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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS


CURSO DE PSICOLOGIA

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO GRUPAL NO CAPS:


Usuários dependentes químicos.

Bauru
2022
.

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO GRUPAL NO CAPS:


Usuários dependentes químicos.

Trabalho bimestral presentado para a


disciplina de Psicopatologia Especial.
Orientador:

Bauru
2022
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..............................................................................................................4

2 – DESENVOLVIMENTO...........................................................................................6

2.1 Objetivos...............................................................................................................6

2.2 Estratégias.............................................................................................................6

2.3 Materiais................................................................................................................7

2.4 Participantes..........................................................................................................7

3 - CONCLUSÃO...........................................................................................................8

REFERÊNCIAS..............................................................................................................9
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INTRODUÇÃO

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são projetados como um serviço de


substituição para a lógica manicomial que dominava lidando com a insanidade no Brasil até
meados da década de 1980. Os movimentos da Reforma Psiquiátrica Brasileira e da Luta
Antimanicomial foram alimentados por uma série de queixas sobre o tratamento psiquiátrico
existente e resultou em mudanças nas diretrizes que orientaram o cuidado à insanidade,
fazendo com que a Saúde Mental seja pautada pela política de desospitalização e
desinstitucionalização. Nesse período de transição, o CAPS se desenvolve como uma das
respostas, e em 2011, torna-se um dos eixos primários da estratégia da Rede de Atenção
Psicossocial (Cedraz, & Dimeinstein, 2005; Delgado, 1997; Figueiredo, & Rodrigues, 2004;
Portaria Nº 3.088, 2011; Tenório, 2002; Yasui, 2006).
O CAPS deve fornecer ações como acesso ao trabalho, educação, cultura, direitos
cívicos e construção de relacionamentos através de uma variedade de atividades de
reabilitação terapêutica e psicológica. A atenção individual, como psicoterapia e acolhimento,
está incluída nessas atividades, mas as atividades em grupo são vistas como um dos principais
tipos de tratamento como força do modelo de cuidado CAPS. Estes são caracterizados como
grupos e oficinas terapêuticas, além de outros projetos desse tipo de atividade, como
atividades esportivas, atividades de apoio social, grupos de leitura e atividades comunitárias,
com o objetivo de integrar o serviço e o usuário com a família e a comunidade através de
importantes intercâmbios sociais (Brasil, 2004).
As oficinas, um modelo de prática em grupo que tem sido utilizado no tratamento
psiquiátrico no Brasil há décadas, só foram usados para distrair o hospital da monotonia de
asilos, a fim de mantê-lo em o hospital. De acordo com Cedraz e Dimeinstein (2005), dentro
do paradigma de desinstitucionalização, essas atividades em grupo começam a desempenhar
uma função significativa como catalisadores da produção psicológica dos membros,
canalizando-a para sustentar sua colocação social. Segundo Zimerman (2000), olhar para a
evolução das atividades em grupo é igualmente válido, uma vez que se propõe a lidar com
algo que o indivíduo continuamente encontra: o fato de que ele deve se envolver e viver
com/em múltiplos grupos na maior parte do tempo. O grupo de terapia é posicionado como
um espaço que permite o compartilhamento de experiências e ouvir os requisitos dos sujeitos,
o que pode ajudar a liderar a construção de projetos terapêuticos únicos, ou seja, projetos
adaptados às necessidades de cada indivíduo. As trocas que ocorrem durante as práticas em
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grupo auxiliam o sujeito na formação de vínculos e métodos de estar na frente de uma


coletividade.
Outra categoria de atividade em grupo que é mencionada na literatura sobre CAPS são
os escritórios. Este termo é usado para descrever novas experiências terapêuticas do cérebro
expressivo-criativo que são apoiados por várias abordagens, como psicodinâmicas, estética e
social, e que englobam uma variedade de experiências que variam em suas formas e
linguagens e podem envolver atividades artísticas, artesanais, agrícolas e culturais. Junto com
esses escritórios expressivos, o plano de escritório proposto também inclui áreas dedicadas à
alfabetização e receita geração, segundo o Ministério da Saúde (Brasil, 2004).
As oficinas são outro tipo de atividade em grupo mencionada na literatura CAPS. Este
termo refere-se a novas experiências terapêuticas expressivas-criativas subsidiadas por
diversas abordagens como psicodinâmica, estética, social, e engloba uma variedade de
experiências que diferem em suas formas e línguas e poder envolvem atividades artísticas,
artesanais, agrícolas e culturais. Segundo o Ministério da Saúde, além dessas oficinas
expressivas, espaços com foco na alfabetização e a geração de receitas também faz parte do
conceito de workshop (Brasil, 2004).
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2 – DESENVOLVIMENTO

2.1 Objetivos

Este estudo tem como objetivo conhecer as contribuições da confecção de amigurumis


na reabilitação e reinserção dos usuários do CAPSad, além de exercitar a atenção, o foco, a
paciência e o controle das mãos nos usuários.

