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0 NA GESTÃO DO DESIGN EM
PLATAFORMAS COLABORATIVAS
RESUMO
As plataformas colaborativas com os recursos das ferramentas da Web 2.0, proporcionam,
um espaço de aproximação e interação entre empresas, clientes, fornecedores e
interessados em geral, os quais se comunicam, compartilham ideias e executam tarefas
em conjunto com a equipe da empresa no desenvolvimento de produtos/serviços em um
processo colaborativo. O objetivo desta pesquisa é investigar a aplicabilidade das
ferramentas da Web 2.0 na viabilização da gestão de design em plataformas colaborativas.
Justifica-se sua relevância por considerar a possibilidade do surgimento de ideia
inovadoras, aumento da produtividade e como estratégia competitiva, por promover a
Gestão de Design, que permite o gerenciamento todos os processos, com foco nas metas,
nos objetivos da empresa e nas necessidades dos consumidores. Quanto à classificação
da pesquisa, em relação à finalidade trata-se de pesquisa básica, do ponto de vista do
problema pesquisa qualitativa; em relação aos objetivos, pesquisa descritiva. Os
procedimentos técnicos utilizados foram a pesquisa bibliográfica e online. Como
resultado da pesquisa, foi realizada a análise da inserção da gestão de design em
plataformas colaborativas com ferramentas da WEB 2.0. A análise dos resultados
confirmou que a gestão de design nas aplicações e ferramentas tecnológicas, auxiliando
na gestão estratégica de identificação soluções para beneficiar os negócios da empresa,
bem como na execução das tarefas dos usuários, facilitando as ações de design,
entregando produtos/ serviços com auxílio da tecnologia.
ABSTRACT
Collaborative platforms with the resources of Web 2.0 tools provide a space for
approximation and interaction between companies, customers, suppliers and interested
parties in general, who communicate, share ideas and perform tasks together with the
company's development team of products/services in a collaborative process. The aim of
this research is to investigate the applicability of Web 2.0 tools in enabling design
management in collaborative platforms. Its relevance is justified by considering the
possibility of the emergence of innovative ideas, increased productivity and as a
competitive strategy, by promoting Design Management, which allows the management
of all processes, with a focus on the company's goals, objectives and needs of consumers.
As for the classification of the research, in relation to the purpose, it is basic research,
from the point of view of the qualitative research problem; in relation to the objectives,
descriptive research. The technical procedures used were bibliographic and online
research. As a result of the research, an analysis of the insertion of design management
in collaborative platforms with WEB 2.0 tools was carried out. The analysis of the results
confirmed that design management in technological applications and tools, assisting in
the strategic management of identifying solutions to benefit the company's business, as
well as in the execution of users' tasks, facilitating design actions, delivering
products/services with technology aid.
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A World Wide Web (WWW) é uma forma pela qual a informação pode ser
difundida pela Internet. “É um espaço “público” que permite a circulação de todo o tipo
de informação, seja ela texto, imagem, sons, gráficos, vídeos, etc.” (DIZARD, 2000, p.
24). Esta forma de WEB era estática e servia para disponibilizar conteúdos onde o
utilizador final não podia alterá-los. As páginas tinham hiperlinks somente leitura, não
existindo interatividade construtiva entre o criador da página e o usuário. Esta geração da
Internet é conhecida como Web 1.0.
Porém, com a evolução tecnológica, a WEB cresceu, sofreu transformações e
volume, dados e potência, com a dinâmica de como a informação é produzida, captada,
organizada, armazenada, recuperada, interpretada, transmitida, transformada e, por fim,
utilizada (O’REILLY, 2005). Esta mudança de dinâmica em que as tecnologias e
aplicações são projetadas com o objetivo de realçar a criatividade, a informação coletiva
e, sobretudo, a colaboração entre usuários foi denominada por O’Reilly (2005) como Web
2.0. Este autor, definiu a Web 2.0 como uma rede, uma plataforma, abrangendo todos os
dispositivos conectado, cujas aplicações são aquelas que aproveitam ao máximo as
vantagens intrínsecas da plataforma. Portanto, a Web 2.0 surgiu como forma de inventar
um novo espaço de interação, de colaboração, de compartilhamento de informações e
comunicação global, fomentando uma inteligência coletiva.
