação e desenvolvimento social à ideologia da ascensão social pela via
individual.
Souza (2007: 7) descreve o lugar que a educação escolar tem vindo a assumir
na sociedade moderna de forma precisa:
Assim, a comparação do texto das leis a que se referiu, nos pontos em que se
aproximam e em que se afastam, é o ponto norteador do presente texto. Para que tal
intento se efetive, contudo, faz-se necessária alguma explanação quanto ao método
comparativo, suas especificidades e características que contribuem para a elucidação
da citada ilusão.
Pesquisar, nas ciências sociais, é comparar. Isso porque, implícita ou
explicitamente, quando fatos sociais são postos sob análise estão, mesmo que não
de forma consciente e intencional, a ser comparados com algo. O próprio Durkheim
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(1947: 37, cit. in Sartori, 1994: 34) afirmou essa ideia de forma inequívoca quando
escreveu que «a sociologia comparativa não é um ramo da sociologia, é a própria
sociologia na medida em que tenta explicar os factos».
Schneider e Schimitt (1998: 49) lançam uma explicação do porquê se compara
nas ciências sociais:
A década de 1960 é um exemplo mais claro desse processo, pois figura como
um momento de intenso discurso modernizador e progressista por parte do Estado,
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onde se abrem espaços às discussões a respeito da ligação entre educação e
desenvolvimento. Esse período foi, sem dúvida, um momento de intensa discussão e
de um reformismo pedagógico ainda devedor do movimento da Escola Nova, ocorrido
na década de 1930. Naquele momento, a principal mudança proposta, e assumida
pelo Estado, foi a passagem de uma educação tradicional, de cunho humanista e
generalista, para uma educação técnica e científica. Essa proposição, como dito, já
vinha a ocorrer desde o início do século XX, porém o ideário da política
desenvolvimentista conferiu-lhe um novo fôlego, devido à necessidade de formação
de mão de obra para a indústria nacional nascente (Souza, 2008). Romanelli (1983:
25), oferece uma contribuição deveras importante:
É também nesse momento que surgem com grande força estudos baseados
naquilo que depois passou a ser chamado de teoria do capital humano. Esta, por sua
vez, possui fortes ligações com a chamada economia da educação, cuja tese central
é, segundo Freitag (1986), a de que há uma taxa de retorno individual e social àquilo
que se investe na formação do trabalhador, tratada esta última, neste contexto,
enquanto sinónimo de educação. Para a mesma autora, tal tese «mascara a
exploração e alienação da força de trabalho» (p. 32), o que elucida o processo de
transformação das relações de trabalho do período. Segundo Oliveira (2000: 223, cit.
in Aguiar, 2008: 242):
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Nota-se que a teoria do capital humano exerceu grande influência na construção
de um ideário meritocrata na educação brasileira e latino-americana, como
corroboram Bonal e Tarabini (2010: 21):
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No trecho acima, o autor deixa evidente o pressuposto económico da teoria,
segundo o qual o investimento que o trabalhador realiza em si mesmo transforma-se,
necessariamente, em capital humano, já que o torna mais capacitado e qualificado
para o exercício do seu trabalho, para a melhoria da sua renda e aumentaria as
possibilidades de mobilidade social.
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Art. 52. O ensino normal tem por fim a formação de professores (sic),
orientadores, supervisores e administradores escolares destinados ao ensino
primário, e o desenvolvimento dos conhecimentos técnicos relativos à educação da
infância.
Art. 53. A formação de docentes para o ensino primário far-se-á:
a) em escola normal de grau ginasial no mínimo de quatro séries anuais onde
além das disciplinas obrigatórias do curso secundário ginasial será ministrada
preparação pedagógica;
b) em escola normal de grau colegial, de três séries anuais, no mínimo, em
prosseguimento ao vetado grau ginasial.
Art. 66. O ensino superior tem por objetivo a pesquisa, o desenvolvimento das
ciências, letras e artes, e a formação de profissionais de nível universitário.
Art. 67. O ensino superior será ministrado em estabelecimentos, agrupados ou
não em universidades, com a cooperação de institutos de pesquisa e centros de
treinamento profissional. (Lei nº 4.024, 1961)
Como se pode notar, a escolarização primária abrange quatro anos, e a
secundária é formada por dois ciclos, o ginasial, de quatro anos, e o colegial, de três
anos. É dado um forte enfoque aos ensinos secundário e técnico, o que demonstra a
ligação direta entre a formação deste nível e as necessidades do país, que rumava
em direção ao desenvolvimento económico, à formação de um grande contingente de
mão de obra capacitada. As maiores transformações deram-se no que diz respeito ao
ensino secundário, quando o «conteúdo marcadamente humanista até então
predominante, gozando de enorme legitimidade social, foi substituído pela cultura
científica e técnica orientada para o trabalho» (Souza, 2008: 228). A autora prossegue
afirmando a relação entre o direcionamento de uma educação para o trabalho na
década de 1960:
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A ideologia nacional-desenvolvimentista baseava-se, segundo Fonseca (2005),
num jogo de forças de quatro grupos, que a defendem cada qual com os discursos
que lhes cabem. Seriam eles:
a) a defesa da industrialização;
b) a defesa do intervencionismo pró-crescimento;
c) o nacionalismo; e
d) o positivismo. Chaves (2006: 706) descreve assim esse período:
Grande era a polémica quanto aos reais objetivos dessa mudança. Para alguns
educadores, entre eles Lourenço Filho, tratava-se de uma mudança não só benéfica,
mas necessária ao desenvolvimento do país, haja vista a situação deplorável em que
se encontrava o sistema de ensino brasileiro e o seu atraso económico e social. Para
outros, a questão não se restringia, ou não se deveria restringir, somente a atender as
exigências do desenvolvimento, pois tratava também da possibilidade de
emancipação das camadas populares da sociedade (Souza, 2008). Mais à frente este
ponto será melhor abordado, já que ambas as visões são, ao mesmo tempo,
fundamentadas e ilusórias. O ensino superior é marcadamente direcionado para a
formação de profissionais liberais e para a pesquisa, o que o manteve ainda distante
da maior parte da população brasileira. Abaixo, da mesma forma, constam alguns
trechos da LDB de 1996, concernentes também à organização do ensino:
Art. 21. A educação escolar compõe-se de:
I – Educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e
ensino médio;
II – Educação superior.
Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando,
assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e
fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.
Art. 32. O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e
gratuito na escola pública, terá por objetivo a formação básica do cidadão (...).
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Art. 36. O currículo do ensino médio observará o disposto na Seção I deste
Capítulo e as seguintes diretrizes:
I – Destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da
ciência, das letras e das artes; o processo histórico de transformação da sociedade e
da cultura; a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao
conhecimento e exercício da cidadania;
II – Adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa
dos estudantes;
III – será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina obrigatória,
escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das
disponibilidades da instituição.
Art. 39. A educação profissional, integrada às diferentes formas de educação, ao
trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de
aptidões para a vida produtiva.
Art. 44. A educação superior abrangerá os seguintes cursos e programas:
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Falar do mundo do trabalho tomando como referência os anos 90 do século
XX é afirmar que o setor está passando por uma série de transformações. O
processo de reestruturação produtiva, surgido como resposta à crise do
antigo modelo de gestão capitalista, as mudanças ocorridas na forma de
organização do mundo do trabalho e as novas tecnologias são alguns dos
fatores que estão atingindo diretamente as questões do trabalho. (Aguiar &
Durães, 2008: 27-28)
Vejamos então a definição que Dourado, Oliveira e Catani (2003: 19) têm das
mudanças implementadas pela LDB de 1996, cabendo esclarecer que o fazem
direcionados ao ensino superior, mas pensa-se que a reflexão é extensiva às outras
faixas de escolarização:
Assim, parece haver uma congruência entre as mudanças ocorridas entre uma
e outra LDB e entre uma e outra forma de organização das relações de trabalho
capitalista, respectivamente o desenvolvimentismo e a reestruturação produtiva.
