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PROGRAMAÇ Ã O E CONTROLE
DA PRODUÇ Ã O
Alcantaro Corrêa
Presidente da FIESC
Florianópolis – 2004
Não pode ser reproduzido, por qualquer meio, sem autorização por escrito do
SENAI DR/SC.
Equipe Técnica:
Organizadores:
Silvio da Silva
Coordenação:
Adriano Fernandes Cardoso
Osvair Almeida Matos
Roberto Rodrigues de Menezes Junior
Produção Gráfica:
César Augusto Lopes Júnior
Capa:
César Augusto Lopes Júnior
S474p
CDU 658.5
5
HISTÓRIA DA MANUFATURAS
ARTESANATO
HISTÓRIA DA MANUFATURAS
TAYLOR
PONTOS CHAVE
BEST WAY
PADRONIZAÇÃO
SEPARAÇÃO ENTRE PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO
ESTUDOS DE TEMPOS E MOVIMENTOS
6
HISTÓRIA DA MANUFATURAS
FORDISMO
CONCEITOS CHAVE:
Intercambiabilidade de peças
Facilidade de ajuste
Avanço das máquinas ferramentas
Políticas de Vendas
Serviços de assistência
Padronização de Produtos
Fase 1 - 1905
Plataformas de montagem
Deslocamento das peças até o local de montagem
Fase 2 - 1908
7
HISTÓRIA DA MANUFATURAS - GM
SITUAÇÃO ENCONTADAD:
Sobreposição de produtos
Falta de matérias primas
AÇÕES TOMADAS:
Alterações anuais nos automóveis
Acessórios
Peças básicas comuns
Menos máquinas dedicadas
GERENCIAMENTO A PARTIR DE SLOAN:
Divisões descentalizadas
Sub-contratação
Conhecimento gerencial valorizado e não apenas o técnico
Origem: década de 50
Eiji Toyoda – Taiichi Ohno - Shingo
Mercado Japão: 60.000 carros/ano
Mercado EUA: 8.000 carros/ano
Situação da Toyota:
8
CRITÉRIOS COMPETITIVOS
CUSTO
QUALIDADE
FLEXIBILIDADE
INOVAÇÃO
ENTREGA
CRITÉRIOS COMPETITIVOS
9
RECEITA PARA SER UMA EMPRESA DE SUCESSO
+ Volume
RESULTADO + Velocidade
+ Longividade
COMPETITIVA
FIDELIZAÇÃO
DO CLIENTE
PERCEBER A
QUALIDADE
Sensação
PRODUZIR QUALIDADE
PESSOAS
COMPROMETIDAS
PESSOAS
- IN SATISFEITAS Delta
10
INFERÊNCIA
PROJETA P/ FRENTE
- -
SATISFAÇÃO SATISFAÇÃO
- IN
SATISFAÇÃO
f ($)
f (CULTURA)
1. ESTRUTURA
2. RELACIONAMENTOS
3. SOCIAIS EXTERNOS
4. GESTÃO
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VALORES PADRÃO
1 - Foco no Resultado
2 - Auto-Estima
3 - Empatia
4 - Afetividade
5 - Transparência
6 - Postura Positiva
7 - Alavancagem
8 - Desafios
9 - ...
10 - ...
12
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Ao administrar uma produção, esbarramos sempre no controle de estoques. Por
definição, estoques são acúmulos de recursos materiais entre fases específicas de
processos de transformação. (CORRÊA et alii, 1997)
Exemplo:
Incertezas: Principalmente, quando ocorre uma dúvida sobre o que produzir, pois a
empresa não trabalha com carteira de pedido a longo prazo.
14
!
A maioria das empresas trabalha com uma grande diversidade de produtos. Por isso,
torna-se difícil para a administração manter um padrão único de planejamento e controle
dos estoques. Dar o mesmo grau de atenção a todos os itens não é uma prática
recomendável, uma vez que cada um possui suas peculiaridades, tais como: rotação,
preço, consumo, prazos de entrega, alternativas de fornecimento, etc. Assim, um tipo de
controle adequado para um produto pode ser insuficiente ou excessivo para outro. A
classificação ABC é um procedimento que visa identificar os produtos em função dos
valores que eles representam e, com isso, estabelecer formas de gestão apropriadas à
importância de cada item em relação ao valor total dos estoques.
(RUSSOMANO, 1995).
Os valores de cada item de estoque (por exemplo: demanda anual x preço unitário)
formam um conjunto de grandezas diferenciadas na qual, via de regra, poucos itens
representa muito valor e muitos itens representam poucos. Dessa forma,
CHIAVENATO (1991) coloca que os itens de estoques podem ser divididos em três
classes, a saber:
Mesmo assim, isso não invalida a classificação ABC, pois a gestão de estoque
envolve outras atividades além do controle.
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Uma das principais atividades da administração de materiais é a seleção e avaliação
de fornecedores, bem como todos os aspectos relacionados com as negociações e
acompanhamento de compras.
Em muitos casos, pode ser viável e vantajoso rever os itens. A semanalmente, ou até
diariamente, para atender a demanda com o mínimo de investimento em estoques e
estabelecer um controle mais rigoroso com respeito aos compromissos dos
fornecedores.
