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INTRODUÇÃO À GESTÃO I

Capítulo I - A Gestão e os Gestores

Definição
Gestão é a coordenação e supervisão do trabalho de outros para que as suas atividades sejam
desempenhadas eficiente e eficazmente. O fator mais significativo na determinação do desempenho e do
sucesso de qualquer organização é a gestão já que esta pressupõe a existência de organização.

A eficiência respeita à relação (rácio ou divisão) entre a quantidade de produto produzida por unidade de
fator empregue. Tem a ver com a capacidade do gestor conseguir retirar o máximo proveito dos fatores de
produção que utiliza. Os recursos são escassos pelo que o nível de eficiência com que são usados leva a
maiores ou menores níveis de produtividade. (obter o máximo proveito dos recursos; fazer as coisas bem)

A eficácia respeita à relação entre os resultados e os objetivos propostos. Tem a ver com o atingir de
objetivos e metas definidos e alcançados e à forma como se conseguem realizar os resultados que se
pretendem alcançar, ou seja, tem a ver com a forma como as decisões contribuem para os objetivos.
(atingir os objetivos propostos; fazer as coisas certas)

Componentes chave da gestão


Gestão é o processo de tomada de decisão de como afetar recursos limitados entre usos alternativos de
modo a maximizar determinados objetivos.

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Os recursos são por definição limitados. O grau de acesso a esses recursos, habitualmente agrupados nas
designações agregadas de terra, trabalho, e capital, varia. A forma e as proporções quantitativas e
qualitativas em que se combinam estes tipos de recursos constituem a tecnologia disponível. É através
dessa tecnologia que esses recursos são afetados a usos alternativos gerando riqueza.
A combinação quantitativa e qualitativa dos recursos para gerar riqueza, depende de três grandes tipos de
fatores: Os naturais, os técnicos e institucionais, e os económicos.

Os fatores naturais estão relacionados com a eficiência da produção porque constituem recursos
potenciais que podem ser utilizados para produzir mais ou menos riqueza, ou seja, mais ou menos
eficientemente. Mas também se relacionam com a eficácia, por exemplo consoante a escolha de
atividades produtivas e produtos em que são usados são mais ou menos determinantes para a prossecução
dos objectivos que se pretendem alcançar.

Os fatores técnicos e institucionais dizem respeito aos recursos capital e trabalho, podendo este último
ter a designação de capital humano. A gestão e a capacidade de organização estão entre este tipo de
fatores que, frequentemente, se sobrepõem aos naturais ultrapassando as limitações que esse tipo de
recursos impõe, transformando e desenvolvendo as sociedades. A infra-estrutura física e institucional do
sistema de acesso e de transportes, da saúde, da justiça e da educação, ao sistema de investigação
científica, ao desenvolvimento tecnológico e ao seu aproveitamento através da inovação, da adoção de
novas ou melhores tecnologias, da organização social e das suas actividades socio-económicas do trabalho
e do lazer, da cultura e da cidadania.

Estes fatores estão também relacionados com a eficiência das pessoas e das instituições que se acumula e
se incorpora de forma gradual no seu comportamento e que por isso passa a constituir a cultura e os
princípios e valores que alicerçam a forma de viver dessa sociedade.

A vantagem comparativa depende dos fatores trabalho e capital. Estes dois tipos de fatores, o último sub-
dividido em fatores técnicos (conhecimento incorporado no "know-how" tecnológico e institucional por
diferentes saberes de natureza técnica e científica incluindo os de gestão, economia, engenharia, arte,
cultura) e capital humano (educação geral e profissional), são considerados os fatores explicativos da
diferença da produtividade do trabalho de países em desenvolvimento e de países desenvolvidos.

Os fatores económicos dizem respeito às políticas gerais macroeconómicas (fiscal, monetária e cambial) e
às políticas económicas setoriais (política de investimentos, mercado de trabalho, política agrícola,
industrial, comercial e do turismo) que são seguidas e respectivos efeitos na criação de valor e na
retribuição dos recursos utilizados. De particular importância, e resultante destas medidas, é o nível
abertura e de abertura ou de proteção da sociedade dado ou suportado pelas diferentes políticas gerais e
sectoriais adoptadas.

