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CENTRO UNIVERSITÁRIO BRAZCUBAS

CINESIOTERAPIA CARDIOVASCULAR

Mogi das Cruzes


Outubro/2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO BRAZCUBAS

Gabriela M. Silva - 26556944


Laryssa E. Santos - 26557169
Mateus A. D. Leite - 26284898
Taís M. Takikawa - 26542854
Victor K. S. Takemoto - 25924508

CINESIOTERAPIA CARDIOVASCULAR

Nota de natureza: Trabalho exigido


pela professora Silvia Ramos Froes
como nota parcial da disciplina de
Cinesioterapia II.

Mogi das Cruzes


Outubro/2022
SUMÁRIO

1 CINESIOTERAPIA CARDIOVASCULAR...................................................................3
1.1 Introdução...................................................................................................................3
1.2 Fases da reabilitação cardiovascular........................................................................4
1.3 Importância do exercício físico no sistema cardiovascular....................................5
1.4 Doenças que envolvem o sistema cardiovascular....................................................5
1.5 Programa de exercícios na cinesioterapia cardiovascular......................................5
2 OBJETIVO.........................................................................................................................7
3 METODOLOGIA..............................................................................................................8
4 DISCUSSÃO.......................................................................................................................9
4.1 Resultados.................................................................................................................12
5 CONCLUSÃO..................................................................................................................17
REFERÊNCIAS......................................................................................................................18
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1 CINESIOTERAPIA CARDIOVASCULAR

1.1 Introdução

A cinesioterapia é o uso de movimentos e exercícios em forma de tratamento de


algumas patologias ou até mesmo preveni-las. Sua principal finalidade é a manutenção o
movimento livre para a sua função, e seus efeitos baseiam-se no desenvolvimento, melhora,
restauração e manutenção da forma, da resistência à fadiga, da mobilidade e flexibilidade, do
relaxamento e da coordenação motora. (DE SOUZA CASTRO, 2013).
Os programas de exercícios de cinesioterapia são determinados em função das
necessidades de cada paciente, baseando-se na avaliação de sua incapacidade. Também são
levados em conta a modalidade, duração e frequência do tratamento cinesioterapêutico, que
devem fazer parte do plano de escolha do tratamento, definido a partir da avaliação
diagnóstica prévia. (DE SOUZA CASTRO, 2013).
O sistema cardiovascular pode ser definido como um grande conjunto de tubos de
diferentes calibres que se conectam e interligam-se ao corpo através do sangue bombeado
pelo coração. (DOS SANTOS).
Sendo a principal função o transporte de componentes, como levar oxigênio ao corpo e
coletar o gás carbônico, transportar hormônios e transporte de excreções das células, porém
ele também te a função de regular a temperatura corpórea. (DOS SANTOS).
Seus componentes básicos e formado pelo sangue que é o meio líquido que realiza o
transporte, os vasos sanguíneos que são os tubos que vão conduzir o sangue para o corpo e o
coração que faz o bombeamento do sangue pelos vasos. (DOS SANTOS).
A reabilitação cardiovascular apresenta uma série de benefícios, tais como melhora na
capacidade funcional, redução de fatores de risco, redução dos sintomas, melhora na
qualidade de vida e detecção precoce de sinais e sintomas que antecedem as complicações
O fisioterapeuta utiliza o exercício físico e a biomecânica como instrumentos de trabalho para
eliminar ou reduzir limitações físicas e sociais causadas por afecções agudas e crônicas.
Podendo utilizar treinamentos aeróbicos, alongamentos e fortalecimento muscular. (MAIR,
2008).
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1.2 Fases da reabilitação cardiovascular