Para concluir BARBERI (1997) coloca que, cabem aqui algumas recomendações. Ao se
proceder a classificação ABC, deve-se tomar as seguintes precauções. Em primeiro
lugar, ela não deve ser utilizada para eliminar produtos de pouco valor.
Como mostrado no início deste texto, a eliminação de itens de estoque deve ser
procedida de estudos que envolvam:
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Pode ocorrer que um produto altamente perecível fique inicialmente classificado como
classe B ou C, o que implica em reposições menos freqüentes. Neste caso, convém
passá-lo para classe A. Produtos importados podem receber uma classificação à parte,
pois estão sujeitos a um processo aquisitivo mais demorado. Caso seja conveniente, o
número de classes pode ser aumentado (A, B, C, D,... etc.). O uso dessa classificação
não deve ser regido e, além disso, deve rever a classificação periodicamente, uma vez
que os estoques podem ser seu comportamento alterado ao longo do tempo. Outro
cuidado que se deve tomar: a classificação ABC não mostra a
sazonalização dos produtos. E nem o grau de importância dos itens para as atividades
onde eles são necessários, pois um item pode pertencer à classe C e ser crítico para o
processo de produção. Apesar dessas limitações, o seu uso pode contribuir em muito
para reduzir o volume de estoques, na medida em que permite estabelecer sistemas de
reposição apropriados à importância que cada item representa no estoque total.
"# $ $% % # $% # &'%
(CORRÊA et alli 1997), antes de descrever cada um, coloca que torna-se necessário
apresentar alguns conceitos importantes que devem ser levados em conta:
Estoque Operacional é a quantia de material estocado para atender o consumo ou
demanda normal prevista para os próximos seis meses de planejamento.
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( #%) $ * +# $% *%$ $
De acordo com SLACK et alii (1997) e BARBIERI (1997), este sistema exige que os
estoques sejam continuamente revistos com todas as entradas e saídas devidamente
registradas, com objetivo de obter a qualquer momento um nível de estoque existente,
para saber se chegou ou não a ponto de pedido. Daí saídas podem ser feitos de várias
formas, sendo uma das mais conhecidas é através de arquivo individual para cada
produto, que deve indicar o ponto de pedido (PP) e a quantidade (Q) que deve ser
pedida a cada ordem emitida, além de outras informações pertinentes ao item em
questão, tais como: códigos, especificações, fornecedores e outras. Independente da
forma de efetuar os registros, esse sistema requer a prévia determinação do ponto de
pedido e da quantidade a ser pedida.
Q Q
PP
ES
PE
PR
Fonte: BARBIERI, José Carlos Administração de materiais. São Paulo: INPG 1997.
p51
18
De modo geral, este sistema apresenta bom desempenho quando a demanda não sofre
grandes variações e pode ser prevista com razoável precisão. Idem para os prazos de
entrega. Para finalizar, cabe mencionar que este sistema requer atualização constante
do Ponto de Pedidos e da Quantidade de Encomenda, pois ambas dependem do
comportamento da demanda e do prazo de entrega dos fornecedores que, via de regra,
variam com o decorrer do tempo. Requer também que os registros de entradas e saídas
de materiais sejam feitos à medida que ocorram e que as ordens de compra sejam
emitidas sem atraso. É comum entrar funcionários responsáveis por este setor que
atrasam a emissão de pedidos de compra esperando chegar outro para processa-los em
bloco. Uma prática como esta torna inútil todo o procedimento acima e aumenta os
riscos de faltar materiais no momento em que eles são necessários. Se tal prática não
for possível de ser evitada, é preferível adotar o sistema de revisão periódica.
(BARBIERI, 1197).
, #%) $% %- *%. /$
• Facilidade Operacional;
• Permite o maior controle sobre a cobertura de estoques;
• Permite estabelecer períodos de revisão para grupos ou famílias de
produtos. Com isso, é possível estabelecer calendários de revisões que
favorecem a redução das despesas administrativas ligadas às atividades
de compra e armazenagem. De fato, a realização de revisões e compras
para grupos de produtos em intervalos regulares de tempo permite
distribuir melhor a carga de trabalho do pessoal da área de materiais.
19
Est. máximo
qe
qr
ES
tempo
PR PE
Figura 2 – Sistema de Revisão Periódica: esquema geral
Fonte: BARBIERI, José Carlos Administração de materiais. São Paulo: INPG 1997.
p51
20
( *0 1 0 * 2 3* *
Conforme PLOSSL (1993), inicialmente, os seguintes passos devem ser seguidos
para planejamento de uma produção:
( 4 $% *. % %) +' #'.
Processos de Projeto
Processos de projetos são os que lidam com produtos discretos, usualmente bastante
customizados. Com muita freqüência, o período de tempo para fazer o produto ou
serviço é relativamente longo como é o intervalo entre a conclusão de cada produto ou
serviço. Logo, baixo volume e alta variedade são características do processo de projeto.
