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UNIVERSIDADE

SANTA ÚRSULA Ética, Direitos Humanos e Psicologia

ÉTICA NO TRATO PROFISSIONAL COM


CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Alessandra Andrade, Bruna Poncioni,


Jaqueline Felix de Lima e Pedro Moreira
REGULAMENTAÇÃO DA PSICOLOGIA

Em 27 de agosto de 1962 a Psicologia se tornou uma profissão regulamentada no


Brasil. Com a aprovação da Lei nº 4.119.

Em 1971, por meio da Lei nº 5.766, foram criados o Conselho Federal e os


Conselhos Regionais de Psicologia responsáveis pelo registro, normatização e
fiscalização profissional, que organizam a intervenção social da profissão.
REGULAMENTAÇÃO DA PSICOLOGIA E A CONSTITUIÇÃO DE 88

A psicologia foi regulamentada no governo de João Goulart, se estabeleceu no


meio da Ditadura, mas foi após a Constituição de 88 e as Eleições de 89 que se
consolidou o processo democrático.

Acontecimento que favorece a emergência de uma Psicologia comprometida com


a garantia dos Direitos Humanos, tal qual estabelecida em diversos documentos e
Resoluções do Conselho Federal de Psicologia e dos Conselhos Regionais de
Psicologia (CFP/CRPs), e em especial no Código de Ética Profissional do
Psicólogo (CFP, 2005).
A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO CONSELHO FEDERAL DE
PSICOLOGIA
A Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi
criada em 7 de agosto de 1997. A partir de 1998, foram criadas as Comissões de
Direitos Humanos nos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs).

Objetivos:

• Incentivar a reflexão e o debate sobre os direitos humanos inerentes à formação,


à prática profissional e à pesquisa em psicologia;

• Estudar os múltiplos processos de exclusão enquanto fonte de produção de


sofrimento mental, evidenciando não apenas seu modo de produção sócio-
econômico como também os efeitos psicológicos que constituem sua vertente
subjetiva;
A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO CONSELHO FEDERAL DE
PSICOLOGIA
• Intervir em situações concretas onde existam violações dos direitos humanos
que estejam produzindo sofrimento mental;

• Participar ativamente das lutas pela garantia dos direitos humanos na sociedade
brasileira;

• Apoiar e prestar solidariedade aos movimentos nacionais e internacionais de


direitos humanos;

• Intervir em situações em que ações do Estado ou de setores sociais específicos


produzam algum tipo de sofrimento mental;

• Buscar soluções para a omissão de ações do Estado, especialmente relativas ao


sofrimento psíquico dos excluídos.
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSICÓLOGO

Código de Ética Profissional do Psicólogo que está em vigor desde o dia 27 de


agosto de 2005. Seus principais fundamentos são:

I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da


dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que
embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das


pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

III. O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e


historicamente a realidade política, econômica, social e cultural.
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSICÓLOGO

IIV. O psicólogo atuará com responsabilidade, por meio do contínuo aprimoramento


profissional, contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia como campo
científico de conhecimento e de prática.

V. O psicólogo contribuirá para promover a universalização do acesso da população


às informações, ao conhecimento da ciência psicológica, aos serviços e aos padrões
éticos da profissão.

VI. O psicólogo zelará para que o exercício profissional seja efetuado com
dignidade, rejeitando situações em que a Psicologia esteja sendo aviltada.

VII. O psicólogo considerará as relações de poder nos contextos em que atua e os


impactos dessas relações sobre as suas atividades profissionais, posicionando-se de
forma crítica e em consonância com os demais princípios deste Código.
CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE (CONANDA)
De 2020 - 2022. o Conselho Federal de Psicologia (CFP) assumiu a presidência
do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) representado
pela psicóloga

O Conanda foi criado pela Lei nº 8.242/1991, o Conselho Nacional dos Direitos da
Criança e do Adolescente (Conanda) está previsto no Estatuto da Criança e do
Adolescente – ECA (Lei nº 8.069/1990) como o principal órgão do sistema de garantia
de direitos.
O coletivo funciona por meio de gestão compartilhada, na qual representantes do
governo e da sociedade civil definem, no âmbito do Conselho, as diretrizes para a
Política Nacional de Promoção, Proteção e Defesa dos Direitos de Crianças e
Adolescentes. Também cabe ao colegiado a fiscalização das ações executadas pelo poder
público no que diz respeito ao atendimento de crianças e adolescentes pelas políticas
públicas.
ASSISTÊNCIA À CRIANÇA NO
BRASIL

A assistência à infância no Brasil desde os tempos


coloniais, foi exercida principalmente por Irmandades
religiosas tendo como eixo principal a caridade e a
filantropia, dentre as irmandades religiosas destacamos a
Santa Casa de Misericórdia, surgidas em Portugal.