Fase I – Fase de internamento, é o período de internamento do paciente no hospital,


realizada individualmente ou em grupos de pacientes. Inicia-se com a admissão do paciente
(em casos cirúrgicos inclui o pré-operatório) e, caso não ocorram complicações, pode variar
entre 6 e 12 dias dependendo da condição e tipo de intervenção a que o paciente foi sujeito.
Na fase do internamento, 3 sub-fases podem ser consideradas, que presume objetivos e
resultados de intervenção diferentes: 1. Sub-fase Aguda: tem duração de 2 a 3 dias, com
objetivo de prevenir a ocorrência de complicações respiratórias, monitorizar a remoção de
secreções e a ventilação, e se necessário intervir. Na unidade coronária movimentos assistidos
podem ser iniciados nas primeiras 24-48 horas. 2. Sub-fase de Mobilização: tem como
objetivo reduzir a ansiedade do paciente por sua condição e patologia, aumentar a
independência, confiança, percepção de controle do paciente e reduzir o descondicionamento
associado à imobilização, garantindo que o paciente tem a funcionalidade necessária para
realizar suas atividades diárias. No início, o paciente deve tentar sentar, levantar e caminhar
em pequenas distâncias, depois devem iniciar caminhadas no corredor pelo menos duas vezes
por dia. 3. Sub-fase Pós-alta hospitalar: essa fase se inicia após a alta hospitalar, quando o
paciente retorna a sua casa e tem como objetivo manter o coração saudável, através da
realização de níveis baixos de exercício e atividade física, assim como instruções sobre as
mudanças para o reinício de um estilo de vida ativo. Após 2-6 semanas de recuperação em
casa, o paciente estará pronto para iniciar a fase II da sua reabilitação cardiovascular.
(DUARTE, 2011).
Fase II – Fase de ambulatório, que tem como objetivo ajudar o paciente a adquirir o
conhecimento e competências necessárias para a alteração de comportamentos e estilos de
vida, melhorando a sua capacidade aeróbia e funcional diante das limitações impostas pela sua
condição, visando o aumento da funcionalidade e qualidade de vida do paciente, assim
mantendo a força muscular, flexibilidade e condicionamento cardiorrespiratório. Nessa fase a
equipe multidisciplinar faz uso de atividades com exercícios aeróbicos associados a exercícios
resistidos, que promovem o condicionamento físico e o controle do sedentarismo. A
intensidade do exercício varia de acordo com o paciente e deve ser suficiente para aumentar a
força e resistência muscular. É recomendado um conjunto de 8 a 10 exercícios com frequência
de 2 a 3 vezes por semana. (DUARTE, 2011).
Fase III – Fase de manutenção, é a recuperação e manutenção da capacidade funcional
que tem como objetivo a manutenção a longo prazo das capacidades e comportamentos
desenvolvidos na fase II, sendo o paciente responsável por dar continuidade a todo
treinamento
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aprendido em centros especializados, ginásios, ao ar livre ou mesmo em casa, sem supervisão


ou com supervisão mínima. O paciente deve, no entanto, ser avaliado periodicamente pela
equipe de RCV. (DUARTE, 2011).

1.3 Importância do exercício físico no sistema cardiovascular

A prática regular de exercícios resulta em inúmeros benefícios como aumento da


capacidade funcional e melhora na composição corporal, promovendo a redução da atividade
nervosa simpática e redução de incidência de arritmias. Em razão da diminuição da atividade
simpática muscular e em consequência da resistência vascular, ocorre um aumento no fluxo
sanguíneo, resultando em uma melhor capacidade funcional. No caso da insuficiência
cardíaca, exercícios passaram a ser preconizados há quase três décadas no tratamento de
pacientes estáveis. Além de aumentar a tolerância aos esforços, melhora a qualidade de vida
e reduz hospitalizações por insuficiência cardíaca. (GOMES, 2019; DOS SANTOS, 2019).

1.4 Doenças que envolvem o sistema cardiovascular

As principais doenças do sistema cardiovascular são: Hipertensão arterial:


caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias; Doença coronariana
(doença isquêmica do coração): obstrução das artérias coronárias do paciente; Doença
cerebrovascular: surgimento de déficit neurológico súbito decorrente de uma ocorrência nos
vasos sanguíneos do sistema nervoso central; Doença arterial periférica: presença de placas de
gordura na artéria aorta e seus ramos principais, e comprometimento das artérias mais
periféricas localizadas nos membros inferiores e superiores; Doença cardíaca reumática:
grupo de doenças cardíacas agudas ou crônicas que podem acontecer em decorrência da febre
reumática; Cardiopatia congênita: anormalidade na estrutura ou função do coração que surge
nas primeiras oito semanas de gestação quando se forma o coração do bebê. (CASTRO,
2022).

