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Resenha n.

1 – Instâncias Psíquicas
Aluna: Marília Benelli Nunes
Referência: aula do dia 30/07/22
Entregue no dia: 27/08/22

Freud desvendou muito dos aspectos de nossa mente, destacando-se, dentre suas
elucidações, as Instâncias Psíquicas. Lembrando, aqui, que suas teorias provinham de
um contexto de um exacerbado determinismo científico, resultando na ausência de
aspectos metafísicos ou de espiritualidade, o que, de certa forma, culminou em sua
positiva contribuição em dar à psicologia o importante status de ciência.

Nos trouxe, também, os importantes conceitos de Consciente, Subconsciente e


Inconsciente. Explicando-nos que o Consciente é a parte acessível da mente, ou seja, a
gaveta que está aberta, onde os “objetos” estão inteiramente à nossa disposição. Ao
passo que o Subconsciente, também conhecido por Pré-Consciente, equivaleria à uma
gaveta fechada, mas que podemos abrir conforme à necessidade da situação, realizando
um pequeno esforço. Por outro lado, segundo Freud, a mente humana possui, também,
uma “gaveta fechada”, emperrada, protegida por um imponente e suntuoso cadeado,
cujo esforço para abrir é tamanho, pois os objetos ali contidos são muito perigosos! Esta
é a gaveta do Inconsciente, ou seja, a gaveta onde os objetos mais secretos estão
guardados: nossos traumas. E, para nossa própria proteção e sanidade, precisam ficar
ali, escondidos... A menos que um bom psicanalista prepare este indivíduo para lidar
com tais objetos sem que se machuque (tanto!).

Elucidou, igualmente, o conceito de Pulsão, conceito que se aproxima da palavra


Instinto. O qual divide-se no sentido da vida (ações criativas) ou no sentido de morte
(ações destrutivas).

Outra contribuição valiosa de Freud foi a estruturação da personalidade,


concebendo os conceitos de ID, EGO e SUPEREGO. Assim, o ID caracteriza-se por
nossos desejos mais instintivos, irracionais e viscerais e, do outro lado, está o EGO,
delineado por características opostas: ideias mais refletidas, racionais e mentais. Entre
essas duas polaridades, encontra-se a estrutura do SUPEREGO, realizando o papel de
juiz, intermediando estes opostos, tentando equilibrá-los ou desequilibrá-los, através do
que aprendeu em seus códigos de conduta moral-familiar e social.

Assim, se estes códigos constroem-se em um ambiente tirano e moralista, o


superego desempenha o cruel papel de um juiz irresoluto e punitivo, agravando e
distanciando ID e EGO, de modo que as esferas do sentir, pensar e agir passam a
caminhar em direção distinta e desalinhada, resultando em uma mente perturbada e
impulsionada ao sentido destrutivo. Sendo o papel da psicanálise, neste cenário,
fortalecer o EGO, ajudando-o a desvencilhar-se da tirania do SUPEREGO.

Aqui, fazendo um parênteses para trazer a opinião de quem vos escreve, se o


superego se torna um bom intermediador, por ter sido construído em bases e códigos de
um contexto familiar e social mais consciente e maduro, este SUPEREGO parece
desempenhar o papel de um juiz justo e mais equilibrado, buscando alinhar ID e EGO,
resultando em uma mente mais sã, no que tange ao sentir, pensar e agir, voltando-se às
pulsões de sentido à vida.

Traçando, então, um pequeno paralelo, surge Gustav Jung, melhor aluno de


Freud que, ao discordar de determinados conceitos de suas teorias, acabou alinhavando
sua própria Psicologia: A Psicologia Analítica, cuja principal diferenciaça se dá na
bifurcação do inconsciente em individual e coletivo e seus respectivos desdobramentos:
arquétipos e complexos.

Jung utiliza-se de conceitos diferentes ou mesmo novos, como o de psique no


lugar de personalidade e self, como um dos “itens” da gaveta do inconsciente, bem
como os complexos.

Gustav Jung abriu a gaveta do Inconsciente e viu que lá havia sombras e traumas
sim, mas também outras repartições, contendo outros objetos. Uma repartição de objetos
únicos e pessoais, vez que ninguém tem igual, consubstancia-se o consciente individual
(nossas experiências individuais) e uma outra repartição contendo objetos comuns,
criados e utilizados por todos que nos precederam (experiências coletivas, conceitos
universais, padrões de comportamento, tendências e predisposições). E, nestes
compartimentos, encontramos objetos um tanto importantes: os arquétipos, objetos
coletivos, mas coloridos pelo seu dono, ou seja, um objeto igual ao de todos, mas com
uma roupagem personalizada, desenhada e costurada por aquele indivíduo. Estes, os
arquétipos, são muitos, porém, Jung fotografou 8 para nos mostrar, quais sejam,
persona, sombra, anima, animus, grande mãe, velho sábio, herói e self, que terão,
portanto, um formato comum, embora suas cores variem conforme a cor dos óculos de
quem os vê.

Em síntese comparativa, vemos que Freud, por todo seu contexto pessoal, foi o
precursor de toda a base da Psicologia, ou seja, encontrou as gavetas do Consciente,
Subconsciente e Inconsciente e nos falou delas com maestria, levando o tema ao meio
científico, que até então sequer acreditava que tais gavetas existiam. Jung, já sabendo
sobre as gavetas, graças a Freud, buscou abri-las e nos trazer mais pistas sobre os
objetos ali guardados, inclusive classificando-os, nos presenteando, portanto, com um
mapa mais detalhado sobre todas estas fascinantes estruturas que compõem a estrutura
psíquica do ser humano.

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