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Foco dos que não utilizam o metabolismo de purinas, mas sim de pirimidinas.
O que faz um antineoplásico ser um pouco mais seletivo é justamente ele atuar em células
com alta taxa proliferativa – como as tumorais, porque sempre estão sintetizando DNA, e estão
sempre no ciclo celular e por isso que são alvos desses fármacos e por isso eles atuam
preferencialmente nestas células. Células normais com alta taxa proliferativa como as da medula
óssea e folículo piloso, TGI, também tem alta taxa e serão afetadas. Porém, a diferença se dá
porque as células normais apresentam uma maior capacidade de se recuperar, pois em casos
de lesão no DNA a proteína P53 é ativada que tenta fazer o reparo da lesão do DNA, e em
casos de lesão muito grande direciona a célula para apoptose.
Muitos antineoplásicos podem acabar não funcionando muito bem em todos os tipos de
tumores, devido a fármacorresistência – em casos de mutações na P53 de células tumorais,
fazendo com que a mesma não funcione adequadamente, não levando a célula a apoptose,
tumor resistente, uma forma de insensibilidade a apoptose, a principal forma de resistência dos
tumores aos antineoplásicos.
Classes de fármacos
Pontos de atuação de fármacos dentro das vias das pirimidinas
Compreender a classe, mecanismo de ação, qual o mecanismo de ação que
apresenta e possíveis formas de resistência - como expulsar o antineoplásico da célula,
mecanismo de captação do antineoplásico reduzido, alteração de genes que controlam a
apoptose, como a P53.
Agentes alquilantes
Alquilantes vem do termo ‘’alquil’’, terá como efeito uma reação de alquilação,
adicionar um grupo alquil a alguma estrutura, neste caso a principal estrutura
que será afetada será o DNA, não sendo a única, podendo ser proteínas.
Essa alquilação gera uma lesão no DNA, fazendo com que este perda a sua
integridade, levando a célula a apoptose.
Existem duas formas de agentes alquilantes, aqueles que colocam um
único grupo alquil, e aquele que coloca dois grupos alquil – bisfuncional,
causando uma bis-alquilação – sendo a chance da célula sofrer apoptose
muito grande, um tipo de lesão no DNA muito difícil de ser reparada.
Um fármaco que faz apenas uma alquilação, de uma única fita do DNA, pode
não levar a apoptose, justamente porque não é suficiente para causa-la,
levando ainda a possibilidade de haver um aumento do efeito carcinogênico,
pois há uma lesão e não há apoptose, e essa lesão pode propiciar o
desenvolvimento de mutações carcinogênicas – o que no geral, todos os
agentes alquilantes podem levar a isso. Anos depois da utilização destes
fármacos existe um risco de desenvolvimento de leucemia por parte dos
pacientes, justamente porque parte dessas alterações do DNA não levam a
apoptose e podem ser carcinogênicos. Mas os que fazem a dupla alquilação
– bis-alquilação, faz uma lesão grande o suficiente para levar a apoptose.
Portanto, promove a alquilação, fazem uma reação de ligação cruzada
com estruturas do DNA, a chamada bis-alquilação – ligação cruzada dupla é
a consequência melhor que se pode ter com esses fármacos por ser a mais
efetiva em levar a apoptose das células tumorais.
Antimetabólitos
Classe com maior número de fármacos antineoplásicos. Fármacos
Antimetabótitos afetam algumas vias, que afetam por consequência a
proliferação celular. A ideia do tratamento antineoplásico é reduzir a proliferação
das células, tentar deter o crescimento das células tumorais.
Os antimetabólitos atuam em vias importantes para a sobrevivência e
proliferação da célula: como as de síntese de DNA, proteínas.
São fármacos que atuam basicamente sobre as vias de síntese de
nucleotídeos – importante para a proliferação celular, e também na
incorporação das bases ao DNA que está se formando.
