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CURSO ON-LINE - D.

CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES


PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
Aula 4 - Direitos e Garantias Fundamentais - parte 1:

Fala pessoal, tudo certo? Como vão os estudos?


Animados para aula de hoje? Tomara que estejam, pois nessa aula
começaremos a ver os Direitos e Garantias Fundamentais, tema que
talvez seja o mais importante do curso, pelo simples fato de ser
cobrado em qualquer concurso que exija direito constitucional.
Nós iremos ver a teoria geral sobre esses direitos e, em seguida,
adentraremos na Constituição. Vamos lá:

Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais


Mas qual a diferença entre direitos e garantias?
Diz-se que direito é uma faculdade de agir, exercer, fazer ou deixar
de fazer algo, uma liberdade positiva. As garantias não se referem às
ações, mas sim às proteções que as pessoas possuem frente ao
Estado ou mesmo frente às demais pessoas. Diz-se que as garantias
são proteções para que se possa exercer um direito 1 .
José Afonso da Silva faz o delineamento da diferença com uma frase
exaustivamente usada pelas bancas de concurso: "Em suma (...) os
direitos são bens e vantagens conferidos pela norma, enquanto as
garantias são os meios destinados a fazer valer esses direitos, são
instrumentos pelos quais se asseguram o exercício e o gozo daquele
bens e vantagens" 2 .

1. (CESPE/Analista Processual - MPU/2010) Considerando


que os direitos sejam bens e vantagens prescritos no texto
constitucional e as garantias sejam os instrumentos que asseguram o
exercício de tais direitos, a garantia do contraditório e da ampla
defesa ocorre nos processos judiciais de natureza criminal de forma
exclusiva.

Comentários:
A consideração inicial da questão está correta: direitos são bens e
vantagens prescritos no texto constitucional e as garantias são os
instrumentos que asseguram o exercício de tais direitos, é isso que
importa neste momento. A questão erra ao dizer que a garantia do
contraditório e da ampla defesa ocorre nos processos judiciais de
natureza criminal de forma exclusiva. Veremos que o contraditório e
a ampla defesa (CF, art. 5°, LV) são garantias asseguradas em
qualquer processo judicial ou administrativo.

1
CRUZ, Vítor. Vou Ter que Estudar Direito Constitucional! E Agora? São Paulo: Método. 2011. Pg. 30.
2
Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros. pg. 412.

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Gabarito: Errado.

2. (CESPE/Contador-AGU/2010) Embora se saliente, nas


garantias fundamentais, o caráter instrumental de proteção a
direitos, tais garantias também são direitos, pois se revelam na
faculdade dos cidadãos de exigir dos poderes públicos a proteção de
outros direitos, ou no reconhecimento dos meios processuais
adequados a essa finalidade.
Comentários:
Trata-se de questão doutrinária, onde se reconhece a interligação dos
termos, o que torna difícil a tarefa de distinguir o que seriam na
verdade direitos e o que seriam garantias.
Gabarito: Correto.

3. (CAIPIMES/Advogado SP Turismo/2007 - Adaptada) Os


direitos são bens e vantagens conferidos pela norma.
Comentários:
Isso aí, essa é a definição doutrinária.
Gabarito: Correto.

4. (CAIPIMES/Advogado SP Turismo/2007 - Adaptada) As


garantias nem sempre são os meios destinados a fazer valer os
direitos constitucionais.
Comentários:
Erra a questão, pois vai contra a definição doutrinária de "garantia", a
qual seria "os meios e instrumentos que asseguram o exercício dos
direitos".
Gabarito: Errado.

Qual o campo de abrangência da expressão "Direitos e


Garantias Fundamentais?

A Constituição Federal de 1988 estabeleceu cinco espécies de direitos


e garantias fundamentais:
• 1a - direitos e deveres individuais e coletivos (CF, art. 5°);
• 2a - direitos sociais (CF, art. 6° ao 11);
• 3a - direitos de nacionalidade (CF, art. 12 e 13);
• 4a - direitos políticos (CF, art. 14 a 16); e

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• 5a - direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos
políticos (CF, art. 17).
Importante ainda é salientar que esses direitos e garantias não se
constituem em uma relação fechada, exaustiva, mas em um rol
exemplificativo, aberto para novas conquistas e reconhecimentos
futuros.
Art. 5°, § 2° - Os direitos e garantias expressos nesta
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja
parte.

E as bancas exploram isso, veja:


5. (FCC/EPP-BA/2004) A classificação adotada pelo legislador
constituinte de 1988 estabeleceu como espécies do gênero direitos
fundamentais tão-somente os direitos:
a) individuais e coletivos.
b) individuais, coletivos e sociais.
c) individuais, coletivos, sociais, de nacionalidade, políticos e
relacionados à existência, organização e participação em partidos
políticos.
d) sociais, de nacionalidade, políticos e relacionados à existência,
organização e participação em partidos políticos.
e) individuais, sociais, de nacionalidade, políticos e relacionados à
existência, organização e participação em partidos políticos.
Comentários:
A doutrina costuma dizer que os direitos fundamentais podem ser de
5 tipos: 1- Direitos e deveres individuais e coletivos; 2- Direitos
Sociais; 3- Direitos da Nacionalidade; 4- Direitos Políticos; e 5-
Direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos políticos.
A questão pegou estes tipos e desmembrou ainda mais. Se
observarmos calmamente todas as assertivas, veremos que a correta
então é a letra C, já que a letra E esqueceu dos direitos coletivos.
Gabarito: Letra C.

6. (FCC/DPE-SP/2007 - Adaptada) A Constituição Federal


compreende os direitos fundamentais como sendo os direitos
individuais e os direitos coletivos previstos no artigo 5o, excluindo
dessa categoria os direitos sociais e os direitos políticos.
Comentários:

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Não só os direitos sociais e os políticos, mas também os direitos da
nacionalidade e o do funcionamento e existência dos partidos políticos
podem ser elencados como direitos fundamentais segundo a CF/88.
Gabarito: Errado.

7. (FCC/Procurador - PGE-SP/2009) Os direitos e garantias


expressos na Constituição Federal:
a) constituem um rol taxativo.
b) não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela
adotados, entre os quais o Estado Democrático de Direito e o
princípio da dignidade humana.
c) não excluem outros decorrentes do Estado Democrático de Direito
e do princípio da dignidade humana, mas a ampliação deve ser
formalmente reconhecida por autoridade judicial no exercício do
controle de constitucionalidade.
d) não excluem outros decorrentes do Estado Democrático de Direito
e do princípio da dignidade humana, mas a ampliação deve ser
formalmente reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal ao julgar
arguição de descumprimento de preceito fundamental.
e) somente podem ser ampliados por força de Tratado Internacional
de Direitos Humanos aprovado em cada Casa do Congresso Nacional,
em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros.
Comentários:
A relação não é taxativa, mas, sim um rol aberto, exemplificativo, já
que a própria Constituição estabelece em seu art. 5° §2°, que os
direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja
parte.
Gabarito: Letra B.

8. (FCC/EPP-SP/2009) Em matéria de direitos e garantias


fundamentais, a Constituição de 5 de outubro de 1988
a) estabelece um amplo, porém taxativo, rol de direitos públicos
subjetivos.
b) demonstrou acentuada preocupação com a efetividade de suas
disposições.
c) pouco inovou em relação às Constituições brasileiras anteriores.
d) manteve-se atrelada ao padrão liberal clássico, refratário aos
direitos fundamentais de cunho prestacional.

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e) é de inspiração socialista, dependendo a plena fruição dos direitos
que consagra da planificação total da economia.
Comentários:
Letra A - Errada. O rol é aberto, exemplificativo.
Letra B - Correto, por isso previu expressamente que as normas
definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação
imediata.
Letra C - Errada. A carta de 1988 marca a restauração da democracia
no Brasil após longos anos de ditadura militar, desta forma, teve-se
efetiva preocupação em estabelecer um amplo rol de direitos e
garantias fundamentais e assegurar a sua efetividade.
Letra D - Errada. O padrão liberal clássico é a previsão somente das
liberdades individuais (direitos de primeira dimensão). A CF/88 previu
os direitos de segunda e terceira dimensão.
Letra E - Errada. A Constituição é claramente capitalista, apoiada em
princípios como a livre iniciativa e a livre concorrência.
Gabarito: Letra B.

9. (FCC/Procurador do BACEN/2006 - Adaptada) No que


tange aos direitos e garantias individuais, a Constituição Federal
apresenta um rol não taxativo, tendo em vista, sobretudo, o regime e
os princípios por ela adotados e os compromissos decorrentes de
tratados internacionais (Certo ou Errado).
Comentários:
Taí de novo... é uma questão clássica.
Gabarito: Correto.

10. (CESPE/TJAA-STM/2011) Os direitos e as garantias expressos


na Constituição Federal de 1988 (CF) excluem outros de caráter
constitucional decorrentes do regime e dos princípios por ela
adotados, uma vez que a enumeração constante no artigo 5.° da CF é
taxativa.
Comentários:
Não, trata-se de um rol aberto, não taxativo, já que segundo o art.
5° §2°, eles não excluem outos direitos e garantias decorrentes dos
regimes e princípios adotados pela constituição ou decorrentes de
tratados internacionais em que o Brasil seja parte.
Gabarito: Errado.

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11. (CESPE/MMA/2009) Os direitos e garantias fundamentais
encontram-se destacados exclusivamente no art. 5° do texto
constitucional.
Comentários:
Primeiramente, o art. 5° da CF diz respeito apenas aos direitos e
deveres individuais e coletivos, os direitos fundamentais estão
expressamente elencados do art. 5° ao 17. Além disso, o rol de
direitos fundamentais expressos não é um rol taxativo, pois por força
do art. 5° §2°, não excluem os direitos e garantias decorrentes dos
regimes e princípios adotados pela constituição ou decorrentes de
tratados internacionais em que o Brasil seja parte.
Existem, inclusive, diversos outros direitos e garantias individuais que
estão espalhados ao longo do texto constitucional, como, por
exemplo, as limitações ao poder de tributar do art. 150.
Gabarito: Errado.

12. (CESPE/Auditor Interno - AUGE-MG/2009) Nosso sistema


constitucional estabelece um rol exaustivo de direitos e garantias
fundamentais, razão pela qual eles não podem ser ampliados além
daqueles constantes do art. 5.° da CF.
Comentários:
O rol é exemplificativo. Pode ser ampliado.
Gabarito: Errado.

A doutrina costuma salientar que: embora "direitos humanos"


e "direitos fundamentais" sejam termos comumente utilizados
como sinonimos, a distinção ocorre pelo fato de que o termo
"direitos humanos" é de aspecto universal, supranacional, enquanto
"direitos fundamentais" são aqueles direitos do ser humano que
foram efetivamente reconhecidos e positivados na Constituição de um
determinado Estado.
A doutrina também costuma elencar como características destes
direitos:
• historicidade e mutabilidade - São históricos porque que
foram conquistados ao longo dos tempos. Esse caráter histórico
também remete a uma idéia cíclica de nascimento, modificação
e desaparecimento, o que nos impede de considerar tais
direitos como imutáveis.
• inalienabilidade - pois são intransferíveis e inegociáveis;

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• imprescritibilidade - podem ser invocados
independentemente de lapso temporal, eles não prescrevem
com o tempo;
• irrenunciabilidade - podem até não estar sendo exercidos,
mas não poderão ser renunciados;
• universalidade - são aplicáveis a todos, sem distinção.
• relatividade ou limitabilidade - Os direitos fundamentais não
são absolutos, são relativos, pois existem limites ao seu
exercício. Este limite pode ser de ordem constitucional
(decretação de Estado de Sítio ou de Defesa) ou encontrar-se
no dever de respeitar o direito da outra pessoa.
• indivisibilidade, concorrência e complementaridade - Os
direitos fundamentais formam um conjunto que deve ser
garantido como um todo, e não de forma parcial. Um direito
não excluiu o outro, eles são complementares, se somam,
concorrendo para dotar o indivíduo da ampla proteção;
• Interdependência - Pode ser empregada em dois sentidos:
1° - Em um primeiro momento levaria à noção de
indivisibilidade, já que a garantia de um direito fundamental
dependeria da garantia conjunta de outro direito fundamental
(exemplo: não se pode querer garantir os direitos sociais, sem
garantir os direitos econômicos);
2° - Em uma segunda acepção também é lembrada como a
relação que deve existir entre as normas (sejam elas
constitucionais ou infraconstitucionais) e os direitos
fundamentais, de forma que as primeiras (normas
constitucionais e infraconstitucionais) devem traçar os
caminhos para que efetivamente se concretizem tais direitos.

13. (FCC/TCE-MG/2007 - Adaptada) Os direitos fundamentais


são absolutos, não sendo suscetíveis de limitação no seu exercício.
Comentários:
Eles são relativos e não absolutos.
Gabarito: Errado.

14. (FCC/DPE-SP/2007 - Adaptada) A Constituição Federal deu


enorme relevância ao direitos fundamentais, assegurando-os de
maneira quase absoluta, mas certas conturbações sociais podem
desencadear a necessidade de supressão temporária de certos
direitos no atendimento do interesse do Estado e das instituições
democráticas.

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Comentários:
Isso aí, não se pode admitir que os direitos fundamentais sejam
absolutos, pois existem limites ao seu exercício. A questão fala ainda
em "necessidade de supressão temporária". Essa supressão
temporária de alguns direitos é expressamente admitida pela
Constituição nas hipoteses de Estado de Sítio e de Defesa (CF, art.
135 e 136), quando poderão ser suspensos direitos como a liberdade
de reunião e sigilo de comunicações para que não prejudiquem o
objetivo de restaurar a ordem pública.
Gabarito: Correto.

15. (CESPE/OAB-Nacional/2007) Os direitos fundamentais são


relativos e históricos, pois podem ser limitados por outros direitos
fundamentais e surgem e desaparecem ao longo da história humana.
Comentários:
Exatamente. Entre as diversas características dos direitos
fundamentais, temos a historicidade e a relatividade.
Gabarito: Correto.

16. (ESAF/Procurado - PGFN/2007 - Adaptada) Entre as


características funcionais dos direitos fundamentais encontra-se a
legitimidade que conferem à ordem constitucional e o seu caráter
irrenunciável e absoluto, que converge para o sentido da
imutabilidade.
Comentários:
Como vimos, os direitos fundamentais não são absolutos, são
relativos, pois existem limites ao seu exercício. Este limite pode ser
de ordem constitucional ou encontrar-se no dever de respeitar o
direito da outra pessoa. Outro erro também é o da conversão para
imutabilidade. Os direitos fundamentais são conquistas históricas,
com o passar do tempo se faz necessário novas conquistas pois são
novos os anseios da sociedade, assim, não podemos considerá-los
como imutáveis.
Gabarito: Errado.

17. (IADES/Analista Jurídico - CFA/2010) Sobre o tema


Direitos e Garantias fundamentais, assinale a alternativa correta.
(A) Os direitos fundamentais podem ser reclamados em um
determinado tempo, pois há um lapso temporal que limita sua
exigibilidade.