1.5 Programa de exercícios na cinesioterapia cardiovascular

Exercício aeróbio (Aquecimento, Esteira, Bicicleta, Caminhada); Exercício resistido


(musculação); Alongamentos; Exercício para musculatura respiratória; Exercício de
flexibilidade; Exercício de equilíbrio. Os exercícios de 20 a 30 minutos no ciclo ergômetro
ajudam a diminuir o colesterol, o LDL e os triglicérides, aumentando a capacidade física e o
6

VO2 máx. O exercício dinâmico (isotônico ou aeróbico) tem como resposta o aumento do
volume sistólico,a elevação progressiva de pressão arterial sistólica e diminuição da pressão
arterial diastólica, alternando contração muscular e relaxamento. O exercício resistido
melhora a saúde e controle de fatores de risco para doenças cardiovasculares como
hipertensão arterial, dislipidemia, sensibilidade à insulina, melhor controle do peso, prevenção
de deficiências e quedas e aumento da capacidade funcional. (ALVAREZ, 2014).
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2 OBJETIVO

O nosso trabalho é uma revisão literária com comparação de três artigos, com o foco
em cinesioterapia cardiovascular, como objetivo geral desse estudo temos a comparação de
pacientes cardiopatas atendidos na fase III, antes e após o treinamento físico, realizado para
prevenção e tratamento de doença cardíaca; temos também a influência do treinamento
aeróbico na capacidade física e nos parâmetros de avaliação da mecânica de contração do
ventrículo esquerdo em pacientes com infarto do miocárdio, e por último acompanhar os
parâmetros cardiovasculares e funcionais de pacientes cardiopatas submetidos à reabilitação
cardiovascular (fase 4) durante 3 anos.
Os objetivos específicos desse estudo foram: comparar o valor de carga máxima dos
testes, antes e após treinamento físico; comparar a resposta de pressão arterial durante o teste,
antes e após treinamento físico; comparar a resposta de frequência cardíaca durante o teste,
antes e após treinamento físico; comparar o consumo de oxigênio (VO2) pico, comparar o
strain radial (STRAD); comparar o STRAD basal, STRAD medial e STRAD apical;
Acompanhar a longo prazo pacientes cardiopatas em reabilitação supervisionada.
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3 METODOLOGIA

Realizou-se uma busca da literatura científica, com vistas a identificar publicações que
tratassem do tema cinesioterapia cardiovascular. Foram pesquisadas as revistas indexadas na
Scielo e Google Acadêmico.
A busca de trabalhos nos bancos de dados foi norteada pelas palavras-chave:
Avaliação Funcional; Cardiopatas; Fisioterapia Cardiovascular Fase III; Exercício;
Reabilitação; Infarto do Miocárdio; Contração Miocárdica; Volume Sistólico; Imagem por
Ressonância Magnética; Doenças cardiovasculares; Exercício; Reabilitação.
Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: trabalhos
publicados na língua portuguesa no período 2000-2022 e que traziam em seu escopo o
condicionamento do sistema cardiovascular.
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4 DISCUSSÃO

O artigo “Avaliação funcional de cardiopatas após fisioterapia cardiovascular fase


