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Comentários:
A consideração inicial da questão está correta: direitos são bens e
vantagens prescritos no texto constitucional e as garantias são os
instrumentos que asseguram o exercício de tais direitos, é isso que
importa neste momento. A questão erra ao dizer que a garantia do
contraditório e da ampla defesa ocorre nos processos judiciais de
natureza criminal de forma exclusiva. Veremos que o contraditório e
a ampla defesa (CF, art. 5°, LV) são garantias asseguradas em
qualquer processo judicial ou administrativo.
1
CRUZ, Vítor. Vou Ter que Estudar Direito Constitucional! E Agora? São Paulo: Método. 2011. Pg. 30.
2
Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros. pg. 412.
Pulo do Gato:
• As dimensões estão na ordem do lema da Revolução
Francesa: liberdade, igualdade, e fraternidade.
• Os direitos Políticos são os de Primeira dimensão.
• Os direitos Sociais, Econômicos e Culturais (SEC - Lembre-
se de "second") são os de segunda dimensão.
Comentários:
Exatamente.
Gabarito: Correto.
Mais observações:
• Com base neste parágrafo, vigora com força de Emenda
Constitucional o Decreto Legislativo n° 186/08 que ratificou o
texto da convenção sobre os direitos das pessoas com
3
HC 73.454, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 22-4-96, 2^ Turma, DJ de 7-6-96
Manifestação do pensamento:
Art. 5°, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo
vedado o anonimato;
Obviamente, a manifestação do pensamento não é absoluta, deve-se
respeitar os outros princípios, como a intimidade, privacidade etc.
Segundo o STF, não é possível a utilização da denúncia anônima
como ato formal de instauração do procedimento investigatório,
quando isoladamente consideradas, já que as peças futuras não
poderiam, em regra, ser incorporadas formalmente ao processo.
Nada impede, porém, que o Poder Público seja provocado pela
delação anônima e, com isso, adote medidas informais para que se
apure a possível ocorrência da ilicitude penal4. E ratifica:não serve à
persecução criminal notícia de prática criminosa sem identificação da
autoria, consideradas a vedação constitucional do anonimato e a
necessidade de haver parâmetros próprios à responsabilidade, nos
campos cível e penal, de quem a implemente 5 .
4
Inq 1.957, Rel. Min.Carlos Velloso, voto do Min. Celso de Mello, julgamento em
11-5-05, Plenário, DJ de 11-11-05.
5
STF, o HC 84827 / TO , em 2007.
Imperativo de Consciência
Inviolabilidade de domicílio:
6
Inq 2.424, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 19 e 20-11-08, Plenário, Informativo 529.
7
HC 84.772, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 19-10-04, Turma, DJ de 12-11-04.
Inviolabilidades de comunicações:
Art. 5°, XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal;
A literalidade deste dispositivo deve ser muito bem observada, pois
nos traz 2 coisas muito cobradas em concursos:
1° - Dos três sigilos ali previstos (correspondência e comunicações
telegráficas, sigilo de dados e comunicações telefônicas) só o último
deles é que permite relativização por ordem judicial: o sigilo
telefônico.
2° - Ainda que permitida a quebra do sigilo telefônico por ordem
judicial, isso não é ilimitado, deve atender a dois requisitos:
- ser feita na forma que a lei estabelecer;
- ter como finalidade investigação criminal ou instrução processual
penal.
Assim, não será permitida a quebra para instaurações de processos
cíveis sem consequências criminais.
Jurisprudência:
Gabarito: Correto.
Provas ilícitas
Faremos uma relação dessa proteção dada pelo art. 5°, XII com o
inciso LV (vedação as provas ilícitas):
Art. 5°, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas
obtidas por meios ilícitos;
Daqui, decorre o princípio dos "frutos da árvore envenenada" (fruits
of the poisoned tree), o qual diz que a admissão no processo de uma
prova ilícita, irá contaminar, tornando igualmente nulo, todos os atos
processuais que decorrerem dela.
É importante fazermos essa correlação já que as escutas telefônicas
são um dos mais importantes meios de prova em um processo
criminal, porém, para serem aceitas no processo devem ser feitas de
forma regular, através de ordem judicial.
Liberdade profissional:
8
HC 75.338, Rel. Min. Nelson Jobim, julgamento em 11-3-98, Plenário, DJ de 25-9-98.
