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UNA CONTAGEM

PSICOLOGIA

POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO RETROSPECTIVA HISTÓRICA

REFERÊNCIA: Rodrigues NC. Política Nacional do Idoso: retrospectiva histórica. Estud


Interdiscip Envelhec. 2001;3(1):149-58.

Apenas em 1994 foi implantada uma política nacional para pessoas idosas, um marco recente.
Para entender melhor a criação dessa política, é preciso fazer uma retrospectiva histórica. Para
isso, deve-se resgatar eventos que aconteceram a partir de década de 70, quando todo trabalho
realizado com idosos no Brasil advinha de ordens religiosas ou entidades leigas filantrópicas.
No início da década de 70 a população idosa do país teve um aumento significativo,
preocupando técnicos da área governamental, provocando o despertar dessas pessoas para a
questão social do idoso.

Em 1975, havia surgido o Programa de Assistência do Idoso (PAI), que consistia na


implementação de grupos de convivência para idosos previdenciários nos postos de
atendimento do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), responsável pela criação do
PAI.

No ano de 1976, o gerontólogo Marcelo Antonio Salgado, com o apoio do então Ministro da
Previdência e Assistência Social, Luiz Gonzaga do Nascimento e Silva, coordenou três
seminários regionais, em São Paulo, Belo Horizonte e Fortaleza, e um nacional em Brasília. O
objetivo desses seminários foi entender e discutir a questão da velhice no Brasil e apresentar
tópicos básicos de uma política de assistência a promoção social do idoso. Graças a esses
seminários e o acervo de informações sobre a situação do idoso, a Secretaria de Assistência
Social criou o documento Políticas para a 3ª Idade – Diretrizes Básicas.

Em 1977 aconteceu a reforma da Previdência e foi criado o Sistema Nacional de Previdência


e Assistência Social (SINPAS). O PAI passou para a Fundação Legião Brasileira de
Assistência, órgão que se tornou responsável pelo atendimento ao idoso em todo Brasil.
Passados dez anos, ocorreu uma reestruturação na Legião Brasileira de Assistência e o
Programa de Assistência do Idoso (PAI) foi transformado em Projeto de Apoio à Pessoa Idosa
(PAPI). Esse novo projeto voltava suas ações para as pessoas idosas, com o objetivo de
oferecer oportunidades e uma maior participação no meio social. Além disso, visava também
desenvolver uma discussão da situação dos idosos enquanto cidadãos.
Passando para a década de 80, o Ministério da Saúde criou o Programa da Saúde do Idoso,
visando promover a saúde e o auto-cuidado da população idosa. No ano de 1989, o Programa
Nacional de Voluntariado da LBA (PRONAV) se propôs a entregar 130 centros de
convivência para idosos em todo o território brasileiro. Ainda em 89, o Ministério da Saúde
editou as normas para o funcionamento de instituições geriátricas do Brasil.

O primeiro Conselho Estadual dos Idosos foi criado em São Paulo, no ano de 1984; seguido
pelo Rio Grande do Sul, em 1988 e o de Santa Catarina e Rio de Janeiro em 1990. Hoje é
possível encontrar esses conselhos estaduais em quase todos os estados.

Em 5 de outubro de 1990, dia internacional do idoso, o presidente Fernando Color lançou o


projeto VIVÊNCIA, que desenvolveu ações nas áreas da “saúde, educação, cultura, lazer,
promoção e assistência social do idoso e preparação à aposentadoria” (p. 152). Para que a
implementação desse projeto fosse possívelfoi publicada no dia 16 de outubro a Portaria
Interministerial

“foi publicada no dia 16 de outubro a Portaria Interministerial nº 252 dos Ministros


de Ação Social, da Justiça, da Educação, do Trabalho e da Previdência Social, da
Marinha, Exército e Aeronáutica e os Secretários de Governo dos Desportos e da
Cultura, instituindo um grupo de trabalho com representantes desses órgãos, que no
prazo de 60 dias deveriam apresentar propostas de política e programas para a 3ª
Idade” (p. 152).

Ainda em outubro de 1990, foi assinado pelo Ministério de Ação Social um protocolo com a
Associação Nacional de Gerontologia que previa a criação do Banco de Talentos, com o
intuito de oferecer oportunidades a idosos voluntários e demais colaboradores para realizar
atividades comunitárias junto a crianças, adolescentes e idosos. No entanto, esse projeto não
seguiu adiante.

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