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Nome: Roseleine Conceição dos Santos Faria

Impenhorabilidade dos bens de família

O texto de Maristela Aparecida Dutra e Fernanda Aparecida Borges de


Andrade, trata da impenhorabilidade dos bens de família. O Código Civil, trata
dos bens de família voluntários, que são aqueles que, a instituição depende da
declaração da família ou entidade familiar. Sendo neste caso necessário o seu
registro em cartório. Por sua vez, a lei 8.009/90 trata do bem de família legal,
que são aqueles, em que a impenhorabilidade é definida na lei supracitada.
Mas o que é de fato o bem de família? O bem de família pode ser
compreendido como imóvel utilizado pela família, ou entidade familiar, como
residência, juntamente com suas pertenças. Os bens de família se dividem em
duas classificações. Sendo a primeira, o bem de família legal, o qual é instituído
pela lei 8.009/90. A segunda classificação é a que abrange o bem de família
convencional.
No Brasil, o bem de família passa a ser protegido pelo ordenamento
jurídico, a partir do Código Civil de 1916, nos artigos 70 a 73. Na Constituição de
1988 este benefício foi estendido ao produtor rural. Por meio do artigo 5°, inciso
XXVI, o qual protege a pequena propriedade rural, desde que trabalhada pela
família, contra a penhora para pagamento de débitos decorrentes da sua
atividade produtiva.
A lei 8.009/90, que trata da impenhorabilidade, deixa claro que há
hipóteses em que não se aplicam os casos de impenhorabilidade. Como por
exemplo, os casos em que as dívidas sejam provenientes do próprio imóvel,
como taxas, e impostos. Também não se enquadra no critério de
impenhorabilidade, se as dívidas foram adquiridas para a compra do imóvel,
como por exemplo um financiamento bancário. Também se excetua os casos de
dívidas provenientes de natureza alimentar. Outra hipótese, são os casos em
que a proprietário do imóvel se torna fiador em contrato de locação para
terceiros. Também, caso o imóvel tenha sido adquirido como produto de crime,
a hipótese de impenhorabilidade não se aplica. Ainda no que concerne a esse
assunto, os casos de insolvência, também excluí a impenhorabilidade, se o bem
foi adquirido após a insolvência.
Acerca da impenhorabilidade, em caso de fiador de contrato de locação
os debates foram vários, entre idas em vindas, por fim, o entendimento atual é o
supracitado no parágrafo anterior. Debates esses que foram acirrados, com a
Lei do Inquilinato, que alterou a Lei 8.009/90. Posteriormente a decisão foi
novamente objeto de discussão pela Emenda Constitucional n° 26 de 24 de
fevereiro de 2000. E por último, o recurso extraordinário n° 407.688, julgado em
08/02/2006 também teve como objeto de debate a impenhorabilidade de bens
dados como garantia de fiador, o qual admitiu a penhorabilidade.
No que tange aos tutelados, pela impenhorabilidade dos bens de família,
a doutrina diz que não são apenas as famílias matrimonizadas, mas também as
famílias que se originam, de união estável, as monoparentais, os viúvos,
divorciados e até mesmo os solteiros.
Acerca da impenhorabilidade dos bens de família, ainda paira uma
grande contrariedade, no que tange a possibilidade de penhora dos bens de
família, do fiador em contrato de locação. Contrariedade esta que é originada
na lei do Inquilinato, a qual visa em parte a proteger os interesses econômicos
do ramo imobiliário. Isso porque, enquanto o devedor principal não pode ter
seu bem de família penhorado, a mesma regra não é aplicada ao fiador. Sendo
que este último pode sim ter seu bem de família penhorado em razão da dívida
de outrem.

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