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(B) A interdependência diz respeito à relação entre normas
constitucionais e infraconstitucionais com os direitos fundamentais,
devendo as segundas zelar pelo alcance dos objetivos previstos nas
primeiras.
(C) A característica da complementaridade, refere-se à interpretação
conjunta dos direitos fundamentais objetivando sua realização de
forma parcial.
(D) A inalienabilidade dos direitos fundamentais caracteriza-se pela
impossibilidade de negociação dos mesmos, tendo em vista não
possuírem conteúdo patrimonial.
Comentários:
Letra A - Errado. Os direitos fundamentais são imprescritíveis, logo
independem de lapso temporal para serem exigidos.
Letra B - Errado. Segundo a interdependência dos direitos
fundamentais, não são as normas infraconstitucionais que devem
zelar pelas normas constitucionais, mas sim, ambas as espécies
normativas (constitucionais e infraconstitucionais), devem zelar pelo
efetivo cumprimento dos direitos fundamentais.
Letra C - Errado. Olha o que a questão fala: "objetivando sua
realização de forma parcial". Tá errado! A realização tem que ser
conjunta.
Letra D - Correto. Os direitos fundamentais são inegociáveis,
inalienáveis, não são bens!
Gabarito: Letra D.

É importante salientar que estes direitos não se


restringem a particulares, podendo, alguns, ser ga-
rantidos também a pessoas jurídicas, até mesmo de
direito publico, como, por exemplo, o direito de propriedade.

É importante que citemos ainda que a pessoa jurídica


faz jus inclusive ao direito à honra, ou seja, à sua
reputação, bom nome... Na jurisprudência do STJ -

18. (FCC/APOFP-SEFAZ-SP/2010 - Adaptada) As pessoas


jurídicas, por serem distintas das pessoas físicas, têm direito a
indenização por danos materiais, mas não por danos morais.
Comentários:

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Como vimos, diversos direitos são extensíveis às pessoas jurídicas:
pessoa jurídica faz jus a sigilo bancário, sigilo fiscal, direito de
propriedade... até mesmo o direito à honra.
Gabarito: Errado.

19. (FCC/ACE-TCE-MG/2007 - Adaptada) A Constituição Federal


vigente assegura a existência de direitos fundamentais somente às
pessoas físicas, mas não às pessoas jurídicas.
Comentários:
Dispensa comentários...
Gabarito: Errado.

20. (CESPE/MPS/2010) De acordo com a sistemática de direitos


e garantias fundamentais presente na CF, as pessoas jurídicas de
direito público podem ser titulares de direitos fundamentais.
Comentários:
Os direitos fundamentais não são aplicáveis somente aos particulares,
alguns deles podem ser garantidos também a pessoas jurídicas, até
mesmo de direito público, como o direito de propriedade.
Gabarito: Correto.

21. (CESPE/Analista Administrativo - MPU/2010) Sendo os


direitos fundamentais válidos tanto para as pessoas físicas quanto
para as jurídicas, não há, na Constituição Federal de 1988 (CF),
exemplo de garantia desses direitos que se destine exclusivamente às
pessoas físicas.
Comentários:
Em uma primeira visão, os destinatários dos direitos fundamentais
são as pessoas físicas. Porém, percebe-se que alguns princípios são
também extensíveis as jurídicas. Nem todo direito fundamental,
porém, pode ser exercido por pessoas jurídicas, como por exemplo o
direito de "ir e vir" ou de "que os presos permaneçam com os filhos
durante a amamentação". Assim, alguns direitos fundamentais são,
logicamente, inviáveis de serem exercidos por pessoas jurídicas.
Gabarito: Errado.

22. (CESPE/Analista TJRJ/2008) O direito fundamental à honra


se estende às pessoas jurídicas.
Comentários:

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Exato. Honra se refere ao bom nome, reputação e etc.. Vá você
difamar o nome de uma grande empresa como a Coca-cola, Pepsi e
etc. para ver o que acontece...
Gabarito: Correto.

Historicamente, estes direitos se constituem em uma


conquista de uma proteção do cidadão em face do poder
autoritário do Estado (daí serem classificado como elementos
limitativos da Constituição). Porém, atualmente, já se vislumbra o
uso de tais direitos nas relações entre os próprios particulares, no
que chamamos de eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
Desta forma, temos:

Proteção do particular em face do Estado.


Eficácia vertical

Proteção do particular em face de outro


Eficácia horizontal
particular.

23. (CESPE/Analista - TRT 9 a /2007) Os direitos e garantias


fundamentais não se aplicam às relações privadas, mas apenas às
relações entre os brasileiros ou os estrangeiros residentes no país e o
próprio Estado.
Comentários:
Está incorreto, pois atualmente se reconhece a eficácia horizontal dos
direitos fundamentais.
Gabarito: Errado.

24. (CESPE/AJEM-TJDFT/2008) A retirada de um dos sócios de


determinada empresa, quando motivada pela vontade dos demais,
deve ser precedida de ampla defesa, pois os direitos fundamentais
não são aplicáveis apenas no âmbito das relações entre o indivíduo e
o Estado, mas também nas relações privadas. Essa qualidade é
denominada eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
Comentários:
Isso aí. Ainda que no âmbito dos poderes privados, os direitos
fundamentais devem ser respeitados.
Gabarito: Correto.

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É comum que a doutrina classifique os direitos fundamentais


em dimensões, principalmente em 1a, 2a e 3a dimensões
(antes o termo usado era gerações, mas atualmente o uso
deste termo é repudiado pelo fato de induzir ao pensamento de que
uma geração acabaria por substituir a outra - o que é incorreto - e,
ainda, que os direitos foram conquistados exatamente na ordem
exposta, o que não é exatamente verdade em muitos países).
É importante que revisemos aqui um pouco do que vimos sobre a
"evolução do Estado" para entender melhor a questão dos direitos
fundamentais:
"Junto com o constitucionalismo temos a evolução do conceito de
Estado. Com a Revolução Francesa e pela Independência dos Estados
Unidos temos o início do Estado Liberal, já que se asseguraram as
liberdades individuais, que vieram a ser chamadas de "direitos de
primeira geração". Segundo os conceitos do liberalismo, o homem é
naturalmente livre, então, buscou-se limitar o poder de atuação dos
Estados para dotar de maior força a autonomia privada e deixar o
Estado apenas como força de harmonização e consecução dos
direitos.
Na Constituição mexicana de 1917 e na de Weimar (Alemanha) em
1919, que nascem logo após a 1a Guerra Mundial, temos um estilo de
Constituição que prega não mais os direitos individuais em sentido
estrito, mas uma visão mais ampla, do indivíduo em sociedade. Não
podemos associá-la, do ponto de vista histórico, ao conceito de
"constituição liberal" expresso pela Revolução Francesa. Ela vai além
do "Estado liberal". A Constituição Mexicana de 1917 passa a trazer
em seu texto mais do que simples liberdades (direitos de 1a geração
- liberdades individuais - direitos políticos e civis). Ela traz os direitos
econômicos, culturais e sociais (direitos de segunda geração -
relacionados à igualdade), surgindo então o conceito de "Estado
Social". Desta forma, possui como característica a mudança da
concepçào de constituição sintética para uma constituição analítica,
mais extensa, capaz de melhor conter os abusos da
discricionariedade. Aumenta assim a intervenção do Estado na ordem
econômica e social, dizendo-se que a democracia liberal-econômica
passa a ser substituída pela democracia social.

Esse estado social é superado com o fim da 2a Guerra Mundial, temos


então o surgimento do Estado Democrático de Direito marcado pelas
iniciativas relacionadas à solidariedade e aos direitos coletivos".
Grosso modo, podemos fazer uma correlação de que forma esses
direitos foram surgindo e a fase pela qual o mundo passava.
Vejamos:

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Fase Marco Dimensão Direitos Marco no
Mundial dos Brasil
direitos
Estado Revolução ia Liberdade: Incipiente
Liberal Francesa e na CF/1824
Direitos civis e
Independê e
políticos
ncia dos fortalecido
EUA na CF/1891
Estado Pós 1a 2a Igualdade: CF/1934
Social Guerra
Direitos Sociais,
Mundial -
Econômicos e
Constituiçã
Culturais.
o Mexicana
(1917) e
Weimar
(1919).

Estado Pós 2a 3a Solidariedade CF/1988


Democrático Guerra (fraternidade):
Mundial.
Direitos coletivos e
difusos.

Pulo do Gato:
• As dimensões estão na ordem do lema da Revolução
Francesa: liberdade, igualdade, e fraternidade.
• Os direitos Políticos são os de Primeira dimensão.
• Os direitos Sociais, Econômicos e Culturais (SEC - Lembre-
se de "second") são os de segunda dimensão.

A primeira dimensão dos direitos são os chamadas liberdades


negativas, clássicas ou formais, pois foram as primeiras conquistas de
libertação do povo em face do Estado. Eram protetoras. Eram formais
pois via o homem como um ser genérico, abstrato, todos iguais, mas
sem enxergar as verdadeiras diferenças materiais (econômica,
cultural...) entre as pessoas.
A segunda dimensão reflete a busca da igualdade material, é
também o que se chama das liberdades positivas, pois pressupõem
não só uma proteção individual em face do Estado, mas uma efetiva
ação estatal para que se concretizassem a igualdade econômica,
social e cultural.

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A terceira dimensão enxerga o homem em sociedade. Desta forma,
se preocupa com os direitos coletivos (pertencentes a um grupo
determinado de pessoas) e os direitos difusos (pertencentes a uma
coletividade indeterminada). São exemplos destes direitos o direito à
paz, ao meio ambiente equilibrado, ao progresso e desenvolvimento,
o direito de propriedade ao patrimonio comum da humanidade, o
direito de comunicação, entre outros.
Nesta 3a dimensão podemos incluir ainda o que se chama de "direitos
republicanos". Estes seriam os direitos do cidadão pensando no
patrimônio público comum (res publica - coisa pública). Assim, o
cidadão age ativamente para defender as instituições da sociedade
reprimindo danos ao meio ambiente, ao patrimônio histórico-cultural,
praticas de corrupção, nepotismo, e imoralidades administrativas. O
principal instrumento deste exercício é a ação popular que veremos à
frente.
Podemos expor aqui, ainda, posicionamentos sobre a quarta e
quinta dimensões:
4a dimensão - O professor Paulo Bonavides também propôs que já
existiria a 4a dimensão dos direitos, ou seja, os direitos que se
vinculam à idéia de democracia, especialmente a democracia direta,
incluindo o direito à informação e o direito ao pluralismo. Esta
dimensão foi alcançada através da universalização dos direitos
promovida pela globalização. Noberto Bobbio também já faz alusão a
uma possível quarta dimensão dos direitos fundamentais, mas, de
forma diversa de Bonavides. Para o autor, a quarta dimensão estaria
materializada nos direitos relativos à biotecnologia e ao patrimônio
genético dos indivíduos.
5a dimensão - O professor Bonavides ainda vislumbra a quinta
dimensão dos direitos fundamentais, segundo ele, pela necessidade
de se colocar em maior destaque o direito à paz, principalmente
devido aos recentes atentados terroristas a partir do 11 de Setembro
nos Estados Unidos. Outros diversos autores tratam dos direitos de
quinta geração como os direitos "virtuais" ou "cibernéticos", ou seja,
aqueles relativos ao comércio e contratos eletrônicos, publicidade
virtual, e os interligados à defesa da honra e da dignidade da pessoa
humana no meio da internet, entre outros correlatos.

Questões sobre dimensões/gerações dos direitos:


25. (FCC/Analista TRF 4 a /2010) São direitos fundamentais
classificados como de segunda geração
a) os direitos econômicos e culturais.
b) os direitos de solidariedade e os direitos difusos.
c) as liberdades públicas.

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d) os direitos e garantias individuais clássicos.
e) o direito do consumidor e o direito ao meio ambiente equilibrado.
Comentários:

Olha o macete: Segunda dimensão é o "SECond" - sociais,


econômicos e culturais.
Gabarito: Letra A.

26. (FCC/Procurador-PGE-SP/2009 - Adaptada) Liberdade,


Igualdade e Fraternidade, ideais da Revolução Francesa, podem ser
relacionados, respectivamente, com os direitos humanos de primeira,
segunda e terceira gerações.
Comentários:
É isso aí...
Gabarito: Correto.

27. (FCC/Procurador-PGE-SP/2009 - Adaptada) O direito à


paz inclui-se entre os direitos humanos de segunda geração.
Comentários:
Não não... direito à paz não é de segunda geração não, é um direito
da sociedade, um direito difuso, seria de terceira dimensão.
Gabarito: Errado.

28. (FCC/Procurador-PGE-SP/2009 - Adaptada) Os direitos


humanos de primeira geração foram construídos, em oposição ao
absolutismo, como liberdades negativas; os de segunda geração
exigem ações destinadas a dar efetividade à autonomia dos
indivíduos, o que autoriza relacioná-los com o conceito de liberdade
positiva e com a igualdade.

Comentários:
Exatamente.
Gabarito: Correto.

29. (FCC/DPE-SP/2007 - Adaptada) Os direitos republicanos


têm surgido na doutrina como uma nova categoria onde o cidadão
passa a pensar no interesse público explicitamente para fazer frente à
ofensa à coisa pública, como o nepotismo, a corrupção, bem como às
políticas de Estado que, a pretexto de se caracterizarem como

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públicas, na verdade podem atender a interesses particulares
indefensáveis.
Comentários:
Isso aí, tratam-se de direitos de terceira dimensão. O homem
pensando em sociedade e agindo contra as políticas chamadas de
"patrimonialistas".
Gabarito: Correto.

30. (FCC/Analista TRT 9/2004) Os direitos fundamentais são


também classificados em três gerações. Os de primeira, segunda e
terceira gerações correspondem, respectivamente, aos direitos:
a) à democracia ou ao pluralismo; de fraternidade ou de
solidariedade; e de liberdade ou de defesa.
b) de liberdade ou de defesa; de prestação por parte do Estado ou
sociais; e de fraternidade ou de solidariedade.
c) de prestação por parte do Estado ou sociais; à democracia ou à
informação; e de liberdade ou de defesa.
d) de fraternidade ou de solidariedade; de liberdade ou de defesa; e
à igualdade material ou à isonomia.
e) à informação ou ao pluralismo; de fraternidade ou de
solidariedade; e de prestação por parte do Estado ou econômicos.
Comentários:
A resposta dispensa muitas divagações. Claramente é a letra B!
Gabarito: Letra B.

31. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Direitos humanos de


terceira geração, por seu ineditismo e pelo caráter de lege ferenda
que ainda comportam, não recebem tratamento constitucional.
Comentários:
Por "lege ferenda" entenda-se como algo ainda sem vigor, que será
aplicado no futuro. Está errada a assertiva já que os direitos de
"terceira geração" são os direitos coletivos e difusos e estão
positivados na Constituição Federal.
Gabarito: Errado.

32. (CESPE/DPE-ES/2009) Os direitos de primeira geração ou


dimensão (direitos civis e políticos) — que compreendem as
liberdades clássicas, negativas ou formais — realçam o princípio da
igualdade; os direitos de segunda geração (direitos econômicos,
sociais e culturais) — que se identificam com as liberdades positivas,

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reais ou concretas — acentuam o princípio da liberdade; os direitos
de terceira geração — que materializam poderes de titularidade
coletiva atribuídos genericamente a todas as formações sociais —
consagram o princípio da solidariedade.
Comentários:
Inverteram-se os princípios referentes à primeira e segunda
gerações. A primeira dimensão materializa a liberdade, já a igualdade
é referente à segunda dimensão.
Gabarito: Errado.

