A política lida com as diferenças estabelecendo uma relação de complementaridade entre elas, ao contrário da polícia que estabelece uma relação de exclusão. O consenso anula a política porque elimina o dissenso, que é essencial para o debate político. É possível usar os conceitos de polícia para definir o que deve ser evitado na política e promover a complementaridade entre grupos.
A política lida com as diferenças estabelecendo uma relação de complementaridade entre elas, ao contrário da polícia que estabelece uma relação de exclusão. O consenso anula a política porque elimina o dissenso, que é essencial para o debate político. É possível usar os conceitos de polícia para definir o que deve ser evitado na política e promover a complementaridade entre grupos.
A política lida com as diferenças estabelecendo uma relação de complementaridade entre elas, ao contrário da polícia que estabelece uma relação de exclusão. O consenso anula a política porque elimina o dissenso, que é essencial para o debate político. É possível usar os conceitos de polícia para definir o que deve ser evitado na política e promover a complementaridade entre grupos.
A política é uma relação de complementaridade entre partidos e partes sociais opostas e a
polícia é uma relação de exclusão entre elas. Para Rancière, a política anula-se frente ao consenso e a sua essência é o próprio dissenso, o que corrobora essa visão de que política é uma relação de complementaridade entre partes opostas. Além disso, Rancière também afirma que a política não é uma “ruptura da distribuição normal das posições entre aquele que exerce uma potência e aquele que a sofre”, o que nega uma visão de exclusão. Por outro lado, de acordo com Rancière, a polícia é uma partilha do sensível, que é a visibilidade de um individuo em certo espaço comum, em função de suas obrigações e atividades. Essa ideia pressupõe uma relação de exclusão entre partes diferentes que, devido às condições de tempo, lugar e tipos de atividades, não assumem um mesmo papel. Além disso, a polícia antecipa as relações de poder na própria evidência dos dados sensíveis. Na política, isso não acontece porque ela representa uma ruptura em relação à antecipação de comandos.
Você concorda que a polícia ajuda a refletir sobre a política?
Sim, porque, em uma reflexão sobre a política, é possível usar os pressupostos de polícia para definir quais são os comportamentos que devem ser evitados na política, a fim de promover a manutenção das relações de complementaridade entre partidos e partes sociais opostas. Isto é, se a política opõe-se especificamente à polícia, aquilo que é aplicável à polícia não deve ser aplicado à política, o que permite que se trace uma linha reflexiva sobre a política.
Como a política lida com as diferenças?
A política lida com as diferenças estabelecendo uma relação de complementaridade entre elas, uma vez que a essência da política é a disparidade de ideias, o que gera dissenso.
Por que, para Rancière, o consenso é a anulação da política?
O consenso é a anulação da política porque ele pressupõe uma falta de disparidade entre as ideias apresentadas, o que contraria toda concepção de que o dissenso é a essência da política. Assim sendo, o consenso gera a formação de um pensamento único, o que facilita a ascensão de regimes autoritários e anula o fazer político porque torna as relações de complementaridade entre partidos e partes sociais opostas nulas.
Meios de intervenção para Fake News
Uma das formas de intervenção para disseminação de fake news é o investimento, por parte do Ministério Público, na criação de sites para checagem de notícias, o que se daria através do direcionamento de verba pública para faculdades de ciência, tecnologia e informática. Outro meio de intervenção é a criação de leis para penalização de sites ou instituições responsáveis pela produção, publicação e difusão de fake news e a determinação de seu apagamento, para que essas notícias não repercutam de maneira desordenada. Além disso, é necessário que haja investimento governamental em obras publicitárias que instruam os indivíduos sobre as formas de identificação de fake news, o que tornaria possível uma participação mais ativa da população no combate às fake news. Na esfera filosófica, é possível dizer que a instauração consolidada de noções de ética na sociedade pode ser um caminho para evitar a publicação de fake news, uma vez que os indivíduos considerariam, acima de tudo, o bem estar coletivo e não apenas os interesses pessoais, políticos e econômicos de um determinado grupo. Na esfera sociológica, é possível citar Sérgio Buarque de Holanda e suas concepções acerca do homem cordial, que age em função de seu fundo emotivo e não de uma lógica racional, o que pressupõe a necessidade de revisão e anulação de ideias preconceituosas, as quais prejudicam a avaliação sobre a veracidade de uma notícia. Por outro lado, Michel Foucault estabelece uma relação entre discurso e poder ao afirmar que um discurso é muito mais uma forma de imposição de um poder dominante do que uma forma de difusão de ideias, o que cria o pressuposto de que somos responsáveis pelo questionamento dessa imposição.