III” ¹ apresentou um estudo com o uso de treinamento físico cardiovascular, composto por
uma rotina que envolve aquecimento, exercícios de treinamento ou de condicionamento físico
e resfriamento e relaxamento com 8 voluntários do sexo masculino e feminino, hipertensos e
não fumantes. O programa de treinamento físico, na fase III, tem como objetivo promover
adaptações no sistema cardiovascular, para que os pacientes retornem, o quanto antes, às
atividades de vida diárias (AVDs).
O artigo ressaltou que a intervenção fisioterapêutica na fase III é considerada também
uma fase preventiva à doença cardíaca/coronariana. Assim, a fisioterapia intervém de forma
preventiva e curativa, por meio da aplicação de programas de treinamento físico ambulatorial
e comunitário, com supervisão continuada. A intervenção preventiva fisioterapêutica visa a
redução dos fatores de risco para a doença da artéria coronária. Já a intervenção curativa visa
ao restabelecimento das funções cardiovasculares, permitindo ao cardiopata executar
atividade física compatível com a capacidade funcional de seu coração.
DE SOUZA, Tatiana Lucio utilizou como material de sua pesquisa: ficha de avaliação
para controle das variáveis fisiológicas de cada paciente; esteira ergométrica para a realização
dos testes de avaliação funcional; frequencímetro para aferição da frequência cardíaca em
cada step de trabalho físico do teste; estetoscópio e esfigmomanômetro para aferição da
pressão arterial, tanto sistólica como diastólica, em cada step de trabalho físico do teste.
DE SOUZA, Tatiana Lucio seguiu a seguinte linha de avaliação, começou com o teste
ergométrico de avaliação funcional, realizado em uma esteira de frenagem eletromagnética
com potências de esforço crescentes, caracterizando um teste de esforço em degrau contínuo,
com o protocolo de Ellestad (no protocolo de Ellestad prevalece o aumento de velocidade,
com estágios com menor duração (1º com 3 minutos, demais com 2 minutos)). Esse é um teste
máximo para esteira ergométrica e é usado, principalmente, em idosos, por não exigir
inclinações acentuadas. A velocidade do teste fica entre 1,7 e 8,0 milhas por hora (mph) e a
duração de cada estágio varia de 2 a 3 minutos. Nos quatro primeiros estágios, a inclinação da
esteira é de 10%; e no quinto, aumenta-se a inclinação em 5% até o fim do teste, que ocorre
com 7 steps.
DE SOUZA, Tatiana Lucio seguiu a seguinte linha de avaliação, após o primeiro teste
os pacientes realizaram treinamento físico da Reabilitação Cardiovascular-fase III, o
treinamento foi dividido em fases: Aquecimento (fase de duração média de dez minutos,
1

composta por exercícios de alongamentos, exercícios calistênicos e exercícios dinâmicos),


Condicionamento (fase de 25 a 30 minutos, composta de exercícios aeróbios dinâmicos, como
caminhadas) e desaquecimento (10 minutos, composto por exercícios de alongamentos e de
relaxamentos). O aquecimento condicionamento é a fase que tem como objetivo gerar uma
pequena elevação da frequência cardíaca (FC), como preparação para uma fase de aumento
metabólico maior. O condicionamento é a fase que tem como objetivo atingir a chamada FC
alvo ou FC treino, valor de FC do limiar de anaerobiose, ou seja, momento metabólico
máximo do exercício aeróbio, onde as adaptações fisiológicas são estimuladas de forma
máxima. O desaquecimento é a fase que tem como objetivo fazer as variáveis fisiológicas
retornarem aos valores basais.
DE SOUZA, Tatiana Lucio determinou um cronograma para o programa: as sessões de
treinamento físico foram realizadas duas vezes por semana com duração média total em torno
de 60 minutos. Após oito semanas de Fisioterapia Cardiovascular-fase III, os pacientes foram
submetidos novamente ao teste de avaliação funcional, (Protocolo de Ellestad), seguindo
exatamente os mesmos moldes do primeiro teste.
O artigo “Influência do Treinamento Aeróbico na Mecânica de Contração
Ventricular após Infarto Agudo do Miocárdio: Estudo Piloto” ² traz uma investigação no
influenciado treinamento aeróbico na capacidade física e nos parâmetros de avaliação da
mecânica de contração do ventrículo esquerdo em pacientes com infarto do miocárdio agudo.

O artigo apresentou como objetivo a melhora do desempenho cardíaco, o consumo de


oxigênio (VO2) pico, a função autonômica e o metabolismo periférico. Vale ressaltar que o
programa de exercício é considerado benéfico e seguro para pacientes no contexto dos pós
infarto agudo do miocárdio (IAM).