2.2 Estratégias

Trata- se de uma proposta de oficina terapêutica, para desenvolver amigurumis, uma


técnica japonesa para criar pequenos bonecos feitos de crochê ou tricô. A palavra
“amigurumi” surgiu da conjunção de duas outras palavras japonesas: “ami” que significa
malha e “nuigurumi” que significa bicho de pelúcia. No Japão de onde é originário, presentear
alguém com um amigurumi é sinal de sorte para quem o recebe.
As oficinas são técnicas valiosas nesse processo, pois proporcionam oportunidades de
socialização, interação, (re)construção e (re)integração social por meio do trabalho e da
expressão artística. Neles, o sujeito pode se expressar livremente, ser capaz de lidar com seus
medos e inseguranças e comunicar experiências.
Há relatos em hospitais maternidades de que quando um bebê prematuro, se agarra a
um amigurumi na incubadora por exemplo, a frequência cardíaca diminui, além de manter a
saturação de oxigênio, o que são dois sinais de redução do estresse, segundo Sandra Lins, que
é coordenadora do grupo de pesquisa que tem como objetivo os benefícios do brinquedo, para
os RN.
Ao passo que o ministério da saúde disse por meio de nota que: O ministério não deixa
de recomendar [o uso do polvo de crochê] em nenhum momento. Ele ressalta que a presença
de alguns brinquedos é até benéfica. O que se verifica – e que é verdade – é que não há
estudos científicos que demonstrem os benefícios.
Segundo os defensores da iniciativa, os polvos envolvem os bebês e aumentam a
sensação de acolhimento nas incubadoras, evitando choques e acidentes nas paredes do leito.
Além disso, os tentáculos remeteriam ao cordão umbilical da mãe, dando ideia de proteção ao
bebê.
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Também podemos citar o trabalho dos bonequinhos na ação com crianças no


tratamento oncológico. Nos últimos meses, dezenas de bonecos foram doados para crianças
internadas no Hospital Erastinho, especializado em oncopediatria de Curitiba (PR).
A técnica administrativa Gilcelene Smokowicz, 54, tem confeccionado e doado
bonecos de crochê para crianças diagnosticadas com câncer desde meados da pandemia de
Covid-19.

2.3 Materiais

Para a confecção dos amigurumis são utilizados itens como linhas de diversas
espessuras e cores e agulhas de crochê ou tricô. Essas agulhas existem em diversos tamanhos
e formatos, porém é possível de utilizar agulhas para iniciantes na prática, que são agulhas de
plástico e sem pontas afiadas. Também são utilizadas espumas de enchimento para manter os
amigurumis mais firmes, ou também é possível reaproveitar pedaços de lãs que sobram para
fazer o enchimento dos amigurumis, fazendo assim com que os participantes da oficina
também aprendam sobre a reutilização dos materiais. Feltro é um material utilizado nos
amigurumis para que haja mais detalhes do bichinho, como olhos, bocas e contornos de
barrigas. Também é utilizada uma agulha comum de costura para que as partes dos bichinhos
sejam posicionadas e costuradas.

2.4 Participantes

A proposta de atividade é com pelo menos 20 usuários do CAPSad, sendo dividido em


dois grupos de 10 pessoas, acontecendo uma vez por semana. Cada grupo deve realizar a
confecção e montagem de alguma figura escolhida pelos próprios participantes da oficina,
com algum tipo de votação, e deixando livre a escolha das cores e dos tamanhos dos
bichinhos que desejam. Na atividade, além da confecção dos amigurumis, também será
colocada a responsabilidade nos usuários de distribuição dos materiais e organização dos
mesmos, com intuito de fazer com que os participantes se organizem nas tarefas atribuídas.
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3 - CONCLUSÃO

Pode-se concluir que os benefícios que o amigurumi traz –desde sua confecção até a
entrega dos bichinhos- são variados. Acredita-se que além de se sentirem úteis frente a
sociedade trazendo algo que é feito por eles, que pode inclusive se tornar uma fonte de renda
futura, sendo uma reinserção no mercado de trabalho, os usuários do CAPSad, conseguiriam
trabalhar outros aspectos como o cuidado com o próximo, doando a hospitais o seu trabalho,
conhecendo assim uma nova perspectiva da realidade.
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REFERÊNCIAS

Prata NISS. As oficinas e o ofício de cuidar. In: Costa CM, Figueiredo AC, organizador. Oficinas terapêuticas
em saúde mental: sujeito, produção e cidadania. Rio de Janeiro: Contracapa; 2004. p.161-6

Guerra AMC. Oficinas em saúde mental: percurso de uma história, fundamentos de uma prática. In. Costa
CM, Figueiredo AC, organizadores. Oficinas terapêuticas em saúde mental: sujeito, produção e cidadania. Rio de
Janeiro: Contracapa; 2004. p.105-16.

Brasil. Ministério da Saúde. (2004). Saúde mental no SUS: Os centros de atenção psicossocial. Brasília, DF: o
autor. Recuperado de http://www.ccs.saude.gov.br/saude_mental/pdf/sm_sus.pdf

Azevedo, D. M., & Miranda, F. A. N. (2011). Oficinas terapêuticas como instrumento de reabilitação
psicossocial: Percepção de familiares. Escola Anna Nery, 15(2), 339-345. https://doi.org/10.1590/S1414-
81452011000200017

Cedraz, A., & Dimenstein, M. (2005). Oficinas terapêuticas no cenário da reforma psiquiátrica:
Modalidades desinstitucionalizantes ou não? Revista Mal-estar e Subjetividade, 5(2), 300-327.

https://g1.globo.com/google/amp/distrito-federal/noticia/hospital-materno-de-brasilia-faz-pesquisa-sobre-
beneficios-dos-polvos-de-croche.ghtml

https://razoesparaacreditar.com/mulher-bonecos-croche-criancas-cancer-pr/amp/

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