9
RE 453.562-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 23-9-08.
10
HC 74.678, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 10-6-97, Turma, DJ de 15-8-97.
Informação e publicidade:
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
exercício profissional;
Este princípio não vai de encontro à vedação do anonimato visto
anteriormente, apenas se resguarda a origem e a forma que tal
pessoa, não anônima, conseguiu a informação.
No inciso XXXIII percebe-se que em órgãos públicos também se
assegura a todos informações de interesse particular, coletivo ou
geral, a não ser que essas informações sejam de sigilo imprescindível
à preservação da segurança da sociedade e do estado.
CF, art. 37, § 1° ^ A publicidade de atos, programas, obras, serviços
e campanhas dos órgãos públicos, terão caráter educativo,
informativo ou de orientação social, não podendo constar nomes,
símbolos, ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores.
CF, art. 93, IX ^ Todos os julgamentos dos órgãos do Poder
Judiciário serão públicos, e todas as decisões serão fundamentadas,
sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à
intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público
à informação.
No inciso LX vemos outra face desse direito e sua relativização ^ Os
atos processuais também são públicos, mas caso seja necessário
preservar a intimidade ou interesse social, a lei poderá restringir sua
publicidade.
Direito de ir e vir
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de
paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
A não observância desse direito enseja a ação de Habeas Corpus
(remédio constitucional que será visto à frente), e note que este
direito protege não só as pessoas, mas também seus bens, desde
que se cumpram as exigências da lei e estejamos em tempo de paz.
CF, art. 49, II e 84, XXII ^ Forças estrangeiras não estão amparadas
por este direito, somente podendo transitar no território nacional ou
nele permanecer, ainda que temporariamente, se permitido pelo
Presidente da República, nos casos previstos em LC, ou fora destes
casos, se autorizado pelo CN.
Direito de reunião:
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em
locais abertos ao público, independentemente de
autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
exigido prévio aviso à autoridade competente;
Inciso muito cobrado em provas. Deve-se atentar aos
seguintes requisitos:
• seja pacificamente;
• sem armas;
• não frustre outra reunião anteriormente convocada para o
local;
• avise a autoridade competente.
Veja que dispensa autorização, basta simples aviso;
Doutrinariamente, entende-se que este direito também tutela o
direito individual de não ser obrigado a reunir-se contra a própria
vontade.
11
RE 543974/MG - 2009
Observações Gerais:
Vimos que tanto na desapropriação ordinária quanto na
extraordinária precisamos de lei que regulamente a execução. A
competência para legislar sobre desapropriação é privativa da
União. Somente uma lei federal poderá regulamentar o
procedimento de desapropriação ordinária ou servir de base para a
lei específica municipal na desapropriação extraordinária de imóvel
urbano.
Dica:
Não confunda essa competência privativa para legislar sobre
desapropriação com a competência para promover a
desapropriação. Para promovê-la, como visto acima poderá
caber:
• à União, Estado/DF ou Mun. — na desapropriação
ordinária;
• ao Município — na desapropriação extraordinária de imóvel
urbano;
• à União — na desapropriação extraordinária de imóvel
rural.
Direito autoral:
Art. 5°, XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de
utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
E um privilégio vitalício e ainda vai poder ser transmitido aos
herdeiros, mas só pelo tempo que a lei fixar. Após esse tempo cairá
no domínio público.
Propriedade Industrial
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais
privilégio temporário para sua utilização, bem como
proteção às criações industriais, à propriedade das marcas,
aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo
em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico
e econômico do País;
Perceba que, diferentemente do direito autoral, a propriedade
industrial é um privilégio temporário:
• Direito autoral - Privilégio vitalício e ainda transmissível aos
herdeiros;
X
• Direito de propriedade industrial - Privilégio temporário.
Herança
XXX - é garantido o direito de herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País
será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou
dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais
favorável a lei pessoal do "de cujus";
Defesa do consumidor
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
consumidor;
ADCT, art. 48 — A CF ordenou que o congresso elaborasse o Código
de Defesa do Consumidor dentro de 120 dias após a promulgação da
Constituição.
Além do CDC, outras leis se enquadram na defesa ao consumidor,
como, por exemplo, o Estatuto do Torcedor e lei de infrações à ordem
econômica.
Vítor Cruz