SANTI, Giovani Luiz De et al. utilizou os seguintes métodos, foram selecionados 30


pacientes, 55,1 ± 8,9 anos, como diagnóstico de IM (infarto do miocárdio) de parede
anterior; aleatoriamente divididos em 3 grupos: treinamento moderado (GTM), treinamento
intervalado (GTI) e controle (GC).

SANTI, Giovani Luiz De et al. realizou um teste de esforço cardiopulmonar e


também foi feito exames de ressonância magnética cardíaca. Foram submetidos a 3 sessões
semanais de exercício físico aeróbico em esteira rolante, por um período de 12 semanas. As
sessões de treinamento foram constituídas pelas seguintes fases: aquecimento, com duração
de 05 minutos; condicionamento, com ajustes da carga para manter a frequência cardíaca
(FC)
1

dentro da zona de treinamento, durante 30 minutos; e desaquecimento com duração de 05


minutos.
O artigo “Reabilitação cardiovascular melhora capacidade funcional de pacientes
cardiopatas após 3 anos de seguimento”³ traz o estudo contínuo de pacientes em programas
de reabilitação cardiovascular supervisionado, e buscam evidenciar a potencialização dos
benefícios da reabilitação cardiovascular a longo prazo, demonstrando que os efeitos
benéficos do exercício físico em cardiopatas colaboram no controle dos fatores de risco destes
pacientes, também traz controle de pressão arterial, melhora da capacidade funcional, da
sensibilidade à insulina, da força muscular e da qualidade de vida, além de redução da
mortalidade cardíaca. Com o objetivo de acompanhar os parâmetros cardiovasculares e
funcionais durante 3 anos consecutivos de pacientes cardiópatas da fase 4 da reabilitação.

O artigo apresenta um estudo do tipo retrospectivo, no qual ouve a participação de


11 pacientes no período de 2011 a 2013, onde todos franqueavam programas de reabilitação
cardiovascular supervisionada duas vezes por semana. Foram incluídos os critérios de
avaliação: três anos consecutivos de reabilitação, prontuários devidamente preenchidos e
teste ergométrico realizados anualmente. Os dados de comparação utilizados foram do
primeiro ano de reabilitação com as do terceiro ano.

GOMES, Mariana Janini et al. estipulou o seguinte cronograma: duas vezes por
semana reabilitação da fase 4, com duração de 60 minutos por sessão, compostas por
exercícios de condicionamento aeróbicos, alongamentos e exercícios resistidos.
GOMES, Mariana Janini et al. utilizou a partir da fórmula de Karvonen, para calcular
a Frequência Cardíaca (FC) de treinamento para condicionamento aeróbio, utilizando a
FCMax. e FCRep. Resultando na intensidade de 60% da FCMax. Utilizou-se a escala de
percepção de esforço de Borg, onde os pacientes foram orientados a se exercitar de maneira
onde se encontravam ligeiramente cansados durante o exercício, correspondente ao nível 13
da escala (um pouco difícil/ligeiramente cansativo).

GOMES, Mariana Janini et al. Estruturou o programa da seguinte forma:


Aquecimento (5 a 10 minutos em esteira ou ciclo ergômetro em intensidade leve);
Condicionamento (20 minutos em esteira ou ciclo ergômetro em intensidade moderada);
Desaquecimento (5 a 10 minutos em esteira ou ciclo ergômetro em intensidade leve);
Exercícios resistidos: 2 a 3 séries de 8 a 10 repetições para os principais grupos musculares de
membros superiores, inferiores e abdominais, com auxílio de faixa elástica, halter, caneleira,
bola, bastão. Tanto no início quanto
1

no final das sessões é realizado alongamentos. Todos os participantes são submetidos a


palestras com intuito de prevenção, controle de riscos e hábitos saudáveis de vida.

