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PEÇA PROFISSIONAL N° 8

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CÍVEL


DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE ALFA.

JOÃO DA SILVA, nacionalidade ..., estado civil ..., profissão ..., RG ..., CPF inscrito
sob o n° ..., endereço eletrônico ..., residente e domiciliado na Av. ..., n° ..., bairro ...,
cidade ..., Estado ..., CEP ..., neste ato representado por seu advogado infra-assinado
(doc. 01) com escritório localizado na rua ..., n° ..., bairro ..., cidade ..., Estado ...,
CEP ..., onde recebe as comunicações e intimações de praxe, vem, respeitosamente,
perante Vossa Excelência, com fundamento no art. 5°, LXXIII, da CRFB/88 e na Lei n°
4.717/65, propor AÇÃO POPULAR C/C PEDIDO LIMINAR em face do Prefeito
PEDRO DOS SANTOS, nacionalidade ..., estado civil ..., RG ..., CPF ..., endereço
eletrônico ..., residente e domiciliado na Av. ..., n° ..., bairro ..., cidade ..., Estado ...,
CEP ..., do MUNICÍPIO ALFA, pessoa jurídica de Direito Público, inscrita no CNPJ
sob o n° ..., com sede e seu governo na Prefeitura situada à Rua ..., nº ..., Bairro, ..., CEP
... e da SOCIEDADE EMPRESÁRIA K, pessoa jurídica de Direito Privado, inscrita no
CNPJ sob o n° ..., com sede na Av. ..., nº ..., Bairro, ..., CEP ..., o que faz pelas razões
de fato e de direito a seguir expostas:

I – DA LEGITIMIDADE
A Lei de Ação Popular (Lei nº 4.717/65) determina que qualquer cidadão pode ser parte
legítima na ação que tem como fim a anulação de ato lesivo aos patrimônios das
unidades federativas. Nesse caso, o Sr. João da Silva está pleiteando dentro dessa
prerrogativa ao requerer anulação da licença concedida, dessa forma, tem legitimidade
ativa nessa ação popular.

É fato que o prefeito Pedro dos Santos assinou a licença de construção das instalações
de apoio e a sociedade empresária K é a beneficiária da autorização, assim, conforme
definido no caput do art. 6º da Lei de Ação Popular, ambas devem configurar o polo
passivo dessa ação. Não obstante, o Município Alfa agiu no previsto no parágrafo 3º do
art. 6º da lei acima mencionada ao obstar os efeitos de uma licença concedida pelo
Prefeito, portanto, também figura polo passivo da ação.

II – DOS FATOS
A sociedade empresária K é concessionária do serviço de manutenção de uma estrada
do Município Alfa e, com o intuito de ampliar suas instalações de apoio, realizou
pesquisas a fim de escolher o local que melhor atenderia suas exigências. Ao escolher a
área, a cercou com tapumes e fixou uma placa assinada pelo engenheiro responsável,
com os detalhes da obra a ser realizada, incluindo a data para início para após 30 (trinta)
dias.

Ao perceber que o local escolhido pertence a área de preservação ambiental permanente


do Município Alfa, a parte autora, o Sr. João da Silva, usuário da referida rodovia e
candidato ao cargo de deputado estadual, diligentemente redigiu um requerimento
destinado à sociedade empresária K solicitando que a obra não fosse realizada.

A parte ré, no entanto, indeferiu o requerimento se valendo da licença concedida pelo


Município Alfa, por meio do prefeito Pedro dos Santos, que autorizou a construção da
obra, sob o argumento que a construção traria maiores benefícios aos usuários da
rodovia.

III – DO DIREITO

III.i – DO MÉRITO

A Constituição Federal, no caput do art. 225, garante a todos um meio ambiente


ecologicamente equilibrado, o definindo como um bem de uso comum e essencial à
qualidade de vida, competindo ao Poder Público a sua defesa e preservação para as
presentes e futuras gerações. Sendo o local escolhido para a construção uma área de
preservação ambiental permanente, fica claro a ofensa ao direito ao meio ambiente
assegurado constitucionalmente.

Assim sendo, nos termos do art. 5º, LXXIII, da Constituição Federal, o autor João da
Silva, no intuito de anular o ato lesivo ao patrimônio público, propõe a presente Ação
Popular.

A construção da obra no local escolhido não pode ser justificada por maior benefício
aos usuários da rodovia comparado a preservação do meio ambiente uma vez que os
atos do Poder Público e da concessionária devem ser realizados primando pela harmonia
com a ordem jurídica e os direitos protegidos, nesse caso, o direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado.
Além disso, é determinado constitucionalmente através do art. 170, VI, que a ordem
econômica deve observar o princípio da defesa do meio ambiente. Logo, conclui-se que
a licença concedida à sociedade empresária K ofende o princípio da legalidade,
assegurado no caput do art. 37, da CF/88, haja vista a desconsideração dos direitos
concedidos no diploma constitucional sobre o meio ambiente na concessão da licença
pelo Prefeito.

III.ii – DA MEDIDA LIMINAR

A concessão da medida liminar é imprescindível para que a construção das instalações


de apoio da sociedade empresária K, notadamente prejudicial para a preservação do
meio ambiente, não seja realizada.

Consonantemente, como já fora explicado nessa inicial, encontra-se presente o requisito


do periculum in mora, visto que, se a construção for levada adiante, o que um dia foi
considerado primordial a ponto de ser estabelecido como uma área de preservação
ambiental permanente, como as espécies de fauna e flora, sofrerão danos de difícil
reparação.

Dessa forma, o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, ora direito


pleiteado nessa ação, sofre risco de dano e ameaça de difícil reparação. Atentando-se
para a importância de tal direito, é imprescindível a concessão do pedido liminar
requerido.

IV – DOS PEDIDOS

Diante do exposto, REQUER:

a) A citação dos réus para a devida contestação a presente ação, sob pena de aplicação
dos efeitos da revelia;

b) A concessão de provimento liminar, para impedir que a sociedade empresária K


inicie as obras no local;

c) A declaração de nulidade da licença concedida pelo Município Alfa, assinada pelo


Prefeito Pedro dos Santos;

d) A proibição de realização de obras na área de preservação ambiental permanente;


e) A condenação dos réus ao pagamento de custas, demais despesas e honorários
advocatícios (art. 12 da Lei n. 4.717/65)

f) O autor pretende provar o alegado por meio de todas as provas em direito admitidas;

g) A citação do réu, Município Beta, para que, querendo, possa apresentar defesa e
acompanhar o feito até sua extinção;

g) Condenação em ônus de sucumbência.

V – DO VALOR DA CAUSA

Dá-se o valor da causa de R$ ...

Termos em que pede e espera deferimento.

Local ...

Data...

Nome da advogada

Assinatura do (a) advogado (a)

OAB n° ...

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