33. (CESPE/Advogado - CEHAP/2009) A evolução cronológica


do reconhecimento dos direitos fundamentais pelas sociedades
modernas é comumente apresentada em gerações. Nessa evolução, o
direito à moradia está inserido nos direitos fundamentais de terceira
geração, que são os direitos econômicos, sociais e culturais, surgidos
no início do século XX.
Comentários:
Opa!!!
Obrigado Vítor não esqueço mais... Os direitos sociais, econômicos e
culturais são direitos de segunda geração e não de terceira (esta
geração é marcada pelos direitos coletivos e difusos).
Gabarito: Errado.

34. (CESPE/Analista - DPU/2010) Acerca dos direitos sociais,


assinale a opção correta.
a) O cerceamento à liberdade de expressão é uma clara afronta aos
direitos sociais capitulados na CF.
b) Os direitos sociais são exemplos típicos de direitos de 2.a geração.
c) O direito à vida e o direito à livre locomoção são exemplos de
direitos sociais.
d) Os direitos sociais são exemplos de liberdades negativas.
e) Os direitos sociais contemplados na CF, pela sua natureza, só
podem ser classificados como direitos fundamentais de eficácia plena,
não dependendo de normatividade ulterior.
Comentários:

..Olha o SECond aí denovo...


Gabarito é a letra B !!!
Vamos analisar o resto:

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Letra A - Errado. Trata-se de direito individual, não social.
Letra C - Errado. Mais uma vez, são individuais, não sociais.
Letra D - Errado. As liberdades negativas são os direitos individuais,
são uma proteção. Os direitos sociais são "positivos" (necessitam que
se faça uma ação).
Letra E - Errado. Os direitos sociais são em regra de eficácia
LIMITADA, precisam que se façam leis e ações administrativas para
que possam ser concretizados.
Gabarito: Letra B.

35. (CESPE/Analista - DPU/2010) Os direitos políticos são


exemplos típicos de direitos de 3.a geração
Comentários:
Os direitos Políticos são de Primeira geração ou dimensão, da mesma
forma que os civis.
Gabarito: Errado.

36. (CESPE/DETRAN-DF/2009) O direito ao meio ambiente


ecologicamente equilibrado é considerado direito fundamental de
terceira geração.
Comentários:
Exato, trata-se de um direito difuso, preocupado com o homem em
sociedade, sendo assim, de terceira dimensão.
Gabarito: Correto.

37. (CESPE/OAB-Nacional/2007) O direito ao progresso é um


exemplo de direito fundamental de segunda geração ou dimensão.
Comentários:
É um direito de terceira dimensão.
Gabarito: Errado.

38. (CESPE/Auditor - TCE-PE/2004) Na evolução dos direitos


fundamentais, consolidou-se a classificação deles em diferentes
gerações (direitos fundamentais de primeira, segunda e terceira
gerações), as quais se sucederam e se substituíram ao longo do
tempo, a partir, aproximadamente, da Revolução Francesa de 1789.
Comentários:

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Não não não... Essa é a maior crítica ao uso do termo "geração" de
direitos. Os direitos não se sucederam e substituíram, eles foram se
acumulando.
Gabarito: Errado.

39. (CESPE/Defensor Publico - Alagoas/2003) O direito ao


desenvolvimento, o direito à paz, o direito ao meio ambiente e o
direito de propriedade ao patrimônio comum da humanidade podem
ser considerados como direitos de segunda geração ou dimensão.
Comentários:
Estes seriam de terceira dimensão.
Gabarito: Errado.

40. (CESPE/Defensor PUblico - Alagoas/2003) O direito de


comunicação pode ser enquadrado no rol dos direitos de terceira
dimensão ou geração.
Comentários:
Pode sim.
Gabarito: Correto

Teoria dos limites e o nUcelo essencial dos direitos


fundamentais:
É pacífico, na doutrina e na jurisprudência, que os direitos e garantias
fundamentais não são absolutos, todos eles são relativos. Diz-se que
são relativos, pois estão sujeitos a restrições, tais restrições ora serão
impostas pelo legilslador (nos casos em que a Constituição autorize,
expressa ou implicitamente), ora serão impostas por outros direitos
que poderão com eles colidir no caso concreto, devendo, neste caso,
ser harmonizados, para descobrir qual prevalecerá, o intérprete (juiz)
fará então uso do princípio da harmonização (ou concordância
prática, ou ainda ponderação de interesses).
Permite-se, então, para se proteger o teor de certos direitos
fundamentais, que o legislador crie restrições a algum desses
direitos. Essas restrições legais deverão decorrer de autorização da
Constituição, porém, estas autorizações podem estar expressas na
Constituição (limitações expressamente constitucionais) ou de forma
implícita (limitações tacitamente constitucionais).
Quando a Constituição permite a restrição de um direito através de
lei, surge o que a doutrina chama de "reserva legal". Ou seja,
reservou-se à lei o direito de estabelecer uma limitação. Essa reserva
legal será chamada de:

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• Reserva legal simples - quando a Constituição se limita a
autorizar a restrição (Ex. Art. 5° VII - é assegurada, "nos termos da
lei", a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva); ou
• Reserva legal qualificada - quando, além de autorizar a
restrição, a Constituição estabelece o que a lei fará (Ex. Art. 5°, XII -
autoriza que a lei venha a trazer hipóteses de interceptação
telefônica, mas somente para atender aos fins de investigação
criminal ou instrução processual penal).
É importante salientar que o legislador possui limites no seu exercício
de limitação do direito fundamental, o que se tem chamado de os
"limites dos limites". E qual seria tal limite? Seria a preservação do
"núcleo essencial" do direito fundamental.
O núcleo essencial é a essência do direito fundamental, o seu
conteúdo intocável, protegido de forma que o direito o qual está
sofrendo a restrição não fique descaracterizado e perca a sua
efetividade. Embora não seja expresso na Constituição, a doutrina e a
jurisprudência, adotam a proteção ao núcleo essencial como implícito
em nosso ordenamento jurídico.

41. (CESPE/Agente-Hemobrás/2008) A teoria dos limites dos


limites serve para impor restrições à possibilidade de limitação dos
direitos fundamentais.
Comentários:
É exatamente isso. Sabemos que os direitos fundamentais não são
absolutos, são relativos já que podem sofrer limitações. Essas
limitações também sofrem restrições, o chamado "limites dos
limites".
Gabarito: Correto.

42. (FCC/DPE-MA/2003) Os direitos fundamentais consagrados


na Constituição brasileira:
a) são sempre direitos ilimitados.
b) são sempre considerados direitos absolutos.
c) não podem sofrer, em qualquer caso, restrições por intermédio de
legislação.
d) somente podem ser restringidos pelo exercício do poder de polícia
quando este estiver expressamente previsto na Constituição para o
caso.
e) tem a natureza de direitos relativos porquanto convivem com
outros direitos e liberdades individuais ou coletivas.

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Comentários:
Questão que também não necessita de muitos comentários. Os
direitos fundamentais são relativos, devem respeitar-se
reciprocamente.
Gabarito: Letra E

43. (FCC/Procurador - PGE-PE/2004) Em ocorrendo colisão de


direitos fundamentais consagrados por normas constitucionais de
eficácia plena, não sujeitos, portanto, a restrições legais, o intérprete
constitucional poderá adotar, para solução de caso concreto, o
princípio da:
a) ponderação de interesses.
b) interpretação adequadora.
c) congruência.
d) relativização dos direitos fundamentais.
e) interpretação conforme a Constituição.
Comentários:
O princípio seria da harmonização ou concordância prática, ou ainda
ponderação de interesses, de forma a descobrir no caso concreto qual
irá prevalecer.
Gabarito: Letra A

44. (ESAF/PGFN/2007) O direito de livre locomoção (é livre a


locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer
pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com
seus bens) pode sofrer restrição, conforme previsto na Constituição,
por meio da chamada reserva legal qualificada.
Comentários:
Seria uma reserva legal "simples" pois a Constituição limitou-se a
prever que será "nos termos da lei" sem se preocupar em dizer quais
seriam estes termos.
Gabarito: Errado.

45. (ESAF/ATRFB/2009) A Constituição Federal de 1988 previu


expressamente a garantia de proteção ao núcleo essencial dos
direitos fundamentais.
Comentários:
Essa garantia é implícita e não expressa.

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Gabarito: Errado.

Sobre as normas dos direitos e garantias fundamentais:


Art. 5° § 1° - As normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata.
Este dispositivo mostra a preocupação com a efetividade dos direitos
e garantias fundamentais. O que ele quer dizer na verdade, Vítor?
Quer dizer que "em regra" devemos aplicar imediatamente todos dos
direitos e garantias, não ficando parados, sentados, dormindo,
esperando que venha uma lei para regulamentá-los.
Pode haver regulamentação legal? Sim, mas esta não é essencial
para a sua efetividade quando for possível aplicar desde logo o
direito.
Isso não quer dizer que as normas ali sejam todas de eficácia plena.
Na verdade, trata-se apenas um apelo para que se busque
efetivamente aplicá-las e assim não sejam frustrados os anseios da
sociedade.

46. (FCC/Técnico-TRE-PI/2009 - Adaptada) As normas


definidoras dos direitos e garantias fundamentais não têm aplicação
imediata, submetendo- se à regulamentação legislativa.
Comentários:
Isso contraria o disposto no art. 5°, §1° da Constituição.
Gabarito: Errado.

47. (CESPE/PM-DF/2010) Segundo a CF, as normas


constitucionais que prescrevem direitos e garantias fundamentais
têm eficácia contida e dependem de regulamentação.
Comentários:
Segundo a Constituição (CF, art. 5°, §1°) elas têm aplicação
imediata refletindo-se num apelo para que se busque efetivamente
aplicá-las e assim não sejam frustrados os anseios da sociedade.
Gabarito: Errado.

Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos:


§ 3° Os tratados e convenções internacionais sobre direitos
humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos

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votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais. (Incluído pela EC 45/04)
A EC 45/04 abriu a possibilidade de ampliar a relação dos direitos
fundamentais de status constitucional através da aprovação de
tratados internacionais pelo mesmo rito de emendas constitucionais.
Vamos entender melhor isso:
• A regra é que os tratados internacionais são equivalentes às
leis ordinárias.
• A exceção é essa acima - eles vão estar equiparados às
Emendas Constitucionais caso cumpram estes requisitos
acima, ou seja, versem sobre direitos humanos e o decreto
legislativo relativo a ele seja aprovado pelo mesmo rito
exigido para as emendas à Constituição.
• Ainda que não aprovados pelo rito das Emendas, se versarem
sobre direitos humanos, o STF entende que possuem
"supralegalidade" podendo revogar leis anteriores e devendo
ser observados pelas leis futuras. É assim, por exemplo, que
vigora em nosso ordenamento o "Pacto de San Jose da Costa
Rica" - status acima das leis e abaixo da Constituição.
• Lembrando que (CF, art. 49, I e 84, VII) cabe ao Congresso
Nacional - por meio de Decreto Legislativo - resolver
definitivamente sobre tratados internacionais (seja sobre
direitos humanos ou não), referendando-os e, após isso, estes
passarão a integrar o ordenamento jurídico nacional entrando
em vigor após a edição de um decreto presidencial.

Esquematizando, um tratado pode adquirir 3 status


hierárquicos:
1- Regra: Status de lei ordinária. Caso seja um tratado que não
verse sobre direitos humanos.
2- Exceção 1: Status Supralegal. Caso seja um tratado sobre
direitos humanos não votado pelo rito de emendas constitucionais,
mas pelo rito ordinário;
3- Exceção 2: Status constitucional. Caso seja um tratado sobre
direitos humanos votado pelo rito de emendas constitucionais (3/5
dos votos, em 2 turnos de votação em cada Casa). Essa possibilidade
só passou a existir com a EC 45/04.

Mais observações:
• Com base neste parágrafo, vigora com força de Emenda
Constitucional o Decreto Legislativo n° 186/08 que ratificou o
texto da convenção sobre os direitos das pessoas com

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deficiência e de seu protocolo facultativo, assinados em Nova
Iorque, em 30 de março de 2007.
• Não precisa necessariamente ser direito individual, perceba que
a norma fala direitos humanos.
• Segundo o STF, como os tratados internacionais são
equiparados às leis ordinárias, não podem versar matéria
sob reserva constitucional de lei complementar, pois em
tal situação, a própria Carta Política subordina o tratamento
legislativo de determinado tema ao exclusivo domínio nor-
mativo da Lei Complementar.

48. (FCC/Analista Judiciário - Biblioteconomia - TRT


a
24 /2011) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos
humanos que forem aprovados:
a) pela Câmara dos Deputados, por maioria absoluta, mediante
aprovação prévia da Advocacia Geral da União, serão equivalentes à
Lei ordinária.
b) pelo pleno do Supremo Tribunal Federal, desde que previamente
aprovada pelo Presidente da República e Senado Federal, serão
equivalentes às Leis ordinárias.
c) pelo pleno do Supremo Tribunal Federal, desde que previamente
aprovada pelo Presidente da República e Senado Federal, serão
equivalentes às Leis complementares.
d) em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais.
e) pelo Presidente da República serão equivalentes à Medida
Provisória e serão levados à Câmara dos Deputados, para, mediante
aprovação por maioria dos votos, serem convertidas em Leis
ordinárias.
Comentários:
A questão queria, simplesmente, cobrar do candidato o conhecimento
sobre a disposição constitucional do art. 5°, §3°, inserida pela EC
45/04 que passou a admitir tratados internacionais de status
constitucional, desde que fossem aprovados pelo mesmo rito de uma
emenda constitucional, ou seja, aprovados em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Gabarito: Letra D.

49. (FCC/Analista - TJ-PI/2009) Os tratados e convenções


internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por dois quintos dos

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votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.
Comentários:
Para que alcancem esse status precisam de 3/5 dos votos e não 2/5.
Gabarito: Errado.

50. (CESPE/PM-DF/2010) Se o Congresso Nacional aprovar, em


cada uma de suas casas, em dois turnos, por três quintos dos seus
votos dos respectivos membros, tratado internacional que verse
sobre direitos humanos, esse tratado será equivalente às emendas
constitucionais.
Comentários:
É a literalidade do dispositivo encontrado na Constituição em seu art.
5°, §3°.
Gabarito: Correto.

51. (CESPE/PGE-AL/2008) Sabendo que o § 2.° do art. 5.° da


CF dispõe que os direitos e garantias nela expressos não excluem
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou
dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil
seja parte, então, é correto afirmar que, na análise desse dispositivo
constitucional, tanto a doutrina quanto o STF sempre foram unânimes
ao afirmar que os tratados internacionais ratificados pelo Brasil
referentes aos direitos fundamentais possuem status de norma
constitucional.
Comentários:
A regra é que os tratados internacionais após serem internalizados
serão equivalentes às leis ordinárias, somente serão equivalentes
às emendas se contiverem os seguintes requisitos:
• Versem sobre direitos humanos; e
• Forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional,
da mesma forma que uma emenda constitucional, ou seja:
• Em dois turnos; e
• Por 3/5 dos votos de seus respectivos membros;
E essa possibilidade só foi aberta pela EC 45/04.
Gabarito: Errado.