As atividades envolvidas na execução do produto podem ser mal definidas e incertas, às
vezes modificando-se durante o próprio processo de projetos incluem construção de
navio, a maioria das atividades das companhias de construção, produção de filmes,
construção do túnel, grandes operações de fabricação como as turbos geradores,
perfuração de poços de petróleo e instalação de um sistema de computadores. A
essência de processos de projetos é que cada trabalho tem inicio e fim bem definidos, o
intervalo de tempo entre início de diferentes trabalhos é relativamente longo e os
recursos transformadores que fazem o produto provavelmente serão organizados de
forma especial para cada um deles.
21
Processo de JOBBING
Processos de jobbing também lidam com variedade muito alta e baixos volumes.
Enquanto em processo de projeto cada produto tem recursos dedicados mais ou
menos exclusivamente para ele, em processos de jobbing, cada produto deve
compatilhar os recursos da operação com diversos outros. Os recursos de produção
processam uma série de produtos, mas, embora todos os produtos exijam o mesmo
tipo de atenção diferirão entre si pelas necessidades exatas. Exemplos de processos
de jobbing compreendem muitos técnicos especializados, como mestres ferramentas
especializadas, restauradores de móveis, alfaiates.
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Processos Contínuos
Outros autores, por exemplo, CHIAVENATO (1991) e MOREIRA (1998) fazem outras
divisões menores, que de maneira geral, englobam os cincos processos abordados.
( % + 5% $% * *
O PCP é uma função de apoio de coordenação. Portanto, sua atividade não é uma
atividade fim e sim uma atividade meio. É um meio, em apoio para a produção e
Compras cumprirem suas finalidades de acordo com Vendas. É um apoio de
coordenação e não um apoio especializado. O PCP precisa entender um pouco de tudo
e se envolver em quase todos os problemas da indústria. Seu enfoque é global, de
acordo com RUSSOMANO (1995) encontrada é que Controle de Produção é a função
da administração que planeja, dirige e controla o suprimento de material e as atividades
de processamento de uma indústria, de modo que os produtos específicos sejam
produzidos por métodos estabelecidos para conseguir um programa de vendas
aprovado. Essas atividades são desempenhadas de tal maneira que os recursos
humanos, facilidades industriais e capitais disponíveis são usados com a máxima
vantagem.
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No segundo nível do controle da produção, que é a emissão de ordens, as unidades
consideradas são componentes ou peças. Neste caso, os programas de Emissão de
Ordens mostram as quantidades de componentes que devem ser completados nos
departamentos produtivos ou ser entregues à fábrica pelos fornecedores em diferentes
períodos de tempos. Uma das mais importantes aplicações da programação neste nível
é na preparação de programas de na entrega de pedidos de compra, mostrando as
quantidades a serem entregues pelos fornecedores à fabrica em diferentes
períodos de tempo.
Fazendo a mesma análise feita ainda por RUSSOMANO (1995), verificamos o PCP
em três diferentes aspectos:
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, 1 31
O sistema JIT surgiu no Japão nos meados dos anos 70, sendo sua idéia básica e seu
desenvolvimento creditado a Toyota Motor Company, a qual buscava um sistema de
administração que pudesse coordenar a produção com a demanda específica de
diferentes modelos e cores de veículos como o mínimo atraso. (MODEN, 1984)
MODEN (1984) também coloca que just-in-time Toyota, significou, por exemplo, que, no
processo das peças e os componentes necessários para montar um carro, os tipos de
submontagem necessária do processo precedente devem chegar da linha de produção
no tempo necessário e nas quantidades necessárias. Se Just-in-Time foi realizado em
toda empresa, então os inventários desnecessários na fábrica são completamente
eliminados, tornando almoxarifados e depósitos desnecessários. O custo de manter
estoques é reduzido e a rotatividades do capital de giro aumentada.
25
, 6 +7 +
O famoso sistema Kanban da toyota faz o uso de cartão para sinalizar a necessidade
de mais peças. Quando são necessárias mais peças, o usuário envia o cartão através
de um contentor ao ponto de suprimento ou manufatura e este envia mais algumas
peças. Deve existir pelo menos um contentor completo de estoque intermediário de
todas as peças cobertas pelo Kanban. (MODEN, 1984).
Moura (1984) coloca que a produção no tempo exato é meta do Kanban. Para se
conseguir este conceito é necessário inverter a atitude convencional em relação a
produção onde as peças são fornecidas para a próxima operação mediante um
programa.
De acordo com MODEN (1984); SLACK et alii (1997) e CORRÊA, GIANESI (1993), há
também classificação de diferentes tipos de Kaban:
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O Kaban de Produção – Um kanban de produção é um sianl para um processo
produtivo de que ele pode começar a produzir um item para que deseja colocado em
estoques. A informação contida neste tipo de Kaban normalmente inclui número e
descrição para a produção do componente, alem da destinação para qual o
componente ou componentes devem ser enviados depois de produzidos.
Qualquer que seja o tipo de Kanban utilizado, o princípio é sempre o mesmo; isto é, o
recebimento de um Kanban dispara o transporte, a produção ou o fornecimento de uma
unidade ou de um contendor-padrão de unidades. Se dois Kanbans são recebidos, isso
dispara o transporte, a produção ou o fornecimento de duas unidades ou dois
contendores-padrão de unidades, e assim por diante. Os kanbans são apenas meios
através dos quais: o transporte, a produção ou o fornecimento podem ser autorizados.