Gallart (1997: 103-104) descreve com clareza esse processo de mudança:
Já que tal ligação é clara, pode ainda a educação ser considerada enquanto
instituição de transformação social, já que parece servir para a manutenção das
desigualdades sociais? Recorre-se a Bourdieu (2008: 241), tendo esta citação
justamente direcionado uma forte crítica à teoria do capital humano, na década de
1960:
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domina e estabelece a ligação entre a educação e empregabilidade no Brasil. A
reestruturação produtiva capitalista, desencadeada no final da década de 1980,
desempenhou um papel reforçador demasiado importante nesse processo. Assim,
nota-se uma crescente retirada da responsabilidade do Estado da cena educacional,
e uma correspondente ampla abertura ao sistema privado de ensino, principalmente
ao nível do ensino superior (Ide & Rota Júnior, 2009). Repensar a educação é um
projeto político, mais do que nunca, e não puramente pedagógico, pensando aqui
numa pedagogia cega à realidade social em que a escola se institui e atenta às
constantes mudanças dela dentro do processo de contínuas adaptações do sistema
capitalista aos becos sem saída que ele mesmo cria, inexoravelmente. 3
Fonte: www.pt.slideshare.net
3
Texto Extraído: https://www.fpce.up.pt
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Desde a época de Colônia e Império que a educação brasileira já enfrentava
graves problemas de ordem político-econômica e administrativa. Com uma sociedade
aristocrática de modelo econômico agrário com mão de obra escrava e um precário
sistema de arrecadação tributária eram parcos os recursos destinados à educação.
De acordo com ARANHA (1996) primeiro sistema de educação existente no Brasil foi
organizado pelos padres jesuítas e durou aproximadamente 210 anos desde sua
chegada ao Brasil em 1549 com Tomé de Sousa, até a Reforma Pombalina que os
expulsou de Portugal e do Brasil. A pedagogia jesuítica era fundamentada no
cristianismo e direcionada pelo Ratio Studiorum (conjunto de regras e métodos
educacionais que regia as práticas pedagógicas dos jesuítas), sua finalidade era
difundir a fé cristã e converter os nativos ao cristianismo. A educação oferecida pelos
colégios jesuítas aos filhos dos colonos portugueses era diferente da educação dada
aos curumins, a estes era ministrada uma espécie de aculturação. Segundo
GHIRALDELLI (2008) o curso ministrado nos colégios jesuítas estava voltado mais
para os jovens já instruídos do que para a educação infantil, o currículo era direcionado
para a área de humanas como, Filosofia e Teologia. As demais carreiras acadêmicas
só poderiam ser cursadas em Portugal. Com a chegada de D. João VI ao Brasil em
1808, o Brasil se tornou sede da coroa portuguesa e algumas medidas foram
implantadas no campo da educação como a criação da Biblioteca Real, do Museu
Nacional e de várias faculdades na área de: Medicina, Engenharia, Direito e Artes,
dentre outras que deram uma nova roupagem à educação brasileira, conforme
WEREBE (2004). No entanto, esse incentivo dado à educação superior só contemplou
a classe aristocrática que não precisava mais enviar seus filhos para estudar na
universidade de Coimbra em Lisboa. Os demais níveis de ensino continuaram
esquecidos pelo governo reforçando o caráter excludente da educação brasileira.
Diante da difícil situação econômica em que se encontrava o Brasil no período colonial,
não havia condições de construir novas escolas, de investir na formação de seus
professores e de remunerá-los decentemente. ARANHA (1996, p. 154) afirmava que:
“Por isso não é boa a qualidade do ensino, com professores improvisados,
incompetentes, e devido aos baixos salários eram obrigados a se dedicarem a outras
atividades ao mesmo tempo”. Dessa forma, o que prevalecia eram as iniciativas
privadas e as importações de preceptoras estrangeiras para educar os filhos da elite
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em suas casas. Enquanto que à população era oferecida uma educação elementar
nas raras escolas existentes, nas quais se ensinava apenas ler, escrever e contar.
Percebe-se aí o evidente descaso do poder público para com a incipiente
educação pública brasileira que desde seu advento foi estigmatizada por um caráter
antidemocrático e marcada pela ausência de políticas públicas que assegurasse à
população o direito a uma educação democrática e gratuita. Este fato comprometeu
seriamente a qualidade da educação pública brasileira caracterizando-a como elitista
e reprodutora das desigualdades sociais. Durante esse período em que o Brasil foi
colônia e império não houve nenhuma política educacional voltada para a educação
infantil, por mais de três séculos o tratamento direcionado às crianças pobres menores
de sete anos foi de cunho puramente assistencialista, filantrópico e caridoso.
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tratamento recebido pelo imperador também se aliaram aos republicanos no combate
à monarquia, fato este que contribuiu significativamente para a proclamação da
República. A República nasceu em um contexto marcado por importantes mudanças
socioeconômicas inéditas na história do país, com o fim da escravidão e a expansão
da lavoura cafeeira era necessário aos fazendeiros de café, segundo PRADO (1976)
importar mão de obra estrangeira.
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Esse fato revela a fragilidade da educação pública brasileira que desde sua
gênese sofre com a interferência da elite dominante, a escassez de investimento por
parte do governo e enfrenta a concorrência com o ensino privado. Percebe-se
também, um antigo problema que ainda hoje persegue as políticas públicas de
educação no Brasil a distância existente entre a legislação e a realidade, ou seja, há
uma discrepância histórica entre a teoria e a prática. As reformas defendidas nesse
período contemplaram unicamente o ensino superior e secundário que ficaram sob
responsabilidade da União e estavam destinados à elite, por isso, recebiam maiores
investimentos. Enquanto isso, o ensino elementar destinado à população continuava
esquecido pelo poder público e suas políticas educacionais excludentes. Nesse
contexto, a educação infantil inexistia para as crianças oriundas das camadas
populares. O que havia até então no atendimento às crianças menores de sete anos
eram políticas de assistência à infância através das creches e asilos que cuidavam
das crianças pequenas enquanto suas mães trabalhavam. Conforme KRAMER (2001)
durante os primeiros anos da República não existia nenhum compromisso político para
com a escolarização da infância. Esse período era caracterizado pelo surgimento de
algumas instituições que apenas cuidavam das crianças carentes.
Para isso, foi realizada a Reforma Capanema, na qual muitos decretos-leis foram
assinados entre 1942 e 1946, recebendo o nome de Leis Orgânicas do Ensino. A
essas leis cabia reestruturar novamente o ensino secundário intensificando as
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diferenças entre o ensino propedêutico e acadêmico direcionado à classe média e
alta, tendo em vista o ingresso nas universidades e o ensino profissionalizante visando
à preparação da classe popular para atender à demanda do mercado de trabalho.
