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Trabalho Avaliativo de Revisão - Direito Previdenciário MISAEL SANTOS
Trabalho Avaliativo de Revisão - Direito Previdenciário MISAEL SANTOS
Art. 2º, Lei 8.213/1991. A Previdência Social rege-se pelos seguintes princípios e
objetivos:
I - universalidade de participação nos planos previdenciários;
Corolário do princípio da universalidade da cobertura e do atendimento da seguridade social,
este princípio tem o condão de agregar, cada vez mais, filiados ao RGPS, como no caso da inclusão, por
meio da EC 47/2005, dos segurados facultativos.
Válido ressaltar, entretanto, que em virtude do princípio da contributividade, este princípio da
universalidade é mais restrito na previdência do que na saúde e assistência social, que não são
contributivas.
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
A Lei 8.213/1991 repetiu o princípio constitucional da uniformidade e equivalência dos benefícios e
serviços às populações urbanas e rurais. Para evitar repetições desnecessárias, remeto-os à apostila 1 do
nosso curso.
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios;
Trata-se de repetição do princípio constitucional, porém devemos notar que a Lei 8.213/1991,
por motivos desconhecidos, suprimiu a expressão “serviços”. Isto é importante apenas para efeito de
atenção nas assertivas das questões, já que algumas bancas reproduzem a literalidade da lei, porém a
doutrina não vislumbra a supressão da palavra serviços como um impeditivo jurídico para a concessão
de tais benesses, já que muito provavelmente se tratou de um erro do legislador.
IV - cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-contribuição corrigidos
monetariamente;
De acordo com o artigo 2º, inciso IV, da Lei 8.213/1991, o salário de contribuição deve
ser corrigido monetariamente para a concessão dos benefícios. Estudaremos este instituto no capítulo
próprio dos benefícios do RGPS, porém neste momento o que se deve ter em mente é que o salário de
contribuição é utilizado para o cálculo dos benefícios e serviços e deve ser atualizado pelo INPC,
atualmente o índice legal, para que não haja defasagem do valor da prestação a ser recebida
V - irredutibilidade do valor dos benefícios de forma a preservar-lhes o poder aquisitivo;
Trata-se de princípio previsto na CF e reproduzido no artigo 2º, inciso VIII, da Lei 8.213/1991,
sendo direito subjetivo do segurado a irredutibilidade real do valor do seu benefício previdenciário e
não só a irredutibilidade nominal. Isso significa que o valor do benefício não pode ser reduzido
nominalmente e deve sofrer reajustes anuais, para que seja preservado o seu poder aquisitivo. Em regra,
os reajustes são realizados na mesma data do reajuste do salário mínimo e de acordo com o INPC.
VI - valor da renda mensal dos benefícios substitutos do salário-de-contribuição ou do rendimento
do trabalho do segurado não inferior ao do salário mínimo;
O artigo 2º, inciso VI, da Lei 8.213/1991, elenca como princípio a garantia do benefício não
inferior ao salário mínimo. Esta norma se aplica para benefícios que são substitutivos da remuneração
do trabalhador, de modo que podem ser inferiores ao salário-mínimo os benefícios de natureza
indenizatória, tal como o auxílio-acidente e o salário-família.
VII - previdência complementar facultativa, custeada por contribuição adicional;
Tal como a previsão do artigo 202 da CF/88, a Lei 8.213/1991 repetiu a previsão de adesão
facultativa a planos de previdência complementar. Destaca-se a crescente função social da previdência
complementar, uma vez que muitos gastos pessoais são acentuados quando se chega à terceira idade,
como o maior consumo de medicamentos e a elevação das mensalidades dos contratos privados de
seguro saúde.
Quanto aos Segurados facultativos, Trata-se de uma espécie tributária cuja filiação ao Regime
Geral de Previdência Social – RGPS, depende exclusivamente da vontade do contribuinte, desde que
não seja vedada expressamente esta opção.
Art. 14, Lei 8.212/91. É segurado facultativo o maior de 14 (quatorze) anos de idade que se
filiar ao Regime Geral de Previdência Social, mediante contribuição, na forma do art. 21, desde que não
incluído nas disposições do art. 12.
Art. 11, RPS. É segurado facultativo o maior de dezesseis anos de idade que se filiar ao
Regime Geral de Previdência Social, mediante contribuição, na forma do art. 199, desde que não esteja
exercendo atividade remunerada que o enquadre como segurado obrigatório da previdência social.
R- Dependentes são pessoas que, embora não contribuindo para a Seguridade Social, a Lei
de Benefícios elenca como possíveis beneficiários do Regime Geral de Previdência Social- RGPS,
fazendo jus as seguintes prestações: pensão por morte, auxílio – reclusão, serviço social e reabilitação
profissional. No Regime Geral de Previdência Social, são considerados dependentes do segurado: I- O
cônjuge, a companheira ou companheiro. II- O filho não emancipado, de qualquer condição, menor de
21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave.
Do Período de graça
O Art. 15 da Lei 8.213/91 prevê situações em que, mesmo sem o pagamento de contribuições
previdenciárias, é mantida a qualidade de segurado, com fundamento no princípio da solidariedade,
período que é doutrinariamente chamado de PERÍODO DE GRAÇA.
Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:
I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício, exceto do auxílio-acidente; (Redação dada pela
Lei nº 13.846, de 2019)
II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade
remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração;
III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação
compulsória;
IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso;
V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar
serviço militar;
VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo
Do Período da Carência
Art. 24, Lei 8.213. Período de carência é o número mínimo de contribuições mensais
indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do
primeiro dia dos meses de suas competências.