O conceito WEB 2.0, como se percebe, está intimamente ligado ao domínio da
aprendizagem colaborativa que permite ao utilizador, além do acesso à informação,
constituir-se também como seu produtor e desenvolver processos colaborativos de
partilha e comunicação global (PATRÍCIO; GONÇALVES; CARRAPATOSO, 2008).
Chaves et al. (2016), explica que a Web 2.0 disponibiliza o software como um
serviço continuamente atualizado, que fica melhor à medida que mais pessoas o usam,
consumindo e recombinando dados de múltiplas fontes, incluindo usuários individuais,
fornecendo seus próprios dados e serviços em uma forma que permite edição por outros,
criando efeitos de rede através de uma "arquitetura de participação".
A sociedade em que vivemos é cada vez mais dependente destas tecnologias, a
sua utilização passou a ser de tamanha importância em quase todos os nichos sociais, e
não é diferente no âmbito acadêmico, pois como os alunos são atraídos pela tecnologia,
as atividades educacionais tornam-se mais prazerosas e motivadoras. Sendo assim, a Web
2.0 oferece aos usuários inúmeras possibilidades de comunicação que podem auxiliar na
gestão das plataformas colaborativas.
Completando, Tarapanoff e Alvares (2015) e Lopes (2012) destacam que a Web
2.0 é como uma plataforma de trabalho, reforçando as práticas que irão permitir a
valorização das experiências entre os usuários. Para os autores, a dinâmica da sua
interatividade de participação aberta, possibilita a troca de informações e colaboração
entre os usuários por meio de ferramentas como: blogs, microblogs, moblogs,
videosharing, wikis, facdebook, instagram, etc., cujas arquitetura da informação é
trabalhada de forma distinta.
Tarapanoff e Alvares (2015) ainda assinalam que as organizações podem ser
favorecidas com aplicação das ferramentas da WEB 2.0 com:
a. as possibilidades de interação com seus usuários, em tempo real, por meio da
utilização dessa plataforma;
b. utilização do Big Data disponibilizado a partir da geração e troca de
informações entre usuários, incluindo aqui as organizações, como base de análise;
c. utilização de novas metodologias e ferramentas de acesso e recuperação da
informação, disponíveis para a aplicação na plataforma; e
d. utilização de metodologias de diversas áreas das ciências humanas e sociais que
têm como foco o indivíduo, as comunidades e as sociedade.
Além disso, o grande volume, variedade e velocidade com que os dados são
produzidos, dificultam sobremaneira a organização dos dados e impedem o acesso
dinâmico e oportuno às informações.
Diante do exposto, com a disponibilidade da WEB 2.0, cresce a competitividade
do mercado contemporâneo, com as mudanças de padrões de comportamento dos clientes
e o intenso consumo de produtos, criado uma necessidade de desenvolvimento de novos
produtos e serviços de forma mais eficiente e rápida por parte das empresas. Neste
ambiente, com as ferramentas da WEB 2.0 são criadas as plataformas colaborativas, cujas
características destaca-se na sequência.
Como pode ser constatado no referencial teórico o conceito Web 2.0, está
relacionado ao processo colaborativo, que permite acesso a informações e trocas de ideias
em tempo real, durante o desenvolvimento compartilhado das atividades de execução do
projeto.
Para esta pesquisa, foi realizado um mapeamento de ferramentas da Web 2.0
disponíveis para utilização em plataformas colaborativas, sendo selecionadas seis, em
função do acesso gratuito, de ser voltada a aplicação em gestão de projetos e usar as
experiências de colaboradores, profissionais e clientes engajadas para gerar ideias na
solução de projetos, que podem ser inovadoras e contribuir para a competitividades das
empresas.
