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Respostas:

1. - Para fins de requisito da petição inicial da ADC, fala-se em “a existência de efetiva controvérsia
judicial em torno da legitimidade constitucional de determinada lei ou ato normativo federal”. Isso
se dá por alguns motivos. Em primeiro lugar, o cabimento da ação declaratória de
constitucionalidade pressupõe a existência de situação hábil a afetar a presunção de
constitucionalidade da lei, não se afigurando admissível a propositura de ação declaratória de
constitucionalidade se não houver controvérsia ou dúvida relevante quanto à legitimidade da norma.
Pressuposto do cabimento da ação é que exista controvérsia relevante acerca da constitucionalidade
de determinada norma infraconstitucional. Isto é, tem-se como pressuposto da ação fundada ameaça
à segurança jurídica e à isonomia, decorrente de decisões contraditórias do Poder Judiciário acerca
do tema

Assim, o STF assentou o entendimento de que é necessária a demonstração da fundada incerteza


sobre a constitucionalidade da lei ou ato normativo federal para ensejar o cabimento da ADC. Tal
incerteza deve ser comprovada pela juntada de sentenças e acórdãos dos Juízos e Tribunais, de
modo a asseverar a controvérsia jurisprudencial quanto à legitimidade constitucional da norma que
constitui o objeto da ação.

Nesse sentido, verte claro o pacífico entendimento do STF, firmando juízo da imprescindibilidade
da demonstração da controvérsia judicial, sob pena de inépcia da petição. Isto é, deve haver
comprovação liminar da existência de controvérsia judicial em torno da lei ou ato normativo
federal, e necessidade de que esse dissídio se exteriorize em proporções relevantes pela ocorrência
de decisões antagônicas que, em ambos os sentidos e em volume expressivo, consagrem teses
conflitantes.
A existência de efetiva controvérsia judicial – fundada em razões idôneas e consistentes – em torno
da legitimidade constitucional de determinada lei ou ato normativo federal é necessária, pois sem a
observância desse pressuposto de admissibilidade, torna-se inviável a instauração do processo de
fiscalização normativa in abstracto, pois a inexistência, em grandes proporções, de
pronunciamentos judiciais antagônicos culminaria por converter a ADC em um inadmissível
instrumento de consulta sobre a validade constitucional de determinada lei ou ato normativo federal,
descaracterizando, por completo, a própria natureza jurisdicional que qualifica a atividade
desenvolvida pelo STF. A ampla controvérsia judicial em torno da validade jurídica da norma
federal, instaura, ante o elevado coeficiente de possíveis pronunciamentos judiciais colidentes,
verdadeiro estado de insegurança jurídica, capaz de gerar um cenário de perplexidade do sistema de
Direito Positivo vigente no país.
Desta forma, é imprescindível para o ajuizamento da ADC, a comprovação de controvérsia judicial
relevante que assente polêmica a presunção da constitucionalidade da lei ou ato normativo federal
em questão, para que a Corte possa tomar conhecimento dos argumentos contras e favoráveis a
constitucionalidade, e outrossim, ter ciência das decisões que vem sendo adotadas pelos tribunais
inferiores.
5 – Pertinência Temática não é senão uma exigência de que o órgão que pretende discutir a
constitucionalidade de uma lei demonstre claramente que a decisão final tenha ligação direta com o
interesse e com a atividade desenvolvida pelo órgão ou ente. Isto é, a pertinência temática refere-se
à necessidade de demonstração, por alguns legitimados, como as entidades de classe e as
confederações sindicais, de que o objeto da instituição guarda relação (pertinência) com o pedido da
ação direta proposta por referida entidade. Como exemplo, pode-se citar que um Estado não pode
deflagrar o controle abstrato com a finalidade de discutir a constitucionalidade de uma lei de outro
Estado que não lhe afete. Portanto, seria necessário que um estado da federação demonstrasse que o
conteúdo debatido em tal ação do controle de constitucionalidade tem ligação no mínimo indireta
com o seu interesse com a sua população. os legitimados ativos que possuem poderes
para romper a inércia da jurisdição constitucional e ingressar com ação do controle abstrato de
constitucionalidade, estão previstos no rol taxativo do artigo 103, da Constituição Federal de
1988.

Foi interessante para o STF vincular esse conceito porque, a partir do advento da CF de 1988 ocorre
a ampliação dos legitimados a deflagrar o controle concentrado de constitucionalidade junto ao
Supremo Tribunal Federal. Nesse momento, pôde-se observar no rol de legitimados a propor o
controle concentrado não só autoridades e entidades do Estado, mas, conjuntamente, alguns entes
privados como: Confederação sindical e Entidade de classe de âmbito nacional. Esta tentativa
nasceu da ideia de se proporcionar uma maior participação, um maior calor social nas demandas do
controle de constitucionalidade. Ocorre que com a ampliação do rol de legitimados do art. 103
Constituição da República, a suprema corte brasileira recebeu muitas ações, o que ficou fora de seu
controle, por isso resolveu criar alguns critérios para diminuir a avalanche processual na qual se
encontrava. No intuito de desafogar-se, o STF tem criado através de sua jurisprudência múltiplos
instrumentos, dentre eles o critério da pertinência temática.

Quanto ao interesse de agir, o STF compreendeu que a exigência da pertinência temática


consiste em verdadeira projeção do interesse de agir no processo objetivo, já que fundamenta- se em
vínculo imprescindível entre o objeto do controle com os direitos da classe representada pela
entidade requerente. Desta maneira, compreende-se que a relação de pertinência temática , acaba
por funcionar como uma verdadeira condição da ação, a partir do momento em que exige a
demonstração do interesse de agir do legitimado do processo do controle de constitucionalidade . A
relação de pertinência equipara-se à definição de uma condição da ação, semelhante ao interesse de
agir do processo civil (processo subjetivo), consistindo, dessa forma, em um dos elementos que
indicam a influência do processo tradicional no processo objetivo .

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