Quanto ao ensino primário, sua regulamentação só ocorreu com o fim do Estado Novo
em 1946, mais uma vez a prioridade foi do ensino secundário, enquanto que o
fundamental continuava as margens das políticas de educação, institucionalizando o
tradicional dualismo educacional. Nessa época, de acordo com GHIRALDELLI (2008),
o Brasil se encontrava em ritmo acelerado de desenvolvimento econômico embalado
pelo crescente parque industrial, pela criação da CLT- Consolidação das Leis
Trabalhistas que garantia aos trabalhadores antigas reivindicações da classe operária
conferindo a Getúlio Vargas o título de “pai dos pobres” e pela apologia ao
nacionalismo e ao patriotismo exacerbados. Diante de todo esse crescimento
industrial houve uma escassez de mão de obra especializada para atender ao
mercado, este fato levou o governo a criar dois tipos de ensino profissionalizante, um
mantido pelo Estado e o outro pelas empresas. Sendo assim, ainda conforme
Ghiraldelli (2008) foi criado o SENAI- Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial,
que além de formar novos profissionais, reciclavam outros. O SENAI era estruturado
e mantido pelas próprias indústrias. Posteriormente, em 1946 foi criado o SENAC-
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, que funcionava no mesmo esquema
do SENAI. Esses dois cursos eram mais rápidos e eficientes na formação de mão de
obra qualificada. As Leis Orgânicas da Reforma Capanema criou e subdividiu o ensino
técnico-profissionalizante em quatro modalidades: Industrial, Comercial, Agrícola e
Normal, Conforme (GHIRALDELLI, 2008, p. 85). A partir daí, o curso Normal de
formação de professores passou a ser regulamentado, centralizado, vislumbrando a
possibilidade de se organizar e implantar uma carreira docente que valorizasse e
remunerasse dignamente o professor. Todavia, a política autoritária desenvolvida pelo
Estado Novo postergou esses ideais escola novistas. Em se tratando de Educação
Infantil, as Reformas Francisco Campos e Capanema não a menciona, evidencia-se
então que não havia políticas públicas de educação direcionadas às crianças de zero
a seis anos. Entretanto, devido ao quadro socioeconômico em que vivia a maioria da
infância brasileira pobre, marcado pelas péssimas condições de vida que favorecia o
aparecimento de doenças, desnutrição, abandono e delinquência, o governo optou
pela implantação de uma política de intervenção social junto à infância desvalida.
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Dessa forma, KRAMER (2001) afirma que o Estado reconhece a necessidade de
modificar a situação, porém não assume sua função enquanto poder público e solicita
a colaboração da sociedade civil para a proteção à criança, reforçando o histórico
caráter filantrópico e assistencialista da educação infantil brasileira.
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fundação e manutenção de instituições sociais direcionadas para o atendimento da
infância abandonada e pobre.
Dessa forma, Vargas inaugurou uma visão da criança como trabalhadora e
colaboradora com o progresso da pátria, ao invés de uma criança cidadã possuidora
de direitos inerentes à infância como: condições de vida digna e segura em companhia
de sua família, liberdade de brincar, estudar e viver plenamente sua infância. Segundo
KRAMER (2001, p. 60) “[...] surgia a criança trabalhadora, que passava a ser
reconhecida como importante. [...] não se pode deixar de comentar o caráter
demagógico que revestia a valorização da criança trabalhadora”.
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promulgada no país, a Lei Nº4. 024/61 também foi fortemente influenciada por esta
classe. Esta lei havia deixado os caminhos abertos para o investimento no ensino
privado, pois permitia a concessão de bolsas para alunos carentes estudarem em
escolas particulares incentivando a aplicação dos recursos públicos em instituições
privadas, conforme CUNHA (1998). A Lei Nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961em
seu (capítulo I Da Educação Pré-Primária, Artigo 24) reconhece a obrigatoriedade do
ensino público para crianças a partir dos sete anos e estimula as empresas que
possuem mães com crianças de idade até seis anos a buscarem parceria com órgãos
públicos ou assumirem por conta própria a educação dessas crianças em instituições
denominadas pré-primárias, Brasil (1961). Evidencia-se aí a total ausência do Estado
em relação à educação de crianças provenientes das classes populares ao negar suas
atribuições enquanto responsável pela promoção do bem comum transferindo-as às
empresas. Tal atitude conferiu caráter puramente assistencialista à educação dessas
crianças. Com a implantação da segunda LDB, a Lei Nº 5.692/71 o contexto político
vigente no país era outro, além das ideologias impostas pela elite brasileira, havia
também segundo FONSECA (1998), a influência do pensamento neoliberal presente
nos organismos internacionais que iniciavam o financiamento de projetos
educacionais no Brasil e exigiam uma abertura cada vez maior das políticas
educacionais brasileiras ao setor privado. A partir de então, a nova LDB priorizava o
ensino tecnicista visando atender as necessidades das indústrias ao preparar o aluno
exclusivamente para atender à demanda do mercado de trabalho. Até início dos anos
60 o Brasil possuía uma rede de ensino público de qualidade, mas a partir do golpe de
1964 que instaurou a Ditadura Militar o cenário educacional brasileiro foi modificado
pela política econômica adotada pelos militares que abriram a economia do país ao
capital estrangeiro. Essa atitude, conforme CUNHA (1998) favoreceu o privatismo e a
economia de mercado em detrimento das políticas públicas e sociais. Iniciou-se uma
campanha nos meios de comunicação de massa dirigida pelos grandes empresários
visando disseminar a ideologia neoliberal de redução da função do Estado na
administração pública ao denominá-lo incapaz de controlar as empresas estatais e os
serviços públicos da área de: saúde, educação, saneamento básico, transporte,
previdência social, energia, abastecimento de água e habitação dentre outros. O
período de 1964 até 1973 foi segundo CUNHA (1998), o de maior expansão do ensino
privado, onde escolas particulares receberam incentivos públicos para ampliarem sua
38
oferta de ensino primário para o 1º e 2º graus, mesmo que precariamente. Algumas
se organizaram e abriram até cursinhos pré-vestibulares e faculdades se fortalecendo
enquanto redes privadas, acumulando capital suficiente para transformarem essas
faculdades em universidades. É lamentável que a escola pública tenha sido atacada
dessa forma pelos interesses de uma minoria de políticos e empresários brasileiros
totalmente descomprometidos com os direitos dos cidadãos e com o desenvolvimento,
crescimento e fortalecimento do povo brasileiro enquanto nação soberana.
É neste contexto que a atual LDB em vigor, a Lei Nº 9.394/96 surge, de acordo
com ROSEMBERG (2008) em um novo modelo político-econômico marcado pela
globalização da economia e a redução da função do Estado. Neste novo paradigma
econômico concentra-se sua “política social” de distribuição de auxílios aos mais
39
carentes e socialmente vulneráveis. A nova LDB seria resultado do debate
democrático de diferentes setores da sociedade e expressava o desejo desses
segmentos de que a educação fosse assumida como prioridade do Estado. No
entanto, esse primeiro projeto denominado Substitutivo Jorge Haje que já havia sido
aprovado em diversas comissões da câmara foi substituído pelo projeto de lei do
senador Darcy Ribeiro sendo alterado e moldado, segundo FRIGOTTO (2002), pelo
Neoliberalismo infringindo os princípios democráticos da escola pública brasileira.