4.1 Resultados

DE SOUZA, Tatiana Lucio separou em quatro tópicos os resultados de sua pesquisa: 1


Resposta de Carga Máxima do Teste de Esforço antes e após Fisioterapia Cardiovascular –
Fase III; 2 Resposta da Pressão Arterial Sistólica (PAS) na carga máxima do Teste de
Esforço; 3 Resposta da Pressão Arterial Diastólica (PAD) na carga máxima do Teste
Crescente e 4 Resposta da Frequência Cardíaca (FC) na carga máxima do Teste Crescente.
DE SOUZA, Tatiana Lucio obteve o seguinte resultado na resposta de carga máxima
do teste de esforço dos voluntários: antes do treinamento foi de 4,12 ± 1,80 steps, variando de
um mínimo de 2 a um máximo de 7 steps. Já o valor após o período de treinamento foi de
5,00 ± 1,85 steps, variando de 2 a 7 steps. O treinamento físico da Fisioterapia Cardiovascular
Fase III melhorou o desempenho dos voluntários, já que houve aumento da carga máxima.
Esse resultado ocorre pelas adaptações fisiológicas do treinamento que resultam em maior
funcionalidade dos sistemas fisiológicos e permitem, portanto, maior performance aos
cardiopatas. Os resultados podem ser melhor visualizados no gráfico 1.

DE SOUZA, Tatiana Lucio obteve o seguinte resultado na resposta da Pressão Arterial


Sistólica (PAS) na carga máxima do teste de esforço dos voluntários: antes do treinamento foi
de 165,00 ± 25,07 mmHg, variando de um mínimo de 120 a um máximo de 190 mmHg. Já o
valor após o período de treinamento foi de 150,00 ± 10,69 mmHg, variando de 140 a 170
mmHg. Após as sessões de Fisioterapia Cardiovascular houve grande diminuição dos valores
da PAS quando comparados o primeiro e o segundo teste de esforço. Esses resultados
ocorrem, pois, a atividade física promove, após treinamento aeróbio, exercícios preconizados
nessas sessões, grande vasodilatação periférica, com queda na Resistência Vascular Periférica
(RVP) e, consequentemente, queda nos valores de PAS. Pode-se relacionar essa queda da
PAS na carga
1

máxima do teste ergométrico, também, com a grande atuação parassimpática que há após
treinamento físico. O sistema parassimpático é a divisão do sistema nervoso autônomo que
promove diminuição das variáveis fisiológicas, dentre elas a PAS. Os resultados podem ser
melhor visualizados no gráfico 2.

DE SOUZA, Tatiana Lucio obteve o seguinte resultado na resposta da Pressão Arterial


Diastólica (PAD) na carga máxima do teste crescente dos voluntários: antes do treinamento,
foi de 100,00 ± 19,27 mmHg, variando de um mínimo de 80 a um máximo de 140 mmHg. Já
o valor após o período de treinamento de Reabilitação Cardíaca Fase III, foi de 87,50 ± 12,81
mmHg, variando de 70 a 110 mmHg. Ao término das 16 sessões de Fisioterapia
Cardiovascular, é possível visualizar grande diminuição dos valores de PAD dos voluntários.
Esses resultados ocorrem, pois, após um treinamento físico que tenha intensidade de trabalho
sendo uma sobrecarga fisiológica e não patológica, há queda da PAD, de responsabilidade
também, da queda da Resistência Vascular Periférica RVP e da maior ativação
parassimpática, significando, também, menor sobrecarga cardiovascular. Os resultados podem
ser melhor visualizados no gráfico 3.

DE SOUZA, Tatiana Lucio obteve o seguinte resultado na resposta da Frequência


Cardíaca (FC) na carga máxima do teste crescente dos voluntários: antes do treinamento, foi
de 127,37 ± 11,87 mmHg, variando de um mínimo de 114 a um máximo de 149 mmHg. Já o
valor após o período de treinamento de Reabilitação Cardíaca Fase III, foi de 130,12 ± 8,07
mmHg,
1

variando de 129 a 139 mmHg. Nota-se que não houve grandes diferenças entre os valores de
FC comparando-se o primeiro com o segundo teste de esforço, que foram realizados
separados pelo treinamento físico da Fisioterapia Cardiovascular-Fase III. Esses resultados
ocorrem, pois, indivíduos recebem treinamento físico, dentro de uma sobrecarga fisiológica
(mantendo-se, portanto, sua FC alvo ou treino), suportam uma carga de trabalho máxima
maior, com um valor menor de FC, mostrando, novamente, menor sobrecarga no sistema
cardíaco. Considerando o indivíduo com cardiopatia, essa menor sobrecarga no próprio
sistema cardiovascular, resulta, para ele, melhor performance no teste de esforço. Os
resultados podem ser melhor visualizados no gráfico 4.