Isto é verdade mesmo quando o kanban não é um cartão ou um objeto. Algumas
empresas utilizam “quadrados Kanbans”. São espaços demarcados no chão da fábrica,
que são desenhados para conter um ou mais contendores. A existência de um
quadrado vazio dispara a produção no estágio que abastece o quadrado.
Segundo SLACK et alii (1997) o termo Kanban era algumas vezes utilizado como
equivalente ao “planejamento e controle JIT (equivocadamente), ou ainda para todo o
JIT ( o que é equivoco ainda maior). Entretanto, o controle Kanban é um método de
operacionar o sistema de planejamento e controle puxado.
, 78
%# -
Lotes unitários: Reduzir o tamanho do lote (corridas mínimas). Com esta maior
flexibilidade, será conceitualmente possível a cada centro de produção conseguir lotes
de unidades.
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Rápidas reações: Processar o material através do sistema baseado na necessidade
reais, ao invés de empurra-lo, antecipar à elas.
Com esta prática, o JIT visa com que o sistema produtivo alcance melhores índices de
qualidade, maior confiabilidade de seus equipamentos e fornecedores e maior
flexibilidade de resposta, principalmente através da redução dos tempos de preparação
de máquinas permitindo a produção de lotes menores e mais adequados à demanda do
mercado.
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Concluindo, as diferenças de abordagens em relação aos sistemas tradicionais de
produção, segundo HUTCHINS (1993), tem, como principal característica a de “puxar” a
produção ao longo do processo, de acordo com a demanda. O material somente é
processado em uma operação se o mesmo é requerido pela operação subsequente do
processo. Ainda segundo HUTCHINS (1993), JIT é um sistema ativo que incentiva o
questionamento e a melhoria daquelas características do processo que os sistemas
tradicionais assumiram como dados. Desse modo, os problemas do processo não são
aceitos passivamente. O objetivo de redução dos estoques, presentes na filosofia JIT
é antiga pela eliminação das causas geradoras da necessidade de se manterem os
estoques.
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Um dos principais pilares da filosofia JIT, de acordo com CORRÊA; GIANESI (1993), é a
redução dos lotes de produção e de compra. Os princípios da boa gestão de materiais
mandam que se determine o tamanho de lotes de compra e produção através do
balanço entre os custos e a manutenção dos estoques fixos, referentes á obtenção do
lote. Na filosofia JIT os estoques formados principalmente pelo cálculo de lotes
econômico, pode apresentar sua influência sobre a qualidade, os estoques podem
representar custos bem maiores do que aqueles referentes apenas ao espaço ocupado
e ao investimento em capital. Estes custos maiores não são considerados
explicitamente nos modelos tradicional de cálculos do lote econômico. Por outro lado,
talvez mais importante é o fato de que o custo de obtenção de um lote ressuprimento do
material é referente a determinado processo de obtenção, o qual pode e deveria
ser revisto e continuamente melhorando, de modo que estes custos fossem
questionados e reduzindo ao máximo e não assumidos como dados.
No caso de compra de materiais, por exemplo, algumas médias podem ser tomadas
visando reduzir custos com a burocracia dos pedidos, as colocações e as inspeções
de recebimento, envolvendo até mudanças no relacionamento com os fornecedores.
No caso de produção, a redução do custo de obtenção se dá pela redução do tempo
necessário á preparação do equipamento, quando da troca do produto a ser
produzido.
29
,, :$%: 7.
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para cada coisa e cada coisa no seu lugar”. Programa 5S é implantado para atingir
estes objetivos.
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Desperdícios de Espera: De acordo com SLACK et alii (1997) a maioria das empresas
está consciente de que o tempo de espera constitui uma fonte de desperdício. Eficiência
de máquina e eficiência de mão-de-obra são duas medidas comuns e são largamente
utilizadas para avaliar os tempos de espera de máquinas e mão-de-obra,
respectivamente. Menos é óbvio e o montante de tempo de espera que ocorre quando
os operadores estão ocupados produzindo estoque em processos, que não é
necessário naquele momento.
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, = *. 8
%# $% #%) $% *. $' 4 . 1
Nas empresas que adotam o sistema JIT, o mercado alvo é limitado e as opções de
produtos são igualmente limitadas dando ênfases de acordo com CORREA; GIANESI
(1993):
Projeto adequado à automação: Consiste em conceitos iguais e idéias que irão, no caso
de componentes montados, por exemplo, ajudar a simplificar os processos de
alimentação, posicionamento e montagem das peças. Neste contexto, sugere-se que a
montagem seja feita trabalhando-se em um número mínimo de faces ou lados do
produto, preferencialmente com movimentos de cima para baixo, evitando montagens
laterais ou de baixo para cima. Desse modo, os processos de montagem podem mais
facilmente ser automatizados, eventualmente com o uso de robos.
HUTCHINS (1993), coloca que o lay out no processo JIT é o arranjo físico celular, ou
seja, uma tentativa de linearização do lay out funcional ou por processo. O lay out
linear, no qual os equipamentos estão dispostos segundo o roteiro de produção dos
produtos, é o arranjo mais eficiente, pois favorece o fluxo, reduz o mínimo a
movimentação de materiais, assim como as filas e os tempos gastos com preparação,
já que os equipamentos são dedicados a um ou pouco produtos similares. O espaço é
ocupado, também, eficientemente, e o estoque em processo é bastante reduzido,
limitando-se, no caso ideal, ao material que está sendo processando em determinado
momento.