52. (CESPE/PGE-AL/2008) A EC n.° 45/2004 inseriu na CF um


dispositivo definindo que os tratados e convenções internacionais

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sobre direitos humanos que forem aprovados no Congresso Nacional
com quorum e procedimento idênticos aos de aprovação de lei
complementar serão equivalentes às emendas constitucionais.
Comentários:
Para adquirir status de emenda devem ser votados pelo mesmo rito
de uma emenda constitucional e não pelo procedimento de uma lei
complementar.
Gabarito: Errado.

53. (CESPE/OAB-Nacional/2007) Quando previstos em tratados


e convenções internacionais, os direitos fundamentais são
equivalentes às emendas constitucionais.
Comentários:
Isso só acontecerá se forem ratificados pelo rito de votação das
emendas constitucionais. Não basta estarem previstos em tratados.
Gabarito: Errado.

Tribunal Penal Internacional:


§ 4° O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
(Incluído pela EC 45/04)
Outra inovação da EC 45/04. Esse dispositivo tem sido cobrado
apenas literalmente nos concursos, independente do nível.

54. (FCC/Analista - TJ-PI/2009) O Brasil se submete à


jurisdição do Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha
manifestado adesão.
Comentários:
Isso aí. Literalidade do art. 5° §4° da Constituição.
Gabarito: Correto

55. (CESPE/Técnico-TRT 17a/2009) O Brasil se submeterá à


jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação manifestar
adesão.
Comentários:
Literalidade do art. 5° §4° da Constituição. Essa foi uma inovação
trazida pela EC 45/04.
Gabarito: Correto.

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56. (CESPE/Técnico-TJ-TJ/2008) A submissão do Brasil ao


Tribunal Penal Internacional depende da regulamentação por meio de
lei complementar.
Comentários:
Não há necessidade de lei complementar.
Gabarito: Errado.

Agora começaremos a estudar separadamente cada um dos


direitos e garantias fundamentais:
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos:
Esses direitos estão presentes no art. 5° da Constituição Federal.
Os direitos individuais são uma cláusula pétrea de
nossa Constituição (CF, art. 60 §4°) - isso quer dizer que
não podem ser abolidos ou ter a sua eficácia reduzida por
uma emenda constitucional. Eles são "de pedra", permanentes, uma
modificação poderá fortalecê-los, mas nunca enfraquecê-los.
Sabemos que a relação não é exaustiva, pois por força do § 2° do
art. 5°, não se excluem outros direitos decorrentes dos regimes e
princípios adotados pela Constituição ou decorrentes de tratados
internacionais em que o Brasil seja parte. Assim, existem diversos
outros direitos individuais e coletivos também protegidos como
cláusula pétrea, espalhados ao longo do texto constitucional, como,
por exemplo, as limitações ao poder de tributar do art. 150.

57. (CESPE/Agente-Hemobrás/2008) Dos direitos


fundamentais, apenas os direitos e garantias individuais podem ser
considerados como cláusulas pétreas.
Comentários:
Não existe exata delimitação das cláusulas pétreas formadas pelos
direitos e garantias fundamentais. Alguns autores defendem que os
direitos sociais também seriam cláusulas pétreas, outros defendem
que não. Nos afastando desta polêmica, a questão se resolve pelo
fato de o voto direto, secreto, universal e periódico também ser um
direito fundamental (CF, art. 14) e também ser uma cláusula
pétrea, que segundo o art. 60 §4°, são:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.

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Gabarito: Errado.

58. (CESPE/AJAA-STF/2008) Todos os direitos e garantias


fundamentais previstos na CF foram inseridos no rol das cláusulas
pétreas.
Comentários:
Dentre os direitos e garantias fundamentais, a CF só previu como
cláusula pétrea os direitos e garantias individuais e o voto com as
suas características de ser "direto, secreto, universal e periódico".
Gabarito: Errado.

Caput do art. 5°:


Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes:
Embora a literalidade do caput expresse o termo "residente", o STF
promoveu uma mutação constitucional, ampliando o escopo desses
direitos. O Supremo decidiu que deve ser entendido como todo
estrangeiro que estiver em território brasileiro e sob as leis
brasileiras, mesmo que em trânsito. Assim o estrangeiro em trânsito
estará amparado pelos direitos individuais, e poderá inclusive fazer
uso de "remédios constitucionais" como habeas corpus e mandado de
segurança. Ressalva-se que o estrangeiro não poderá fazer uso de
todos os direitos, pois alguns são privativos de brasileiros como, por
exemplo, o uso da ação popular.

59. (FCC/Analista TRF 4a/2010) A inviolabilidade do direito à


vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade são
garantias previstas na Constituição Federal:
a) aos brasileiros, não estendidas às pessoas jurídicas.
b) aos brasileiros natos, apenas.
c) aos brasileiros natos e aos estrangeiros com residência fixa no
País.
d) aos brasileiros, natos ou naturalizados.
e) aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País.
Comentários:
Esses direitos são assegurados aos brasileiros e estrangeiros sob leis
brasileiros, pessoas físicas e, em alguns casos, pessoas jurídicas. O

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estrangeiro também não precisa ter residência fixa, basta estar sob
as leis brasileiras.
Gabarito: Letra E.

60. (FCC/Procurador Pref. Santos/2005) Conforme previsto na


Constituição Federal de 1988, os direitos e garantias fundamentais
são:
a) garantidos apenas aos brasileiros, em face do princípio da
soberania nacional.
b) definidos por normas de aplicação imediata.
c) enunciados em rol fechado e taxativo, dado seu caráter de cláusula
pétrea.
d) alteráveis apenas por emendas à Constituição, decorrentes de
iniciativa popular.
e) revogáveis apenas sob intervenção federal.
Comentários:
Letra A - Errado. São assegurados aos brasileiros e estrangeiros sob
leis brasileiras.
Letra B - Correto. Colocou o que a Constituição expressamente diz
em seu art. 5°, §4°: as normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata.
Letra C - Errado. Trata-se de um rol aberto, exemplificativo.
Letra D - Errado. As emendas à Constituição não podem ser
propostas por iniciativa popular, esta se restringe a propor projetos
de leis ordinárias e complementares. Importante salientar também,
que o art. 5° da Constituição é uma cláusula pétrea (não pode ser
abolido ou ter o seu escopo reduzido por emendas constitucionais),
tal proteção não abrange os demais direitos fundamentais.
Letra E - Alternativa sem pé nem cabeça.
Gabarito: Letra B.

61. (CESPE/ANAC/2009) Os direitos fundamentais não são


assegurados ao estrangeiro em trânsito no território nacional.
Comentários:
O estrangeiro, ainda que em trânsito, fará jus à proteção dos direitos
fundamentais.
Gabarito: Errado.

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62. (CESPE/ANAC/2009) A CF assegura a validade e o gozo dos
direitos fundamentais, dentro do território brasileiro, ao estrangeiro
em trânsito, que possui, igualmente, acesso às ações, como o
mandado de segurança e demais remédios constitucionais.
Comentários:
Item anulado. Preliminarmente foi considerada correta. A questão
cometeu um pequeno deslize, que acarretou sua anulação: o termo
"demais remédios constitucionais". Ao empregar este termo, acabou
incluindo o estrangeiro como titular do direito de impetrar ação
popular, e veremos que isso está errado, já que somente o cidadão
brasileiro é que poderá fazer uso de tal remédio. Se fosse usado o
termo "outros remédios" e não "demais remédios", o que dá a idéia
de "todos os outros", a questão estaria correta.
Gabarito: Anulado.

Igualdade (ou Isonomia):


Art. 5°, I - homens e mulheres são iguais em direitos e
obrigações, nos termos desta Constituição;
O caput também faz menção a este princípio, quando diz: todos
são iguais perante a lei.
Este princípio pode ser entendido como: "a lei não pode fazer
distinção, deve tratar de forma igual os iguais e de forma desigual os
desiguais na medida de suas desigualdades". Desta forma, temos
dois diferentes tipos de isonomia:

Todos poderão igualmente buscar


Isonomia formal
os direitos expressos na lei.

É a igualdade real, vai além da


igualdade formal. A busca da
igualdade material acontece
quando são tratadas desigualmente
as pessoas que estejam em
situações desiguais. Geralmente
usada para favorecer alguns
Isonomia material
grupos que estejam em posição de
desvantagem. Obviamente ela só
será válida se for pautada em um
motivo lógico e justificável. Ex.
Destinação de vagas especiais para
deficientes físicos em concursos
públicos.

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A doutrina também costuma diferenciar outras duas formas de


isonomia (ambas comportadas pela Constituição):

Com a lei já elaborada, esta


igualdade direciona o aplicador
Igualdade perante a lei da lei para que a aplique sem
fazer distinções (isonomia
formal).

É o princípio que direciona o


legislador a não fazer distinções
Igualdade na lei entre as pessoas no momento de
se elaborar uma lei.

63. (FCC/Procurador-BACEN/2006) O princípio da isonomia


deflui, em termos conceituais, de um dos fundamentos
constitucionalmente expressos da República Federativa do Brasil e
que é a:
a) soberania.
b) publicidade.
c) dignidade da pessoa humana.
d) livre iniciativa.
e) não-intervenção.
Comentários:
São os fundamentos da república federativa do Brasil: Soberania -
Cidadania - Dignidade da Pessoa Humana - Valores sociais do
trabalho e da livre Iniciativa - Pluralismo político.
O princípio da igualdade entre as pessoas (isonomia) decorre
claramente da Dignidade da Pessoa Humana.
Gabarito: Letra C.

64. (FCC/AJAJ-TRT 23a/2005) Tendo em vista o princípio da


isonomia como um dos direitos fundamentais, observe as
afirmações sobre o princípio da igualdade:
I. por sua natureza, veda sempre o tratamento discriminativo entre
indivíduos, mesmo quando há razoabilidade para a discriminação.

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II. vincula os aplicadores da lei, face à igualdade perante a lei,
entretanto não vincula o legislador, no momento de elaboração da
lei.
III. estabelece que se deve tratar de maneira igual os que se
encontram em situação equivalente e de maneira desigual os
desiguais, na medida de suas desigualdades.
IV. não há falar em ofensa a esse princípio se a discriminação é
admitida na própria Constituição.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e III.
b) I e IV.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
Comentários:
I- Errado. Pode haver tratamento desiguais entre desiguais para
que haja uma busca da igualdade material.
II - Errado. Vimos que a igualdade perante a lei comporta os dois
sentidos: a igualdade perante a lei, propriamente dita
(direcionando o aplicador) e a igualdade na lei (direcionando o
legislador ao elaborar a norma).
III - Isso aí. Esse é o verdadeiro significado da isonomia.
IV - Correto. O Poder Constituinte Originário é ilimitado, logo, se é
a própria Constituição que está admitindo a discriminação, não há
o que se falar em ofensa à isonomia.
Gabarito: Letra E.

65. (CESPE/MMA/2009) No constitucionalismo, a existência de


discriminações positivas é capaz de igualar materialmente os
desiguais.
Comentários:
A questão está correta, já que se referiu a existência de
discriminações com o intuito de se alcançar a isonomia no aspecto
material.
Gabarito: Correto.

66. (CESPE/Analista-SEGER-ES/2009) A existência de lei


prevendo tratamento favorecido para as empresas de pequeno
porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e

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administração no Brasil só é admissível em razão de previsão
constitucional expressa nesse sentido. Caso esse dispositivo fosse
retirado da CF, qualquer lei que favorecesse as empresas de
pequeno porte afrontaria o princípio da isonomia.
Comentários:
Na Constituição, está previsto no art. 170, IX, expressamente como
um princípio da ordem econômica: o tratamento favorecido para as
empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que
tenham sua sede e administração no País. Caso essa norma
constitucional fosse retirada, e uma lei previsse um tratamento
favorecido a uma empresa de pequeno porte, essa lei seria
inconstitucional?
Não seria não, pois poderia estar se buscando uma isonomia material
- tratar desigualmente os desiguais.
Gabarito: Errado.

67. (CESPE/Analista-TJ-RJ/2008) Homens e mulheres são


iguais em direitos e obrigações, nos termos da CF, não podendo a lei
criar qualquer forma de distinção.
Comentários:
Poderá ocorrer tratamento diferenciado para que se possa alcançar a
chamada isonomia material, ou seja, tratar de forma desigual os
desiguais para que possamos reduzir as desigualdades, no caso entre
o homem e a mulher.
Gabarito: Errado.

68. (CESPE/AJEM-TJDFT/2008) Se uma empresa francesa,


estabelecida no Brasil, conferir vantagens aos seus empregados
franceses, diferentes e mais benéficas que as vantagens concedidas
aos empregados brasileiros. Nessa situação, configurar-se-á ofensa
ao princípio da igualdade, pois a diferenciação, no caso, baseia-se no
atributo da nacionalidade.
Comentários:
Ofenderia a isonomia, pois qualquer discriminação tem que ser
justificável, e ser usada para igualar os desiguais. Não se pode dizer
que uma pessoa está em posição superior ou inferior a outra só por
critério de nacionalidade.
Gabarito: Correto.

69. (CESPE/Juiz Sustituto - TJ-PI/2007) O concurso público


que estabelece como título o mero exercício de função pública não
viola o princípio da isonomia.

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Comentários:
Trata-se de um jurisprudência do STF firmada em 2005, no
julgamento da ADI 3443 / MA - MARANHÃO: "Viola o princípio
constitucional da isonomia norma que estabelece como título o mero
exercício de função pública".
Gabarito: Errado.

Liberdade (legalidade na visão do cidadão):


Art. 5°, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Doutrinariamente, chama-se de "liberdade" (uma de suas faces) o
princípio que está expresso no art. 5°, II, já que somente a lei
(legítima) pode obrigar que alguém faça ou deixe de fazer algo contra
sua vontade.
Este princípio também é conhecido como a faceta da legalidade para
o cidadão, isso porque a legalidade pode ser entendida de 2 formas:
• Para o cidadão - O particular pode fazer tudo aquilo que a lei
não proíba;
• Para o administrador público - O administrador público só
pode fazer aquilo que a lei autorize ou permita.
Discussão se faz em torno da abrangência do termo "lei", se estaria
se referindo somente à lei em sentido estrito (lei ordinária ou lei
complementar) ou se abrangeria qualquer ato primário com força de
lei (medidas provisórias) ou ainda, se admitiria atos secundários
emanados nos termos da lei (decretos).
Não há consenso sobre isso, tende-se a entender, no entanto, que se
necessita de lei formal ou algum ato primário com força de lei, como
as medidas provisórias.

70. (FCC/Procurador - Recife/2008) É garantia constitucional


da liberdade a previsão segundo a qual:
a) é vedada a instituição de pena de privação ou restrição da
liberdade.
b) ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa,
senão em virtude de lei.
c) se proíbe a instituição da pena de morte, exceto na hipótese de
guerra declarada, nos termos da Constituição.
d) a lei considerará crimes inafiançáveis e imprescritíveis a prática da
tortura e o terrorismo.
e) não haverá prisão civil por dívida, exceto a do depositário infiel.

