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AS POTENCIALIDADES DA WEB 2.

0 NA GESTÃO DO DESIGN EM
PLATAFORMAS COLABORATIVAS

RESUMO
As plataformas colaborativas com os recursos das ferramentas da Web 2.0, proporcionam,
um espaço de aproximação e interação entre empresas, clientes, fornecedores e
interessados em geral, os quais se comunicam, compartilham ideias e executam tarefas
em conjunto com a equipe da empresa no desenvolvimento de produtos/serviços em um
processo colaborativo. O objetivo desta pesquisa é investigar a aplicabilidade das
ferramentas da Web 2.0 na viabilização da gestão de design em plataformas colaborativas.
Justifica-se sua relevância por considerar a possibilidade do surgimento de ideia
inovadoras, aumento da produtividade e como estratégia competitiva, por promover a
Gestão de Design, que permite o gerenciamento todos os processos, com foco nas metas,
nos objetivos da empresa e nas necessidades dos consumidores. Quanto à classificação
da pesquisa, em relação à finalidade trata-se de pesquisa básica, do ponto de vista do
problema pesquisa qualitativa; em relação aos objetivos, pesquisa descritiva. Os
procedimentos técnicos utilizados foram a pesquisa bibliográfica e online. Como
resultado da pesquisa, foi realizada a análise da inserção da gestão de design em
plataformas colaborativas com ferramentas da WEB 2.0. A análise dos resultados
confirmou que a gestão de design nas aplicações e ferramentas tecnológicas, auxiliando
na gestão estratégica de identificação soluções para beneficiar os negócios da empresa,
bem como na execução das tarefas dos usuários, facilitando as ações de design,
entregando produtos/ serviços com auxílio da tecnologia.

Palavras-chave: WEB 2.0. Colaboração. Plataforma. Gestão. Design.

ABSTRACT

Collaborative platforms with the resources of Web 2.0 tools provide a space for
approximation and interaction between companies, customers, suppliers and interested
parties in general, who communicate, share ideas and perform tasks together with the
company's development team of products/services in a collaborative process. The aim of
this research is to investigate the applicability of Web 2.0 tools in enabling design
management in collaborative platforms. Its relevance is justified by considering the
possibility of the emergence of innovative ideas, increased productivity and as a
competitive strategy, by promoting Design Management, which allows the management
of all processes, with a focus on the company's goals, objectives and needs of consumers.
As for the classification of the research, in relation to the purpose, it is basic research,
from the point of view of the qualitative research problem; in relation to the objectives,
descriptive research. The technical procedures used were bibliographic and online
research. As a result of the research, an analysis of the insertion of design management
in collaborative platforms with WEB 2.0 tools was carried out. The analysis of the results
confirmed that design management in technological applications and tools, assisting in
the strategic management of identifying solutions to benefit the company's business, as
well as in the execution of users' tasks, facilitating design actions, delivering
products/services with technology aid.

Keywords: WEB 2.0. Collaboration. Platform. Management. Design.

