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Trabalho Avaliativo de Revisão – Direito Previdenciário

1. Discorra acerca da seguridade social, abordando as espécies contributivas e não


contributivas, indicando sua fundamentação constitucional e legal e destacando suas principais
características.

R- A seguridade social se subdivide em um sistema contributivo e um sistema não


contributivo – e isso é muito importante! Integra o sistema contributivo apenas a previdência social, a
qual exige o pagamento (real ou presumido) de contribuições previdenciárias pelos segurados para a sua
cobertura e dos seus dependentes.
Por outro lado, o sistema não-contributivo é composto pela saúde e assistência social, as
quais são custeadas pelos tributos em geral, especialmente das contribuições destinadas especificamente
à seguridade social. Logo, a saúde e a assistência social são disponíveis à todas as pessoas que
necessitarem, sem a exigibilidade de contraprestação.

2. Discorra acerca do Benefício de Prestação Continuada – BPC-LOAS, destacando os


requisitos para a sua concessão.
R- O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é a garantia de um salário mínimo de
benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que, comprovadamente, não possuem meios de
prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família. Tem previsão legal no art. 238 da
CF/88.É necessário ter mais de 65 anos (para os idosos), Não pode receber outro benefício do INSS, Ser
baixa renda, Possuir inscrição no CadÚnico, Comprovar a impossibilidade de participar de atividades
de natureza física, mental e sensorial, por ao menos 2 anos (para deficientes).

3. Discorra acerca dos regimes de previdência social, destacando sua fundamentação


constitucional e legal e detalhando suas características específicas.
R- O RGPS é o maior regime de previdência do Brasil, cuja abrangência abarca a maioria
dos trabalhadores, exceto os servidores públicos efetivos e os militares vinculados a regime próprio. Art.
40, § 13, CF. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de
emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)
Características do RGPS:1-Publico,2-contributivo,3-equilíbrio financeiro e atuarial,4-
filiação obrigatoria,5-solidario,6- gestão quadripartite,7- custeio tripartite.

4. Descreva os princípios da seguridade social, abordando as principais características de


cada um deles.

Art. 2º, Lei 8.213/1991. A Previdência Social rege-se pelos seguintes princípios e
objetivos:
I - universalidade de participação nos planos previdenciários;
Corolário do princípio da universalidade da cobertura e do atendimento da seguridade social,
este princípio tem o condão de agregar, cada vez mais, filiados ao RGPS, como no caso da inclusão, por
meio da EC 47/2005, dos segurados facultativos.
Válido ressaltar, entretanto, que em virtude do princípio da contributividade, este princípio da
universalidade é mais restrito na previdência do que na saúde e assistência social, que não são
contributivas.
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
A Lei 8.213/1991 repetiu o princípio constitucional da uniformidade e equivalência dos benefícios e
serviços às populações urbanas e rurais. Para evitar repetições desnecessárias, remeto-os à apostila 1 do
nosso curso.
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios;
Trata-se de repetição do princípio constitucional, porém devemos notar que a Lei 8.213/1991,
por motivos desconhecidos, suprimiu a expressão “serviços”. Isto é importante apenas para efeito de
atenção nas assertivas das questões, já que algumas bancas reproduzem a literalidade da lei, porém a
doutrina não vislumbra a supressão da palavra serviços como um impeditivo jurídico para a concessão
de tais benesses, já que muito provavelmente se tratou de um erro do legislador.
IV - cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-contribuição corrigidos
monetariamente;
De acordo com o artigo 2º, inciso IV, da Lei 8.213/1991, o salário de contribuição deve
ser corrigido monetariamente para a concessão dos benefícios. Estudaremos este instituto no capítulo
próprio dos benefícios do RGPS, porém neste momento o que se deve ter em mente é que o salário de
contribuição é utilizado para o cálculo dos benefícios e serviços e deve ser atualizado pelo INPC,
atualmente o índice legal, para que não haja defasagem do valor da prestação a ser recebida
V - irredutibilidade do valor dos benefícios de forma a preservar-lhes o poder aquisitivo;
Trata-se de princípio previsto na CF e reproduzido no artigo 2º, inciso VIII, da Lei 8.213/1991,
sendo direito subjetivo do segurado a irredutibilidade real do valor do seu benefício previdenciário e
não só a irredutibilidade nominal. Isso significa que o valor do benefício não pode ser reduzido
nominalmente e deve sofrer reajustes anuais, para que seja preservado o seu poder aquisitivo. Em regra,
os reajustes são realizados na mesma data do reajuste do salário mínimo e de acordo com o INPC.
VI - valor da renda mensal dos benefícios substitutos do salário-de-contribuição ou do rendimento
do trabalho do segurado não inferior ao do salário mínimo;
O artigo 2º, inciso VI, da Lei 8.213/1991, elenca como princípio a garantia do benefício não
inferior ao salário mínimo. Esta norma se aplica para benefícios que são substitutivos da remuneração
do trabalhador, de modo que podem ser inferiores ao salário-mínimo os benefícios de natureza
indenizatória, tal como o auxílio-acidente e o salário-família.
VII - previdência complementar facultativa, custeada por contribuição adicional;
Tal como a previsão do artigo 202 da CF/88, a Lei 8.213/1991 repetiu a previsão de adesão
facultativa a planos de previdência complementar. Destaca-se a crescente função social da previdência
complementar, uma vez que muitos gastos pessoais são acentuados quando se chega à terceira idade,
como o maior consumo de medicamentos e a elevação das mensalidades dos contratos privados de
seguro saúde.