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Comentários:
Questão direta. O examinador queria que o candidato desse como
resposta a "definição para a garantia da liberdade". A defininção de
"garantia da liberdade" é: ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa, senão em virtude de lei.
Gabarito: Letra B

71. (FCC/EPP/2004) "Ninguém será obrigado a fazer ou deixar


de fazer alguma coisa senão em virtude de lei." Por este princípio,
art. 5o, II, da Constituição da República Federativa brasileira de
1988,
a) o destinatário da garantia só poderá ser compelido a atuar (ou
não atuar) desta ou daquela forma, por força de lei. Não havendo lei,
este tem uma atuação livre, desvinculada.
b) o destinatário da garantia apenas poderá ser compelido a atuar
(ou não atuar) desta ou daquela forma por força de lei ordinária.
c) os poderes públicos têm toda sua atuação pautada pela vontade da
lei, podendo a autoridade pública atuar fora dos trilhos legais.
d) o destinatário da garantia só poderá ser compelido a atuar (ou não
atuar) desta ou daquela forma, por força de lei elaborada pelo Poder
Legislativo. Isto implica dizer que ele não está obrigado a obedecer
medidas provisórias, posto serem elas atos normativos editados pelo
chefe do Poder Executivo.
e) o destinatário da garantia só poderá ser compelido a atuar (ou não
atuar) desta ou daquela forma por força de lei complementar.
Comentários:
A correta é a letra A, já que expôs corretamente a legalidade na visão
do cidadão, podendo fazer tudo aquilo que não seja vedado em lei.
A letra B errou porque restringiu a legalidade à lei ordinária e a letra
E restringiu à lei complementar.
A letra C errou ao dizer a visão da legalidade pelo agente público, que
é fazer somente o que a lei permite ou autoriza.
A letra D, por sua vez, excluiu a medida provisória e assim, ficou
incorreta.
Gabarito: Letra A.

72. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIN/2010) O preceito


constitucional que estabelece que ninguém é obrigado a fazer ou

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deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei veicula a noção
genérica do princípio da legalidade.
Comentários:
Trata-se da norma do art. 5°, II, que traz o chamado princípio da
liberdade, ou o princípio da legalidade na visão do cidadão. Este
princípio é conhecido como a faceta da legalidade para o cidadão
porque a legalidade pode ser entendida de 2 formas:
• Para o cidadão - O particular pode fazer tudo aquilo que a lei
não proíba;
• Para o administrador público - O administrador público só
pode fazer aquilo que a lei autorize ou permita.
Gabarito: Correto.

Nas palavras do Supremo: ninguém é obrigado a cumprir


ordem ilegal, ou a ela se submeter, ainda que emanada de
autoridade judicial. É dever da cidadania opor-se à ordem
ilegal; caso contrário, nega-se o Estado de Direito3.

73. (CESPE/AJEM-TJDFT/2008) Ordens emanadas de


autoridades judiciais, ainda que ilegais, devem ser cumpridas, sob
pena de restar violado o estado de direito.
Comentários:
Trata-se do posicionamento do STF, em que somente a lei pode
obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer algo.
Gabarito: Errado.

Cabe-nos agora, expor uma outra discussão doutrinária


relevante para concursos: a diferenciação dos termos
"legalidade" e "reserva legal" (reserva de lei). Embora, não
seja pacífico tal distinção, muitos juristas consideram importante
diferenciar tais institutos:
1- Reserva legal - É um termo mais específico. Ocorre quando a
Constituição estabelece um comando, mas faz uma "reserva" para
que uma lei (necessariamente uma lei formal - emanada pelo Poder
Legislativo - ou então, uma lei delegada ou medida provisória)
estabeleça algumas situações. Ex. Art. 5°, XIII - É livre o exercício de
qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer. Veja que a Constituição garantiu
uma liberdade, porém, reservou à lei, e somente à lei (formal), a

3
HC 73.454, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 22-4-96, 2^ Turma, DJ de 7-6-96

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possibilidade de estabelecer restrições à norma. Esta reserva feita à
lei, pode ocorrer de duas formas:
• Reserva legal absoluta - Quando será a própria lei que irá
atender o mandamento. Ex. Os casos constitucionais que
venham com as expressões "a lei estabelecerá", "a lei regulará",
" a lei disporá"... veja que é a própria lei, diretamente, que
atenderá o comando constitucional;
• Reserva legal relativa - Quando não é a lei que irá,
diretamente, atender ao comando constitucional, mas
estabelecerá os limites, ou os termos, dentro dos quais um ato
infralegal irá atuar. Ex. Os casos constitucionais que venham
com as expressões "nos termos da lei", "na forma da lei", "nos
limites estabelecidos pela lei"... veja que não será a lei que
atenderá ao comando, porém, esta estará traçando os limites
para tal.
2- Legalidade - É um termo mais genérico. Grosso modo, a
legalidade pode ser atendida tanto com o uso de leis formais, quanto
pelo uso de atos infralegais emanados nos limites da lei. Legalidade,
então, seria simplesmente "andar dentro dos limites traçados pelo
Legislador". Seja com o uso direto de uma lei, seja o uso de um ato,
nos limites da lei, ambos conseguiriam perfeitamente cumprir o
comando da "legalidade".

74. (CESPE/AGU/2009) De acordo com o princípio da


legalidade, apenas a lei decorrente da atuação exclusiva do Poder
Legislativo pode originar comandos normativos prevendo
comportamentos forçados, não havendo a possibilidade, para
tanto, da participação normativa do Poder Executivo.
Comentários:
É admitido o uso de medidas provisórias (ato do Poder Executivo
com força de lei), logo, está incorreta a questão.
Gabarito: Errado.

75. (CESPE/AGU/2009) Segundo a doutrina, a aplicação do


princípio da reserva legal absoluta é constatada quando a CF
remete à lei formal apenas a fixação dos parâmetros de atuação
para o órgão administrativo, permitindo que este promova a
correspondente complementação por ato infralegal.
Comentários:
Neste caso, a reserva legal seria "relativa", pois não é a lei,
diretamente, que atenderá ao comando constitucional.
Gabarito: Errado.

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76. (ESAF/AFT/2003) Aplicado o princípio da reserva legal a uma


determinada matéria constante do texto constitucional, a sua
regulamentação só poderá ser feita por meio de lei em sentido
formal, não sendo possível discipliná-la por meio de medida
provisória ou lei delegada.
Comentários:
A reserva legal é cumprida pela lei ou ato com força de lei, assim,
observa-se a reserva legal pelo uso de lei formal - emanada pelo
Poder Legislativo - ou então, lei delegada ou medida provisória.
Gabarito: Errado.

77. (TJDFT/Juiz Substituto - TJDFT/2008) Com espeque no


constitucionalismo de nossos dias, é correto afirmar que a reserva
legal tem abrangência menor que o princípio da legalidade.
Comentários:
Exato, legalidade é termo mais genérico, mais amplo, enquanto a
reserva legal, que significa a submissão a uma lei formal, é de
sentido mais estrito.
Gabarito: Correto.

78. (MPT/Procurador do Trabalho/2004 - Adaptada) É


correto afirmar-se que o princípio da reserva legal configura-se
pela regulamentação de determinadas matérias necessariamente
por lei formal.
Comentários:
Exatamente. É a reserva da "lei".
Gabarito: Correto.

Desdobramento da dignidade da pessoa humana:


Art. 5°, III - ninguém será submetido a tortura nem a
tratamento desumano ou degradante;
Súmula Vinculante n° 11 ^ Só é lícito o uso de algemas em casos de
resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade
física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada
a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade
disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da
prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.

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79. (FCC/AJAJ-TRE-PI/2002) A Constituição Federal prevê que
"ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante". Esse dispositivo de proteção abrange
a) o racismo, somente se for praticado em concurso com a violência
física.
b) apenas o sofrimento físico, único inerente à tortura.
c) tanto o sofrimento físico como o mental.
d) o sofrimento psíquico, apenas nos casos de discriminação religiosa.
e) a aplicação de castigo pessoal a alguém sob guarda, mesmo que
não cause intenso sofrimento.
Comentários:
A interpretação do dispositivo é ampla, abrange tanto o aspecto físico
quanto o psicológico.
Gabarito: Letra C.

80. (CESPE/DPE-AL/2009) Segundo entendimento do STF, é


vedada a utilização de algemas, sob pena de ofensa ao princípio da
dignidade da pessoa humana e do direito fundamental do cidadão de
não ser submetido a tratamento desumano ou degradante.
Comentários:
Não é vedado o uso de algemas. Ele é lícito, porém, somente em
casos justificáveis.
Gabarito: Errado.

Manifestação do pensamento:
Art. 5°, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo
vedado o anonimato;
Obviamente, a manifestação do pensamento não é absoluta, deve-se
respeitar os outros princípios, como a intimidade, privacidade etc.
Segundo o STF, não é possível a utilização da denúncia anônima
como ato formal de instauração do procedimento investigatório,
quando isoladamente consideradas, já que as peças futuras não
poderiam, em regra, ser incorporadas formalmente ao processo.
Nada impede, porém, que o Poder Público seja provocado pela
delação anônima e, com isso, adote medidas informais para que se
apure a possível ocorrência da ilicitude penal4. E ratifica:não serve à
persecução criminal notícia de prática criminosa sem identificação da
autoria, consideradas a vedação constitucional do anonimato e a
necessidade de haver parâmetros próprios à responsabilidade, nos
campos cível e penal, de quem a implemente 5 .

4
Inq 1.957, Rel. Min.Carlos Velloso, voto do Min. Celso de Mello, julgamento em
11-5-05, Plenário, DJ de 11-11-05.
5
STF, o HC 84827 / TO , em 2007.

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81. (FCC/Auxiliar-TJ-PA/2010) É livre a manifestação do


pensamento, permitido o anonimato.
Comentários:
A Constituição veda o uso do anonimato através do disposto em seu
art. 5°, IV.
Gabarito: Errado.

82. (FCC/Analista - TRE-PI/2009) É livre a manifestação do


pensamento, sendo vedado o anonimato.
Comentários:
Literalidade do art. 5°, IV da Constituição.
Gabarito: Correto.

83. (CESPE/DPU - Agente Adm./2010) A CF prevê o direito à


livre manifestação de pensamento, preservando também o
anonimato.
Comentários:
A Constituição não preserva o anonimato. Pelo contrário, o repudia
(CF, art. 5°, IV).
Gabarito: Errado.

84. (CESPE/AJAJ - STM/2011) Com fundamento no dispositivo


constitucional que assegura a liberdade de manifestação de
pensamento e veda o anonimato, o Supremo Tribunal Federal (STF)
entende que os escritos anônimos não podem justificar, por si só,
desde que isoladamente considerados, a imediata instauração de
procedimento investigatório.
Comentários:
Tipo de questão que o CESPE usa muito: jurisprudências recentes e
relevantes. Segundo o STF, não é possível a utilização da denúncia
anônima como ato formal de instauração do procedimento
investigatório , quando isoladamente consideradas.
Gabarito: Correto.

85. (CESPE/Defensor - DPU/2010) Conforme entendimento do


STF com base no princípio da vedação do anonimato, os escritos
apócrifos não podem justificar, por si sós, desde que isoladamente
considerados, a imediata instauração da persecutio criminis.

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Comentários:
Apócrifo significa "origem desconhecida", "sem assinatura". Assim,
não se pode usar escritos cuja origem incerta (anônima) para
instaurar processo. Decidiu então o STF, em 2007, no HC 84827 / TO
Não serve à persecução criminal notícia de prática criminosa sem
identificação da autoria, consideradas a vedação constitucional do
anonimato e a necessidade de haver parâmetros próprios à
responsabilidade, nos campos cível e penal, de quem a implemente.
Gabarito: Correto.

Direito de resposta e inviolabilidade de honra, imagem e vida


privada :
Art. 5°, V - é assegurado o direito de resposta, proporcional
ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou
à imagem;
Pois é, vimos que todo mundo tem a liberdade de se manifestar...
Obviamente essa liberdade não é absoluta e se abusar do direito,
vem esse dispositivo aqui! O ofendido tem direitos de resposta, ainda
podendo cumular uma forma tríplice de indenização pela ofensa:
material, moral e imagem.
Isso porque temos o seguinte dispositivo:
Art. 5°, X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;
Embora seja assegurado o direito de resposta, não se pode,
nesta, violar a intimidade, a vida privada e a honra do
agressor. Exemplo: A mulher não pode vingar-se do namorado, que
publicou fotos suas desrespeitosas na internet, fazendo o mesmo com
as dele, alegando direito de resposta.
Intimidade e vida privada são conceitos de fácil visualização. Porém,
é necessário que façamos aqui uma distinção dos conceitos de honra
e imagem, para fins dessa proteção:
• honra - aspecto interno, reputação do indivíduo, bom nome.
• Imagem - aspecto externo, exposição de sua figura.
Desta forma, vemos que honra e imagem são coisas dissociadas. No
entendimento do STF, se alguém fizer uso indevido da imagem de
alguém, a simples exposição desta imagem já gera o direito de
indenizar, ainda que isso não tenha gerado nenhuma ofensa à sua
reputação.
Ainda nos cabe diferenciar a questão dos danos:

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Dano material - Quando existe ofensa, direta ou indireta (lucros
cessantes), ao patrimônio das pessoas físicas ou jurídicas.
Dano moral - Quando existe ofensa à algo interno, subjetivo.
Conceito amplo que abrange ofensa à reputação de alguém, ou
quando se refere ao fato de ter provocado violação ao lado
emocional, psíquico, mental da pessoa.
Dano à imagem - Segundo o art. 20 do Código Civil, são aqueles
que denigrem, através da exposição indevida, não autorizada ou
reprovável, a imagem das pessoas físicas, ou seja , a publicação
de seus escritos, a transmissão de sua palavra, ou a utilização
não autorizada de sua imagem, bem como, a utilização indevida do
conjunto de elementos como marca, logotipo ou insígnia, entre
outros, das pessoas jurídicas.

Lembrando ainda que: STJ - súmula - 227 — a pessoa jurídica


pode sofrer dano moral.

86. (FCC/APOFP-SEFAZ-SP/2010) No que se refere à


inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem
das pessoas é certo que:
a) a dor sofrida com a perda de ente familiar não é indenizável por
danos morais, porque esta se restringe aos casos de violação à honra
e à imagem.
b) a indenização, na hipótese de violação da honra e da intimidade,
não responde cumulativamente por danos morais e materiais.
c) a condenação por danos morais face à divulgação indevida de
imagem, exige a ocorrência de ofensa à reputação da pessoa.
d) o Estado também responde por atos ofensivos (morais) praticados
pelos agentes públicos no exercício de suas funções.
e) as pessoas jurídicas, por serem distintas das pessoas físicas, têm
direito a indenização por danos materiais, mas não por danos morais.
Comentários:
Letra A - Errado. As dores sofridas em aspectos não patrimoniais,
causadas por outrem, são indenizáveis por danos morais.
Letra B - Errado. Nada impede a cumulação de indenizações, caso
seja comprovado o dano. A cumulação é admitida
constitucionalmente.
Letra C - Errado. A imagem é dissociada da honra, logo,
independentemente de haver dano à honra, é indenizável a exposição
indevida ou reprovável da imagem.

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Letra D - Correto. A conduta do agente público é imputável ao
Estado, se este está agindo no exercício de suas funções, já que o
agente é o responsável por manifestar a vontade estatal.
Letra E - Errado. Pessoas Jurídicas podem sofrer danos morais (STJ,
súmula 227), bem como materiais e à imagem.
Gabarito: Letra D.