1 INTRODUÇÃO

No contexto contemporâneo, as organizações e a sociedade em geral, estão diante


de uma infinidade de informações e recursos tecnológicos que possibilitam a
comunicação em tempo real, sem barreiras geográficas de forma autônoma e
participativa, com liberdade para expor e trocar ideias, utilizando tecnologias e softwares
específicos de acordo com cada atividade. Desta forma, os consumidores passaram de
agentes passivos a contribuintes ativos, trazendo novos níveis de envolvimento nas
relações de consumo.
Para participar ativamente deste cenário, as organizações entenderam a
necessidade de criar todo um ecossistema em torno de seu nicho de negócio, com as
plataformas digitais colaborativas, que têm como principal característica agregar pessoas
em um modo de trabalho diferente e dinâmico. Por isso, as plataformas colaborativas
estão mudando a dinâmica da economia por serem aliadas para representação e
organização do conhecimento comunicado e compartilhado. Estes processos
colaborativos de comunicação e compartilhamento aplicados em plataformas digitais,
ocorrem no contexto da Web 2.0, que tem como objetivo principal tornar a Web um
ambiente social e acessível a todos que a utilizam, onde cada pessoa seleciona e controla
as informações, de acordo com suas necessidades e interesses. As tecnologias de
comunicação, servem como meio de propagação das propostas criativas das pessoas
interessadas em algum projeto, divulgado em plataformas, criando uma rede de
informações que estabelece novas soluções para produtos e serviços. Sendo assim, é a
colaboração que permite a amplitude e profundidade das relações entre as organizações
seus clientes, fornecedores, etc., que passam a operar baseados em relações de interesses
compartilhados.
No que se refere as plataformas colaborativas especificas para a criação de
produtos/serviços, estas, exigem dos designers e outros profissionais que tenham
habilidades para lidar com diferentes tecnologias e tenham interesse no constante
aprendizado em relação a novas funções, que sejam capazes de sistematizar o uso
integrado das tecnologias da Web 2.0, como ferramentas estratégicas.
Nesse ambiente das plataformas colaborativas, a gestão de design engloba
atividades de gestão de acordo com os princípios do design e das estratégias das
organizações, possibilitando compreender e administrar as ações ligadas aos processos
criativos na solução de problemas, como instrumento estratégico, também no espaço
digital das plataformas. Neste sentido, a gestão de design pode ser entendida como uma
coordenação criativa de ferramentas e recursos, podendo ser pensados também, para a
aplicação em plataformas colaborativas.
Sendo assim, para que os processos colaborativos aconteçam, as organizações
precisam estimular a colaboração, envolvendo empregados, fornecedores, parceiros de
negócios e clientes. Os membros das organizações devem saber trabalhar em conjunto,
interagindo para que sejam compartilhadas informações, conhecimentos e habilidades
criativas, o que intensifica a produção de conhecimento de todos os participantes e da
organizacional. No entanto, muitas organizações ainda enfrentam algumas restrições
relativas à disseminação das soluções encontradas, devido, principalmente, à dispersão
geográfica entre as unidades operacionais, em muitos casos, são multinacionais. Outra
questão, envolve à confidencialidade de informações e queda de produtividade dos
funcionários, levando a restrições do uso de plataformas em redes sociais no contexto
organizacional (OLIVEIRA, 2012). No entanto, a expectativa é que essa visão mude
gradativamente e que a aplicação das ferramentas de colaboração da Web 2.0, estruturadas
com as dimensões da gestão de design em plataformas colaborativas, possam despertar o
entusiasmo, o empenho e o senso coletivo de propósito e realização por parte das
empresas.
Estudos realizados por Mcafee (2010) demonstram que as ferramentas Web 2.0
capturam e compartilham conhecimentos, no desenvolvimento da cultura corporativa, na
capacitação de novos funcionários, no contato entre as pessoas em uma grande e/ou
fragmentada organização, na exploração do conceito da saberia das multidões e, ainda,
no acesso facilitado e ágil das pessoas às informações necessárias à realização de suas
atividades.
Diante do exposto, o objetivo do artigo é investigar a aplicabilidade das
ferramentas da Web 2.0 na viabilização da gestão de design em plataformas colaborativas.
A justificativa da pesquisa enfatiza a importância do tema para o mercado, sua relevância
social, seu significado científico para a geração de conhecimentos e a importância da
gestão de design na manutenção e sucesso das plataformas colaborativas. Destaca-se, que
por meio da colaboração, as pessoas podem se beneficiar de informações atualizadas e
em tempo real, compartilhar experiências e utilizar o conhecimento do grupo,
participando do aprendizado, ampliando assim, seu repertório de conhecimentos
individuais. A colaboração está relacionada: com os processos de troca de informações e
conhecimentos; com o trabalho conjunto entre duas ou mais pessoas que tenham objetivo
em comum; com uma multidão de pessoas que criem conjuntamente produtos; com
indivíduos e organizações conectados, podendo alcançar níveis sem precedentes de
aprendizado e descobertas científicas (SILVA, 2018). Portanto, a colaboração é um
processo que favorece a inovação e as organizações devem estar atentas para os novos
mecanismos de gestão colaborativa para a inovação.
Evidencia-se ainda, a relevância das plataformas colaborativas para o design de
produtos, pois as organizações podem divulgar as situações problemas, facilitar a
comunicação, bem como o compartilhamento de ideias entre designers e outros
participantes da equipe, interessados no projeto. Todos os participantes podem beneficiar-
se com o debate de informações, conhecimentos e novas ideias que pode levar as
inovações com o uso das ferramentas Web 2.0. Destaca-se ainda, a relevância da pesquisa,
pelo fato das plataformas colaborativas digitais poderem potencializar a inovação aberta,
por meio do desenvolvimento de comunidades virtuais, das redes sociais que incluem
empresas e consumidores atuando como cocriadores nos processos de inovação.

1.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa realizada é de natureza básica. Quanto à abordagem do problema,


aplicou-se a uma pesquisa qualitativa, a qual respeita o critério de apresentar uma relação
dinâmica entre o mundo real e o sujeito, não se baseando efetivamente em métodos e
técnicas estatística, sendo o ambiente natural a fonte direta para a coleta de dados, tendo
como instrumento chave o próprio pesquisador. Neste tipo de pesquisa, tornam-se os
focos principais o processo e seu significado de abordagem (LAKATOS; MARCONI,
2010). Considerando-se os objetivos, esse estudo caracteriza-se como pesquisa descritiva.
Visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o
estabelecimento de relações entre variáveis. Observa, registra, analisa e ordena dados,
sem manipulá-los, isto é, sem interferência do pesquisador. Procura descobrir a
frequência com que um fato ocorre, sua natureza, suas características, causas, relações
com outros fatos.
Os procedimentos técnicos, contemplaram as pesquisas bibliográficas e pesquisa
documental, compreende uma revisão da literatura. Entre as ferramentas Web 2.0
disponibilizadas, foram selecionadas seis delas, criadas para utilização em plataformas
colaborativas, tendo como critério: ter acesso gratuito; ser voltada a aplicação em gestão
de projetos; usar as experiências de colaboradores, profissionais e clientes na solução de
projetos. A análise dos dados foi realizada de forma interpretativa, com base nos
pressupostos da técnica de pesquisa qualitativa e descritiva, pois visa compreender,
descrever e interpretar os dados coletados. A abordagem teórica contempla: Princípios e
Aplicação das Ferramentas da web 2.0, Características das Plataformas Digitais
Colaborativas, Ferramentas disponíveis para Aplicação em Plataformas Colaborativas e
Gestão de design na era da colaboração.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica desta pesquisa contempla abordagens de diferentes


autores que caracterizam a evolução das ferramentas tecnológicas a troca de informações
e conhecimentos em plataformas colaborativas digitais, enfatizando a importância da
Gestão de Design na manutenção de seus dispositivos.