Nas primeiras décadas, após a libertação, as leis


abolicionistas acabaram escravizando crianças
e jovens pobres ao encaminhá-los ao trabalho Trabalho infantil era uma realidade nos primeiros
compulsório como medida pedagógica e de anos de república no Brasil e cabia aos estados a
correção preventiva. fiscalização. Já era cultural que filhos de criação
nas famílias recebessem várais tarefas e trabalhos
de casa.
ASSISTÊNCIA REPRESSIVA

A República deu início à assistência pública


corretiva e repressiva ao menor abandonado nas
casas ditas de caridade e também em novos
internatos ligados à SAM (Serviço de Assistência
a Menores criado em 1941) e à Fundação
Nacional de Bem-Estar do Menor (FUNABEM
Na contramão de garantir os Direitos Humanos
criada em 1961). de menores, uma série de projetos de Leis
propunham redução da maioridade penal e
A política chamada de Bem-estar causou um também o agravamento das medidas
grande encarceramento da população infanto- socioeducativas como a internação.
juvenil pobre e negra.
Muitos setores resistiam em aceitar o Estatuto da
criança e foi disseminado em rádios, TVs e
noticiários que o Estatuto "era uma lei para
proteger bandidos", "uma lei boa para a Suíça e
não para o Brasil".
RODAS OU CASAS DOS EXPOSTOS

A origem da estrutura vem da Itália na Idade Média: uma irmandade de caridade cria num hospital de Roma
esse sistema devido o alto números de bebês achados mortos na cidade. Em Portugal, são criadas a partir de
1498 com o surgimento das irmandades da Misericórdia, financiadas pelas Câmaras municipais, sendo a Santa
Casa de Lisboa pioneira neste dispositivo.
MECANISMO DAS RODAS
Formada por uma caixa dupla de formato cilíndrico, a roda foi adaptada no
muro das instituições caridosas (abadias, mosteiros e irmandades
beneficentes). Com a janela aberta para o lado externo, um espaço dentro da
caixa recebia a criança após rodar o cilindro para o interior dos muros,
desaparecendo assim a criança aos olhos externos; dentro da edificação a
criança era recolhida e cuidada. Havia também um sino
ao lado da roda, do lado externo, para chamar a atenção.
RODAS DOS EXPOSTOS BRASILEIRAS
Nos moldes das Casas de Expostos de Portugal, a fundação de Rodas de Expostos em prédios anexos às
Santas Casas de Misericórdias no Brasil ocorre no século XVIII para receber os recém-nascidos ditos
enjeitados e expostos.

Enjeitados são as crianças que tinham alguma deformidade ou eram frutos de gravidezes indesejadas que
comprometeriam a moral da mãe (Mulher solteira, mulher adúltera etc) e eram entregues às assistências
de caridade. Já os expostos eram os recém-nascidos que eram abandonados nas ruas, no lixo e portanto
estariam expostos e largados à sorte.

A origem da estrutura vem da Itália na Idade Média: uma irmandade de caridade cria num hospital de
Roma esse sistema devido o alto números de bebês achados mortos na cidade. Em Portugal, são criadas a
partir de 1498 com o surgimento das irmandades da Misericórdia, financiadas pelas Câmaras municipais,
sendo a Santa Casa de Lisboa pioneira neste dispositivo.

As primeiras Rodas do Brasil foram criadas em: Salvador (1726), Rio de Janeiro (1738) e Recife (1789).
As demais foram criadas no século seguinte (XIX) como a Roda de São Paulo em 1825, já no início do
Império.
A CASA DA RODA DO RIO DE
JANEIRO

• Fundada em 1738 a partir de doação de


Romão de Mattos Duarte e dirigida por anos
pelas irmãs de caridade da Companhia das
Filhas de Caridade de São Vicente de Paulo.

• Funcionou inicialmente em acomodações


anexas ao Hospital Velho da Misericórdia,
mudando várias vezes até se estabelecer ao
lado da Estação de Metrô no Flamengo, onde
atualmente se encontra na Rua João Paulo
VI, 20.
Em 14 de janeiro de 1938, a instituição
completou 200 anos e mudou o nome
para Fundação Romão de Mattos Duarte.
Desde os anos 2000, a equipe foi sendo
substituída por profissionais técnicos
indicados pela Irmandade da Santa Casa
da Misericórdia

Entre 1821 a 1881, a Casa acolheu cerca de 80.000


crianças. Após três séculos de funcionamento, a Fundação
fechou em 2022 alegando dificuldades financeiras
agravadas pela Pandemia. Seu prédio foi vendido para a
construção de condomínio residencial.
Os problemas sociais dos principais centros urbanos no período colonial implicavam
também uma solução que reduzisse os gastos previstos das Câmaras municipais com a
pobreza. O funcionamento das rodas nos hospitais da misericórdia solucionou
parcialmente essa questão e deu a elas uma função social para lidar com esse problema
emergente do período: o abandono de bebês e crianças.