Outro tipo de lay out utilizado é o da forma de “U” onde a mais notável vantagem é a
flexibilidade para aumentar ou reduzir o número necessário de operadores para
adaptação as alterações nas quantidades de produção (variação na demanda).
Segundo MODEN (1984) coloca que a Toyota decidiu combinar diversas linhas de
formato de “U” em uma linha integrada. Visando a combinação de lay out, a alocação
de operações entre trabalhadores, em funções das variedades nas quantidades de
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produção de automóveis, pode ser obtida seguindo os procedimentos da implantação
da rotina de operações padronizadas.
,> ' $ $% #
Paralisação das linhas: Prioridade total para a qualidade, ficando em segundo lugar a
quantidade produzida. As linhas devem reduzir sua velocidade, ou mesmo parar, caso a
qualidade não esteja satisfatória, para que os problemas sejam resolvidos.
Correção dos próprios erros: Os problemas de qualidade e os erros cometidos de um
devem ser sanados por quem os gerou. Não devem existir linhas especiais de
retrabalho para peças defeituosas, pois isto contribui para a complacência com a
ocorrência dos erros.
Inspeção 100%: Deve haver esforço para inspecionar todas as peças produzidas,
utilizando os próprios operários responsáveis pela sua produção. A idéia do controle
estatístico por amostragem contraria vários conceitos do controle da qualidade total: é
importante procurar erros, pois estes são fontes de informações para o aprimoramento
contínuo; não se deve assumir um nível de qualidade aceitável (NQA), qualquer que
seja, pois contraria a meta de zero defeito e perfeição.
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Organização e limpeza da fábrica: A importância deste aspecto é relevante, pois, a
organização e limpeza evidenciam os problemas com mais freqüência durante a linha
de produção.
, ? @0% $ )% A
A redução dos tempos envolvidos no processo de produção JIT tem um efeito muito
importante: o aumento da flexibilidade de resposta. MODEN (1984).
Tempo de espera em fila: Esta parcela do “lead time” responde por mais de 80% do
tempo total. Este é o elemento do “lead time” mais importante de ser atacado pela
filosofia JIT. O tempo que uma ordem de produção deve esperar em fila é resultante da
soma dos tempos de preparação de máquinas e processamentos de cada uma das
ordens que serão executadas anteriormente a esta. Uma forma de reduzir o tempo de
fila é reduzir os lotes de produção de todas as ordens na fábrica, assim como reduzir os
tempos de preparação das máquinas. Estas duas providências já fazem parte do
sistema JIT, como já foi comentado. Outra providência é executar o balanceamento das
linhas de maneira eficaz, não permitindo a formação de estoques entre os postos de
trabalho.
34
Tempo de preparação do equipamento: O tempo de preparação do equipamento
segue os seguintes passos:
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Foi comentado por CORREA; GIANESI (1993), que há necessidade desta flexibilidade
está limitada, principalmente, no que se refere a mudanças no MIX de produtos, já que
no sistema JIT tomam-se o cuidado de:
Resumindo, tem-se a necessidade de eliminar tudo que não agrega valor ao produto.
Segundo RUSSOMANO (1995), o processo de planejamento da produção num
sistema JIT começa com um Plano de Produção de Longo Prazo, que é, então,
desmembrado em planos anuais, mensais e diários. Ao longo do processo as vendas e
a capacidade são levadas em considerações e é elaborado o Planejamento Financeiro.
O processo começa num nível agregado e sucessivamente é detalhado em modelos
específicos.
O Plano Mestre é a próxima etapa, é feito num nível mensal e diário para permitir uma
carga uniforme. O horizonte de produção dos modelos específicos deve ser fixado com,
no mínimo, um mês de antecedência (se possível com dois ou três meses),
dependendo dos tempos de reposição de fabricação, compras e mudanças de
capacidade.
Esta seqüência presume, é claro, que o custo de mudança entre os modelos é zero ou
próxima disto. Se não for este o caso, a Linha de Montagem deve ser redimensionada
para se conseguir um custo de preparação muito baixo.
Tão logo o Plano Mestre mensal é elaborado, ele deve ser transmitido a todos os
Centros de Trabalho e fornecedores. Eles vão planejar suas capacidades em termos
de operários e turnos necessários, terceirização e, possivelmente, aluguel ou compra
de equipamento.
O Plano Mestre, como foi descrito, tem a vantagem de se aproximar da demanda dos
consumidores numa fase diária. Isso diminui o estoque de produtos, e também ficam
reduzidos o material em processamento e o estoque de matéria-prima. A estabilização
do Plano Mestre é a chave da estabilização de todos os processos de produção.
36
; *0 1 *
O MRP original data dos anos 60, quando as letras queriam dizer Material
Requeriments Planning (agora chamado de MRP Um ou MRP I). o MRP I permite que
as empresas calculem quantos materiais de determinado tipo são necessários e em
que momento. Para fazer isso, ele utiliza os pedidos em carteira, assim com uma
previsão para os pedidos que a empresa acha que irá receber. O MRP verifica, então,
os ingredientes ou componentes que são necessários para completar esses pedidos,
garantindo que sejam providenciados a tempo. (SLACK, e alii, 1997).