2.1 PRINCÍPIOS E A APLICAÇÃO DAS FERRAMENTAS DA WEB 2.0

A World Wide Web (WWW) é uma forma pela qual a informação pode ser
difundida pela Internet. “É um espaço “público” que permite a circulação de todo o tipo
de informação, seja ela texto, imagem, sons, gráficos, vídeos, etc.” (DIZARD, 2000, p.
24). Esta forma de WEB era estática e servia para disponibilizar conteúdos onde o
utilizador final não podia alterá-los. As páginas tinham hiperlinks somente leitura, não
existindo interatividade construtiva entre o criador da página e o usuário. Esta geração da
Internet é conhecida como Web 1.0.
Porém, com a evolução tecnológica, a WEB cresceu, sofreu transformações e
volume, dados e potência, com a dinâmica de como a informação é produzida, captada,
organizada, armazenada, recuperada, interpretada, transmitida, transformada e, por fim,
utilizada (O’REILLY, 2005). Esta mudança de dinâmica em que as tecnologias e
aplicações são projetadas com o objetivo de realçar a criatividade, a informação coletiva
e, sobretudo, a colaboração entre usuários foi denominada por O’Reilly (2005) como Web
2.0. Este autor, definiu a Web 2.0 como uma rede, uma plataforma, abrangendo todos os
dispositivos conectado, cujas aplicações são aquelas que aproveitam ao máximo as
vantagens intrínsecas da plataforma. Portanto, a Web 2.0 surgiu como forma de inventar
um novo espaço de interação, de colaboração, de compartilhamento de informações e
comunicação global, fomentando uma inteligência coletiva.
O conceito WEB 2.0, como se percebe, está intimamente ligado ao domínio da
aprendizagem colaborativa que permite ao utilizador, além do acesso à informação,
constituir-se também como seu produtor e desenvolver processos colaborativos de
partilha e comunicação global (PATRÍCIO; GONÇALVES; CARRAPATOSO, 2008).
Chaves et al. (2016), explica que a Web 2.0 disponibiliza o software como um
serviço continuamente atualizado, que fica melhor à medida que mais pessoas o usam,
consumindo e recombinando dados de múltiplas fontes, incluindo usuários individuais,
fornecendo seus próprios dados e serviços em uma forma que permite edição por outros,
criando efeitos de rede através de uma "arquitetura de participação".
A sociedade em que vivemos é cada vez mais dependente destas tecnologias, a
sua utilização passou a ser de tamanha importância em quase todos os nichos sociais, e
não é diferente no âmbito acadêmico, pois como os alunos são atraídos pela tecnologia,
as atividades educacionais tornam-se mais prazerosas e motivadoras. Sendo assim, a Web
2.0 oferece aos usuários inúmeras possibilidades de comunicação que podem auxiliar na
gestão das plataformas colaborativas.
Completando, Tarapanoff e Alvares (2015) e Lopes (2012) destacam que a Web
2.0 é como uma plataforma de trabalho, reforçando as práticas que irão permitir a
valorização das experiências entre os usuários. Para os autores, a dinâmica da sua
interatividade de participação aberta, possibilita a troca de informações e colaboração
entre os usuários por meio de ferramentas como: blogs, microblogs, moblogs,
videosharing, wikis, facdebook, instagram, etc., cujas arquitetura da informação é
trabalhada de forma distinta.
Tarapanoff e Alvares (2015) ainda assinalam que as organizações podem ser
favorecidas com aplicação das ferramentas da WEB 2.0 com:
a. as possibilidades de interação com seus usuários, em tempo real, por meio da
utilização dessa plataforma;
b. utilização do Big Data disponibilizado a partir da geração e troca de
informações entre usuários, incluindo aqui as organizações, como base de análise;
c. utilização de novas metodologias e ferramentas de acesso e recuperação da
informação, disponíveis para a aplicação na plataforma; e
d. utilização de metodologias de diversas áreas das ciências humanas e sociais que
têm como foco o indivíduo, as comunidades e as sociedade.
Além disso, o grande volume, variedade e velocidade com que os dados são
produzidos, dificultam sobremaneira a organização dos dados e impedem o acesso
dinâmico e oportuno às informações.
Diante do exposto, com a disponibilidade da WEB 2.0, cresce a competitividade
do mercado contemporâneo, com as mudanças de padrões de comportamento dos clientes
e o intenso consumo de produtos, criado uma necessidade de desenvolvimento de novos
produtos e serviços de forma mais eficiente e rápida por parte das empresas. Neste
ambiente, com as ferramentas da WEB 2.0 são criadas as plataformas colaborativas, cujas
características destaca-se na sequência.

