Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1º Semestre do 3ºano
Unidade Curricular:
Discentes:
Docente:
Dália Almeida Nº20201495
Hugo Rabaça
André Bonito Nº20201492
0
Índice
1
Índice de figuras
Figura 1: Localização do fémur no esqueleto humano (Qual é a Metafísica Dos Ossos
Longos? -Curioso, n.d.) ......................................................................................................... 5
Figura 2: Características anatómicos do fémur em vista anterior e posterior (Pedro et
al., n.d.) ................................................................................................................................... 6
Figura 3:Taxa de incidência da fratura do colo do fémur em mulheres estratificadas pela
situação ( Pessoas com habitação comunitária sem necessidade de grandes cuidados,
pessoas com necessidades e residentes em asilos) e idade (Rapp et al., 2019) ......... 10
Figura 4:Classificação das diferentes fraturas do fémur segundo Garden(A) , Pawels
(B) e AO/OTA (C) (Lu & Uppal, 2019) ................................................................................ 11
Figura 5: Radiografia AP da bacia numa projeção fontal e bilateral (MacManus &
Gaillard, 2008) ...................................................................................................................... 14
Figura 6: Imagem de ressonância magnética em corte coronal cujo a ponderação é
T1(MacManus & Gaillard, 2008) ......................................................................................... 14
Figura 7: Corte Coronal de um exame de Tomografia Computorizada em janela de osso.
É possível vizualizar uma fratura do colo do fémur evidenciado por uma linha hipodensa
(MacManus & Gaillard, 2008) ............................................................................................. 15
Figura 8:Prótese total no colo de fémur com parafusos percutâneos(One Fisioterapia -
Quiropraxia e Funcional - Ribeirão Preto/SP - Curitba/PR, n.d.)..................................... 16
Figura 9: fixação interna de parafusos num procedimento cirúrgico de modo a manter o
fémur unido(Fratura Do Colo Do Fémur Em Idosos: Quais Os Sintomas e Tratamento,
n.d.) ....................................................................................................................................... 16
2
1. Introdução e identificação do problema
No âmbito da unidade curricular de Estudos de Casos em Neurorradiologia e
Músculo-esquelética, no módulo de radiologia, foi-nos proposto o primeiro caso
clínico.
3
2. Definição da fratura do colo do fémur
Com os avanços da Medicina e da Farmacologia tem se verificado um aumento
exponencial nas expectativas mundiais sendo que com isso advém um aumento
crescente do número de idosos. Contudo, atualmente verifica-se uma
preocupação quanto à qualidade de vida dos idosos, mas principalmente em
conseguir prevenir e tratar problemas decorrentes da sua faixa etária. (Lima et
al., 2017)
4
3. Anatomia do fémur
O fémur é um dos ossos mais longos e volumosos do corpo humano sendo que
este osso é o principalmente constituinte esquelético da coxa. Na maioria dos
casos, o fémur mede aproximadamente 48 centímetros sendo que é
praticamente um quarto da altura de uma pessoa. O fémur encontra-se dividido
em 3 partes, a diáfise que é o corpo do fémur e as epífises que se encontram
nas extremidades (uma superiormente e outra inferiormente). Por norma, a
diáfise tem a forma de um prisma triangular sendo que esta característica pode
ser distinguida através de três faces e três margens.(Pedro et al., n.d.)
Assim, a face anterior do fémur dá a inserção a músculos como músculos crural
e subcrural: na face póstero-externa ocorre a inserção do músculo crural
enquanto que na face póstero-
interna não existe qualquer
inserção com músculos; já as
margens internas e externas
apresentam uma simetria
arredondada.
No que diz respeito à margem
posterior do fémur, também
conhecido cientificamente por
linha áspera, esta linha
correlaciona-se com o músculo
vasto interno através do seu lábio Figura 1: Localização do fémur no esqueleto humano (Qual é a
externo e com Metafísica Dos Ossos Longos? -Curioso, n.d.)
5
Por outro lado, a extremidade superior do fémur é constituída por uma cabeça
que possui duas saliências: o grande e o pequeno trocânter. Localizado entre os
dois trocânteres e a cabeça do fémur localiza-se o colo anatómico e entre o corpo
e epífise proximal do fémur localiza-se o colo cirúrgico. (Pedro et al., n.d.)
