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Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)

Resumo de fisiologia (grupo 1): Altas Altitudes

Tendo em vista a evolução da humanidade, onde se tornou possível


alcançarem elevadas altitudes por meio da aviação, do alpinismo, montanhismo e de
veículos espaciais, tornou-se extremamente importante compreender e dar ênfase ao
estudo da resposta fisiológica desencadeada em nós seres humanos quando expostos
altas altitudes.

Enquanto ocorre esse aumento da altitude, a disponibilização de oxigênio


para as células do nosso corpo fica comprometida, pois, quanto maior a altitude em que
o indivíduo se encontra menor será a pressão barométrica, como a concentração de
oxigênio no ar atmosférico é constante, ou seja, não se altera em função da altitude,
logo, a pressão parcial de oxigênio (PIO₂) diminui proporcionalmente com o aumento
da altitude.

A hipóxia consiste na diminuição do aporte de O ₂ oferecido aos tecidos por


meio do sangue. Alguns dos efeitos agudos da hipóxia na pessoa não aclimatada são
sintomas, como: aumento da frequência cardíaca, falta de apetite, dor de cabeça, náusea,
vômitos, dificuldade para respirar e sangramento no nariz, alpinistas profissionais,
correm grande risco de sofrer edemas pulmonar ou cerebral ao tentar escalar lugares
montanhosos, é possível perceber o coração acelerado, pois o organismo se esforça para
captar o oxigênio que ele costuma absorve, o pulmão sobrecarregado, começa a
trabalhar mais, causando a falta de ar e outros desconfortos também vão surgindo como
fadiga ocular, ou cegueira momentânea nos olhos, com o aumento da circulação
sanguínea é possível o inchaço no cérebro, causando a dor de cabeça e até alucinações,
tecidos expostos como a pele das mãos, pés, dedos e nariz podem morrer por conta do
frio e do déficit de oxigênio.

A hipobaropatia mais conhecida como doença de altitude é uma condição


causada pela falta de oxigênio em altas altitudes. O mal da montanha agudo pode
evoluir para um edema pulmonar (EPAA) que é uma forma de edema não cardiogênico
que causa dispneia grave e hipoxemia. Também pode evoluir para um edema cerebral
da alta altitude (ECAA), é uma forma de encefalopatia, ambos potencialmente fatais.
Já o mal de montanha crônico, é uma condição diferente que apenas ocorre quando o
indivíduo se expõe durante um longo tempo as altas altitudes. Pode-se citar alguns dos
efeitos decorrentes dessa doença, são: insuficiência cardíaca, pressão pulmonar elevada,
pressão arterial diminuída, entre outros.

Em contrapartida, a aclimatação consiste na adaptação fisiológica do


organismo, ao longo de um período variável, dependendo da altitude e individualidade
biológica. Nesse sentindo, o indivíduo que permanece em altas altitudes durante, dias
semanas ou anos tem a tendência ter menos efeitos nocivos ou prejudiciais à saúde,
tornando possível que o indivíduo trabalhe mais intensamente sem efeitos hipóxicos.

A aclimatação momentânea irá estimular no organismo a ação de


quimiorreceptores, ocasionando em um fenômeno chamado hiperventilação (aumento
da frequência respiratória e do volume corrente), em consequência pode acontecer uma
diminuição das concentrações de dióxido de carbono no sangue arterial, a qual gerará
um quadro de alcalose respiratória.

Em consequência do quadro de alcalose respiratória proveniente da


aclimatação momentânea é gerado um desequilíbrio na produção de ácido. Desse modo,
a aclimatação de longo prazo consiste no reajuste do ácido, desencadeado pela alcalose
respiratória.

Portanto, com o intuito de reverter o desequilíbrio fisiológico, o rim excreta


mais bicarbonato (HCO3-), juntamente com água (HO₂), resultando em uma
hemoconcentração. Com o objetivo de combater o quadro da hemoconcentração no
organismo, o rim secreta EPO (hormônio glicoproteico) que ativa a eritropoiese na
medula óssea, consequentemente aumentando o conteúdo de hemácias e hemoglobina.
Dessa maneira, o volume plasmático tende retornar aos níveis normais, mas a
quantidade de hemácias e de hemoglobina continua alta para levar O₂ para os tecidos e
compensar uma menor PO₂. Ao final desse processo, em longo prazo, considera-se o
indivíduo adaptado para a alta altitude.

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