O regimento da rotina e A partir daí, juízes de órfãos


obrigações das Casas era bem passavam a ser seus As crianças da Casa também
rígido e detalhado. Todos os responsáveis até a maioridade. podiam ser entregues a pessoas
recolhidos eram criados à custa Os juízes deveriam colocar as que se comprometessem a cuidar
da casa até 7 anos (homens) e 8 crianças em famílias que de sua educação, sustento,
anos (mulheres). Todos eram pudessem acolhê-las ou vestuário e cuidado com doenças,
registrados nos livros de empregá-las. na conformidade do Alvará de 31
matrícula (data de chegada, de janeiro de 1775.
sexo, idade etc.). O principal objetivo na
aprendizagem das crianças
Além do Livro de Entrada, havia seria a de saber viver de acordo
um livro de matrícula de todos com a sua condição social,
os expostos menores e um outro com a aprendizagem de um
livro caso retornasse maior à ofício.
casa.
Em 2016, o documentário “Menino 23(infâncias perdidas)” revela que empresários brasileiros
simpatizantes do Nazismo levaram 50 meninos (9 e 11 anos) do Educandário nos anos 30 para
trabalharem em regime de escravidão na Fazenda Santa Albertina de Osvaldo Rocha Miranda, em
Campina do Monte Alegre-SP. A tese de doutorado do historiador Sidney Aguilar Filho investigou a
história das crianças
“Educação, autoritarismo e eugenia: exploração do trabalho e violência à infância no Brasil (1930-19
45)”
. O assunto atraiu a atenção do professor quando uma aluna disse que tinham tijolos com a suástica
numa fazenda da família. O filme foi rodado pelo diretor Belisário Franca e concorreu ao Oscar em
2017.
“A fazenda era de parentes de uma das irmãs daqui, já falecida. Fomos no papo da irmã”. Aos 18 anos
fugiu da fazenda e voltou para o Educandário Romão Duarte onde mora e trabalha. Diz ter sido bem
tratado. Diz que quando mandaram os meninos para a fazenda “falaram que era escola, mas não era.
Fomos enganados. Nós quebramos a cara. Eu nem sabia trabalhar em roça. Chegando lá não tinha como
voltar. Fugi, fugi pedindo dinheiro aqui e ali, até chegar aqui de volta. Batiam muito, igual um escravo. A
gente trabalhava e não ganhava nada, só casa e comida. Se não trabalhasse, apanhava. Quando eu fugi e
cheguei aqui, contei tudo pras irmãs.

JOÃO, 45 ANOS/ 1990


SAIU DA ROMÃO DUARTE COM 9 ANOS PARA
TRABALHAR EM UMA FAZENDA NO ESPÍRITO
SANTO, ONDE TRABALHOU POR 9 ANOS.
*Link para o d
ocumentário: https://www.google.com/search?q=meninos+23&oq=meninos+23&gs_lcrp=EgZjaHJvbWUyBggAEEUYOTIICAEQABgWGB4yCAgCEAAYFhgeMg
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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA)

O Artigo 5o prescreve que nenhuma criança ou adolescente deve ser objeto de qualquer
forma de negligência, crueldade, discriminação, opressão, violência e exploração, ou
mesmo punido na forma de lei por ação ou omissão aos seus direitos fundamentais.

A violência atinge as diversas camadas sociais de forma injusta, cruel e indiscriminada. E


a amplitude que ela evidencia permanentemente na vida dos meninos e das meninas
reflete aspectos relacionados a nossa história, cultura, estrutura e conjuntura.

O 3o Artigo da Lei No 8069 visa assegurar a eles nos trâmites legais, todas as facilidades
e oportunidades capazes de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral,
espiritual e social, em plenas condições de liberdade e de dignidade. A mesma legislação é
fulgente ao defender os direitos da criança à proteção social, listando no seu artigo
terceiro os direitos das pessoas nessa faixa etária.
COLÔNIA JULIANO MOREIRA
MEMÓRIAS DE
INSTITUIÇÕES TOTAIS
Fizeram parte das políticas de assistência ao menor
abandonado, sendo esta a segunda delas. Antigo
nome do Complexo Psiquiátrico, a Colônia Juliano
Moreira foi o único manicômio do mundo a ter
usado um tanque de guerra contra os pacientes ali
recebidos.

Muitas crianças indefesas, filhos de doentes, eram vítimas destes tipos de tratamento oferecidos pelo
hospital. Alguns bebês que nasceram em seus pavilhões eram doados da creche (desativada em 1976)
para a FUNABEM. Estas crianças quando voltavam da FUNABEM estavam loucas e rebeldes, e na fase
de puberdade levavam choques elétricos nos seios e nas regiões genitais.
PRÁTICAS E TRATOS COM CRIANÇAS

Eram presas em solitárias e tomavam medicações antipsicóticas


que tinham efeito prolongado como Anatensol, Mageptil e
Neuleptil.