5. Quem são os segurados obrigatórios e facultativos do RGPS?

R- Os segurados obrigatórios constituem o maior grupo de segurados do RGPS, sendo formado


por pessoas naturais, que exercem atividade laboral remunerada, com exceção do servidor público
efetivo e do militar que estejam sujeitos à regime próprio, são subdividos em cinco categorias: o
empregado, o empregado doméstico, o contribuinte individual, o trabalhador avulso e o segurado
especial.

Quanto aos Segurados facultativos, Trata-se de uma espécie tributária cuja filiação ao Regime
Geral de Previdência Social – RGPS, depende exclusivamente da vontade do contribuinte, desde que
não seja vedada expressamente esta opção.
Art. 14, Lei 8.212/91. É segurado facultativo o maior de 14 (quatorze) anos de idade que se
filiar ao Regime Geral de Previdência Social, mediante contribuição, na forma do art. 21, desde que não
incluído nas disposições do art. 12.
Art. 11, RPS. É segurado facultativo o maior de dezesseis anos de idade que se filiar ao
Regime Geral de Previdência Social, mediante contribuição, na forma do art. 199, desde que não esteja
exercendo atividade remunerada que o enquadre como segurado obrigatório da previdência social.

6. Discorra acerca do segurado especial rural, especificando as principais características


dessa categoria.
O Segurado Especial Rural são os trabalhadores que produzem em regime de economia
familiar, sem utilização de mão de obra assalariada (exceto contratações esporádicas). Nesta categoria
incluímos também os cônjuges, os companheiros e os filhos maiores de 16 anos que trabalham com a
família em atividade rural

7. Quais as classes dos dependentes no RGPS? Há ordem de preferência entre elas?

R- Dependentes são pessoas que, embora não contribuindo para a Seguridade Social, a Lei
de Benefícios elenca como possíveis beneficiários do Regime Geral de Previdência Social- RGPS,
fazendo jus as seguintes prestações: pensão por morte, auxílio – reclusão, serviço social e reabilitação
profissional. No Regime Geral de Previdência Social, são considerados dependentes do segurado: I- O
cônjuge, a companheira ou companheiro. II- O filho não emancipado, de qualquer condição, menor de
21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave.

8. Conceitue carência e período de graça, citando exemplos de prazos dos referidos


institutos na legislação que rege o RGPS.