Constatou-se que as ferramentas da Web 2.0 usadas nas plataformas colaborativas
permitem em tempo real que ocorra o processo de gestão de ideias, explorando todo o
potencial da inteligência dos colaboradores. Este processo pode se apropriar da gestão de
design e seus níveis de atuação, possibilitando direcionar o desenvolvimento desses tipos
de sistemas de interação digital, nos níveis estratégico, tático e operacional, necessárias
ao processo de design durante o desenvolvimento de produtos e serviços em plataformas
colaborativas. O Quadro 2, mostra as possibilidades da inserção da gestão de design em
plataformas colaborativas com ferramentas da web 2.0.
Quadro 2 – Inserção da gestão de design em plataformas colaborativas com ferramentas da web 2.0
PLATAFORMA COLABORATIVA
Espaço virtual de interação, de colaboração, de compartilhamento de informações e
comunicação global
Web 2.0
Possibilita a criação de plataformas, capazes de estimular e atribuir poder aos usuários para que
criem, editem, adicionem valor, disseminem mensagens, com colaboração em interfaces
abertas de programação de aplicativos (API)
Ferramentas Web 2.0
Oferecem um ambiente de trabalho inteiramente baseado em World Wide Web, acessível de
qualquer computador com conexão à internet aplicadas no gerenciamento de projetos
Design Sprint Trello Slack Bitrix24 Artia Hibox
GESTÃO DE DESIGN
Nível Estratégico Identifica e cria oportunidades e condições de atuação, interpretando as
necessidades da organização e dos clientes, com foco na contribuição do design
Nível Tácito Coordenação das operações de design, pessoal, métodos e determinar os objetivos
da equipe responsável pelo design
Nível Operacional Execução e desenvolvimento dos projetos já definidos pela equipe técnica e das
especificações funcionais, simbólicas e estéticas do produto a ser desenvolvido
DESIGN SPRINT
Nível Estratégico Identifica questões críticas de negócios e busca soluções para resolver de forma
rápida e eficiente
Nível Tácito Organiza as equipes sob uma visão compartilhada, com objetivos e entregas
claramente definidos
Nível Operacional Desenvolve hipóteses, prototipagem e testes de soluções com a participação dos
clientes. Pode criar novos processos, novos mercados, projetar novos produtos,
desenvolver novas funcionalidades, definir estratégias de marketing e
atualização de uma marca
TRELLO
Nível Estratégico Ferramenta gerencial de projetos online
Nível Tácito Organiza e monitora todas as tarefas que envolvem equipes e que devem ser
feitas no desenvolvimento de um projeto
Nível Operacional Na execução dos projetos utiliza um esquema de listas, cartões e quadros onde
foram organizadas as tarefas. Transmite mensagens e atualiza o andamento dos
projetos e processos em tempo real. Pode diagnosticar problemas durante a
execução dos processos e sua correção, permitindo que todos os membros da
equipe visualizem as tarefas uns dos outros e possam interagir de forma remota.
SLACK
Nível Estratégico Ferramenta de gestão de projetos em plataformas colaborativas
Nível Tácito Organiza a gestão de projetos, com vaiadas necessidades, reunindo diferentes
tipos de profissionais e equipes
Nível Operacional Aplica as ferramentas de colaboração com diversas funcionalidades, de arquivos
online, reuniões por videoconferência, compartilhamento de ideias entre as
equipes por meio de canais de bate-papo em tempo real
BITRIX24
Nível Estratégico Busca estratégias de colaboração social, comunicação e ferramentas de gestão
para equipes em gestão de projetos
Nível Tácito Disponibiliza aos usuários ferramentas de colaboração para as organizações
gerenciarem documentos e comunicação entre seus membros.