; 4 $% #%) *
Segundo FULLMANN et alii (1989), existem dois tipos de sistemas MRP, que serão
discutidos resumidamente: o primeiro é chamado “Sistema Regenerativo” e o segundo
“Mudança Líquida”. O Sistema Regenerativo emprega o enfoque do lote, onde
periodicamente – por exemplo, por semana – replanejamos. Obtemos o último
programa mestre, a última informação sobre nossos registros de inventário, as últimas
listas de materiais e usamos o replanejamento. Nível a nível, o registro de inventário de
cada item é recalculado. Isto freqüentemente é chamado de “explosão”. O sistema nos
fornece informes de ação se for o momento de liberar um novo pedido ou se prever um
problema de prioridade em um pedido em aberto e isto é feito semanalmente.
37
apenas a freqüência de atualização de nossos registros e nossos Informes de Ação
que varia, dependendo do tipo de sistema que estamos usando.
; 78
%# - $ *
Item – pai e Itens filhos, segundo MOREIRA; GIANESI (1993), é um item de estoque
que tem componentes. Cada um destes itens componente é um item-filho do item-pai.
Se o item-filho tem itens componentes, ele é também um item-pai destes, que são, por
sua vez, seus itens “filhos”.
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O “lead-time’, ou tempo de ressuprimento de um item, é o tempo necessário para seu
ressuprimento. Se um item é comprado, o ”lead-time“ refere-se ao tempo decorrido
desde a colocação do pedido de compra até o recebimento do material comprado. Se
trata de item fabricado, o “lead-time” refere-se ao tempo decorrido desde a liberação de
uma ordem de produção até que o item fabricado esteja pronto e disponível para uso.
De posse destes dados (estrutura do produto e “lead-time” dos itens), além das
necessidades (quantidades e datas) de produtos finais, é possível calcular as
necessidades de todos os itens componentes. CORREA, GIANESI (1993).
39
A gestão dos materiais nas empresas industriais relaciona-se mais estreitamente com
esta fase do PCP.
O MRP calcula e atualiza dados sobre o que produzir ou comprar, quando e quanto
comprar ou produzir para atender um Programa Mestre de Produção. Ao fazer isso, o
MRP contribui para (1) reduzir os níveis de estoques dos itens de demanda dependente
e para (2) tomar a Programação da Produção mais eficaz. De fato, o MRP permite
incorporar rapidamente as mudanças tanto do lado da demanda (novos pedidos,
alteração nos prazos de entrega etc.) quanto do lado da oferta, tais como redução ou
ampliação da capacidade produtiva, alterações no projeto do produto etc.
(BARBIERI, 1997).
;, . #%.<# $ *
O horizonte de tempo coberto por um PMP é variável, indo de poucas semanas até 6
meses ou mesmo um ano. Neste ponto, é bom frisar que o horizonte de tempo de um
PMP deve cobrir, todos os tempos de espera envolvidos seria produção do item.
(MOREIRA, 1998).
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O PMP de acordo com CORRÊA et alii (1997) é o processo responsável por garantir
que os planos de manufatura, no nível desagregado, estarão perfeitamente integrados
com o nível superior de planejamento estratégico e com outros planos funcionais.
Listas de Materiais
BARBIERI (1997) também coloca que as listas de materiais para efeito de MRP devem
ser elaboradas de forma que reflitam os métodos de produção. Elas devem resultar do
planejamento do processo produtivo, que é uma das funções tradicionais do PCP.
O último insumo básico de que se vale o sistema MRP são os relatórios de controle de
estoques. Cada item ou componentes da Lista de Materiais deve Ter seu estoque
rigorosamente controlado, de forma que, estabelecida uma certa quantidade necessária,
sabendo exatamente quanto se precisa adquirir desse item. Tipicamente, esse controle
pode incluir, por exemplo: (MOREIRA, 1998).
41
Estes insumos são ilustrados na figura 3:
Planejamento
Relatórios de detalhado das
Controle de necessidades de
Estoques capacidade
; ; 0/D $ *
Nível 0
Programa-mestre de
produção
Registro de
estoque
Ordens de trabalho
para os itens de
nível 0
Nível 1
Lista de Registro de
materiais estoque
Ordens de
trabalho para os
itens de nível 1
Nível 2
42
Lista de Registro de
materiais estoque
Ordens de
trabalho para os
itens de nível 2
FONTE: SLACK, et alii. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 1997. P. 460
;= ) +9 $ 0 #% + *
Em princípio, CORRÊA et alii (1997) informa que a exemplo dos lotes de produção, os
lotes a serem comprados deveriam ser o mais próximo possível das necessidades
estritas, com o intuito de reduzir médios de material estocado. Os lotes só deveriam ser
comprados maiores do que a estrita necessidade quando por algum motivo (que pode
ser a falta de alternativas economicamente mais interessante, restrições tecnológicas
incontornáveis ou outra), o fornecedor conseguisse impor tamanhos mínimos de lotes
de fornecimento ou quando os custos fixos de obtenção do item por parte do cliente
fossem relevantes: custos de fazer o pedido, custos de frete, quando fixo –
independente da quantidade e outros.