Mesmo depois de um longo período de tanta tortura, uma parte


delas conservava ainda lucidez, porém, trazia várias questões
problemáticas para a instituição como, por exemplo, não saberem
ler ou escrever e não terem registro civil.

Quando eram interrogadas se queriam voltar ou não, diziam que a


família delas estava naquele lugar, por conta dos outros pacientes
que estavam internados há mais de 20 anos na mesma situação
que elas.
MAIS SOBRE O HOSPITAL ...

O IMASJM (Instituto Municipal de Assistência à Saúde Juliano Moreira), último


manicômio carioca situado na região de Jacarepaguá, era um hospital subordinado à
Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, e recebeu este nome em homenagem
ao médico psiquiatra Juliano Moreira. Ele foi o primeiro professor universitário brasileiro
a citar e incorporar a teoria psicanalítica e a disciplina psiquiátrica no ensino da
Medicina, assim como começou o projeto na Colônia.

As colônias que permaneceram hoje como instituições são as seguintes: CAPS Infantil,
CAPS II e III, Residências terapêuticas, Núcleo Franco da Rocha, CAPS Álcool e Drogas
e Hospital Psiquiátrico Jurandir Manfredini.
O Hospital Psiquiátrico Jurandir Manfredini é um dos hospitais de referência do Rio de
Janeiro e um dos poucos hospitais do SUS que restaram.
DEPOIMENTO JOSUÉ

Homem de 30 a 32 anos que não sabe informar quando foi transferido da


FUNABEM para a Colônia. Diz não ter vindo sozinho e que foram muitos os que
vieram com ele. Por volta dos seus 11 anos perdeu o pai e foi deixado pela mãe na
região da Praça Mauá com um pacote de biscoito na mão.

Foi encontrado por um PM que o levou ao Juizado de Menores e de lá o


encaminharam à FUNABEM, onde ficou por pouco tempo. O tempo maior havia
passado na Colônia e até então não sabia onde estava a sua família. Chorava muito e
tinha esperança de algum dia reencontrar a sua mãe e as suas irmãs. No momento da
entrevista era funcionário da Colônia e mostrava não saber o porquê de estar ali
mesmo não sendo doente mental. Como não tinham outra alternativa, o internaram
mesmo assim.
INFÂNCIA NOS PREVENTÓRIOS

• Instituição para os filhos sadios de isolados compulsoriamente nos


chamados “leprosários” 1923-1962.

• Perduram no Rio de Janeiro até 1986, segundo Lilian Angélica Souza,


2020.
DEPOIMENTOS PARA LILIAN ANGÉLICA DE SOUZA EM
2017.

“Sabe por que foi difícil?

A gente não tinha orientação nenhuma. A gente não tinha vivencia


aqui fora. A gente não sabia como era. A gente num pô ... a gente não
sabia fazer nada.”
“Tinha os filhos do Carapati e os filhos da FUNABEM. Que
criança que vivia na rua teve que ficar internada junto com a
gente. Essas crianças que iam para lá que
nos ensinaram a fumar.”

“A criança que era especial podia ir para casa no fim de semana


... e a gente como era filho (de leproso)
não podia sair.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

A assistência ao chamado “menor abandonado” encontra sustentação tanto nas


grandes estruturas de confinamento administrados pelo Estado (manicômios,
internatos e preventórios) como também nos orfanatos religiosos.

Eram vigentes à época ideais e princípios de eugenia.

Com a Costituição de 1988 e o ECA em 1990, essas práticas são criticadas, mas
nenhuma realidade muda por força da lei.
OBRIGADO PELA ATENÇÃO!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARANTES, Esther M. de Magalhães. Psicologia na Defesa dos Direitos Humanos de Crianças e


Adolescentes. Revista Psicologia: Ciência e Profissão, v.42/1-12, 2022.

ARIES. P. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: Editora Zahr, 1986.

VENÂNCIO, Renato Pinto. Famílias abandonadas: assistência à criança de camadas populares no Rio
de Janeiro e em Salvador - séculos XVIII e XIX. Campinas: Papirus, 1999.
KRAMER, Sonia; NUNES, Maria Fernanda; PENA, Alexandra. Crianças, ética do cuidado e direitos: a
propósito do Estatuto da Criança e do Adolescente. Educ. Pesqui., São Paulo, v.46, 2020.

SILVA, Jessica Cristina Tiago; MELO, Sara Cristina de Assunção. Violência Infantil: atuação do
psicólogo no processo de auxílio à criança. Rev. Psicol Saúde e Debate. Fev., 2018:4(1):61-84.

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