Após sua aprovação nos trâmites legais e sanção pelo então Presidente da República
Fernando Henrique Cardoso, foi promulgada em dezembro de 1996 a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional, Lei Nº 9.394/96. Analisando o longo processo pelo
qual passou a LDB 9.394/96 até ser promulgada percebe-se o quanto os governantes
brasileiros são submissos às regras ditadas pela política neoliberal, e como isto afetou
diretamente aos interesses da população brasileira que teve os avanços conquistados
na Constituição de 1988 castrados pelo pensamento neoliberal. Em se tratando de
Educação Infantil no decorrer da História da Educação brasileira, é histórica a omissão
do Estado na elaboração e implementação de políticas públicas que a contemple. Não
havia instituições educacionais para esse público, o que houve durante séculos foram
caridade e assistencialismo prestados nas áreas de saúde, social e jurídica visando
manter vivas crianças pobres e rejeitadas, às vezes, pela própria família ou pela
sociedade racista e preconceituosa que as tiravam da rua guardando-as em abrigos
por considerá-las como uma ameaça, NUNES (2005). A partir da década de 70, houve
uma expansão no atendimento de crianças de quatro a seis anos através de
programas educacionais compensatórios para o pré-escolar visando reduzir as
carências econômicas, afetivas e culturais dentre outras apresentadas pelas crianças
que dificultavam sua aprendizagem. Segundo Kramer (2006) o MEC foi influenciado
pela presença de organismos internacionais e programas desenvolvidos nos EUA e
na Europa que viam na pré-escola a redentora do ensino público brasileiro. Só a partir
do final século XX, depois que o país já tinha passado por várias transformações
sociais, políticas, econômicas e culturais, após muitas reivindicações sociais pela
liberdade política, pela democratização da educação das crianças de zero a seis anos,
elas conseguiram em 1988 com a promulgação da Constituição Federal ser
consideradas cidadãs de direito. A partir daí, a educação infantil tornou-se: direito da
criança e dever não só da família, mas também do Estado. Mas para que esse direito
40
fosse concretizado com maior legitimidade era necessário que o mesmo estivesse na
lei que rege a Educação Nacional, fato ocorrido em dezembro de 1996 com a
promulgação da Lei Nº 9.394/96 que integrou a Educação Infantil à Educação Básica
e em seu Art. 29 determina que:
41
interferências dos organismos internacionais nas leis e políticas que regem a
Educação Nacional. A proposta apresentada pelo Banco Mundial põe em perigo a
frágil e recente história da Educação Infantil na busca de se efetivar enquanto direito
da criança. Tais propostas políticas resgatam a tão criticada política assistencialista
que sempre norteou a educação infantil no decorrer de sua história.
4
Texto Extraído: http://www.conhecer.org.br
42
4 LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL A ORGANIZAÇÃO LEGAL DA EDUCAÇÃO
BÁSICA
Fonte: www.politize.com.br
44
todo o ensino primário e secundário que passaram a ser denominados como Ensino
de 1º e 2º Graus.
No âmbito das unidades federadas (Estados e Distrito Federal), encontram-se
dispositivos educacionais. Estes estão presentes nas Constituições Estaduais e na
esfera municipal das Leis Orgânicas, uma espécie de Constituição Municipal.
A LDBEN (BRASIL, 2012b) prevê a existência de órgãos normativos dos
diferentes sistemas de ensino. No âmbito da União, há o Conselho Nacional de
Educação (CNE) criado pela Lei Federal nº 9.151/1995, vinculado ao Ministério da
Educação (MEC). Nos estados, existem os Conselhos Estaduais de Educação e nos
Municípios há a possibilidade de organização dos Conselhos Municipais de Educação.
Esta possibilidade decorre de dispositivo constitucional que, pela primeira vez, em
nossa história educacional instituiu a figura do sistema municipal de educação.
Cabe ao Conselho Nacional de Educação, entre outras atribuições, interpretar o
que dispõe, em 92 artigos, a LDBEN. Os atos normativos do CNE são produzidos na
forma de Resoluções e Pareceres que, necessariamente, devem ser apreciados pelo
Ministro da Educação, quando serão homologados ou não. Trata-se de um órgão
colegiado, integrado por 24 Conselheiros distribuídos em duas Câmaras: a) Câmara
de Ensino Superior (CES) e b) Câmara de Educação Básica (CEB). O titular da
Secretaria de Ensino Superior do MEC e o titular da Secretaria de Educação Básica,
também do MEC, são membros natos, ou seja, obrigatoriamente ocupam duas vagas,
entre as 24 existentes. Determinadas matérias terminam nas Câmaras, outras são
submetidas ao Conselho Pleno (CP), integrado pela totalidade dos conselheiros.
O mandato de cada conselheiro é de quatro anos, permitida uma recondução
consecutiva. Metade das vagas é preenchida por entidades representativas do campo
educacional, sindical ou científica e a outra metade é de livre escolha do Presidente
da República. Devem estar igualmente representados o setor público e privado, bem
como deve se observar uma distribuição regional, que nem sempre vem sendo
seguida.
No caso do Conselho Estadual do Estado de São Paulo, os atos normativos são
deliberações, pareceres e indicações, e nem todos necessitam de homologação do
Secretário da Educação. Cabe, ainda, a esse conselho, entre outras atribuições,
aprovar convênios propostos pela Secretaria da Educação, bem como, apreciar a
aplicação dos recursos decorrentes do Salário Educação. Também, no caso do
45
CEE/SP, são vinte e quatro conselheiros distribuídos em duas Câmaras: 1) Educação
Básica e 2) Ensino Superior. O conselho conta, ainda, com Comissões Permanentes,
como é o caso da Comissão sobre Legislação e Normas (CLN) e da Comissão de
Planejamento (CP). Comissões especiais, também, podem ser criadas a critério do
Conselho Pleno.
O mandato de cada conselheiro é de três anos, não havendo restrições quanto
ao número de reconduções. Os membros são nomeados pelo Governador do Estado.
Pode haver indicações por parte de entidades da sociedade civil que, entretanto,
poderão ou não ser levadas em consideração pelo chefe do poder executivo. A lei que
rege o funcionamento do Conselho Estadual de Educação de São Paulo é a de nº
10.403, de 06 de julho de 1971, alterada em 1999, pela lei nº 10.238/99.
Como se vê, trata-se de legislação antiga, na sua maior parte, superada pela
Constituição Federal (05.10.1988) e também pela própria LDBEN.
Urge, então, o encaminhamento à Assembleia Legislativa, pelo Chefe do Poder
Executivo, de lei que atualize o funcionamento do conselho estadual aos ditames da
legislação nacional, editada a partir da redemocratização do país, ou lei que parta da
própria iniciativa do legislativo. Como já decorreram mais de quarenta anos desde a
criação do conselho estadual, muitas das atribuições desse conselho já não estão
sendo mais observadas.
Por fim, cabe assinalar que o Estatuto da Criança e do Adolescente, também,
contém matéria de interesse educacional e, por isso, precisa ser conhecido pelos
profissionais que atuam no campo educacional.
46
5 A EDUCAÇÃO NO TEXTO CONSTITUCIONAL
Fonte: www.nossaanadia.com.br
Art. 207
§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas
estrangeiros, na forma da lei.
47
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e
tecnológica.
Art. 34.
Alínea “e” – aplicação do mínimo exigido da receita proveniente de impostos
estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
(Redação final dada pela EC nº 29, de 13.9.2000, que alterou a redação
anteriormente dada pela EC nº 14).
49
Art. 212 § 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao
atendimento das necessidades do ensino obrigatório, no que se refere a
universalização, garantia de padrão de qualidade, nos termos do Plano
Nacional de Educação.
51
7 OS SISTEMAS DE ENSINO E SEU FUNCIONAMENTO
52
Em 2007, a União mantinha 106 instituições de ensino superior,
atendendo 155 mil estudantes em cursos presenciais. Quanto à
educação básica, haviam 300 escolas e um total de 217.738 estudantes
matriculados (INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS
EDUCACIONAIS, 2009 apud PILETTI; ROSSATO, 2010).
II. As instituições de educação superior, criadas e mantidas pela
iniciativa privada.