43
Diversos são os critérios para dimensionar os lotes, senso que os mais conhecidos
são os seguintes: BARBIERI (1997).
• Lote Fixo;
• Lote Econômico;
• Lote por Lote;
• Lote Periódico.
A determinação do lote pelo critério de Lote Fixo é feita com base em fatores intuitivos e
empíricos. Podem ser também fatores como, por exemplo, a capacidade de produção.
Se em algum período ocorre uma necessidade maior que o lote determinado, este é
aumentado para cobrir a falta. O Lote Econômico de compra ou de Produção é o lote
que minimiza os custos totais anuais associados a cada item do material. O Lote
Econômico pode ser calculado através de fórmulas clássicas, amplamente divulgadas.
Pelo critério do Lote por Lote, a quantidade a ser produzida é, sempre necessidades
líquidas de cada período. É um dos critérios mais adequados à lógica do MRP. No
entanto, ele deixa de ser vantajoso quando o custo de preparação é muito alto, ou as
necessidades líquidas variem muito de um período para outro.
;> *
Segundo CORRÊA, GIANESI (1993), em termos práticos, foi acrescido um módulo para
o cálculo de necessidades de outros recursos (planejamento das necessidades de
capacidade produtiva). Para que fosse possível calcular as necessidades de outros
recursos de manufatura que não simplesmente os materiais, informações adicionais
tiveram que ser adicionadas à base de dados utilizados pelo MRP original, que só
necessitava de informações sobre itens (dados cadastrais e tempos de ressuprimento),
estruturas de produtos e posição dos estoques ao longo do tempo.
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Outro módulo que foi acrescido ao MRP original e é hoje parte integrante da maioria
dos sistemas MRP II disponíveis no mercado. É o modelo de controle de fábrica. Este
módulo visa sequenciar e liberar as ordens para a fábrica, assim como confrontar o que
foi planejado com o que é executado na fábrica. É um módulo que demanda extensiva
atividade de apontamento das atividades da fábrica e realimentação do sistema quanto
à execução da produção. Demanda, em geral, grande esforço de documentação e
disciplina para garantir que os dados informados sejam precisos. Como estas
condições não são facilmente atingidas por um grande número de empresas, muitas
delas preferem adotar sistemáticas mais simplificadas no controle de suas atividades.
Funcionamento do MRP II
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para o momento o mais tarde possível, sendo que não haja comprometimento dos
prazos de entregas das ordens.
;? 4 $ *
• Precisão de inventário;
• Precisão da lista de materiais e notas;
• Planejamento Mestre da Produção Real.
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chegar ao fracasso de implantação. O esforço de conseguir os níveis desejados de
acuidade de dados pode demandar um longo e trabalhoso processo d3e mudanças de
rotinas e procedimentos, o que nem sempre é fácil. Mas é condição essencial para obter
os potenciais vantagens que o sistema pode oferecer. (FULLMANN, 1989).
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= * E * 0 F 3 *
Fluxo: é a taxa segundo o qual o sistema gera dinheiro através da venda de seus
produtos. Deve-se notar que fluxo refere-se ao fluxo de produtos vendidos. Os
produtos feitos, mas não vendidos ainda são classificados com estoques.
Estoques: quantificado pelo que a empresa empregou nos bens que pretende vender.
Refere-se ao valor apenas das matérias-primas envolvidas. Não se inclui o “valor
adicionado” ou o “conteúdo do trabalho”. O tradicional “valor adicionado” pelo trabalho
se inclui nas despesas operacionais.
Despesas Operacionais: o dinheiro que o sistema gasta para transformar estoque em
fluxo.
= *. + <
4 $ *
SLACK et alii (1997); CORRÊA, GIANESI (1993) e FULLMANN et alii (1989) colocam
que os princípios do OPT baseiam-se nas seguintes leis:
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Uma hora perdida num recurso gargalo é uma hora perdida para sempre em todo o
sistema.
Uma hora poupada num recurso não gargalo é uma miragem.
Os gargalos governam tanto a produção como os estoques do sistema.
O lote de transferência pode não ser, e muitas vezes não deveria ser, igual ao lote de
processamento. Quantidade de material processado podem ser transferidas para uma
operação subsequente, mesmo antes que todo o material do lote de processamento
esteja processada. Isto permite que os lotes sejam divididos, podendo reduzir o tempo
de passagem dos produtos pela fábrica.
O lote de processamento deve ser variável e não fixo. Estes tamanhos de lote são
estabelecidos pela sistemática de cálculo do OPT, que leva em conta os custos de
preparação, as necessidades de fluxo de determinados itens, os tipos de recurso
(gargalo ou não gargalo), entre outros.
Os “Lead Times” são resultados da programação e não podem ser determinados à
prioridade. O OPT considera que os tempos de fila são dependentes de como a
programação é feita. De fato, se determinada ordem de produção ganha prioridade ou
qualquer motivo numa fila aguardando por determinada operação, esta ordem vai ficar
um tempo menor na fila. Como o tempo de fila é um dos principais componentes do
“lead times” dos itens fica evidente que os “lead times” vão ser diferentes. Conforme a
forma com que se dá a sequenciação das ordens.