Síntese de pirimidinas
Seguem as etapas básicas para via síntese de nucleotídeos, que é a
síntese dos ribonucleotídeos, depois a redução de ribonucleotídeos para
formar desoxirribonucleotídeos. Ribonucleotídeos que podem ser
incorporados ao RNA, e desoxirribonucleotídeos que podem ser incorporados
ao DNA. Uma etapa importante que envolve a timidilato sintase é a conversão
do uridilato – de desoxiuridilato em desoxitimidilato – os fármacos atuam nas
três etapas.
Se a síntese de nucleotídeos depende das três etapas: síntese de
ribonucleotídeos, síntese dos desoxirribonucleotídeos, e a conversão do
uridilato em timidilato.
Os fármacos que afetam a síntese de nucleotídeos irão atuar em uma
destas três etapas. Sendo que em qualquer uma dessas etapas que ele atue,
irá afetar/reduzir a síntese de nucleotídeos e consequentemente a célula não
consegue sintetizar o DNA e RNA.
O uridilato pode formar uma forma trifosfato - UTP, que formará o
citidilato CTP. O UMP pode ser reduzido formando o desoxi UMP e neste
ponto entra a conversão do desoxi UMP em desoxi TMP. Os fármacos que
atuam na via de síntese das pirimidinas podem atuar em uma série de etapas
dessa via, uma delas é em uma enzima que fará a redução do açúcar,
fazendo com que a ribose se converta em desoxirribose para formação do
DNA, sendo a enzima chamada ribonucleotídeos redutase, enzima que faz a
redução da ribose para desoxirribose, e existem fármacos específicos para
ribonucleotídeos redutase, tendo a mesma como alvo. Sendo, portanto, o
primeiro ponto de atuação na via das pirimidinas a ribonucleotídeo
redutase.
Existem fármacos que irão atuar como análogos aos nucleotídeos que
podem ser incorporados ao DNA no local dos nucleotídeos. São chamados de
análogos da citidina, enganam a enzima. Ao invés da enzima adicionar a
desoxi citidilato, adiciona-se o fármaco, que é uma análogo.
Na conversão do desoxi uridilato por desoxi timidilato, ocorre por meio
da timidilato sintase. Síntese de timidilato a partir de uridilato. Para que essa
enzima funcione precisa-se de um precursor que é o tetrahidrofolato- forma
ativa. Para que a timidilato sintase funcione a enzima precisa reconhecer o
uridilato, o folato, e assim consegue fazer a conversão, adicionando um grupo
metil ao uridilato para gerar timidilato, sendo esse grupo metil advindo do
folato. Na ausência do folato, a timidilato sintase não funciona. Quando
tetrahidrofolato é utilizado em uma reação origina-se uma outra molécula, que
é a forma oxidada, chamada de dihidrofolato.
As células humanas não são capazes de sintetizar o folato,
necessitando de uma enzima que regenere o tetrahidrofolato, chamada de
dihidrofolato redutase, regenerando o tetrahidrofolato utilizado.
Fármacos como o metotrexato são anti folato, inibem a dihidrofolato
redutase, sendo esta enzima o seu alvo. Impedindo a regeneração de
tetrahidrofolato e falto de folato para as células, sendo o folato importante
para a síntese das purinas também. A ausência de folato impede a síntese de
nucleotídeos de purinas, pirimidinas e proteínas que dependem de folato. No
caso das pirimidinas, o folato é importante para que a timidilato sintase
funcione e sintetize o desoxi timidilato.
A ciclo fluorouracil – análogo do uridilato, fármaco que tem como
alvo específico não é a dihidrofolato redutase, porém afeta essa reação
também. O alvo deste fármaco é a própria timidilato sintase. Engana a
timidilato sintase, que se liga ao fármaco pensando que é o uridilato, inibindo
a timidilato sintase, e impede a formação do timidilato e não se forma DNA.
Como irão afetar diretamente a síntese do DNA, pode-se dizer que são
específicos para uma etapa do ciclo celular, como a fase S., portanto são exemplos
de fármacos antineoplásicos ciclo específicos.