2.2 CARACTERÍSTICAS DAS PLATAFORMAS DIGITAIS COLABORATIVAS

O fenômeno das redes sociais, o colaborativismo e a dispersão da informação


fazem parte da realidade de uma parcela bastante significante da população mundial. A
vida humana passou a depender desses sistemas de informação, pois elas se tornaram base
para praticamente todos os ramos de atuação humana. Neste ambiente, as plataformas
digitais ganharam dimensões jamais pensadas, tendo como principal característica
agregar pessoas em um modo de trabalho diferente e dinâmico de interação entre seus
usuários. Seu objetivo não é somente o ganho de produtividade, mas também a melhoria
da comunicação e a colaboração entre os funcionários da organização.
Outra característica importante a ser citada é como as empresas se beneficiaram
das plataformas digitais colaborativas para superar os desafios impostos pelo mercado de
negócios e inovar em seus processos. Para isso, as organizações têm investido na
participação do cliente no processo de criação de valor do produto através de plataformas
colaborativas para gestão de ideias. O processo de colaboração remota e inovação estão
sendo combinados e gerando uma tendência chamada de inovação aberta associada a
redes sociais e plataformas colaborativas (GABRIEL et al., 2016). As práticas de
inovação aberta (do inglês Open Innovation - OI) possibilitaram as empresas utilizarem
o conhecimento externo à organização para gerar melhoria nos processos internos,
aumento das receitas e criação e modernização de produtos (MCCORMACK; FALLON;
CORMICAN, 2015).
O intuito na utilização das plataformas colaborativas está em promover o
envolvimento de clientes, fornecedores e colaboradores na criação de produtos. Segundo
os autores Gabriel et al. (2016) esta abordagem tornou-se uma estratégia e tendência no
mercado de negócios
Assim, as empresas passaram a explorar a criatividade, ideias e o conhecimento
do consumidor final em benefício próprio, principalmente no que tange a identificação de
melhores soluções para serem implementadas. A partir da combinação dos diferentes
conhecimentos e habilidades dos colaboradores cria-se valor de forma mais eficaz e
eficiente (FROW et al., 2015). Portanto, entende-se que o intuito na utilização de redes
sociais e plataformas colaborativas está em promover o envolvimento de clientes,
fornecedores e colaboradores na criação de produtos e na melhora da própria plataforma
e do produto em si.
As plataformas digitais colaborativas proporcionam ferramentas que suportam
ações e atividades conjuntas de seus associados, e a descoberta de afinidades entre si,
fundamentais para o estabelecimento ágil de parcerias. Elas possuem, ainda, um grande
potencial para, através da colaboração e do networking, resolver problemas e elaborar
propostas de forma mais eficaz.
O Quadro 1 apresenta alguns dos principais pontos positivos na utilização das
plataformas colaborativas indicados por Silva (2018) no processo de gestão de ideias:
Quadro 1 – Gestão de ideias nas plataformas
Identificar potenciais co-criadores; Fomentar a eficiência dos colaboradores na aquisição,
compartilhamento e gestão do conhecimento;
Fomentar a eficiência dos colaboradores na aquisição, Fomentar a eficiência dos colaboradores na aquisição,
compartilhamento e gestão do conhecimento; compartilhamento e gestão do conhecimento;
Criar elementos de colaboração e competição como Criar elementos de colaboração e competição como
abordagem promissora; abordagem promissora;
Coletar ideias inovadoras geradas pelos consumidores; Coletar ideias inovadoras geradas pelos consumidores;
Gerar colaboração para resultados valiosos em termos Formar plataformas digitais para geração de ideias;
de qualidade da ideia;
Desenvolver potencial significativo para a Enriquecer ideias usando contribuições incrementais
aprendizagem e insights criativos; colaborativas;
Gerar oportunidades de inovação e facilidade de Reduzir riscos de rejeição e decepção;
interação;
Melhorar a eficiência do processo de inovação; Melhorar a qualidade nas relações estabelecidas;
Desenvolver contatos entre funcionários; Melhorar a comunicação entre especialistas;
Despertar o interesse em novos projetos ou ideias; Identificar oportunidades profissionais.
Fonte: Silva (2018).

Neste das plataformas colaborativas, as empresas podem suprir todo o campo de


conhecimento, fomentando a eficiência dos colaboradores na aquisição,
compartilhamento de informações, troca de ideias, em redes de colaboração ao redor do
mundo como forma de diminuir as distâncias e permitir possibilidades de colaboração
cada vez mais promissoras. Para tanto, existem ferramentas disponíveis para aplicação
em plataformas colaborativas, como destaca-se a seguir.