Os programas devem ser estabelecidos olhando-se todas as restrições
simultaneamente.
= G +# D%+ $ *
Segundo CORRÊA, GIANESI (1993),o OPT parece ter uma vocação especial para
auxiliar as empresas na redução de seus “lead times” e estoques. Usuários reportam
reduções de “lead times” da ordem de 30% e de estoques na ordem de 40% a 75%. O
OPT também parece ser um sistema que facilita a flexibilidade do sistema produtivo de
alterar seu mix de produção, já que variações de mix podem ser avaliadas pela
característica do OPT de trabalhar com um simulador da passagem das ordens na
fábrica.
O OPT, de acordo com FULLMANN et alii (1989), auxilia as empresas a focalizarem
suas atenções em seus problemas. Como considera os recursos-gargalo como
merecedores de especial atenção e como os gargalos em geral são poucos, as
empresas são incentivadas a não dispersar esforços e sim concentrá-la na resolução
de problemas que possam comprometer o desempenho destes recursos-gargalos. Os
princípios do OPT trazem à tona velhos problemas, o que contribui para o melhor
entendimento dos problemas e a busca de novas soluções.
O OPT pode ser usado como um simulador da fábrica. Na verdade, o OPT trabalha
com a lógica de um simulador. Perguntas do tipo “o que aconteceria se...” podem ser
respondidas com mais segurança com o auxílio de uma ferramenta de simulação.
Também por força de ser um simulador que considera as restrições de capacidade
(pelo menos dos recursos-gargalos), o “lead-times” de produção do OPT não têm de
ser assumidos a priori, mas são, na verdade, o resultado do processo de simulação.
(CORRÊA et alii, 1997)
O OPT restringe a necessidade de dados com alto nível de acuidade, já que apenas
os recursos-gargalo demandam dados precisos.
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=(0)# 5% $ *
Assim como os outros sistemas o OPT é um sistema que demanda certo nível de
habilidade analítica do programador, o que exige extensivo treinamento e
entendimento perfeito dos princípios envolvidos.
Ainda segundo SLACK et alii (1997), o OPT requer que se mudem alguns
pressupostos que, por muitos anos, se cristalizaram na maioria das fábricas. Isto ode
levantar resistências a sua adoção por parte de pessoas mais resistentes à mudança.
Um ponto que pode levantar polêmica são as novas medidas de desempenho
propostas: o esforço no sentido de melhorar o desempenho do sistema nas novas
medidas pode fazer com que o desempenho em medidas operacionais tradicionais
(como o índice de ocupação de equipamentos, por exemplo) sejam prejudicados.
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> 0 2
O principal objetivo do MRP é realmente fornecer produtos just in time, quando são
necessários. Seus objetivos são garantir a que a fábrica produz os bens no momento
em que são necessários para o mercado.
No entanto SLACK et alii (1997) advoga que esta complexidade e variedade dos
roteiros e produtos, no sistema MRP, é perfeitamente administrada com a idéia de
“empurrar” a produção utilizando listas de materiais pré-concebidas pelo sistema
computadorizado. Consegue ligar a demanda dos clientes com a rede de suprimentos.
É inegável que o sistema de melhoria contínua é muito mais eficiente no sistema JIT,
pois, o questionamento sucessivo e a revelação de problemas através da diminuição
gradual dos estoques e da busca e eliminação das causas destes problemas.
O MRP é um sistema passivo que aceita os parâmetros como “lead time”, refugo,
entre outros, como parâmetros de operação do sistema e com esses dados passa a
calcular, de forma sistemática, sua programação sem haver nenhum tipo de
questionamento.
Apesar disso, os ideais JIT, comparados com o MRP, são interessantes para grande
variedade de sistemas produtivos, não somente aqueles com uma produção estável e
de alto volume. Isto se deve ao impacto poderoso e direto que os princípios do JIT têm
no nível do “chão de fábrica” de quase todos os sistemas produtivos. Os princípios
simples e transparentes do controle puxado, juntamente com seu objetivo de
aprimoramento contínuo, promovem a disciplina que torna viável o controle de eficiência
no dia-a-dia.
O OPT não deve ser visto como alternativa ao MRP, não sendo impossível utilizar os
dois conjuntamente. Entretanto, a base filosófica do OPT, mostra que ele pode
conflitar com a maneira pela qual muitas empresas utilizam seus sistemas MRP na
prática. Enquanto, o MRP, como um conceito, não prescreve “lead time” fixos ou
tamanhos de lote fixos, muitas empresas, por simplicidade, utilizam o MRP fixando tais
elementos. Entretanto, como a demanda, o suprimento e o processo de manufatura
apresentam todos variações, os gargalos também são dinâmicos, modificando sua
localização e sua severidade. Por esta razão, os “lead times” raramente são constantes
ao longo do tempo. De forma similar, se os gargalos determinam a programação, os
tamanhos de lote podem alterar-se ao longo da fábrica, dependendo do fato de um
centro de trabalho ser um gargalo ou não. (SLACK et alii, 1997).
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