Dados do Censo do Ensino Superior, do ano de 2009, indicavam que
2069 IES eram de natureza privada contra 245 IES públicas. Quanto ao
tipo de instituição, 186 eram universidades (8%); 127 centros
universitários (9,5%); 1966 faculdades (85%) e 35 CEFETs (1,5%). Em
2009, o ensino a distância respondia por 14,1% da matrícula, sendo que,
em 2001, respondia por apenas 0,2% da matrícula no ensino superior.
III. O s órgãos federais de educação
53
8 FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO
55
claramente a necessidade de maiores investimentos em educação, caso queiramos
atingir, até 2020, as metas que estão sendo estabelecidas pelo Plano Nacional de
Educação.
Dados do Censo Escolar da Educação Básica apontavam, para o ano de 2009,
um total de 52.987.483 alunos matriculados (INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS
E PESQUISAS EDUCACIONAIS, 2009), assim distribuídos:
Creche: 1.896.363
Pré-Escola: 4.866.268
Ensino Fundamental (anos iniciais): 17.295.618
Ensino Fundamental (anos finais): 14. 409.910
Ensino Médio regular: 7.966.794
Ensino Médio normal/magistério: 194.535
Ensino Médio integrado à formação profissional: 175.831
Educação Profissional concomitante com o EM: 351.867
Educação Profissional subsequente ao EM: 509.247
Educação Especial (todas as modalidades): 639.718
Educação de Jovens e Adultos – EM: 1.566.808
56
9 CUSTO ALUNO QUALIDADE (CAQ)
57
10 O CURRÍCULO ESCOLAR DO ENSINO FUNDAMENTAL
Fonte: integradocolegio.com.br
58
Em uma acepção restrita o termo currículo designa somente as disciplinas, os
temas, conteúdos, estudos e componentes curriculares que são estudados na escola.
Por sua vez, Apple (1982, p. XX), ao estudar a questão do currículo sob a ótica
da ideologia, ressalta que “[...] a estruturação do conhecimento e do símbolo em
nossas instituições educacionais está intimamente relacionada aos princípios de
controle social e cultural numa dada sociedade.” De acordo com Palma Filho (1989),
o elemento central da análise feita por Apple diz respeito ao modo como as escolas,
enquanto instituições sociais de preservação e distribuição cultural, produzem e
reproduzem formas de consciência que permitem a manutenção do controle social
sem que os grupos sociais dominantes tenham que recorrer a mecanismos declarados
de dominação.
Para identificar esses mecanismos, Apple propõe examinar a relação entre a
dominação econômica e a dominação cultural. Desse modo, considera que o currículo
escolar resulta de uma seleção de elementos retirados do campo cultural e que,
portanto, enquanto parte do cultural, o currículo escolar relaciona-se de modo
diferenciado com a esfera econômica. De outra parte, essa relação revela diferentes
enfoques ideológicos, considerando-se a ideologia, nesse contexto, como uma
concepção de mundo, no qual o ser humano é parte integrante e indissociável (PALMA
FILHO, 2005, p. 5).
Luiz Antonio Cunha (2011, p. 585), no artigo “Contribuições para a análise das
interferências mercadológicas nos currículos escolares”, assinala a interferência de
forças externas ao currículo de natureza mercadológica, destacando duas vertentes
das pressões dos mercados; a de natureza ideológica e a econômica. O autor atribui
essas interferências “a débil autonomia do campo educacional.”
De acordo com Domingues (1986, p. 351):
59
caput do artigo cria a obrigação de a União fixar conteúdos mínimos para o ensino
fundamental, com a finalidade de assegurar uma formação básica comum que respeite
os valores culturais e artísticos nacionais e regionais. O § 1º estabelece a
obrigatoriedade do ensino religioso no ensino fundamental, regulamentado
posteriormente pelo artigo 33 da LDB, com caráter ecumênico, vedado, portanto, o
proselitismo religioso, bem como o respeito a todos os credos religiosos. O ensino
religioso deve figurar obrigatoriamente no horário regular das aulas, mas é de caráter
opcional e apenas nas escolas públicas. O § 2º estabelece que o ensino fundamental
será ministrado na língua portuguesa, respeitando no caso das comunidades
indígenas o ensino na língua materna e processos próprios de aprendizagem.
Na análise do currículo escolar para o ensino fundamental, também devemos
levar em consideração o que estabelecem as Diretrizes Curriculares, recentemente,
aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação. No caso, aliás, são duas resoluções
(Resolução nº 4, de 13.07.2010 – Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para
a Educação Básica; Resolução nº 7, de 14.12.2010 – Fixa Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos).
Inicialmente, discorreremos sobre o que dispõe a LDB no tocante à questão
curricular, uma vez que as diretrizes curriculares, necessariamente, devem se ajustar
ao texto constitucional e ao disposto na LDB. Nesta, a matéria está contida nos artigos
26, 27 e 28.
No tocante à organização curricular, o artigo 26 (BRASIL, 2012b) mantém o
entendimento que já vinha expresso na Lei 5.692, de 11 de agosto de 1971. Neste
artigo, os currículos escolares do ensino fundamental e médio devem ter uma base
nacional comum que, em cada sistema de ensino e escola, deve ser complementada
por uma parte diversificada, em função das características regionais e locais da
sociedade, da cultura, da economia e do alunado.
Os currículos deverão, obrigatoriamente, contemplar o estudo de língua
portuguesa e da matemática, do mundo físico e natural, e da realidade social e política,
especialmente do Brasil, mas não só (art. 26, § 1º).
Importante notar que a LDB não se refere à disciplina, mas sim, ao estudo.
O § 2º, com a redação dada pela lei federal nº 12.287/2010 (BRASIL, 2012g,
grifo nosso), ficou com a seguinte redação: “O ensino da arte, especialmente em suas
expressões regionais, constituirá componente curricular obrigatório nos diversos
60
níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos
alunos”. No caso de arte, portanto, chama de componente curricular e não de
disciplina.
O § 3º que passou por duas alterações, ficou com a seguinte redação dada pela
lei federal nº 10.793, de 1º.12.2003 (BRASIL, 2012h):
O item V foi vetado por se tratar de dispensa para aqueles que estejam cursando
cursos de Pós-Graduação, uma vez que a matéria refere-se apenas a quem esteja
cursando a educação básica.
O § 4º (BRASIL, 2012b) estabelece que “[...] o ensino de História do Brasil levará
em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo
brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia.”
O § 5º (BRASIL, 2012b) prevê que, na parte diversificada do currículo, “[...] será
incluído, obrigatoriamente, a partir da quinta série, o ensino de pelo menos uma língua
estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das
possibilidades da instituição.”
Ainda faz parte, obrigatoriamente, mas não de modo exclusivo, do currículo da
educação básica, o conteúdo de música, integrado ao ensino de arte (§ 6º).
O artigo 26-A, na redação dada pela lei federal nº 11.645 de 2008 (BRASIL,
2012i, §§ 1º, 2º), estabelece a obrigatoriedade de incluir nos conteúdos dos
componentes curriculares de educação artística, e de literatura e história brasileiras,
o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas
61
no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira, e o negro e o índio na formação da
sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e
política, pertinentes à história do Brasil.
O artigo 27 (BRASIL, 2012b) estabelece quatro diretrizes que deverão ser
observadas na organização das matrizes curriculares, tanto no ensino fundamental
quanto no ensino médio:
11 ENSINO MÉDIO
Fonte: www.metropoles.com
Além das normas curriculares gerais que deverão ser observadas por toda
educação básica, algumas são específicas do ensino médio. Justamente, estas serão
apresentadas a seguir.