Por fim na margem inferior existe uma crista do vasto externo onde o próprio
musculo vasto externo se insere e que por outro lado na margem posterior é
visível a linha intercondiliana posterior. (Pedro et al., n.d.)
O pequeno trocânter está interligado com o grande trocânter através das linhas
intercondilianas onde anteriormente está situada a linha intercondiliana anterior
e posteriormente a linha intercondiliana posterior. (Pedro et al., n.d.)
6
denominadas por côndilos femorais que se encontram separadas pela fossa
intercondiliana. No plano sagital, estes dois côndilos femorais podem ser
distinguidos por um ser externo e outro interno sendo que cada um deles
apresenta seis faces. (Pedro et al., n.d.)
4. Caracterização da patologia
4.1 Etiologia
As fraturas que afetam a porção proximal do fémur são fraturas que ocorrem
comummente em idosos, mas também poderão acontecer na população mais jovem
devido à prática de atletismo por exemplo ou por traumas de alta energia.
Assim, estes tipos de fraturas estão normalmente relacionadas com quedas de baixa
energia na população idosa enquanto que nas idades mais jovens ocorrem devido a
traumas de alta energia como em acidentes de viação ou devido a quedas de alturas
substanciais.(Femoral Neck Fracture: Background, Etiology, Epidemiology, n.d.; Hip
Fracture Nursing Diagnosis and Nursing Care Plan - NurseStudy.Net, n.d.; Kazley &
Bagchi, 2022a)
Muitos dos fatores de risco associados a fraturas que ocorrem na população jovem são
erros de treino desportivo, ou seja, aumento excessivo da quantidade e da intensidade
do treino ou devido à iniciação de uma nova atividade desportiva nunca praticada antes.
Outros fatores que poderão também estar relacionados é a reduzida densidade óssea,
deformações biomecânicas ou alterações menstruais.(Femoral Neck Fracture:
7
Background, Etiology, Epidemiology, n.d.; Hip Fracture Nursing Diagnosis and Nursing
Care Plan - NurseStudy.Net, n.d.; Kazley & Bagchi, 2022a)
Por fim, alterações endócrinas como consequência de exercícios mal praticados podem
provocar problemas nutricionais que também podem levar à desmineralização óssea
sendo assim também um dos fatores que levam ao surgimento desta patologia.
(Femoral Neck Fracture: Background, Etiology, Epidemiology, n.d.; Hip Fracture Nursing
Diagnosis and Nursing Care Plan - NurseStudy.Net, n.d.; Kazley & Bagchi, 2022a)
Para além disso, outros fatores de risco que poderão estar associados a estas fraturas
podem ser (Femoral Neck Fracture: Background, Etiology, Epidemiology, n.d.; Hip
Fracture Nursing Diagnosis and Nursing Care Plan - NurseStudy.Net, n.d.; Kazley &
Bagchi, 2022a):
8
4.2 Epidemiologia
Resumidamente, o sexo feminino é o mais afetado por estas fraturas quando comparado
com o sexo masculino implicando maiores cuidados a longo prazo. (Rapp et al., 2019)
Quanto aos países mais afetados e com maior incidência destaca-se sobretudo países
do norte da Europa como por exemplo a Noruega, Suécia, Islândia ou Irlanda. Por outro
lado, países da Europa Central também tem vindo a ser afetados como República Checa
e Eslováquia ou países da América do Sul sendo exemplo disso a Argentina ou Taiwan.
(Rapp et al., 2019)
9
colo do fémur. Por fim, situações decorrente da infância ou até mesmo uma gravidez
também poderão estar associados a estas fraturas. (Rapp et al., 2019)
4.3 Sintomatologia
Sintomas
Existem vários sintomas associados a esta patologia, sendo a mais comum e relevante
a dor persistente na anca, que pode ser bem definida e localizada na zona da anca ou
seja, encontra-se situada na zona da virilha ou região glútea e lateral da coxa.(Fracture
Neck of Femur - Risk Factors, Types, Causes, Complications Management, Prognosis,
n.d.; Fratura Do Colo Do Fémur: O Que é e Qual o Tratamento, n.d.)