SANTI, Giovani Luiz De et al. realizou o estudo piloto com duas intensidades
diferentes, na capacidade física e na mecânica de contração do ventrículo esquerdo no
contexto do pós-IM. De modo geral, os resultados obtidos em comparativa com os todos os
grupos, não houve diferenças, tanto para o teste cardiopulmonar de exercício, quanto para a
ressonância magnética cardíaca, da deformação miocárdica e da rotação ventricular.
GC (Grupo de Controle) n=10:

Antes Depois
VO2 pico (ml/kg/min 18,2 ± 4,4 17,1 ± 4,6
VM pico (L/min) 55,9 ± 17,5 48,4 ± 15,9
PO2 basal (ml/sístole) 4,3 ± 1,1 4,1 ± 0,8
PO2 pico (ml/sístole) 11,7 ± 3,1 11,3 ± 3,1
FC repouso (bpm) 64,1 ± 12,8 65,6 ± 6,6
FC pico (bpm) 122,9 ± 28,3 123,1 ± 28,2

GTI (Grupo de Treinamento Intervalado) n=10:

Antes Depois
VO2 pico (ml/kg/min 19,2 ± 5,1 21,9 ± 5,6*
VM pico (L/min) 61,4 ± 20,6 72,2 ± 21,9*
PO2 basal (ml/sístole) 3,75 ± 0,7 4,3 ± 0,9
1

PO2 pico (ml/sístole) 11,6 ± 3,0 12,8 ± 2,5


FC repouso (bpm) 63,1 ± 9,9 62,1 ± 6,0
FC pico (bpm) 131,8 ± 20,6 133,2 ± 21,7
GTM (Grupo de Treinamento Moderado) n=10:

Antes Depois
VO2 pico (ml/kg/min 18,8 ± 3,7 21,6 ± 4,5*
VM pico (L/min) 62,1 ± 14,5 68,6 ± 15,5
PO2 basal (ml/sístole) 4,5 ± 1,5 4,1 ± 1,0
PO2 pico (ml/sístole) 11,1 ± 1,1 12,3 ± 1,7
FC repouso (bpm) 63,6 ± 11,6 64,8 ± 8,2
FC pico (bpm) 131,6 ± 12,3 129,0 ± 18,3

SANTI, Giovani Luiz De et al. o principal achado relatado no artigo, foi a


documentação de um comportamento distinto do STRAD no GC comparativamente aos
grupos treinados. Esse achado foi de extrema importância porque sugere que os parâmetros
de deformação miocárdica podem ser mais sensíveis, em comparação aos parâmetros
clássicos de avaliação do remodelamento ventricular, na identificação de adaptações do
miocárdio pós- infarto entre pacientes submetidos ou não a programas de (Treinamento
Físico Aeróbico) TFA.

GOMES, Mariana Janini et al. analisou o prontuário de 11 pacientes cardiopatas,


com media de idade de 62 anos, sendo 72,7% homens e 27,3% mulheres. hipertensão
arterial sistêmica (HAS) foi a patologia cardiovascular mais frequente no grupo estudado.
GOMES, Mariana Janini et al. comparou os parâmetros cardiovasculares e funcionais
obtidos na 1º e na 2º avaliação dos participantes programa de reabilitação cardiovascular e
observamos melhora estatisticamente significativa na capacidade funcional dos pacientes,
avaliada pela distância percorrida no teste de caminhada de 6 minutos (TC6M: 1a avaliação
454,5 m ±110,4 m; 2a avaliação 588,0 m ±100,2 m; p= 0,006).
GOMES, Mariana Janini et al. notou que os pacientes avaliados neste estudo
apresentaram melhora significativa no TC6M, percorrendo uma maior distância na segunda
avaliação (3º ano), comparada à a primeiro avaliação (1º ano). Este resultado sustenta a ideia
de que o treinamento físico deve ser contínuo, para que seus benefícios sejam sustentados e
potencializados. As demais variáveis não diferiram entre os dois momentos e são apresentadas
na Tabela 2.
1
1