Nível Operacional Na execução dos projetos é utilizado um kanban que inclui uma coluna “em
aprovação”, para tarefas que precisam de moderação, gerando relatórios de cada
atividade para que o gerente possa visualizar quanto tempo cada colaborador
passou em cada etapa do projeto
ARTIA
Nível Estratégico Reúne um conjunto de conhecimentos, habilidades,, técnica e ferramentas para
planejar, executar e monitorar um projeto
Nível Tácito Para a gestão de projetos incluem funções de controle financeiro (comparando
o custo estimado com o real), sistema de apontamento de horas de colaboradores,
relatórios de desempenho
Nível Operacional Utiliza o kanban, que facilita o trabalho de todos os envolvidos, o controle do
fluxo das atividades em um quadro simples, interativo, onde a equipe visualiza e
atualiza informações de cada atividade executada
HIBOX
Nível Estratégico A estratégia da gestão do projeto está mais focadas na comunicação entre os
membros da equipe colaborativa
Nível Tácito Organiza a funcionalidade da comunicação das informações e conhecimentos
Nível Operacional As equipes trocam informações e conhecimentos por chat em grupo e individual,
compartilhamento de arquivos e chamadas de vídeo. Os membros da equipe são
automaticamente alertados da tarefa que foi atribuída. Trabalha com algumas
ferramentas da inteligência Artificial (AI)
Fonte: Desenvolvido pelos autores (2021) com base nos autores referenciados.
Como pode ser observado no Quadro 1, a gestão de design nos níveis estratégico,
tático e operacional, pode ser aplicada na gestão de projetos, na sua definição estratégicas
para os negócios da empresa, na sua organizado, relacionados ao problema e objetivos
claramente colocados e com suas tarefas sistematizadas, permitindo assim, o
compartilhamento de ideias, a colaboração e a incorporação de todos os envolvidos na
solução do projeto.
Como descrito em cada ferramenta da Web 2.0 (Quadro 1), a gestão de design, em
nível estratégico, trata da inserção do design na empresa, ou seja, seu valor de
transformação, envolvendo estratégias, gestão de conhecimentos e gestão de redes de
comunicação. O nível funcional/tático trata da função do design, ou seja, seu valor de
coordenação e envolve estrutura, gestão de tecnologia e gestão da inovação. Por sua vez,
o nível operacional trata da ação de design, ou seja, seu valor de diferenciação
propriamente dito que envolve marketing de marca, produção e comunicação.
Portanto, a adequação do planejamento e sua organização na gestão do produto,
facilitam a comunicação, a colaboração, a interatividade e controle do desempenho de
todas as atividades, possibilitando identificar os pontos fracos para que sejam tomadas as
devidas ações de ajustes. O que vem de encontro com Best (2012, p. 30), “Gestão de
Design é o gerenciamento bem-sucedido de pessoas, projetos, processos e procedimentos
que estão por trás da criação dos produtos, serviços, ambientes e experiências que fazem
parte de nossa vida diária”. Neste contexto, o desafio das organizações é a capacidade de
estar preparada para se adaptar às ferramentas digitais, as inovações e a todas as
oportunidades de negócios e processos tecnológicos, garantindo assim, a permanência no
mercado.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
CHAVES, M. S.; ARAÚJO, C.; TEIXEIRA, L. R.; GLÓRIA JÚNIOR, I.; ROSA, D.;
NOGUEIRA, C. D. A New Approach to Managing Lessons Learned in the PMBoK
Process Groups: The Ballistic 2.0 Model. International Journal of Information Systems
and Project Management, v. 4, n. 1, p. 27-45, 2016.
DESIGN SPRINT KIT. Design Sprint Kit With Google. Disponível em:
https://designsprintkit.withgoogle.com. Acesso em: 26 jul. 2021
McAFEE, A. Empresas 2.0: A força das mídias colaborativas para superar grandes
desafios empresariais. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
MOZOTA, Brigitte Borja de. Gestão de Design: usando o design para construir valor de
marca e inovação corporativa. Porto Alegre: Bookman, 2011.
O’REILLY, Tim. What is Web 2.0: Design Patterns and Business Models for the Next
Generation of Software, 2005. Disponível em:
http://www.oreilly.com/pub/a/web2/archive/what-is-web-20.html?page=1. Acesso em:
01jun. 2021.
KNAPP, J., ZERATSKY, J., KOWITZ, B. Sprint: o método usado no Google para
testar e aplicar novas ideias em apenas 5 dias, 1ª ed., Rio de Janeiro, intrínseca, 2017.