O documento discute a impenhorabilidade dos bens de família segundo a legislação brasileira. Ele explica que existem dois tipos de bens de família - os legais definidos pela Lei 8.009/90 e os convencionais registrados em cartório. Também descreve as exceções onde a impenhorabilidade não se aplica, como dívidas relacionadas ao próprio imóvel. Por fim, reconhece que ainda há debates sobre a possibilidade de penhora dos bens de família de fiadores em contratos de locação.
Descrição original:
Direito civil - impenhorabilidade dos bens de família
O documento discute a impenhorabilidade dos bens de família segundo a legislação brasileira. Ele explica que existem dois tipos de bens de família - os legais definidos pela Lei 8.009/90 e os convencionais registrados em cartório. Também descreve as exceções onde a impenhorabilidade não se aplica, como dívidas relacionadas ao próprio imóvel. Por fim, reconhece que ainda há debates sobre a possibilidade de penhora dos bens de família de fiadores em contratos de locação.
O documento discute a impenhorabilidade dos bens de família segundo a legislação brasileira. Ele explica que existem dois tipos de bens de família - os legais definidos pela Lei 8.009/90 e os convencionais registrados em cartório. Também descreve as exceções onde a impenhorabilidade não se aplica, como dívidas relacionadas ao próprio imóvel. Por fim, reconhece que ainda há debates sobre a possibilidade de penhora dos bens de família de fiadores em contratos de locação.
O texto de Maristela Aparecida Dutra e Fernanda Aparecida Borges de
Andrade, trata da impenhorabilidade dos bens de família. O Código Civil, trata dos bens de família voluntários, que são aqueles que, a instituição depende da declaração da família ou entidade familiar. Sendo neste caso necessário o seu registro em cartório. Por sua vez, a lei 8.009/90 trata do bem de família legal, que são aqueles, em que a impenhorabilidade é definida na lei supracitada. Mas o que é de fato o bem de família? O bem de família pode ser compreendido como imóvel utilizado pela família, ou entidade familiar, como residência, juntamente com suas pertenças. Os bens de família se dividem em duas classificações. Sendo a primeira, o bem de família legal, o qual é instituído pela lei 8.009/90. A segunda classificação é a que abrange o bem de família convencional. No Brasil, o bem de família passa a ser protegido pelo ordenamento jurídico, a partir do Código Civil de 1916, nos artigos 70 a 73. Na Constituição de 1988 este benefício foi estendido ao produtor rural. Por meio do artigo 5°, inciso XXVI, o qual protege a pequena propriedade rural, desde que trabalhada pela família, contra a penhora para pagamento de débitos decorrentes da sua atividade produtiva. A lei 8.009/90, que trata da impenhorabilidade, deixa claro que há hipóteses em que não se aplicam os casos de impenhorabilidade. Como por exemplo, os casos em que as dívidas sejam provenientes do próprio imóvel, como taxas, e impostos. Também não se enquadra no critério de impenhorabilidade, se as dívidas foram adquiridas para a compra do imóvel, como por exemplo um financiamento bancário. Também se excetua os casos de dívidas provenientes de natureza alimentar. Outra hipótese, são os casos em que a proprietário do imóvel se torna fiador em contrato de locação para terceiros. Também, caso o imóvel tenha sido adquirido como produto de crime, a hipótese de impenhorabilidade não se aplica. Ainda no que concerne a esse assunto, os casos de insolvência, também excluí a impenhorabilidade, se o bem foi adquirido após a insolvência. Acerca da impenhorabilidade, em caso de fiador de contrato de locação os debates foram vários, entre idas em vindas, por fim, o entendimento atual é o supracitado no parágrafo anterior. Debates esses que foram acirrados, com a Lei do Inquilinato, que alterou a Lei 8.009/90. Posteriormente a decisão foi novamente objeto de discussão pela Emenda Constitucional n° 26 de 24 de fevereiro de 2000. E por último, o recurso extraordinário n° 407.688, julgado em 08/02/2006 também teve como objeto de debate a impenhorabilidade de bens dados como garantia de fiador, o qual admitiu a penhorabilidade. No que tange aos tutelados, pela impenhorabilidade dos bens de família, a doutrina diz que não são apenas as famílias matrimonizadas, mas também as famílias que se originam, de união estável, as monoparentais, os viúvos, divorciados e até mesmo os solteiros. Acerca da impenhorabilidade dos bens de família, ainda paira uma grande contrariedade, no que tange a possibilidade de penhora dos bens de família, do fiador em contrato de locação. Contrariedade esta que é originada na lei do Inquilinato, a qual visa em parte a proteger os interesses econômicos do ramo imobiliário. Isso porque, enquanto o devedor principal não pode ter seu bem de família penhorado, a mesma regra não é aplicada ao fiador. Sendo que este último pode sim ter seu bem de família penhorado em razão da dívida de outrem.