87. (CESPE/Auditor-TCU/2009) A CF estabelece que é livre a


expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença. Diante da
amplitude do tratamento constitucional atribuído a essas liberdades,
mesmo que a manifestação dessas atividades viole a intimidade, a
vida privada, a honra e a imagem de alguém, não será devida
qualquer indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação.
Comentários:
Os direitos fundamentais não são absolutos, já que se condicionam
entre si. Embora tenhamos uma liberdade ampla de expressão, essa
liberdade está condicionada ao respeito de outros direitos
fundamentais.
Gabarito: Errado.

Sigilo bancário e fiscal:


Segundo o STF, o art. 5°, X, que vimos anteriormente, também é o
respaldo constitucional para o sigilo bancário e fiscal das pessoas.
Estes sigilos só podem ser relativizados, com a devida
fundamentação, por:
• decisão judicial;
• CPI - somente pelo voto da maioria da comissão e por decisão
fundamentada, não pode estar apoiada em fatos genéricos;
• autoridade fazendária, no caso de processo administrativo
instaurado ou procedimento fiscal em curso, de acordo com a LC
n° 105/01, em se tratando de informações indispensáveis ao
procedimento (Obs. somente é possível essa hipótese a partir da
publicação desta lei); e
• Ministério PUblico - muito excepcionalmente. Somente
quando estiver tratando de aplicação das verbas pUblicas
devido ao princípio da publicidade.

88. (CESPE/TCE-AC/2009) Os tribunais de contas não podem


determinar a quebra de sigilo bancário de administrador público

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investigado por superfaturamento de preço praticado em licitação, no
âmbito do controle externo realizado.
Comentários:
Os tribunais de contas não tem competência para quebra de sigilos.
Gabarito: Correto.

89. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) De acordo com o STF, a


comissão parlamentar de inquérito pode proceder à quebra de sigilo
bancário da pessoa investigada, ainda que baseada em fundamentos
genéricos, sem a indicação de fatos concretos e precisos.
Comentários:
A CPI pode quebrar sigilo bancário, porém, nas palavras do Supremo:
"a quebra de sigilo que se apóia em fundamentos genéricos e
que não indica fatos concretos e precisos referentes à pessoa sob
investigação, constitui ato eivado de nulidade".
Gabarito: Errado.

Liberdade de crença religiosa e filosófica


O Brasil é um país laico, não possui uma religião oficial, embora
proteja a liberdade de crença como uma das faces da não
discriminação.
Art. 5°, VI - é inviolável a liberdade de consciência e de
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais
de culto e a suas liturgias; (Entenda-se por liturgias:
celebrações, rituais... )
Art. 5°, VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação
de assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva;

90. (FCC/Auxiliar-TJ-PA/2010) É vedada a assistência religiosa


nas entidades militares de internação coletiva, salvo nas civis.
Comentários:
A assistência religiosa é assegurada nas entidades de internação
coletiva, sejam elas civis ou militares (CF, art. 5°, VII).
Gabarito: Errado.

Imperativo de Consciência

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Art. 5°, VIII - ninguém será privado de direitos por motivo
de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa,
fixada em lei;
O imperativo de consciência pode ser alegado, por exemplo, em
tempo de paz, no caso do serviço militar obrigatório, mas não poderá
a pessoa recusar-se a cumprir a prestação alternativa imposta,
conforme dispõe o art. 143, § 1°.
Art.15, IV ^ No caso de recusa de se cumprir obrigação legal a todos
imposta ou prestação alternativa, ensejará a suspensão dos direitos
políticos do cidadão.

91. (FCC/AJAJ-TRT 21/2003) Temístocles, alegando motivos


relacionados com sua convicção política, negou-se a prestar o serviço
militar e, alegando as mesmas convicções, recusou-se a cumprir
obrigação alternativa. Nesse caso, Temístocles
a) está correto em seu procedimento, visto que ninguém pode ser
obrigado a fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
b) alegou legítima escusa de consciência, uma vez que sua convicção
política é contrária à prestação de qualquer serviço ao Estado.
c) perderá seus direitos políticos e, sendo a perda definitiva, não mais
poderá recuperá-los.
d) terá seus direitos políticos suspensos e essa situação perdurará até
que cumpra a obrigação alternativa.
e) não tem direito à escusa de consciência porque o serviço militar é
obrigação imposta a todos os brasileiros.
Comentários:
Questão direta. O serviço militar é uma obrigação. Caso use-se a
escusa de consciência terá de cumprir uma prestação alternativa,
geralmente trabalhar para as instituições militares servindo como
apoio na área de saúde, alimentar e etc... Se nem a prestação
alternativa quiser cumprir, os direitos políticos serão suspensos até
que regularize a situação.
Gabarito: Letra D

Liberdade de pensamento e a censura


Art. 5°, IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
artística, científica e de comunicação, independentemente
de censura ou licença;

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Art. 220 ^A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a
informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão
qualquer restrição, observado o disposto na CF.
• Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir
embaraço à plena liberdade de informação jornalística em
qualquer veículo de comunicação social.
• É vedada toda e qualquer censura de natureza política,
ideológica e artística.
• A publicação de veículo impresso de comunicação
independe de licença de autoridade.

92. (CESPE/SEJUS-ES/2009) A CF assegura a liberdade de


expressão, apesar de possibilitar, expressamente, sua limitação por
meio da edição de leis ordinárias destinadas à proteção da juventude.
Comentários:
Nenhuma lei poderá restringir a liberdade de expressão, esta deve
observar apenas as restrições de ordem constitucional.
Professor, mas que doidera! Quer dizer então a liberdade de
expressão está acima da proteção à Juventude? De forma alguma!
Aí que entra saber fazer concurso. Veja o que a questão afirma:
"apesar de possibilitar, expressamente...".
A Constituição faz isso expressamente? Não.
A liberdade de expressão deve estar contida pelos outros direitos e
interesses individuais e coletivos, porém, esta avaliação é feita no
caso concreto.
Gabarito: Errado.

93. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Conforme entendimento


do STF, a atual CF recepcionou o dispositivo da Lei de Imprensa que
estabelece limitação quanto à indenização devida pela empresa
jornalística, a título de dano moral, na hipótese de publicação de
notícia inverídica, ofensiva à boa fama da vítima.
Comentários:
O STF decidiu em 2009, através do julgamento de uma ADPF que a
lei de imprensa não estaria recepcionada pelo atual ordenamento
jurídico, estando revogada.
Gabarito: Errado.

Inviolabilidade de domicílio:

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Art. 5°, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém
nela podendo penetrar sem consentimento do morador,
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
Esquematizando este inciso, vemos que, o domicílio não possui uma
inviolabilidade absoluta, poderá alguém adentrar no recinto se:
• Tiver o consentimento do morador;
• Ainda que sem o consentimento do morador, se o motivo
for:
• Flagrante delito;
• Desastre;
• Prestar Socorro;
• Ordem judicial, mas neste caso, somente durante o dia.
Expressão "durante o dia":
Baseado na doutrina constitucionalista, entendemos que a expressão
"durante o dia" significa o lapso temporal que vai da aurora ao
crepúsculo, sem determinação de horário fixo, devido às
peculiaridades do Brasil (horário de verão e etc.), ou seja, "durante o
dia" é o período em que a terra está sendo iluminada pelo sol.
Algumas questões de concurso insistem em "fixar horários", quando
isso acontecer, o candidato deverá utilizar o período das 6h às 18h
como o período referente ao dia, embora não achemos que seja o
correto.
Termo "casa":
"Casa", segundo o STF, tem sentido amplo, aplica-se ao escritório,
consultório etc. (qualquer recinto privado não aberto ao público).
Porém, nenhum direito fundamental é absoluto, desta forma, o STF
decidiu pela não ilicitude das provas obtidas com violação noturna de
escritório de advogados para que fossem instalados equipamentos de
escuta ambiental, já que os próprios advogados estavam praticando
atividades ilícitas em seu interior. Assim, a inviolabilidade profissional
do advogado, bem como do seu escritório, serve para resguardar o
seu cliente para que não se frustre a ampla defesa, mas, se o
investigado é o próprio advogado, ele não poderá invocar a
inviolabilidade profissional ou de seu escritório, já que a Constituição
não fornece guarida para a prática de crimes no interior de recinto6.

A prisão de traficante, em sua residência, durante o período noturno,


não constitui prova ilícita, já que se trata de crime permanente7

6
Inq 2.424, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 19 e 20-11-08, Plenário, Informativo 529.
7
HC 84.772, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 19-10-04, Turma, DJ de 12-11-04.

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94. (FCC/Técnico- TCE-GO/2009) Nos termos da Constituição,
admite-se excepcionalmente a entrada na casa de um indivíduo sem
consentimento do morador
a) por determinação judicial, a qualquer hora.
b) em caso de desastre, somente no período diurno.
c) para prestar socorro, desde que a vítima seja criança ou
adolescente.
d) em caso de flagrante delito, sem restrição de horário.
e) por determinação da autoridade policial, inclusive no período
noturno.
Comentários:
Letra A - Errado. Pois não é a qualquer hora, mas somente durante o
dia.
Letra B - Errado. Neste caso, pode ser a qualquer horário.
Letra B - Errado. Não existe tais condições. A vítima pode ser
qualquer pessoa.
Letra D - Correto.
Letra E -Errado. Totalmente equivocada.
Gabarito: Letra D.

95. (FCC/Secretário-MPE-RS/2008-adaptada) A casa é asilo


inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou, por determinação judicial até às 22:00h (Certo ou
Errado).
Comentários:
Não há fixação de "até as 22:00", e sim a obrigatoriedade de ser
durante "o dia", geralmente aceito até as 18:00h.
Gabarito: Errado.

96. (FCC/Analista-MPU/2007 - Adaptada) A inviolabilidade de


domicílio pode ser mitigada para prestação de socorro, desde que
haja consentimento expresso do morador.
Comentários:
No caso de prestar socorro não precisará de consentimento do mo-
rador.
Gabarito: Errado.

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97. (CESPE/MMA/2009) Se um indivíduo, ao se desentender com
sua mulher, desferir contra ela inúmeros golpes, agredindo-a
fisicamente, causando lesões graves, as autoridades policiais,
considerando tratar-se de flagrante delito, poderão penetrar na casa
desse indivíduo, ainda que à noite e sem determinação judicial, e
prendê-lo.
Comentários:
Como se trata de flagrante delito, não necessita de exigência de ser
apenas durante o dia.
Gabarito: Correto.

98. (CESPE/PGE-AL/2009 - Adaptada) O conceito normativo de


casa é abrangente; assim, qualquer compartimento privado onde
alguém exerce profissão ou atividade está protegido pela
inviolabilidade do domicílio. Apesar disso, há a possibilidade de se
instalar escuta ambiental em escritório de advocacia que seja
utilizado como reduto para a prática de crimes.
Comentários:
Esse é o entendimento do STF, o conceito amplo do termo "casa" e a
possibilidade da instalação da escuta no caso de prática de crimes.
Gabarito: Correto.

99. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIN/2010) O


entendimento do direito constitucional relativo à casa apresenta
maior amplitude que o do direito privado, de modo que bares,
restaurantes e escritórios, por exemplo, são locais assegurados pelo
direito à inviolabilidade de domicílio.
Comentários:
Questão maldosa. Realmente o entendimento do direito constitucional
relativo à casa apresenta maior amplitude que o do direito privado.
Para o direito constitucional, "casa" é qualquer recinto privado não
aberto ao público, como os escritórios e etc. A questão, no entanto,
deu como exemplos "bares" e "restaurantes", que são locais de livre
acesso a qualquer pessoa que se disponha a ali entrar e pagar por
uma bebida ou refeição, logo, não há o que se falar em inviolabilidade
de tais locais.
Gabarito: Errado.

100. (CESPE/ACE-TCE-TO/2009 - Adaptada) Um advogado que


esteja sendo investigado por formação de quadrilha e outros crimes
não poderá sofrer, em seu escritório, uma escuta ambiental captada

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por gravador instalado por força de decisão judicial, já que tal fato
viola o princípio de proteção do domicílio.
Comentários:
Contraria o entendimento do STF.
Gabarito: Errado.

101. (CESPE/TRT-17a/2009) Caso um escritório de advocacia


seja invadido, durante a noite, por policiais, para nele se instalar
escutas ambientais, ordenadas pela justiça, já que o advogado que ali
trabalha estaria envolvido em organização criminosa, a prova obtida
será ilícita, já que a referida diligência não foi feita durante o dia.
Comentários:
Não seria ilícito, pois embora o escritório de advocacia seja inviolável,
nenhuma inviolabilidade pode ser usada para resguardar práticas
criminosas.
Gabarito: Errado.

Inviolabilidades de comunicações:
Art. 5°, XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal;
A literalidade deste dispositivo deve ser muito bem observada, pois
nos traz 2 coisas muito cobradas em concursos:
1° - Dos três sigilos ali previstos (correspondência e comunicações
telegráficas, sigilo de dados e comunicações telefônicas) só o último
deles é que permite relativização por ordem judicial: o sigilo
telefônico.
2° - Ainda que permitida a quebra do sigilo telefônico por ordem
judicial, isso não é ilimitado, deve atender a dois requisitos:
- ser feita na forma que a lei estabelecer;
- ter como finalidade investigação criminal ou instrução processual
penal.
Assim, não será permitida a quebra para instaurações de processos
cíveis sem consequências criminais.

Jurisprudência:

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• É relevante observar que é necessária a edição de lei para
regulamentar a interceptação telefônica. Esta lei foi criada
somente em 1996 (Lei n° 9.296/96), antes disso o STF
entendia que nem por ordem judicial poderia se afastar este
sigilo, já que estava pendente de regulamentação.
• Embora a literalidade da Constituição refira-se expressamente à
possibilidade de relativização apenas das comunicações
telefônicas, o STF já decidiu que as outras inviolabilidades
(correspondência, dados e telegráficas) também poderão ser
afastadas, já que nenhum direito fundamental é absoluto e não
pode ser invocado para acobertar ilícitos. Destarte, estas
inviolabilidades poderão ser quebradas quando se abordar outro
interesse de igual ou maior relevância. Por exemplo: É
perfeitamente lícito que uma carta enviada a um presidiário
seja aberta para coibir a prática de certas condutas, já que a
disciplina prisional e a segurança são interesses mais fortes do
que a privacidade da comunicação do preso. Essas hipóteses já
foram cobradas em concurso do CESPE e ESAF.

102. (FCC/Analista - TRT-18a/2008 - adaptada) É inviolável o


sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados
e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal (Certo ou
Errado).
Comentários:
Os tipos de comunicação previstos no enunciado são comunicações
onde há um destinatário específico, ou seja, só este destinatário está
autorizado pelo emissor da mensagem a tomar conhecimento do
conteúdo da mensagem. O único caso em que a Constituição permite
a relativização, é no caso das comunicações telefônicas, quando
poderá o juiz permitir o acesso ao conteúdo da mensagem, mas
somente:
• Na forma da lei; e
o Para fins de investigação criminal;
o Para fins de instrução processual penal.
Gabarito: Correto.

103. (CESPE/TJAA-TRE-MG/2008) A Constituição da República


Federativa do Brasil de 1988 prevê a inviolabilidade do sigilo da
correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas em caráter absoluto.
Comentários:

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Vimos que nenhum direito fundamental é absoluto.
Gabarito: Errado.

104. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Apesar da ausência de


autorização expressa na CF, a interceptação das correspondências e
comunicações telegráficas e de dados é possível, em caráter
excepcional.
Comentários:
Segundo o STF nenhum direito fundamental pode ser respaldo para a
prática de atos ilícitos, assim, ainda que aparentemente absolutos,
eles poderão ser relativizados diante do caso concreto. Desta forma,
é aceito a quebra de sigilo de correspondências, por exemplo, no caso
de disciplina prisional, onde a autoridade fica licitamente autorizada a
devassar o sigilo da comunicação feita ao preso para fins de
manutenção da ordem e de interesses coletivos.

Gabarito: Correto.

105. (CESPE/STF/2008 - Adaptada) Apesar de a CF afirmar


categoricamente que o sigilo da correspondência é inviolável, admite-
se a sua limitação infraconstitucional, quando se abordar outro
interesse de igual ou maior relevância, do que o previsto na CF.
Comentários:
Quando houver uma colisão de direitos fundamentais, de um lado a
inviolabilidade e do outro a segurança da sociedade. O STF entende
que esta deve prevalecer.
Gabarito: Correto.

Provas ilícitas
Faremos uma relação dessa proteção dada pelo art. 5°, XII com o
inciso LV (vedação as provas ilícitas):
Art. 5°, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas
obtidas por meios ilícitos;
Daqui, decorre o princípio dos "frutos da árvore envenenada" (fruits
of the poisoned tree), o qual diz que a admissão no processo de uma
prova ilícita, irá contaminar, tornando igualmente nulo, todos os atos
processuais que decorrerem dela.
É importante fazermos essa correlação já que as escutas telefônicas
são um dos mais importantes meios de prova em um processo
criminal, porém, para serem aceitas no processo devem ser feitas de
forma regular, através de ordem judicial.

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Para o STF, é lícita a gravação de conversa telefônica feita por um
dos interlocutores, ou com sua autorização, sem ciência do outro,
quando há investida criminosa deste último8 (não há interceptação
telefônica quando a conversa é gravada por um dos interlocutores,
ainda que com a ajuda de um repórter9).
Também é lícita a utilização de conversa telefônica feita por terceiros
com autorização de um dos interlocutores sem o conhecimento do
outro, quando há, para essa utilização, excludente da
10
antijuridicidade (no caso, legitima defesa).

106. (FCC/AJAJ-EM-TRF 4a/2004 - Adaptada) No que se refere


à inadmissibilidade, no processo, das provas obtidas por meios
ilícitos, é certo que constitui ilicitude a utilização de conversa
telefônica feita por terceiros com autorização de um dos
interlocutores sem o conhecimento do outro, quando há, para essa
utilização, excludente da antijuridicidade.
Comentários:
Neste caso a utilização da conversa será lícita, já que está foi
autorizada por um dos interlocutores que está querendo usá-la para
se defender no processo.
Gabarito: Errado.

107. (CESPE/Advogado-SDA-AC/2008) Considere que, no curso


de uma investigação criminal, um juiz de direito tenha determinado a
quebra do sigilo telefônico dos investigados, e que a escuta telefônica
realizada em decorrência dessa decisão tenha revelado dados que
comprovam a ocorrência de atos de corrupção que envolviam
servidores públicos estaduais que não estavam sendo diretamente
investigados. Nessa situação, tais provas poderiam ser utilizadas para
embasar processo administrativo disciplinar contra os referidos
servidores.
Comentários:
O que tornaria a prova ilícita seria uma obtenção irregular. A
obtenção da gravação foi válida, logo, o que foi gravado também
será.
Gabarito: Correto.

Liberdade profissional:

8
HC 75.338, Rel. Min. Nelson Jobim, julgamento em 11-3-98, Plenário, DJ de 25-9-98.
9
RE 453.562-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 23-9-08.
10
HC 74.678, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 10-6-97, Turma, DJ de 15-8-97.

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XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
estabelecer;
Este inciso é muito cobrado em provas de direito constitucional, não
pelo seu conteúdo em si, mas, por ser um bom exemplo de "norma
de eficácia contida".

Informação e publicidade:
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
exercício profissional;
Este princípio não vai de encontro à vedação do anonimato visto
anteriormente, apenas se resguarda a origem e a forma que tal
pessoa, não anônima, conseguiu a informação.
No inciso XXXIII percebe-se que em órgãos públicos também se
assegura a todos informações de interesse particular, coletivo ou
geral, a não ser que essas informações sejam de sigilo imprescindível
à preservação da segurança da sociedade e do estado.
CF, art. 37, § 1° ^ A publicidade de atos, programas, obras, serviços
e campanhas dos órgãos públicos, terão caráter educativo,
informativo ou de orientação social, não podendo constar nomes,
símbolos, ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores.
CF, art. 93, IX ^ Todos os julgamentos dos órgãos do Poder
Judiciário serão públicos, e todas as decisões serão fundamentadas,
sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à
intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público
à informação.
No inciso LX vemos outra face desse direito e sua relativização ^ Os
atos processuais também são públicos, mas caso seja necessário
preservar a intimidade ou interesse social, a lei poderá restringir sua
publicidade.

108. (CESPE/Auditor-TCU/2009) Ao tratar dos direitos e


garantias fundamentais, a CF dispõe expressamente que é
assegurado a todos o acesso à informação, vedado o sigilo da fonte,
mesmo quando necessário ao exercício profissional.
Comentários:
A Constituição é clara ao estabelecer em seu art. 5°, XIV que é
assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo
da fonte, quando necessário ao exercício profissional.

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Gabarito: Errado.

Direito de ir e vir
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de
paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
A não observância desse direito enseja a ação de Habeas Corpus
(remédio constitucional que será visto à frente), e note que este
direito protege não só as pessoas, mas também seus bens, desde
que se cumpram as exigências da lei e estejamos em tempo de paz.
CF, art. 49, II e 84, XXII ^ Forças estrangeiras não estão amparadas
por este direito, somente podendo transitar no território nacional ou
nele permanecer, ainda que temporariamente, se permitido pelo
Presidente da República, nos casos previstos em LC, ou fora destes
casos, se autorizado pelo CN.

Direito de reunião:
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em
locais abertos ao público, independentemente de
autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
exigido prévio aviso à autoridade competente;
Inciso muito cobrado em provas. Deve-se atentar aos
seguintes requisitos:
• seja pacificamente;
• sem armas;
• não frustre outra reunião anteriormente convocada para o
local;
• avise a autoridade competente.
Veja que dispensa autorização, basta simples aviso;
Doutrinariamente, entende-se que este direito também tutela o
direito individual de não ser obrigado a reunir-se contra a própria
vontade.

109. (FCC/AJAA - TRT 3 a /2009) No que diz respeito à liberdade


de reunião, é certo que:
a) o instrumento jurídico adequado para a tutela da liberdade de
reunião, caso ocorra lesão ou ameaça de lesão, ocasionada por
ilegalidade ou arbitrariedade, é o habeas corpus.

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b) essa liberdade, desde que atendendo aos requisitos de praxe, não
está sujeita a qualquer suspensão por conta de circunstâncias
excepcionais como no estado de defesa.
c) o prévio aviso à autoridade para realizar uma reunião limita-se,
tão-somente, a impedir que se frustre outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local.
d) na hipótese de algum dos manifestantes, isoladamente, estiver
portando arma de fogo, o fato não autoriza a dissolução da reunião
pelo Poder Público.
e) a autoridade pública dispõe de competência e discricionariedade
para decidir pela conveniência, ou não, da realização da reunião.
Comentários:
Letra A - Errado. Habeas corpus é remédio que garante a liberdade
de locomoção. Ou seja, usa-se habeas corpus quando alguém está
sendo privado de seu direito de "ir e vir". O direito de reunião não se
confunde com direito de "ir e vir". Trata-se de um direito que a
pessoa possui de se concentrar em local determinado, juntamente
com outras pessoas. Caso sejam cumpridas as exigências
constitucionais, a ofensa a este direito deverá ser tutelada por meio
de Mandado de Segurança e não habeas corpus.
Letra B - Errado. A Constutição admite a restrição destas liberdades
em se tratando de Estado de Sítio ou Estado de Defesa (CF, art. 136
e 139).
Letra C - Errado. Precisa-se avisar a autoridade, para que esta
garanta as condições de segurança e manutenção da ordem pública,
necessárias ao evento.
Letra D - Correto. Para que a coletividade de pessoas possam se
reunir, deve-se observar os seguintes requisitos constitucionais:
- seja pacificamente;
- sem armas;
- não frustre outra reunião anteriormente convocada para o local;
- avise a autoridade competente.
O uso isolado de arma por uma única pessoa, com desconhecimento
da coletividade, não pode ser motivo para a dissolução da reunião.
Caberá às autoridades tomar as providências cabíveis contra ela, sem
que o direito coletivo fique prejudicado pela infração individual.
Letra E - Errado. A autoridade deve receber apenas o aviso que
ocorrerá uma reunião em certo local. Não cabe a ela autorizar ou
desautorizar o exercício deste direito. O exercício do direito de
reunião só poderá ser legalmente frustrado caso não sejam
observadas as exigências constitucionais.

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Gabarito: Letra D.

110. (CESPE/MPS/2010) Todos podem reunir-se pacificamente,


sem armas, em locais abertos ao público, mediante autorização da
autoridade competente, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local.
Comentários:
Questão clássica. O art. 5° XVI da Constituição dispõe que o direito
de reunião deve obedecer os seguintes requisitos:
- seja pacificamente;
- sem armas;
- não frustre outra reunião anteriormente convocada para o local;
- avise a autoridade competente.
Logo, não precisa de autorização e sim de um simples "aviso".
Gabarito: Errado.

111. (CESPE/Auditor-TCU/2009) De acordo com a CF, caso os


integrantes de determinada associação pretendam reunir-se
pacificamente, sem armas, em um local aberto ao público, tal reunião
poderá ocorrer, independentemente de autorização, desde que não
frustre outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local,
sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.
Comentários:
São os requisitos exigidos pelo art. 5° XVI da Constituição:
pacificamente; sem armas; não frustre outra reunião anteriormente
convocada para o local; avise a autoridade competente.
Gabarito: Correto.

112. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) De acordo com a


doutrina e jurisprudência, a tutela jurídica do direito de reunião
eventualmente atingido se efetiva por intermédio do habeas corpus.
Comentários:
Frustrar o direito de reunião não é um impedimento à liberdade de
locomoção e sim um impedimento de se exercer um direito, direito
este assegurado constitucionalmente, assim deve ser impugnada esta
ofensa através de mandado de segurança.
Gabarito: Errado

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Direito de associação:
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos,
vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de
cooperativas independem de autorização, sendo vedada a
interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão
judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em
julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente
autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados
judicial ou extrajudicialmente;
Temos que gravar que:

1. E livre a associação somente para fins LÍCITOS, sendo vedada a


paramilitar;
2. E vedada a interferência estatal em seu funcionamento e nem
mesmo precisa-se de autorização para criá-las;
3. Ninguém pode ser compelido a associar-se ou permanecer
associado;
4. Paralisação compulsória (independente da vontade dos sócios)
das atividades:
• Para que tenham suas atividades SUSPENSAS ^ Só por decisão
judicial ("simples")
• Para serem DISSOLVIDAS ^ Só por decisão judicial
TRANSITADA EM JULGADO
5. Podem, desde que EXPRESSAMENTE autorizadas, representar seus
associados:
• Judicialmente; ou
• Extrajudicialmente.

113. (FCC/Auxiliar-TJ-PA/2010) Todos deverão ser compelidos a


associar-se ou a permanecer associado a sindicato na vigência do
contrato de trabalho.
Comentários:

Ninguém pode ser compelido a associar-se ou permanecer associado.

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Gabarito: Errado.

114. (FCC/Técnico - TRT-SP/2008 - Adaptada) As associações


só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o
trânsito em julgado (Certo ou Errado).
Comentários:
Para suspender, basta uma decisão judicial. Para dissolver, só quando
a decisão "transitar em julgado".
Gabarito: Correto.

115. (FCC/TJAA-TRT 7a/2009) O artigo 5° da Constituição


Federal prevê, dentre outros direitos, que:
a) a liberdade de associação é absoluta, sendo necessária, porém, a
prévia comunicação à autoridade competente.
b) as entidades associativas somente têm legitimidade para
representar seus filiados extrajudicialmente.
c) a liberdade de associação para fins lícitos é plena, vedada a de
caráter paramilitar.
d) a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas,
dependem de autorização do Estado.
e) as associações só poderão ser compelidas a suspender as suas
atividades, após decisão tomada por seus filiados.
Comentários:
Letra A - Errado. Nenhum direito fundamental é absoluto, muito
menos a liberdade de associação, que só será permitida para fins
lícitos e com o cumprimento das demais exigências constitucionais
que vimos anteriormente.
Letra B - Errado. Vimos que elas podem, desde que EXPRESSAMENTE
autorizadas, representar seus associados:
• Judicialmente; ou
• Extrajudicialmente.
Letra C - Correto. Literalidade do art. 5° XVII - "é plena a liberdade
de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar".
Letra D - Errado. Como vimos, é vedada a interferência estatal em
seu funcionamento e nem mesmo precisa-se de autorização para
criá-las;
Letra E - Errado. Mais uma vez a manjada regra. Os filiados podem
decidir por suspender ou encerrar as atividades, porém, a associação

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também poderá sofrer essas interferências de forma compulsória pela
autoridade judicial, da seguinte forma:
• para que tenham suas atividades suspensas ^ só por decisão
judicial (simples);
• para serem dissolvidas ^ só por decisão judicial transitada em
julgado.
Gabarito: Letra C.

116. (CESPE/DETRAN-DF/2009) A norma constitucional que


estabelece que as associações só poderão ser compulsoriamente
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial
exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado, tem aplicação
imediata.
Comentários:
Esta é a regra trazida pelo art. 5° XIX da Constituição Federal. Em
regra, as normas definidoras de direitos e garantias fundamentais
devem ser entendidas como imediatamente aplicáveis (CF, art. 5°
§1°), a não ser que não seja possível vislumbrar a sua produção de
efeitos sem que haja uma regulamentação por lei, o que não é o
caso.
Gabarito: Correto.

117. (CESPE/Auditor-TCU/2009) A administração pública, no


exercício do seu poder de fiscalização, quando estiver diante de uma
ilegalidade, poderá, independentemente de decisão judicial, dissolver
compulsoriamente ou suspender as atividades das associações.
Comentários:
O Estado não pode influir no exercício das associações, para que se
suspenda ou se dissolva associações de forma compulsória, precisa-
se sempre de ordem judicial, e que no caso de dissolução deverá
ainda transitar em julgado (CF, art. 5°, XVIII).
Gabarito: Errado.

Regime Constitucional do Direito de Propriedade


Garantia e relativização:
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
Veja que estamos diante de uma norma de eficácia contida. Garante-
se o direito de propriedade e logo abaixo se cria uma condição, o
atendimento da função social. Mas o que é isso?