O artigo 36 da LDB (BRASIL, 2012b) estabelece as seguintes diretrizes especiais
para o ensino médio:
I. Atenção especial à educação tecnológica básica, à compreensão do
significado da ciência, das letras e das artes; ao processo histórico de
transformação da sociedade e da cultura, à língua portuguesa como
instrumento de comunicação, ao acesso ao conhecimento; e ao
exercício da cidadania.
63
II. Inclusão obrigatória de uma língua estrangeira moderna, escolhida pela
comunidade escolar, e de uma segunda, em caráter optativo, dentro das
disponibilidades das instituições de ensino.
III. Inclusão obrigatória das disciplinas de Filosofia e Sociologia em todas
as séries do ensino médio (redação dada pela Lei nº 11.684, de 2008).
12 EDUCAÇÃO INFANTIL
De acordo com a LDB (BRASIL, 2012b, arts. 21, 29), a educação infantil constitui
se na primeira etapa da educação básica e tem como finalidade o desenvolvimento
integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológico,
intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
Nos termos do artigo 30, a educação infantil será oferecida em creches ou
instituições equivalentes, para crianças de até três anos de idade, e em pré-escolas,
para crianças de quatro a seis anos de idade.
Importante assinalar que, como dever do Estado, a educação infantil surge pela
primeira vez contemplada na Constituição Federal de 1988. Na LDB, aparece como
responsabilidade dos municípios e, atualmente, encontra-se integrada, na sua maior
parte, aos sistemas municipais de ensino.
Com o advento da lei federal nº 11.330/06, que cria o ensino fundamental de
nove anos, combinado com § 3º do artigo 87 da LDB, o Distrito Federal, cada Estado,
Município e, supletivamente, a União devem matricular todos os educandos a partir
dos seis anos de idade no ensino fundamental.
Desse modo, a educação infantil passa a receber as crianças na faixa etária de
zero a cinco anos de idade.
Mesmo antes da LDB, o Estatuto da Criança e do Adolescente, consoante com
o texto da Constituição Federal, já estabelecia ser dever do Estado atender, em creche
e pré-escolas, as crianças na faixa etária de zero a seis anos de idade.
Há, ainda, na LDB (BRASIL, 2012b), outros artigos que tratam do atendimento
de crianças na educação infantil: artigo 4º, X (incluído pela lei federal nº 11.700, de
2008); artigo 11, V; artigo 18, I, II; artigo; artigo 31 (trata dos procedimentos de
64
avaliação na educação infantil) 62 e 63, I (ambos tratam do lócus de formação docente
para atuar na educação infantil.
Fonte: www.sinpromacae-regiao.blogspot.com.br
66
políticas públicas no campo da educação infantil, bem como subsidiar a elaboração,
planejamento, execução e avaliação de propostas pedagógicas e curriculares.
O currículo, nos termos das diretrizes curriculares, é conceituado como um
conjunto de práticas que tem como objetivo central (CONSELHO NACIONAL DE
EDUCAÇÃO, 2012c, art. 3º)
67
II. Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do
respeito à ordem democrática.
III. Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade
de expressão nas diferentes manifestações artísticas e culturais.
68
vez, concebido como uma etapa que aprofunda a formação dada na educação infantil
e no ensino fundamental.
Desde o texto inicial da LDB (1996), o ensino fundamental passou por alterações
feitas por quatro outras leis: Lei nº 9.475, de 1997; Lei nº 11.274, de 2006; Lei nº
11.525, de 2007; Lei 12.472, de 2011.
A primeira alteração (1997) modificou o artigo 33, que dispõe sobre a oferta de
ensino religioso nas escolas públicas. Este tipo de ensino, com a mudança, passou a
ser custeado pelos cofres públicos, como constava no texto promulgado em 20 de
dezembro de 1996. Foi uma alteração defendida pela CNBB (Confederação Nacional
dos Bispos do Brasil) e que acabou acolhida pelo legislador a partir de proposta do
Poder Executivo.
A inclusão de ensino religioso, mesmo que em caráter facultativo por parte do
estudante, de certa forma enodoa o caráter laico do Estado brasileiro, pois não há que
se confundir liberdade religiosa com a obrigatoriedade de oferta desse ensino por
parte das escolas públicas de ensino fundamental.
A segunda alteração se deu no ano de 2006 e veio no bojo da Lei nº 11.274,
modificando o art. 32 e estabelecendo a obrigatoriedade do ensino fundamental ser
ministrado em nove anos e não mais oito, como constava no texto original. Desse
modo, esse ensino inicia-se aos seis anos de idade. Já a educação pré-escolar
restringe-se a dois anos. Essa alteração foi e ainda é criticada pelos especialistas e
educadores que defendem que a educação infantil se estenda até os seis anos de
idade, respeitando, assim, o desenvolvimento psíquico da criança.
Em grande parte, a mudança no texto do artigo 32 se deveu a pressões
desencadeadas pelos prefeitos municipais, interessados em aumentar o número de
alunos a serem incluídos no FUNDEF.
O fato é que alguns estados da federação, valendo-se do que dispõe o artigo 8º,
§ 2º da LDB (liberdade para organizar o sistema de ensino), já vinham permitindo a
matrícula no ensino fundamental aos seis anos. Carneiro (2010, p. 231) menciona os
estados de Minas Gerais e Goiás, e também inúmeros municípios. No estado de São
Paulo, havendo vaga e sem prejuízo dos matriculados aos sete anos, o Conselho
Estadual de Educação autorizava a matrícula aos seis anos de idade no ensino
fundamental.
69
A terceira mudança resultou de dispositivo (§ 5ª) incluído pela Lei nº 11.525, de
2007, que obriga a escola a reservar espaço no currículo escolar para o estudo dos
conteúdos relacionados com os direitos das crianças e dos adolescentes, tendo como
base o que consta do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069, de 1990).
A quarta mudança veio com a Lei nº 12.472, de 2011, que criou um sexto
parágrafo, incluindo como tema transversal, no currículo do ensino fundamental, o
estudo sobre os símbolos nacionais.
O artigo 32 (BRASIL, 2012b) trata, ainda, dos objetivos do ensino
fundamental:
O ensino fundamental tem por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:
72
A concepção de ensino médio adotada pela LDB difere frontalmente do disposto
na Lei 4.024/61 (1ª LDB) e também do estabelecido pela Reforma do Ensino de 1º e
2º graus (Lei 5.692, de 11.8.1971).
A primeira, como vimos, por ocasião do estudo da disciplina de História da
Educação, mantinha o ensino médio de caráter propedêutico separado da educação
profissional. Na prática, funcionava um ao lado do outro, embora equivalentes para
efeito de prosseguimento de estudos. A segunda estabeleceu a profissionalização
compulsória, tornando todo o ensino médio profissionalizante.
Como não deu certo, em 1982, o Governo Federal alterou a legislação vigente
e, na prática, restabeleceu o contido na Lei 4.024/61.
A LDB atual estabelece uma nova relação entre ensino médio, enquanto
educação geral e a preparação para os exercícios de profissões técnicas.
A leitura do artigo 35 (BRASIL, 2012b) indica claramente que o ensino médio,
com a duração mínima de três anos, representa a etapa final da educação básica, à
medida que tem como finalidades: consolidar e aprofundar os conhecimentos
adquiridos no ensino fundamental, possibilitando ao aluno prosseguir com seus
estudos; fornecer preparação básica para o trabalho e o exercício da cidadania pelo
educando; aprimorar o educando como pessoa humana e, nesse sentido, incluir em
sua educação a formação ética, o desenvolvimento da autonomia intelectual e do
pensamento crítico, bem como a compreensão dos fundamentos científico-
tecnológicos nos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática no ensino
de cada disciplina (importante assinalar que o legislador trata o conteúdo curricular
como disciplina).