2.1.1 Ferramentas disponíveis para aplicação em plataformas colaborativas

Muitas ferramentas estão disponíveis para as organizações como métodos de


gerenciamento de projetos baseados em eficiência e flexibilidade, que agilizam a
execução de todo o projeto, para este estudo foram selecionadas seis ferramentas
aplicadas no gerenciamento de projetos: O Design Sprint, Trello, Slack, Bitrix24, Artia
e Hibox.
O Design Sprint - um framework de cinco dias para resolver questões críticas de
negócios através da elaboração, prototipagem e teste de soluções com clientes (GOOGLE
VENTURES, 2018). Foi desenvolvido em 2011, por Jake Knapp, John Zeratsky e Braden
Kowitz nos headquarters da Google Ventures e transformado em guia prático no livro
Sprint. Desde então, é utilizado por empresas de diversas áreas para resolver de forma
rápida e eficiente questões relacionadas aos seus negócios (KNAPP et al., 2017). O
método Design Sprint alinha rapidamente equipes sob uma visão compartilhada, com
objetivos e entregas claramente definidos, sendo uma ferramenta para desenvolver
hipóteses, prototipar uma ideia e testá-la rapidamente com o menor investimento possível
em um cenário mais realista possível (BANFIELD et al., 2016).
Mais conhecida por injetar velocidade e inovação no desenvolvimento de
produtos, o Sprint também pode ser usado para criar novos processos, criar ou atualizar
uma marca ou até mesmo definir uma visão para o impacto que uma organização quer
trazer ao mundo (BANFIELD et al., 2016). O Google Ventures já aplicou Sprints em
centenas de companhias, como Nike, Flatiron Health e Medium, ajudando-as a entrar em
novos mercados, projetar novos produtos, desenvolver novas funcionalidades, definir
estratégias de marketing e muito mais (GOOGLE VENTURES, 2018).
Trello - É uma ferramenta gerencial de projetos que utiliza um esquema de listas,
cartões e quadros para organizar todas as tarefas que devem ser feitas no desenvolvimento
de um projeto. Permite ainda a inclusão de outros materiais pertencentes ao projeto, como
e-mail, planilhas, fotos e notas fiscais (PEREIRA JUNIOR et al., 2019). A conexão com
a internet possibilita monitorar e controlar as atividades dos quadros, mover os cartões
entre as listas, anexar documentos, transmitir mensagens e atualizar o andamento dos
projetos e processos em tempo real. Possibilita, ainda, diagnosticar problemas durante a
execução dos processos e sua correção de forma tempestiva, tendo em vista permitir que
todos os membros da equipe visualizem as tarefas uns dos outros e possam interagir de
forma remota, sem a necessidade de estarem reunidos em um local para tal atividade
(MELLO; SOUZA, 2018).
O Slack é uma ferramentas de colaboração com diversas funcionalidades, de
compartilhamento de arquivos online, organização de reuniões por videoconferência, que
permite a conexão com equipes remotas por meio de canais de bate-papo em tempo real.
Facilita a gestão de projetos ao reunir em apenas uma plataforma as variadas necessidades
de diferentes tipos de profissionais e equipes (CAPTERRA. 2020).
A Bitrix24 é uma ferramenta que proporciona uma série de recursos para uma
empresa usufruir, que facilitam o gerenciamento de documentos e comunicação entre os
integrantes da empresa e ferramentas de gestão para equipes de projetos. Para a gestão de
projetos apresenta um kanban completo que inclui uma coluna “em aprovação”, para
tarefas que precisam de moderação, gerando relatórios de cada atividade para que o
gerente possa visualizar quanto tempo cada colaborador passou em cada etapa do projeto
(SILVA, 2018).
O Artia é uma das ferramentas de gestão de projetos, com funções
que incluem: controle financeiro (comparando o custo estimado com o real), sistema
de apontamento de horas de colaboradores, relatórios de desempenho e kanban,
facilitando o trabalho de todos os envolvidos (EUAX, 2020).
Hibox – É uma das ferramentas de gestão de projetos mais focadas
na comunicação, com funcionalidades que auxiliam as equipes na trocar várias
informações: chat em grupo e individual, compartilhamento de arquivos e chamadas de
vídeo. Quando uma tarefa é atribuída a uma pessoa ela é automaticamente alertada sobre
isso, evitando falhas de comunicação. Trabalha com algumas ferramentas da inteligência
Artificial (AI), que substitui cerca de 7% dos membros das equipes, liberando a equipe
de profissionais focar na única coisa que robôs nunca poderão: a criatividade (HIBOX,
2021). Destacaram-se assim, algumas das ferramentas tecnológicas digitais que podem
ser utilizadas para o compartilhamento de projetos de produtos, serviços e processos.
Nestes ambientes digitais, a gestão de design pode se mostrar como ação diferenciadora,
dentro da gestão estratégia de produto, podendo destacar na era da colaboração.
2.2 A GESTÃO DE DESIGN NA ERA DA COLABORAÇÃO

A gestão de design engloba atividades de gestão de acordo com os princípios do


design e da estratégia das organizações, possibilitando compreender e administrar as
ações ligadas aos processos criativos no desenvolvimento de produtos e serviços. Para
Best (2011, p. 12), “O objetivo da Gestão de Design é identificar oportunidades para o
design entender o público alvo o mercado e identificar e comunicar os caminhos pelos
quais o design pode contribuir para o valor estratégico da organização”.
Gestão de design é a administração das atividades de design com base nos
objetivos da empresa em curto, médio e longo prazo. Auxilia a organização a aumentar
sua eficiência, manter-se competitiva e diferenciar produtos e serviços (MARTINS;
MERINO, 2011, p. 21).
A gestão de design é estratégica e inovadora. Suas ações e abrangência envolvem
os conhecimentos e as competências dos membros da organização e preocupação com os
clientes (ambiente interno e externo), com percepção de suas experiências, que levam ao
desejo pelo produto. Englobam os processos, que focam na concepção e desenvolvimento
dos produtos ou dos serviços, das novas tecnologias, na aplicação dos processos de
criatividade e na inovação, tendo em vista os benefícios que podem diferenciar a empresa
no mercado, promovendo a sua competitividade. Neste sentido, a gestão de design pode
ser entendida como uma coordenação criativa de ferramentas e recursos, podendo ser
pensados também, para a aplicação em processos de inovação, como é o caso das
plataformas abertas.
Condizendo com estes autores Mozota (2011), orientam pensar o design como
estratégia, processo e/ou estilo, enquanto a gestão seja pensada como comando e controle,
como arte da ação coletiva, e de como gerir a mudança.
Dessa forma, com base no referencial teórico, a gestão de design permite o melhor
entendimento das necessidades dos clientes e promove a inovação, comprometida com
suas metas, missão e objetivos, coordenando seus recursos em todos os níveis, sendo
construída em longo prazo. Preocupa-se com ativos intangíveis e tangíveis, aliada aos
processos e à criação de um produto ou serviço. Envolve toda a empresa, buscando
desenvolver um ambiente criativo, com visão de futuro, com ideias inovadoras, para o
modelo de negócios e produtos, mantendo sempre a essência da marca. Nesse sentido a
gestão de design é integrada, se apresenta com níveis de inserção do design cuja
abordagem mostra como as empresas o observam (Figura 1).
Figura 1 - Gestão de Design

Fonte: Silva (2018), adaptado de Mozota (2011).