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Segundo a própria constituição (CF, art. 182 e 186), a função social é
cumprida, em se tratando de:
• propriedade urbana: quando atende às exigências
fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano
diretor. (Plano Diretor é o instrumento aprovado pela
Câmara Municipal que serve para nortear o desenvolvimento
e a expansão urbana, e é obrigatório se o município tiver
mais de 20 mil habitantes)
• propriedade rural: quando atende, simultaneamente,
segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei,
aos seguintes requisitos:
• aproveitamento racional e adequado;
• utilização adequada dos recursos naturais disponíveis
e preservação do meio ambiente;
• observância das disposições que regulam as relações
de trabalho;
• exploração que favoreça o bem-estar dos
proprietários e dos trabalhadores.

Desapropriação Ordinária de Imóvel Urbano:


Art. 5°, XIV - a lei estabelecerá o procedimento para
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
interesse social, mediante justa e prévia indenização em
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

Requisição administrativa da propriedade:


Art. 5°, XXV - no caso de iminente perigo público, a
autoridade competente poderá usar de propriedade
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior,
se houver dano;
A indenização será ulterior, após o ato, e só se houver dano à
propriedade.
Não se trata de forma de desapropriação, pois diferentemente do que
ocorre nesta, na requisição, o dono da propriedade não perde sua
titularidade, mas, apenas fornece a mesma à autoridade competente
para que use temporariamente o imóvel no caso de perigo público
iminente.

Pequena propriedade rural:


Art. 5°, XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida
em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto

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de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de
financiar o seu desenvolvimento;
Esquema sobre a pequena propriedade rural:
• Se trabalhada pela família — Não pode ser objeto de
penhora para o pagamento de débitos decorrentes de sua
atividade produtiva
• Se o proprietário não possuir outra:
• CF, art. 153, § 4° ^ Será imune ao Imposto
Territorial Rural (ITR);
• CF, art. 185, I — Não poderá ser desapropriada para
fins de reforma agrária (extensível à média
propriedade).
Note que é errado falar, simplesmente, que "a pequena e a média
propriedade rural não podem ser objeto de desapropriação para fim
de reforma agrária", pois isso só será efetivamente garantido caso o
proprietário não possua outra.

Esquematização sobre as desapropriações na CF/88:

1- CF, art. 5°, XXIV


Se houver: necessidade ou utilidade — pública; ou
interesse — social.
Necessita ainda de uma lei para estabelecer o procedimento
de desapropriação.
Indenização:
• justa;
• prévia; e
• em dinheiro.
• Essa é a desapropriação ordinária.
• O Poder competente será o Executivo de qualquer esfera de
poder.
• É bom prestar atenção na literalidade: por "interesse social"
e lembrar-se que a indenização precisa conter esses três
requisitos: ser justa, prévia e em dinheiro, senão padecerá
de vício de inconstitucionalidade.
• Desapropriação por interesse social: ocorre para trazer
melhorias às classes mais pobres, como dar assentamento a
pessoas.

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• Necessidade pública: A desapropriação é imprescindível para
alcançar o interesse público.
• Utilidade pública: Não é imprescindível, mas, será vantajosa
para se alcançar o interesse público
• Imissão provisória na posse ou imissão prévia na posse: O
ente expropriante toma antecipadamente a posse do bem,
com a condição de que haja urgência (que não poderá ser
renovada) e pagamento de quantia arbitrada pelo juiz. Essa
quantia refere-se a um depósito apenas provisório, não
importando no pagamento definitivo e justo visto acima,
conforme jurisprudência do STF.

2 - CF, art. 182, § 4


No caso de solo urbano não edificado ou subutilizado.
Competente: poder municipal.
Precisa de lei específica municipal nos termos de lei federal.
A área deve estar incluída no Plano Diretor.
A desapropriação é o último remédio após o Município
promover:
• parcelamento ou edificação compulsórios do terreno;
• IPTU progressivo no tempo até alcançar certo limite
estabelecido na lei.
Indenização:
• mediante títulos da divida pública com prazo de resgate
de até 10 anos.
• a emissão dos títulos deve ser previamente aprovada
pelo Senado Federal;
• as parcelas devem ser anuais, iguais e sucessivas.
• Essa é a desapropriação extraordinária de imóvel urbano.
• A regra acima é apenas para o imóvel não edificado ou
subutilizado, regra geral: As desapropriações de imóveis
urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em
dinheiro.

3- CF, art. 184


Para fins de reforma agrária:
competente: União;
também é por interesse social;

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• somente se aplica ao imóvel que não estiver cumprindo
sua função social.
Indenização:
• justa;
• prévia;
• em títulos da dívida agrária resgatáveis em até 20
anos;
• se houver benfeitorias úteis ou necessárias, estas
devem ser indenizadas em dinheiro;
• o resgate dos títulos é a partir do segundo ano de sua
emissão.
• Essa é a desapropriação extraordinária de imóvel rural.
• As operações de transferência de imóveis que são
desapropriados para fins de reforma agrária são imunes a
quaisquer impostos (não abrange todos os tributos, apenas
os impostos, que são uma das espécies do gênero tributo),
sejam eles federais, estaduais ou municipais - trata-se de
uma imunidade constitucional - CF, art. 184, § 5°.

4- CF, art. 243


Se houver cultivo ilegal de plantas psicotrópicas, haverá
expropriação imediata sem direito a qualquer indenização;
Finalidade: As "glebas" serão especificadamente destinadas
ao assentamento de colonos para que cultivem produtos
alimentícios ou medicamentosos.
• Essa desapropriação é chamada por alguns de confisco e
é regulada pela Lei n° 8.257/91.
• Para que ocorra a expropriação, o cultivo deve ser ilegal,
ou seja, não estar autorizado pelo órgão competente do
Ministério da Saúde, e não atendendo exclusivamente a
finalidades terapêuticas e científicas.
• Art. 243, parágrafo único — Qualquer bem de valor
econômico que seja apreendido em decorrência do
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será
revertido para tratamento e recuperação de viciados e
para custeio das atividades de fiscalização, controle,
prevenção e repressão ao tráfico.
• Segundo o STF, toda a gleba deverá ser expropriada e
não apenas a parte que era usada para o plantio11.

11
RE 543974/MG - 2009

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Observações Gerais:
Vimos que tanto na desapropriação ordinária quanto na
extraordinária precisamos de lei que regulamente a execução. A
competência para legislar sobre desapropriação é privativa da
União. Somente uma lei federal poderá regulamentar o
procedimento de desapropriação ordinária ou servir de base para a
lei específica municipal na desapropriação extraordinária de imóvel
urbano.
Dica:
Não confunda essa competência privativa para legislar sobre
desapropriação com a competência para promover a
desapropriação. Para promovê-la, como visto acima poderá
caber:
• à União, Estado/DF ou Mun. — na desapropriação
ordinária;
• ao Município — na desapropriação extraordinária de imóvel
urbano;
• à União — na desapropriação extraordinária de imóvel
rural.

118. (FCC/AJAA - Contabilidade - TRE-AM/2010) No caso de


iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, vedada ao proprietário indenização ulterior na
ocorrência de dano.
Comentários:
Trata-se do instituto da requisição administrativa. Essa requisição é
feita por autoridades públicas em caso de iminente perigo público e
se houver dano à propriedade, haverá ulterior indenização. A questão
erra ao dizer que não haverá indenização (CF, art. 5°, XXV).
Gabarito: Errado.

119. (FCC/AJAA - Contabilidade - TRE-AM/2010) a pequena


propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos
decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios
de financiar o seu desenvolvimento.
Comentários:
Teor do art. 5°, XXVI: Como vimos, a pequena propriedade rural,
assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não
será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de

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sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o
seu desenvolvimento;
Gabarito: Correto.

120. (FCC/Técnico - TCE-MG/2007) a desapropriação por


necessidade ou utilidade pública ou por interesse social será efetuada
mediante prévia e justa indenização em dinheiro, ressalvados os
casos previstos na Constituição.
Comentários:
Veja que a assertiva fala "ressalvados os casos previstos na
Constituição". Por que isso? Pois na Constituição existem vários casos
de desapropriação além desta do art. 5°, XXIV.
Gabarito: Correto.

121. (FCC/Técnico - TCE-MG/2007) a pequena propriedade rural,


definida em lei e desde que trabalhada pela família, não será objeto
de penhora, salvo para assegurar pagamento de débitos decorrentes
de sua atividade produtiva.
Comentários:
A Constituição assegura em seu art. 5°, XXVI: a pequena propriedade
rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família,
não será objeto de penhora para pagamento de débitos
decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os
meios de financiar o seu desenvolvimento;
Gabarito: Errado.

122. (FCC/Técnico - TCE-MG/2007) a propriedade particular


poderá ser objeto de uso pela autoridade competente, em caso de
iminente perigo público, assegurada indenização posterior,
independentemente da ocorrência de dano.
Comentários:
Aqui não se trata mais de forma de desapropriação, pois
diferentemente do que ocorre nesta, na requisição, o dono da
propriedade não perde sua titularidade, mas, apenas fornece a
mesma à autoridade competente para que use temporariamente o
imóvel no caso de perigo público iminente. Segundo a CF em seu art.
5°, XXV: no caso de iminente perigo público, a autoridade
competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao
proprietário indenização ulterior, se houver dano; (A indenização será
ulterior, após o ato, e só se houver dano à propriedade).
Gabarito: Errado.

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123. (CESPE/Escrivão - PC-ES/2011) A propriedade poderá ser


desapropriada por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse
social, mas sempre mediante justa e prévia indenização em dinheiro.
Comentários:
A questão erra pelo fato de que a Constituição prevê outros modos de
indenização para a desapropriação por interesse social. Embora
quando ocorra necessidade ou utilidade pública, ou interesse social,
em regra o proprietário seja indenizado de forma prévia e em
dinheiro, a Constituição estabelece no seu art. 184 a desapropriação
para reforma agrária, que também se caracteriza como "interesse
social" e a sua indenização se dá mediante títulos da dívida agrária.
Gabarito: Errado.

124. (CESPE/Técnico Administrativo - PREVIC/2011) De


acordo com a CF, com o objetivo de fomentar a produção e a renda,
a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que
trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento
de qualquer tipo de débito adquirido.
Comentários:
Ela não está imune de penhora a qualquer tipo de débito. Apenas os
débitos decorrentes da sua atividade produtiva (CF, art. 5°, XXVI).
Gabarito: Errado.

125. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1 a /2009) Na


desapropriação, a indenização justa e prévia deve traduzir a mais
completa recomposição o valor retirado do patrimônio do
expropriado e, nesse sentido, reconhece o STF a legitimidade do
pagamento de indenização pelas matas existentes, até mesmo
aquelas integrantes da cobertura vegetal sujeita a preservação
permanente.
Comentários:
E o entendimento do STF, que é reconhecido através do preceito
constitucional de que a indenização deve ser "justa".
Gabarito: Correto.

126. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1 a /2009) A CF


prevê que as glebas nas quais forem localizadas culturas de plantas
psicotrópicas serão imediatamente expropriadas, sem indenização ao
proprietário. O STF entende que, nessa hipótese, o termo gleba se
refere apenas à área efetivamente cultivada e não a toda a

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propriedade, de modo que a gleba não poderia ser considerada o
todo, mas somente a parte objeto do plantio ilegal.
Comentários:
Na jurisprudência do STF, toda a área da gleba deve ser
desapropriada, e não somente a área do cultivo.
Gabarito: Errado.

Direito autoral:
Art. 5°, XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de
utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
E um privilégio vitalício e ainda vai poder ser transmitido aos
herdeiros, mas só pelo tempo que a lei fixar. Após esse tempo cairá
no domínio público.

127. (FCC/AJAA - Contabilidade - TRE-AM/2010) a lei


assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário
para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento
tecnológico e econômico do País.
Comentários:
Teor do art. 5°, XXIX - veja que o direito de propriedade industrial é
temporário, enquanto o direito autoral é vitalício e ainda pode ser
transferido aos herdeiros pelo tempo em que a lei fixar.
Gabarito: Correto.

128. (FCC/Técnico - TCE-MG/2007) aos autores pertence o


direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas
obras, não transmissível aos herdeiros, por seu caráter
personalíssimo.
Comentários:
O direito autoral é transmissível aos herdeiros, embora somente pelo
tempo que a lei venha a fixar.
Gabarito: Errado.

129. (CESPE/MMA/2009) Aos autores pertence o direito exclusivo


de utilização e publicação, mas não o de reprodução, não podendo a
transmissão desse direito aos herdeiros ser limitada por lei.

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Comentários:
A questão contraria o disposto no art. 5°, XXVII que garante aos
autores o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de
suas obras, e que diz ainda que o direito será transmissível aos
herdeiros mas somente pelo tempo que a lei fixar.
Gabarito: Errado.

Direito de imagem e de fiscalização:


XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas
e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas
atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico
das obras que criarem ou de que participarem aos criadores,
aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e
associativas;

Propriedade Industrial
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais
privilégio temporário para sua utilização, bem como
proteção às criações industriais, à propriedade das marcas,
aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo
em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico
e econômico do País;
Perceba que, diferentemente do direito autoral, a propriedade
industrial é um privilégio temporário:
• Direito autoral - Privilégio vitalício e ainda transmissível aos
herdeiros;
X
• Direito de propriedade industrial - Privilégio temporário.

Herança
XXX - é garantido o direito de herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País
será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou
dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais
favorável a lei pessoal do "de cujus";

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Facilitando: "de cujus" é o falecido. Assim, quando algum estrangeiro
falecer deixando bens situados no Brasil, esta sucessão de bens
(recebimento da herança) será regulada pela lei brasileira de forma a
beneficiar o cônjuge ou seus filhos brasileiros, a não ser que a lei do
país do falecido seja ainda mais favorável a estes.

130. (FCC/AJAA - Contabilidade - TRE-AM/2010) a sucessão de


bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira
em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não
lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
Comentários:
Teor do art. 5°, XXXI: "a sucessão de bens de estrangeiros situados
no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou
dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do "de cujus"
Gabarito: Correto.

131. (FCC/Técnico - TCE-MG/2007) a sucessão de bens de


estrangeiros situados no país será sempre regulada pela lei brasileira,
independentemente do que estabelecer a lei pessoal do de cujus.
Comentários:
O termo "de cujus" é usado como sinônimo de "falecido". Assim, de
acordo com a Constituição (CF, art. 5°, XXXI), a sucessão de bens
(transmissão da herança) pertencentes à estrangeiros, quando os
bens estejam situados no Brasil, será regulada pela lei BRASILEIRA,
de modo que venha a beneficiar o seu cônjuge ou seus filhos
brasileiros. Esta regra não é aplicável se a lei do país do falecido (de
cujus) for mais benéfica do que a lei brasileira para o cônjuge ou
filhos brasileiros.
Gabarito: Errado.

Defesa do consumidor
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
consumidor;
ADCT, art. 48 — A CF ordenou que o congresso elaborasse o Código
de Defesa do Consumidor dentro de 120 dias após a promulgação da
Constituição.
Além do CDC, outras leis se enquadram na defesa ao consumidor,
como, por exemplo, o Estatuto do Torcedor e lei de infrações à ordem
econômica.

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Pronto pessoal... Vamos parar por aqui!


Na aula que vêm iremos continuar o estudo do art. 5°.
Grande abraço e excelentes estudos.

Vítor Cruz

"O homem que possui riquezas sem entendimento é


semelhante aos animais que perecem "
Sl. 49:20

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