Estes fatores também têm a ver com a eficiência pois destinam-se a promover a produtividade dos
recursos utilizados, mas, fundamentalmente, têm a ver com a eficácia pois procuram orientar a afetação
dos recursos através de uma estratégia e de alternativas de afectação de recursos através dos quais as
políticas públicas procuram atingir os níveis de desenvolvimento e de bem-estar da sociedade desejados.

A competitividade depende, para além dos anteriores dois tipos, dos fatores económicos.

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As empresas constituem-se para atingir determinados objetivos fundamentais e naturais (teixeira):
- Lucro e sobrevivência;
- Clima propício à satisfação das necessidades humanas normais;
- Satisfação das necessidades de bens e serviços da sociedade;
- Emprego produtivo para os factores de produção;
- Aumento do bem-estar da sociedade;
- Remuneração justa dos factores de produção.

Os Recursos são os meios utilizados para realizar as tarefas e alcançar os objectivos e


traduzem-se num fluxo de relações e de trocas com o ambiente externo
(classificados ou agrupados de diferentes formas tradicionalmente em natureza,
capital e trabalho)

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Os passos/etapas da gestão (as funções do gestor):

Planeamento – Processo de definir objetivos e de determinar antecipadamente o que deve ser feito e
como fazê-lo; Planos estabelecem a forma como a empresa irá desenvolver a sua atividade. (planos)
Organização – Estabelecer relações formais entre pessoas e entre estas e os recursos, para atingir os
objetivos propostos. (estrutura)
Direção – Processo de determinar, de afetar e influenciar o comportamento dos outros. (motivação*,
liderança* e comunicação*)
Controlo – Processo de comparação do desempenho da organização com objetivos definidos e standards
estabelecidos, apurar desvios, corrigir e definir novas ações. (desempenho e qualidade)

Não podem ser pensadas isoladamente. São interdependentes. A tomada de decisão está contida em cada
uma das funções.

*Motivação – Reforço da vontade das pessoas se esforçarem por conseguir os objetivos da organização.
*Liderança – Capacidade de conseguir que as pessoas façam o que o líder quiser.
*Comunicação – Processo de transferência de informações, ideias, conceitos e sentimentos entre pessoas.

Níveis da gestão ou dos gestores:


Institucional – Forte componente estratégica geralmente associada a orientações e ações de médio e
longo prazo. (Ex: Membros do Conselho Geral e Reitor)
Intermédio – Predomina a componente tática com elaboração de planos e programas relacionados com a
área do gestor. (Ex: Directores de Escolas e de Institutos)
Operacional – Predomina a componente técnica e traduz-se na elaboração de procedimentos e rotinas.
(Administrador e Chefes de Serviço, directores de Departamento)

Áreas funcionais da gestão e tipos de decisão fundamentais:


- O quê, onde, quanto, quando e como vender: Área comercial e do Marketing
- O quê, onde, quanto, quando e como produzir: Área da Produção e das Operações
- O quê, onde, quanto, quando e como financiar: Área Financeira.
Áreas complementares/transversais:
- Administrativa e contabilística;
- Pessoal e Recursos humanos;
- Informática e gestão da informação;
- Planeamento, Controlo e Qualidade.

Padrões fundamentais de Avaliação da Gestão/Gestor: Os gestores são avaliados pelos resultados que
conseguem atingir nas suas organizações.

Aptidões essenciais do Gestor:


Conceptuais – capacidade de apreender ideias gerais e abstratas e de as aplicar em situações concretas.
(capacidade de ver a organização como um todo e como se relaciona com o seu ambiente)
Técnicas – capacidade para usar conhecimentos, métodos e técnicas específicas do sua área de trabalho ou
campo. (Conhecimento e capacidade no campo do trabalho, nomeadamente da engenharia, do marketing,
da contabilidade ou da informática, entre outros)
Relações humanas – Capacidade de compreender, motivar e obter a adesão das pessoas. (envolve
características relacionadas com a capacidade de comunicação, de trabalho e de entender atitudes e
comportamentos de pessoas e grupos)

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