O nível do design estratégico: corresponde à implantação do design para unificar


e transformar a visão da empresa: estratégia, cultura, identidade, competência central,
informações de mercado, inovação no processo de gestão. Nesse nível, o design se
incorpora às políticas, missão e visão estratégicas da organização. Parte do princípio de
que a gestão de design deve ser utilizada a partir do nível mais alto das organizações, ou
seja, deve ser encarada como uma ferramenta estratégica. O design, então, deve ser uma
ferramenta para atingir os objetivos das organizações através da adequação entre suas
capacidades e o ambiente de atuação.
2) O nível do design tático (funcional): é a organização e atribuição das funções
do design na empresa: organizar métodos de trabalho, integrar a gestão da inovação, gerir
o processo de comunicação, gerir o processo de produção, integrar e interagir, catalisar.
Nesse nível o design se apresenta como parte do sistema/processo da organização,
ligando-se a outros setores da mesma. Portanto, o nível tático se preocupa com o lugar do
design na organização e com a identificação das funções específicas do design adaptadas
à resolução dos problemas de gerenciamento da organização. Dependendo das relações
com os diferentes departamentos ou setores, existirão diferentes posicionamentos e usos
do design como ferramenta na empresa.
3) O nível design operacional: corresponde à execução projetos de design na
empresa: projeto, desenvolvimento de produto, desenvolvimento de página Web, design
de embalagem, gestão da marca. Nesse nível o design tem suas manifestações tangíveis
na forma física dos produtos. O Manual de Gestão de design (CPD, 1997) afirma que a
gestão no nível operacional significa determinar a natureza do projeto que consiste na
avaliação entre a diferença dos objetivos e a capacidade da empresa; organizar e
desenvolver todo processo que deverá ser seguido durante todas as fases e níveis de
decisão, levando ao conhecimento da administração e entre os elementos da equipe;
definir e organizar a equipe técnica.
Verifica-se, nesses níveis uma necessidade de evidenciar a inserção e a influência
do design dentro de organizações empresariais. No entanto, ao verificar que o design está
inserido em uma organização em nível operacional, não é possível afirmar que isso seja
gd, a não ser que o design permeie por toda a organização e faça parte das estratégias da
mesma (WOLFF, 2011).
Com foco na fundamentação teórica abordada, apresenta-se uma síntese das ações
que podem ser realizadas nos níveis de atuação do design estratégico, tático e operacional,
no Quadro 1.
Quadro 1: atuação do design estratégico, tático e operacional
ATUAÇÃO DA GESTÃO DE DESIGN NO NÍVEL
ESTRATÉGICO
Com uma visão prospectiva dos negócios;
No incremento da competitividade, realizando diagnósticos situacionais,
definindo campos de atuação;
No planejamento empresarial, nas estratégias de mercado, de criação e
produção de produtos;
Manutenção da identidade corporativa da marca;
Na concepção do produto e todo o seu ciclo;
Na divulgação dos produtos e serviços;
Na inclusão da cultura do design e da inovação;
Na formalização e gestão de problemas detectados, feedback de clientes
que tenha impacto no posicionamento da marca;
Na difusão de tendências e dos desdobramentos da visão estratégica
(como formador de opinião);
ATUAÇÃO DA GESTÃO DE DESIGN NO NÍVEL
TÁTICO
No planejamento, implantação e monitoramento das atividades
viabilizando as estratégicas;
Como facilitador entre o setor de design e demais setores;
Na coordenação das operações de design, pessoal, métodos e processos;
Junto aos departamentos para adotarem métodos de criatividade em
design;
Na criação de estruturas para inovação, projetos e comunicações,
cultivando o conceito de design;
Para adquirir e distribuir, recursos necessários à estratégia de design;
Para colaborar na integração de todos os setores na troca de
conhecimento e informações;
Na definição da oferta da empresa (produto, serviço, informações);
Na delimitação de mercados de atuação;
Na antecipação das necessidades dos clientes, tendências de mercado e
incorporação nas ofertas da empresa;
Na criação do projeto do espaço físico da empresa - seleção de produtos
e coleções; gestão de estoques através do ciclo de vida do produto;
Na gestão da publicidade;
No monitoramento das habilidades e competências;
Nas explicações dos processos, procedimentos e normas para a Gestão
de Design; e
Na localização dos serviços, determinando os objetivos da equipe
responsável.
ATUAÇÃO DA GESTÃO DE DESIGN NO NÍVEL
OPERACIONAL
Atua na prática de processos de design, na execução e desenvolvimento
dos projetos;
Na definição da metodologia, da equipe técnica e das especificações
funcionais, simbólicas e estéticas do produto;
Engloba o uso de pesquisas, quanto aos processos produtivos e as
atividades de atendimento ao cliente;
Influencia no modo como a empresa e sua marca são expressas e
percebidas pelo público;
Envolve na relação de trabalho a estratégia e a operacionalização do
design;
Na organização física da loja, showroom ou outros espaços vistos pelos
cientes;
Na aplicação da imagem corporativa;
Na manutenção da qualidade de apresentação dos produtos e dos
espaços;
Na manutenção da qualidade integrada do serviço.
Fonte: desenvolvido pelos autores (2021), adaptado de Martins; Merino (2011), Best (2012), Mozota;
Klopsch; Costa (2011).