Do Período de graça
O Art. 15 da Lei 8.213/91 prevê situações em que, mesmo sem o pagamento de contribuições
previdenciárias, é mantida a qualidade de segurado, com fundamento no princípio da solidariedade,
período que é doutrinariamente chamado de PERÍODO DE GRAÇA.
Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:
I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício, exceto do auxílio-acidente; (Redação dada pela
Lei nº 13.846, de 2019)
II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade
remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração;
III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação
compulsória;
IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso;
V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar
serviço militar;
VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo

Do Período da Carência

A concessão de alguns benefícios depende do prévio pagamento de um número mínimo


de contribuições previdenciárias em dia (Lei nº 8.213/91, art. 24). O objetivo da carência é resguardar o
equilíbrio financeiro e atuarial e evitar a prática de fraudes.

Art. 24, Lei 8.213. Período de carência é o número mínimo de contribuições mensais
indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do
primeiro dia dos meses de suas competências.

Art. 26, RPS. Período de carência é o tempo correspondente ao número mínimo de


contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas as
competências cujo salário de contribuição seja igual ou superior ao seu limite mínimo mensal. (Redação
dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).

Cômputo da carência (Art. 27 da Lei nº 8.213/91):


a) Para o empregado, o empregado doméstico, o trabalhador avulso e o contribuinte individual que
preste serviço à pessoa jurídica: como há presunção de recolhimento em dia, computando-se a
carência a partir da data de filiação/exercício da atividade remunerada;
b) Para o contribuinte individual que trabalha por conta própria, o segurado facultativo e o
segurado especial que contribui facultativamente (20% salário de contribuição) – conta-se da
data do efetivo recolhimento da primeira contribuição sem atraso. TNU e STJ entendem pela
possibilidade de computar contribuições em atraso, desde que posteriores à primeira paga sem
atraso e que não tenham sido pagas após a perda da qualidade de segurado.
c) Para o segurado especial: a partir do efetivo exercício da atividade rural ou pesqueira artesanal
para fins de subsistência, sem o auxílio de empregados permanentes
d) Termo inicial da carência. É o primeiro dia do mês da competência recolhida, não interessando
o dia em que efetivamente ocorreu o pagamento.

9. Discorra acerca da aposentadoria por incapacidade permanente, citando seus


requisitos, em quais hipóteses se dispensa o exame médico para avaliação da manutenção
das condições que ensejaram a aposentadoria por incapacidade permanente e quais as
principais consequências da recuperação do aposentado.

Aposentadoria por Incapacidade Permanente, é o benefício concedido pelo INSS


aos trabalhadores e segurados que sofrem de algum tipo de incapacidade permanente ou sem
cura, que o impossibilite totalmente para qualquer trabalho ou atividade laborativa que lhe
garanta a sua subsistência,estar incapaz de forma total e permanente para o trabalho.
Nos caso há a dispensa do exame médico para manutenção se a pessoa for Maior de 60
anos de idade, Maior de 55 anos de idade que já receba benefício de auxílio-doença ou aposentadoria
por incapacidade há pelo menos 15 anos, Segurado soropositivo (AIDS)
Requisitos- a) ser vinculado ao RGPS (regime Geral de Previdência Social); b) estar
incapacitado para exercer seu trabalho considerando o período mínimo de 15 dias corridos; c) ter no
mínimo 12 contribuições previdenciárias mensais, salvo as doenças que eliminam essa carência de 12
contribuições
A incapacidade precisa ser devidamente comprovada através de um laudo médico
pericial e você precisa estar incapaz para o trabalho habitual, não podendo ser reabilitado em
outras profissões.

10. Em regra, quais as idades e tempos de contribuição exigidos para a concessão da


aposentadoria programada aos segurados em geral, aos professores e aos segurados especiais rurais?

Para a concessão da aposentadoria programada aos segurados em geral, Homem 65 anos


de idade,20 anos de tempo de contribuição,180 meses de carência a Mulher 62 anos de idade,15 anos
de tempo de contribuição,180 meses de carência
Já para os professores e professoras segurados do RGPS, os requisitos para a
aposentadoria são: Idade mínima: 60 anos (homem), e 57 anos (mulher); Tempo de contribuição: 25
anos, para ambos os sexos, de exclusivo e efetivo exercício de funções no magistério em educação
infantil, ensinos fundamental e médio e o segurado especial rural ,60 anos de idade (homens) e 55 anos
de idade (mulheres),15 anos de tempo de contribuição (180 meses de carência)

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