Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TEORIA DOS 3 NÍVEIS OU DO ICEBERG INVERTIDO
A - INTRODUÇÃO
Em Maio de 95, logo após o t érm ino da Operação Rio, escrevem os est a
“ Teoria dos 3 Níveis ou do I ceberg I nvert ido”, em face da experiência
adquirida no processam ent o dos dados da Cent ral de I nt eligência m ont ada
na Segunda Seção do Com ando Milit ar do Lest e ( CML) . Nessa ocasião, j á
est ávam os na reserva do Exércit o e havíam os sido cont rat ados por “ t em po
cert o”.
Em Jul 04, com o Subsecret ário de I nt eligência da SSP/ RJ, decidim os,
novam ent e, reedit ar a Teoria e dist ribuí- la aos cerca de 200 alunos do Curso
de I nt eligência de Segurança Pública.
A con j u n t ur a m u dou .
A corrupção inst it ucional vem ganhando as páginas dos j ornais, m ost rando
que bilhões de dólares são const ant em ent e desviados dos cofres públicos.
A lavagem de dinheiro vem se const it uindo no desaguadouro nat ural da
grande crim inalidade. I m óveis são adquiridos com o dinheiro “ suj o” e as
“ I lhas Caym an” são o paraíso dos chefões.
Vem sendo com um , hoj e, nos com ent ários sobre o denom inado " Crim e
Organizado" ( CO) , ouvir- se expressões do t ipo " os m orros são, som ent e, a
pont a do iceberg" e " a polícia só prende os neguinhos do m orro”, m as não
os " chefões da Vieira Sout o" .
Expressões à part e, a experiência adquirida no acom panham ent o da
evolução da crim inalidade perm it iu- nos t eorizar sobre esse polêm ico
assunt o, sobre o qual especialist as vêm ainda discorrendo.
A figura a seguir t ranscrit a represent a a " Teoria dos 3 Níveis ou do I ceberg
I nvert ido" , pela qual se pode est rat ificar a crim inalidade em t rês níveis ( N1,
N2, N3) , cuj os 35 aspect os e caract eríst icas principais passarem os,
m et odicam ent e, a list ar.
C – OS 3 5 ASPECTOS
Um a out ra quest ão polêm ica é se exist e no Brasil e, part icularm ent e, no Rio
de Janeiro, o Crim e Organizado ( CO) .
É evident e que se ent enderm os CO com o o conj unt o das organizações do
t ipo " m afiosas" que exist em em out ros países, com o a " Cosa Nost ra" , a
" Cam orra" , a " N'Dranghet a" , a " Yakuza" , et c, a respost a é não.
O que exist em , no Rio de Janeiro, são quadrilhas sem i- organizadas, com
est rut uras hierárquicas não m uit o bem definidas, e que lut am por t errit órios
- os m orros e/ ou as favelas, que são as suas verdadeiras bases de
sust ent ação e de hom izio, além de serem os pont os de venda de drogas.
Mesm o o “ j ogo- do- bicho”, que m uit os apont am com o o verdadeiro CO
caboclo, não possui as caract eríst icas próprias dessas grandes organizações.
As invest igações procedidas nos últ im os anos não confirm aram as
propaladas ligações com t rês dos " 4 Cavaleiros do CO" , o t ráfico de drogas,
o cont rabando de arm as e a lavagem de dinheiro. Som ent e sobre o 4º
cavaleiro, a corrupção, com provou- se a at uação do j ogo- do- bicho,
corrom pendo policiais e polít icos.
A " Teoria dos 3 Níveis ou do I ceberg I nvert ido" m ost ra- nos que som ent e
t erem os CO quando as organizações crim inosas est rut urarem - se
hierarquicam ent e, dom inando faixas vert icais nos t rês níveis.
Felizm ent e, nos dias at uais, em m aio de 1995, as ligações exist ent es ent re
esses níveis são aquelas absolut am ent e necessárias para as encom endas e
para os negócios. Não há com ando do N1 sobre o N2 e nem dest e sobre o
N3.
Rest a- nos saber at é quando...
Rom e u An t on io Fe r r e ir a - Ce l EB RR - M a i 1 9 9 5