10
(Fracture Neck of Femur - Risk Factors, Types, Causes, Complications Management,
Prognosis, n.d.; Fratura Do Colo Do Fémur: O Que é e Qual o Tratamento, n.d.)
Sinais
Um dos principais sinais desta patologia na maioria dos casos é que verifica-se uma
deformidade do membro afetado, estando esta associada a um encurtamento
significativo do colo do fêmur e do respetivo membro, para além de haver uma rotação
externa sendo isso demonstrado por uma assimetria quando comparado com membro
contralateral. (Fracture Neck of Femur - Risk Factors, Types, Causes, Complications
Management, Prognosis, n.d.; Fratura Do Colo Do Fémur: O Que é e Qual o Tratamento,
n.d.)
cabeça do fémur.(Lu & Uppal, 2019) fémur segundo Garden (A) , Pawels (B) e AO/OTA (C)
(Lu & Uppal, 2019)
11
A classificação segundo Garden é um dos métodos mais utlizados para a classificação
de fraturas do quadril nos idosos e consiste em avaliar o deslocamento da fratura
através da análise de uma radiografia ântero-posterior realizada ao quadril. Sendo
assim, a classificação segundo Garden é subdividida em 4 tipos: as fraturas do tipo I
que são fraturas incompletas e impactadas; fraturas do tipo II que consistem em fraturas
completas; Fraturas do tipo III que são fraturas que se encontram ligeiramente
deslocadas; e fraturas do tipo IV que se encontram muito deslocadas. (Fig.4A) (Lu &
Uppal, 2019)
Por fim, as fraturas segundo AO/OTA é um método que permite classificar todo o tipo
de fraturas. Apesar de este tipo de classificação ser usado apenas na realização de
pesquisas, a fratura do colo do fémur é considerada do tipo 31-B. (Fig.4C) (Lu & Uppal,
2019)
Muitas são as lesões e patologias que podem estar associadas às fraturas do colo do
fémur de que são exemplo(Kazley & Bagchi, 2022b):
✓ Luxação do quadril – consiste no deslocamento da cabeça do fémur em
relação ao acetábulo localizado na bacia
✓ Fratura intertroncatérica – este tipo de fratura localiza-se entre o pequeno e
o grande trocânter e é caracterizada por uma linha mais distal.
✓ Fratura subtroncatérica – a fratura localiza-se 5 cm distal em relação ao
pequeno trocânter
✓ Fratura do fémur – por norma, a fratura está localizada na diáfise do fémur
✓ Osteoartrite – caracteriza-se por ser uma dor crónica que ocorre ao nível da
virilha.
12
5. Meios complementares de diagnóstico
13
Figura 5: Radiografia AP da bacia numa projeção
fontal e bilateral (MacManus & Gaillard, 2008)
Na figura 5 é possível visualizar uma radiografia onde está presente uma fratura do colo
do fémur no lado direito, podendo-se observar uma diminuição do colo na zona da
fratura, o que indica uma rotação externa do fémur, uma vez que o pequeno trocânter
direito se encontra mais visível. (MacManus & Gaillard, 2008)
Muitas vezes existem fraturas ocultas em que a radiografia não permite visualizar a
fratura do colo do fémur. Nesses casos a RM será indicada uma vez que apresenta
maior sensibilidade.(Ragab et al., 2008)
Na imagem apresentada em cima é visível uma fratura do colo do fémur por impacto e
também é possível visualizar a ausência de deslocamento no lado direito e do
14
fragmento. A articulação coxofemoral não apresenta qual queres anomalias.
(MacManus & Gaillard, 2008)
Para confirmar o diagnóstico pode ser realizado também uma TC da anca quando a
fratura não é visível na radiografia ou em casos de fraturas muito complexas para
avaliação e planeamento da cirúrgia. (MacManus & Gaillard, 2008)
A melhor forma de recuperação da fratura do colo do fémur deve ser a cirúrgia e deve
ser feita o mais rápido possível para obter melhores resultados. (Ackermann et al., 2021)
Existem vários tipos de cirurgia possíveis, tais como (Ackermann et al., 2021 ;Fraturas
Do Quadril - Lesões e Envenenamentos - Manual MSD Versão Saúde Para a Família,
n.d.):
15
a mostrar uma forte evolução uma vez que permite obter melhores resultados a
longo prazo.