5 CONCLUSÃO

Após análise dos resultados conclui-se que após o treinamento físico da Fisioterapia
Cardiovascular os cardiopatas apresentaram melhor condição de manter e suportar cargas
maiores nos testes de avaliação funcional, menor sobrecarga cardiovascular, melhor
funcionalidade do sistema cardíaco, também podemos concluir que os achados da aplicação
clínica dos parâmetros de análise da mecânica de contração ventricular, notadamente do strain
radial, tem um grande potencial em discriminar adaptações do miocárdio pós-infarto entre
pacientes submetidos ou não a programas de treinamento aeróbico.
Como conclusão geral, esse trabalho evidencia que os pacientes submetidos as
reabilitações cardiovasculares apresentam melhoras funcionais que resultam em melhor
performance em testes de avaliação física, atingindo valor de carga máxima maior, com
valores de pressão arterial e frequência cardíaca menores. O treinamento físico contínuo
melhorou a capacidade funcional dos pacientes após 3 anos de seguimento de programa de
reabilitação cardiovascular. Esse acompanhamento a longo prazo de pacientes cardiopatas em
reabilitação supervisionada é eficaz no controle de fatores de risco nessa população.
1

REFERÊNCIAS

¹DE SOUZA, Tatiana Lucio; PINHEIRO, Daniele Albano. Avaliação funcional de


cardiopatas após fisioterapia cardiovascular fase III. Pensamento, p. 40.

²SANTI, Giovani Luiz De et al. Influência do Treinamento Aeróbico na Mecânica de


Contração Ventricular após Infarto Agudo do Miocárdio: Estudo Piloto. Arquivos
Brasileiros de Cardiologia, v. 110, p. 383-387, 2018.

³GOMES, Mariana Janini et al. Reabilitação cardiovascular melhora capacidade funcional de


pacientes cardiopatas após 3 anos de seguimento. ConScientiae Saúde, v. 15, n. 4, p. 547-
553, 2016.

ALVAREZ, Rafaela; MAIA, André; TURIENZO, Tiene; SOUZA, Carlos; AQUINO, Flávia;
BARBOSA,Maria. PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS FÍSICOS PARA CARDIOPATAS, 2014.
Disponível em: http://revista.unilus.edu.br/. Acesso em: 19 out. 2022.

CASTRO, Marildes. PRINCIPAIS DOENÇAS DO CORAÇÃO QUE AFETAM OS


BRASILEIROS, 2022. Disponível em: https://www.ipemed.com.br/. Acesso em: 19 out.
2022.

DE SOUZA CASTRO, Jesaias; MEJIA, Dayana Priscila Maia. Benefícios da cinesioterapia no


tratamento complementar no idoso hipertenso. 2013.

DOS SANTOS, Denize Silva; DA SILVA JUNIOR, Eduardo Andrade. BENEFÍCIOS


DO EXERCÍCIO FÍSICO NA REABILITAÇÃO FASE 1 CARDIOVASCULAR EM
PACIENTES COM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO: REVISÃO
SISTEMÁTICA. Textura, v. 13, n. 22, p. 197-205, 2019.

DOS SANTOS, Márcio Roberto Viana; JÚNIOR, Lucindo José Quintans. FISIOLOGIA DO
SISTEMA CARDIOVASCULAR.

DUARTE, Carla Susana Soares. Reabilitação cardiovascular. 2011.


1

GOMES, Mariana Janini; PAGAN, Luana Urbano; OKOSHI, Marina Politi. Tratamento Não
Medicamentoso das Doenças Cardiovasculares| Importância do Exercício Físico. Arquivos
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