Com base nestes fundamentos a gestão de design promove a compreensão de


design entre os participantes da empresa (internos e externos), criando uma mentalidade
favorável a implementação da estratégia empresarial.
Mozota (2011) esclarece que a prática da gestão de design cria valor quando gera
e aplica suas três forças - a coordenadora, a diferenciadora e a transformadora, através de
seus três níveis de atuação - o estratégico, o tático e o operacional – no ambiente
organizacional.
Diante da abordagem teórica, considera-se que a gestão de design utilizada nos
seus três níveis organizacionais (estratégico, tático e operacional) terá impacto, tanto
internamente nas atividades de planejamento, organização, produção, bem como na sua
relação com os clientes, no posicionamento no mercado, dentre outros. Sendo assim, é
possível entender a sua aplicabilidade com o uso de ferramentas da Web nas plataformas
colaborativas.

2.3 ANÁLISE DA GESTÃO DE DESIGN EM PLATAFORMAS


COLABORATIVAS COM A APLICABILIDADE DAS FERRAMENTAS DA
WEB 2.0

Como pode ser constatado no referencial teórico o conceito Web 2.0, está
relacionado ao processo colaborativo, que permite acesso a informações e trocas de ideias
em tempo real, durante o desenvolvimento compartilhado das atividades de execução do
projeto.
Para esta pesquisa, foi realizado um mapeamento de ferramentas da Web 2.0
disponíveis para utilização em plataformas colaborativas, sendo selecionadas seis, em
função do acesso gratuito, de ser voltada a aplicação em gestão de projetos e usar as
experiências de colaboradores, profissionais e clientes engajadas para gerar ideias na
solução de projetos, que podem ser inovadoras e contribuir para a competitividades das
empresas.
Constatou-se que as ferramentas da Web 2.0 usadas nas plataformas colaborativas
permitem em tempo real que ocorra o processo de gestão de ideias, explorando todo o
potencial da inteligência dos colaboradores. Este processo pode se apropriar da gestão de
design e seus níveis de atuação, possibilitando direcionar o desenvolvimento desses tipos
de sistemas de interação digital, nos níveis estratégico, tático e operacional, necessárias
ao processo de design durante o desenvolvimento de produtos e serviços em plataformas
colaborativas. O Quadro 2, mostra as possibilidades da inserção da gestão de design em
plataformas colaborativas com ferramentas da web 2.0.

Quadro 2 – Inserção da gestão de design em plataformas colaborativas com ferramentas da web 2.0

PLATAFORMA COLABORATIVA
Espaço virtual de interação, de colaboração, de compartilhamento de informações e
comunicação global
Web 2.0
Possibilita a criação de plataformas, capazes de estimular e atribuir poder aos usuários para que
criem, editem, adicionem valor, disseminem mensagens, com colaboração em interfaces
abertas de programação de aplicativos (API)
Ferramentas Web 2.0
Oferecem um ambiente de trabalho inteiramente baseado em World Wide Web, acessível de
qualquer computador com conexão à internet aplicadas no gerenciamento de projetos
Design Sprint Trello Slack Bitrix24 Artia Hibox

GESTÃO DE DESIGN
Nível Estratégico Identifica e cria oportunidades e condições de atuação, interpretando as
necessidades da organização e dos clientes, com foco na contribuição do design
Nível Tácito Coordenação das operações de design, pessoal, métodos e determinar os objetivos
da equipe responsável pelo design
Nível Operacional Execução e desenvolvimento dos projetos já definidos pela equipe técnica e das
especificações funcionais, simbólicas e estéticas do produto a ser desenvolvido

DESIGN SPRINT
Nível Estratégico Identifica questões críticas de negócios e busca soluções para resolver de forma
rápida e eficiente
Nível Tácito Organiza as equipes sob uma visão compartilhada, com objetivos e entregas
claramente definidos
Nível Operacional Desenvolve hipóteses, prototipagem e testes de soluções com a participação dos
clientes. Pode criar novos processos, novos mercados, projetar novos produtos,
desenvolver novas funcionalidades, definir estratégias de marketing e
atualização de uma marca

TRELLO
Nível Estratégico Ferramenta gerencial de projetos online
Nível Tácito Organiza e monitora todas as tarefas que envolvem equipes e que devem ser
feitas no desenvolvimento de um projeto
Nível Operacional Na execução dos projetos utiliza um esquema de listas, cartões e quadros onde
foram organizadas as tarefas. Transmite mensagens e atualiza o andamento dos
projetos e processos em tempo real. Pode diagnosticar problemas durante a
execução dos processos e sua correção, permitindo que todos os membros da
equipe visualizem as tarefas uns dos outros e possam interagir de forma remota.