✓ A substituição parcial da anca é usada se a extremidade do osso estiver
danificada ou deslocada. Este procedimento envolve a remoção da cabeça e o
colo do fémur por uma prótese de metal. Este procedimento é muito usado em
idosos que andam muito pouco, e por consequência exercem pouco stress sobre
a articulação coxofemoral.
16
7. Interpretações finais
17
8. Referências bibliográficas
Ackermann, L., Schwenk, E. S., Lev, Y., & Weitz, H. (2021). Update on medical management of
acute hip fracture. Cleveland Clinic Journal of Medicine, 88(4), 237–247.
https://doi.org/10.3949/CCJM.88A.20149
Bohndorf, K., Beckmann, J., Jäger, M., Kenn, W., Maus, U., Nöth, U., Peters, K. M., Rader, C.,
Reppenhagen, S., & Roth, A. (2015). S3-Leitline. Teil 1: Diagnostik und
Differenzialdiagnostik der atraumatischen Femurkopfnekrose (aFKN) des Erwachsenen.
Zeitschrift Fur Orthopadie Und Unfallchirurgie, 153(4), 375–386.
https://doi.org/10.1055/s-0035-1545901
Femoral Neck Fracture: Background, Etiology, Epidemiology. (n.d.). Retrieved October 24,
2022, from https://emedicine.medscape.com/article/86659-overview#a9
Fracture Neck of Femur - Risk factors, Types, Causes, Complications Management, Prognosis.
(n.d.). Retrieved October 26, 2022, from
https://www.medindia.net/surgicalprocedures/fracture-neck-of-femur.htm
Fratura do colo do fémur em idosos: Quais os sintomas e tratamento. (n.d.). Retrieved October
26, 2022, from https://www.maisquecuidar.com/fratura-do-colo-do-femur-tratamento
Fraturas do quadril - Lesões e envenenamentos - Manual MSD Versão Saúde para a Família.
(n.d.). Retrieved October 27, 2022, from
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/les%C3%B5es-e-
envenenamentos/fraturas/fraturas-do-quadril
Hip Fracture Nursing Diagnosis and Nursing Care Plan - NurseStudy.Net. (n.d.). Retrieved
October 24, 2022, from https://nursestudy.net/hip-fracture-nursing-diagnosis/
Lima, A. L. C. L. de A., Miranda, S. C., & Vasconcelos, H. F. O. de. (2017). Anatomia radiográfica
do fêmur proximal: fratura de colo vs. fratura transtrocantérica. Revista Brasileira de
Ortopedia, 52(6), 651–657. https://doi.org/10.1016/J.RBO.2016.10.015
Lu, Y., & Uppal, H. S. (2019). Hip Fractures: Relevant Anatomy, Classification, and Biomechanics
of Fracture and Fixation. Geriatric Orthopaedic Surgery & Rehabilitation, 10,
215145931985913. https://doi.org/10.1177/2151459319859139
Pedro, P., Oliveira, M. G., Orientação, S., Paula, D., & Silva, H. (n.d.). “PRÓTESE TOTAL DO
JOELHO-A HISTÓRIA DA ARTE: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA” Dissertação apresentada à
Universidade da Beira Interior no âmbito do Mestrado Integrado em Medicina.
18
Ragab, Y., Emad, Y., & Abou-Zeid, A. (2008). Bone marrow edema syndromes of the hip: MRI
features in different hip disorders. Clinical Rheumatology, 27(4), 475–482.
https://doi.org/10.1007/s10067-007-0731-x
Rapp, K., Büchele, G., Dreinhöfer, K., Bücking, B., Becker, C., & Benzinger, P. (2019).
Epidemiology of hip fractures: Systematic literature review of German data and an
overview of the international literature. Zeitschrift Fur Gerontologie Und Geriatrie, 52(1),
10–16. https://doi.org/10.1007/S00391-018-1382-Z/FIGURES/3
Veronese, N., & Maggi, S. (2018). Epidemiology and social costs of hip fracture. Injury, 49(8),
1458–1460. https://doi.org/10.1016/j.injury.2018.04.015
19