O artigo 36 (BRASIL, 2012b), com as alterações já mencionadas, estabelece as
diretrizes a serem seguidas na estruturação do ensino médio. Essas diretrizes
acentuam: a importância da educação tecnológica básica, bem como da compreensão
do significado da ciência, das letras e das artes; as transformações sociais e culturais,
vistas em uma perspectiva histórica; a língua portuguesa, como instrumento de
comunicação, de acesso ao conhecimento e de exercício da cidadania.
Há, também, destaque para o protagonismo dos estudantes, quando assinala
que o ensino médio adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a
iniciativa deles.
73
A Lei Federal nº 11.741, de 2008 (BRASIL, 2012m, art. 36-A), introduziu novos
artigos: o 36-A, o 36-B, o 36-C e o 36-D. Todos tratam da Educação Profissional
Técnica de Nível Médio – ensino médio – que deve fornecer formação geral ao
educando, preparando-o para o exercício de profissões técnicas. Nesse sentido, a
preparação para o trabalho e, facultativamente, as habilitações profissionais poderão
ser desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação
com instituições especializadas em educação profissional. O artigo 36-B (BRASIL,
2012m) indica as formas em que poderão ser organizados os cursos que conduzirão
à formação técnica de nível médio:
74
III. Em escolas distintas, mediante convênios de intercomplementaridade,
mas com um projeto pedagógico unificado.
O artigo 36-D (BRASIL, 2012m) assegura validade nacional para os diplomas de
cursos de educação técnica de nível médio, desde que registrados e habilitados ao
prosseguimento de estudos em nível superior.
O parágrafo único do artigo 36-D permite a organização dos cursos em etapas
com terminalidade definida e, neste caso, a etapa concluída com aproveitamento
ensejará, por parte do estudante, a obtenção de certificado de qualificação
profissional.
O parecer recente do Conselho Nacional de Educação (CNE/CP nº 11), de 30
de junho de 2009 (BRASIL, 2012n), propõe mudanças no ensino médio, por meio do
que chama de um currículo inovador. Surge, no parecer, a preocupação em superar o
dualismo que sempre caracterizou essa modalidade de ensino, ou seja, o ensino
propedêutico (educação geral x ensino profissionalizante). Nesse parecer apresenta-
se argumentos a favor de um ensino médio com identidade unitária, com formas
diversas de articulação entre trabalho, ciência, tecnologia e cultura.
Sabiamente, o parecer remete para a escola a responsabilidade pela
organização do currículo inovador, ao mesmo tempo em que a União e os Estados
compartilham a responsabilidade pela sugestão de propostas inovadoras.
Ainda de acordo com o parecer, o ensino médio passa a ter no mínimo 3 mil
horas de estudos, dois quais 20% da carga horária total deverão ser destinadas às
disciplinas eletivas, a serem livremente escolhidas pelos estudantes e a atividade
docente deve ser em tempo integral na escola.
A Emenda Constitucional nº 59, de 11 de novembro de 2009 (BRASIL, 2012e)
(veja anexo), torna obrigatório o ensino médio à medida que o transformou em direito
subjetivo, quando estabelece ser dever do Poder Público garantir educação básica
obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade. Outra medida
importante foi a criação do FUNDEB, que passou a incluir o ensino médio nos recursos
destinados à educação básica.
O Plano Nacional de Educação (ABREU; CORDIOLLI, 2011) em discussão no
Congresso Nacional prevê para o Ensino Médio (meta 3): “Universalizar, até 2016, o
atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e elevar até 2020, a taxa
75
líquida de matrícula no ensino médio para 85%, nesta faixa etária”. Para alcançar a
meta são previstas doze estratégias.
Fonte: www.educamaisbrasil.blog.br
76
Neste caso, é da competência dos sistemas de ensino garantir educação de
forma gratuita a todos jovens e adultos que, na idade regular, não puderam concluir
os estudos no ensino fundamental ou médio.
O parágrafo 3º do artigo 37 (BRASIL, 2012b) recomenda que haja articulação
entre a educação de jovens e adultos, preferencialmente, com a educação
profissional. Este dispositivo foi incluído pela lei federal nº 11.741, de 2008.
Cabe, também, ao Poder Público estimular o acesso e a permanência do
trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si
(BRASIL, 2012b, art. 37, § 2º).
O artigo 38 (BRASIL, 2012b) trata do currículo e da modalidade de oferta da
educação para esse segmento da população.
O currículo dos cursos e exames deverá ser organizado, de acordo com o
conteúdo estabelecido para a base nacional comum do currículo. A responsabilidade
pela oferta de cursos e exames é dos sistemas de ensino, podendo os mantenedores
ser públicos ou privados.
A idade mínima para realização na modalidade exame no ensino fundamental é
fixada em 15 (quinze) anos; no ensino médio, a idade exigida é 18 (dezoito) anos
(BRASIL, 2012b, art. 38, § 1º).
Os exames também poderão reconhecer conhecimentos e habilidades
adquiridos por meios informais (BRASIL, 2012b, art. 38, § 2º).
77
17 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
Fonte: www.silabe.com.br
78
educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação deverão ser
organizados nos termos do que estabelecem as diretrizes curriculares nacionais
estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação.
O artigo 40 indica que a educação profissional deverá ser organizada de forma
articulada com o ensino regular ou por diferentes estratégias de educação continuada
em instituições especializadas ou no próprio ambiente de trabalho. Este artigo foi
regulamentado pelo Decreto Federal nº 5.154, de 23 de julho de 2004, que, por sua
vez, revogou o Decreto Federal nº 2.208, de 17 de abril de 1997, editado no Governo
Fernando Henrique Cardoso. Como assinala Piletti e Rossato (2010, p. 134):
79
18 EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Fonte: www.sustentahabilidade.com
80
Como já tratamos anteriormente da educação profissional e da educação de
jovens e adultos, vamos nos ater, na sequência, ao estudo das modalidades ainda
não abordadas.
19 EDUCAÇÃO ESPECIAL
81
e adolescentes com necessidades especiais têm condições para aprendizagem
(CARNEIRO, 2006, p.157).
O legislador tem respondido de modo adequado às reivindicações da sociedade
para ampliar o atendimento e, sempre que possível, na rede regular de ensino, como
estabelece o artigo 208, III da Constituição Federal.
Também a LDB atual e o Plano Nacional de Educação, este tornado lei no ano
de 2001, estabelecem normas e metas para esse tipo de atendimento educacional.
Como vimos na LDB, a matéria é tratada no Capítulo V (arts. 58 a 60) do Título V (Dos
Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino).
De acordo com o artigo 58 (BRASIL, 2012b), a educação especial é uma
modalidade de educação escolar “[...] oferecida preferencialmente na rede regular de
ensino, para educandos portadores de necessidades especiais”. Entendo que se trata
de conceituação defeituosa, pois ninguém porta necessidades especiais, mas sim
necessita que a escola lhe ofereça condições adequadas de aprendizagem para que
possa superar algum tipo de limitação que apresente.
O parágrafo 1º do artigo 58 estabelece (BRASIL, 2012b) que “[...] haverá, quando
necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às
peculiaridades da clientela de educação especial”. Aqui também cabe reparo, ou seja,
crianças e adolescentes não são clientes das escolas, mas sim, seres humanos que
têm constitucionalmente assegurado o direito de serem atendidos com qualidade nas
escolas, sejam públicas ou particulares.