SLACK
Nível Estratégico Ferramenta de gestão de projetos em plataformas colaborativas
Nível Tácito Organiza a gestão de projetos, com vaiadas necessidades, reunindo diferentes
tipos de profissionais e equipes
Nível Operacional Aplica as ferramentas de colaboração com diversas funcionalidades, de arquivos
online, reuniões por videoconferência, compartilhamento de ideias entre as
equipes por meio de canais de bate-papo em tempo real

BITRIX24
Nível Estratégico Busca estratégias de colaboração social, comunicação e ferramentas de gestão
para equipes em gestão de projetos
Nível Tácito Disponibiliza aos usuários ferramentas de colaboração para as organizações
gerenciarem documentos e comunicação entre seus membros.
Nível Operacional Na execução dos projetos é utilizado um kanban que inclui uma coluna “em
aprovação”, para tarefas que precisam de moderação, gerando relatórios de cada
atividade para que o gerente possa visualizar quanto tempo cada colaborador
passou em cada etapa do projeto

ARTIA
Nível Estratégico Reúne um conjunto de conhecimentos, habilidades,, técnica e ferramentas para
planejar, executar e monitorar um projeto
Nível Tácito Para a gestão de projetos incluem funções de controle financeiro (comparando
o custo estimado com o real), sistema de apontamento de horas de colaboradores,
relatórios de desempenho
Nível Operacional Utiliza o kanban, que facilita o trabalho de todos os envolvidos, o controle do
fluxo das atividades em um quadro simples, interativo, onde a equipe visualiza e
atualiza informações de cada atividade executada

HIBOX
Nível Estratégico A estratégia da gestão do projeto está mais focadas na comunicação entre os
membros da equipe colaborativa
Nível Tácito Organiza a funcionalidade da comunicação das informações e conhecimentos
Nível Operacional As equipes trocam informações e conhecimentos por chat em grupo e individual,
compartilhamento de arquivos e chamadas de vídeo. Os membros da equipe são
automaticamente alertados da tarefa que foi atribuída. Trabalha com algumas
ferramentas da inteligência Artificial (AI)
Fonte: Desenvolvido pelos autores (2021) com base nos autores referenciados.

Como pode ser observado no Quadro 1, a gestão de design nos níveis estratégico,
tático e operacional, pode ser aplicada na gestão de projetos, na sua definição estratégicas
para os negócios da empresa, na sua organizado, relacionados ao problema e objetivos
claramente colocados e com suas tarefas sistematizadas, permitindo assim, o
compartilhamento de ideias, a colaboração e a incorporação de todos os envolvidos na
solução do projeto.
Como descrito em cada ferramenta da Web 2.0 (Quadro 1), a gestão de design, em
nível estratégico, trata da inserção do design na empresa, ou seja, seu valor de
transformação, envolvendo estratégias, gestão de conhecimentos e gestão de redes de
comunicação. O nível funcional/tático trata da função do design, ou seja, seu valor de
coordenação e envolve estrutura, gestão de tecnologia e gestão da inovação. Por sua vez,
o nível operacional trata da ação de design, ou seja, seu valor de diferenciação
propriamente dito que envolve marketing de marca, produção e comunicação.
Portanto, a adequação do planejamento e sua organização na gestão do produto,
facilitam a comunicação, a colaboração, a interatividade e controle do desempenho de
todas as atividades, possibilitando identificar os pontos fracos para que sejam tomadas as
devidas ações de ajustes. O que vem de encontro com Best (2012, p. 30), “Gestão de
Design é o gerenciamento bem-sucedido de pessoas, projetos, processos e procedimentos
que estão por trás da criação dos produtos, serviços, ambientes e experiências que fazem
parte de nossa vida diária”. Neste contexto, o desafio das organizações é a capacidade de
estar preparada para se adaptar às ferramentas digitais, as inovações e a todas as
oportunidades de negócios e processos tecnológicos, garantindo assim, a permanência no
mercado.

CONCLUSÃO

As possibilidades da inserção da gestão de design em plataformas colaborativas


com ferramentas da web 2.0, objetivam o uso de aplicações e ferramentas tecnológicas
no auxílio da execução das tarefas dos usuários, com estrutura a facilitar a comunicação
e colaboração entre pessoas e com sistemas com objetivos em comum, de inovar e
finalizar as ações propostas. Estes espaços virtuais registram discursões de assuntos
variados, organizando ideias, planejando ações, conectando pensamentos, organizando
cronograma e executando as entregas. A pesquisa deparou-se com inúmeras ferramentas
on-line disponíveis no mundo digital, selecionando as destinadas ao resultado de design,
entregando produtos/ serviços e buscando a inovação com auxílio da tecnologia.
Diante disto, constata-se que as plataformas colaborativas realizam o processo de
gestão de ideias, explorando todo o potencial da colaboração entre as equipes de projeto
e o demais colaboradores. Já a gestão de design em plataformas colaborativas, tem grande
abrangência e possibilidades de definir políticas estratégicas de design, de comunicação
da marca, projetar ações prospectivas com vistas a inovações. Neste sentido, a empresa
pode se posicionar e reagir antecipadamente, planejar produtos e serviços até a
operacionalização das atividades de modo virtual e colaborativo, juntando sua equipe de
criação, com fornecedores, clientes e demais interessados, ampliando os conhecimentos
de todos e a possibilidades de criar produtos/serviços inovadores.

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