O parágrafo 2º (BRASIL, 2012b) preceitua que: “O atendimento educacional será
feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das
condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes
comuns de ensino regular”.
O parágrafo 3º assegura desde a educação infantil (zero a cinco anos) o
atendimento de crianças com necessidades especiais.
No artigo 59 (BRASIL, 2012b) estão estabelecidas as obrigações dos sistemas
de ensino para com os educandos com necessidades especiais, nos seguintes
termos:
O PNE, que teve vigência de 2011 a 2010, continha 28 metas e objetivos para a
Educação Especial. A maior parte delas não foi atingida, outras foram alcançadas
parcialmente.
O Projeto de Lei apresentado pelo Poder Executivo Federal para o decênio 2011-
2020 também cuida da Educação Especial. Para tanto, fixou a meta 4 (ABREU;
CORDIOLLI, 2012): Universalizar para a população de 4 a 17 anos o atendimento
83
escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e
altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino. A meta se desdobra em
seis estratégias:
Fonte: www.graduarte.com.br
85
Nesse sentido, uma das primeiras inovações foi a contemplada no decreto
presidencial nº 26/91 (BRASIL, 2012p), retirando da alçada exclusiva da FUNAI a
responsabilidade pela educação indígena e transferindo-a para o MEC, fato que
propiciou o processo de estadualização e municipalização da educação indígena.
Além da LDB de 1996, também o Plano Nacional de Educação, de 2001, traçou
metas para a educação indígena. No âmbito do Conselho Nacional de Educação, o
Parecer CNE/ CEB nº 14/99 estabeleceu as Diretrizes Nacionais da Educação
Indígena, aprovadas pela Resolução CNE/CEB nº 3 de 1999.
Ainda no âmbito legal, o decreto federal nº 6.861, de maio de 2009, definiu a
organização da educação escolar indígena em territórios etno-educacionais.
De acordo com levantamento feito pela Conferência Nacional de Educação
Escolar Indígena (CONEEI), havia no Brasil em 2007, 19.296 professores que
atuavam em 2.700 escolas indígenas existentes. Desse total de professores, 90%
eram indígenas e apenas 32 estabelecimentos eram privados. Havia
aproximadamente 205 mil alunos matriculados, sendo quase metade na região Norte
(BRASIL, 2008; BRASIL, 2009; CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO
ESCOLAR INDÍGENA, 2009).
86
22 EDUCAÇÃO QUILOMBOLA
Fonte: www.portal.mec.gov.br
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Conforme o Censo Escolar de 2010, havia 210.845 alunos matriculados em
1.912 escolas localizadas em áreas remanescentes de quilombos. Desses alunos,
68% estavam concentrados no Nordeste. A maioria dos professores não tem formação
adequada em termos pedagógicos e o número deles é insuficiente. Em muitos casos,
há um único professor para classe multisseriada. Poucas comunidades possuem
escolas com o ensino fundamental completo.
23 EDUCAÇÃO NO CAMPO
Fonte: www.apogeuead.com.br
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24 A POLÍTICA NACIONAL PARA A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA
EDUCAÇAO
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Em relação ao que estabelece o artigo 62, é preciso também considerar o
disposto no § 4º do artigo 87 (BRASIL, 2012b) das disposições transitórias: “Até o fim
da Década da Educação somente serão admitidos professores habilitados em nível
superior ou formados por treinamento em serviço”. Em razão da péssima redação,
este dispositivo tem se prestado à interpretação equivocada. De início, esclareça-se
que não é até, mas sim após o final da década. Logo, a partir do ano de 2007, para o
exercício da atividade docente, deverá ser exigida a formação em nível superior ou
em treinamento em serviço. Esta, também, é uma expressão inadequada, já que
treinamento não significa formação, mas sim, adestramento.
O artigo em questão foi objeto de regulamentação, por meio de dois decretos, o
de nº 3.276, de 6 de dezembro de 1999, que estabelecia a exclusividade da formação
em Curso Normal Superior, retirando, portanto, do Curso de Pedagogia a possibilidade
de formar docentes para o exercício na educação infantil e nos quatro primeiros
anos/séries do ensino fundamental.
Em consequência, a reação dos cursos de pedagogia, capitaneados pelas
Faculdades de Educação, não se fez por esperar e, em 2000, a exclusividade foi
transformada em “preferencialmente”. Na prática, com a mudança, a maior parte dos
cursos normais superiores deixou de existir, passando a formação docente a ser feita
quase que, exclusivamente, pelos cursos de pedagogia.
Importante salientar, ainda, que seja no curso de pedagogia, seja no curso
normal superior, o decreto em seu artigo 2º (BRASIL, 2012q) fixa os requisitos que os
cursos deverão atender:
91
À redação original do artigo 62 foram acrescentados três parágrafos pela lei
federal nº 12.056, de 2009 (BRASIL, 2012r).
O § 1º prevê o regime de colaboração entre União, Estados e Municípios na
oferta de cursos de formação inicial e continuada, bem como “a capacitação dos
profissionais de magistério.”
O § 2ª autoriza a utilização da educação a distância (EAD) na formação inicial e
na capacitação dos profissionais da educação.
O § 3º indica que os cursos de formação inicial darão preferência à formação
presencial e, subsidiariamente, poderão fazer uso dos recursos da EAD.
O artigo 63 (BRASIL, 2012b) trata dos institutos superiores de educação. Estes
poderão manter cursos de formação inicial, inclusive o curso normal superior;
programas de formação pedagógica aos possuidores de diplomas de educação
superior que desejem também se habilitarem para o magistério na educação básica;
e programas de educação continuada para os profissionais da educação dos diversos
níveis da educação básica.
O artigo 64 (BRASIL, 2012b) indica como deverá ser a formação dos
profissionais da educação para as atividades de planejamento, administração,
orientação educacional, inspeção e supervisão para a educação básica. Estabelece
que esta deve ser feita em cursos de pedagogia com nível de pós-graduação.
O artigo 67 (BRASIL, 2012b), com as mudanças advindas da lei federal nº
11.301, de 2006, estipula que
Fonte: www.oficinaensinacao.blogspot.com
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Texto Extraído: https://acervodigital.unesp.br
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Atualmente, existem diretrizes gerais para a Educação Básica. Cada etapa e
modalidade da dela (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio) também
apresentam diretrizes curriculares próprias. A mais recente é a do Ensino Médio.
As diretrizes buscam promover a equidade de aprendizagem, garantindo que
conteúdos básicos sejam ensinados para todos os alunos, sem deixar de levar em
consideração os diversos contextos nos quais eles estão inseridos.
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considerando o perfil dos alunos que atendem, a região em que estão inseridas e
outros aspectos locais relevantes.
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condições necessárias para colocá-lo em prática. No momento, as expectativas de
aprendizagem (direitos de aprendizagem) estão em discussão no MEC.6
26 BIBLIOGRAFIA BÁSICA
DEMO, Pedro. Política social, educação e cidadania. São Paulo: Papirus. 1994.
DEMO, Pedro. A nova LDB: ranços e avanços. 23 ed. Campinas: Papirus, 2015.
GROSSI, Esther Pillar. LDB: lei de diretrizes e bases da educação lei 9.394/96. 3 ed.
Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
HERKENHOFF, João Baptista. Abc da Cidadania. 3 ed. Vitória: PMV, SMCDH, 2007.
SAVIANI, Dermeval. A nova lei da educação. São Paulo: Autores Associados. 2000.
6
Texto Extraído: http://www.todospelaeducacao.org.br
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SHIROMA, Eneida Oto. Política Educacional. DP&A. Rio de Janeiro, 2000.
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