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Subsídios para Mudanças nas Práticas de Ensino de Matemática
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
Subsídios para Mudanças
nas Práticas de Ensino de Matemática
Objetivo
• Discutir dois pontos fundamentais para avanços nas práticas de ensino de Matemática: a
comunicação e o uso de materiais concretos.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Subsídios para Mudanças nas Práticas de Ensino de Matemática
Contextualização
Não poderíamos discutir o ensino de matemática nos dias atuais sem refletir sobre
alguns aspectos dessa área do conhecimento que precisam ser modificados em função
de estudos e pesquisas recentes.
Assim, nesta unidade, vamos discutir dois pontos fundamentais para avanços nas
práticas de ensino de Matemática. A primeira parte do texto focaliza a comunicação nas
aulas de matemática e a segunda parte apresenta uma reflexão sobre o uso dos denomi-
nados materiais concretos.
Consideramos que essas discussões podem permitir avanços teóricos que subsidiem
a prática dos professores para ensinar matemática.
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A Comunicação nas Aulas de Matemática
Esta unidade origina-se de uma mesa redonda apresentada no XIII ENEM e tem a fina-
lidade de discutir algumas propostas em relação à comunicação nas aulas de Matemática.
Os estudos teóricos usados neste texto, no que tange à comunicação, são o livro de
Machado (2011) denominado Matemática e Língua Materna: análise de uma impreg-
nação mútua, alguns textos de autores portugueses como Ponte e Santos (1998), Ponte e
Serrazina (2000), Menezes (1996), além de um texto de Curi (2019), publicado pela SME.
Ponte e Santos (1998) destacam que os alunos interagem melhor em pequenos gru-
pos, se sentem mais confortáveis, e vão progressivamente se apropriando da linguagem
matemática. Ao falarem e ouvirem os colegas nos pequenos grupos, os alunos clareiam
significados e constroem conhecimentos. Quando a discussão ocorre na sala como um
todo, os alunos podem ficar inibidos se não tiverem certeza de seu comentário.
Curi (2019) afirma que a qualidade das interações depende do contexto em que elas
ocorrem e da metodologia usada pelo professor. As aulas que envolvem investigações
ou resolução de problemas em grupos são potencialmente ricas para o desenvolvimento
da comunicação e da argumentação1.
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Na argumentação, o estudante justifica sua posição, é um grau de pensamento mais avançado do que quando ele
apenas comunica suas ideias.
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Como já foi dito, na descrição das atividades, o foco na comunicação é mais presente,
desde os anos iniciais do Ensino Fundamental. Esses objetivos destacam a produção de
registros, a comunicação oral, o debate, a argumentação e prova, a justificação, a vali-
dação de processos e resultados.
A comunicação nas aulas de matemática pode ser aprofundada com o uso de diferen-
tes tipos de textos, contribuindo para proporcionar mudanças no trabalho pedagógico
do professor e no enfoque menos tecnicista da matemática.
Nos anos iniciais do ensino fundamental, talvez porque a criança não esteja totalmente
alfabetizada, há um foco maior na oralidade do que nas atividades escritas, corroborando
com os estudos de Machado (2011). Segundo o autor, não é possível conceber o ensino de
Matemática sem o uso da oralidade. Nos anos finais, o foco maior é na produção escrita e
no uso da simbologia matemática, ainda que a oralidade não possa ser abandonada.
Cabe destacar que Curi (2019) considera que o foco na oralidade não é comum no ensi-
no de Matemática. Quando a criança ainda não está alfabetizada, ela usa a oralidade para
expor suas ideias, mas, a partir do momento em que a criança está alfabetizada, o foco das
aulas de matemática passa para as produções escritas, com pouca reflexão sobre o proces-
so, sem preocupação com justificativas, argumentação e validação, ou não, do resultado.
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Em seguida, apresentamos, a título de ilustração, alguns objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento extraídos do Currículo da Cidade: Matemática (2017), que focalizam
a comunicação oral ou escrita.
• 1º ano: Realizar recitações orais em escala ascendente ou descendente;
• 1º ano: Descrever, oralmente, situações apresentadas por meio de gráficos de co-
lunas simples;
• 2º ano: Descrever oralmente um padrão (ou regularidade) de sequências numéricas
ou figurais repetitivas ou recursivas por meio de palavras ou outras representações;
• 3º ano: Descrever as regras de um jogo e propor mudanças das regras, sem perder
o objetivo desafiador do jogo;
• 4º ano: Investigar regularidades em multiplicação por 0 e por 1 e produzir um texto
comunicando as conclusões obtidas;
• 5º ano: Investigar a condição de equivalência de duas ou mais frações pela ob-
servação de representações gráficas e de regularidades nas escritas numéricas e
expressar oralmente ou por escrito essa condição.
Figura 1
Fonte: Caderno da Cidade Saberes e Aprendizagem – Matemática, 2018, p. 71
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Figura 2
Fonte: Caderno da Cidade Saberes e Aprendizagem – Matemática, 2018, p. 70
Figura 3
Fonte: Caderno da Cidade Saberes e Aprendizagem – Matemática, 2019, p. 176
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Registros do pensamento matemático
Além dos aspectos apontados no item anterior, os registros escritos ocupam um pa-
pel importante também. Uma das possibilidades para desenvolver a comunicação em
Matemática é combinar com os alunos de fazer um diário em que possam registrar seus
pensamentos matemáticos, apresentando ideias e imagens que, organizados, ajudam a
entender o pensamento matemático. A construção desse tipo de registro pode ser um
processo longo e lento, com idas e vindas, com ensaio e erros etc.
Cabe destacar que o raciocínio faz parte do “fazer matemática” e sua explicitação,
por escrito, não é tão simples. Um ponto importante do desenvolvimento do raciocí-
nio é ser convincente. Segundo Boaler (2020), os três níveis de convencimento são:
o convencimento de si mesmo com relação a uma tarefa realizada; o convencimento
de um amigo e o convencimento de um cético. A autora considera que no trabalho de
sala de aula, os alunos devem primeiramente estar convencidos sobre a resolução da
tarefa e a explicitação do raciocínio. Depois, os estudantes devem tentar convencer
seus amigos sobre o raciocínio usado na resolução da tarefa e, por último, tentar con-
vencer um cético.
Registros visuais
Segundo Boaler (2020), uma das descobertas da neurociência é a importância da
visualização para o cérebro e para a aprendizagem matemática. A autora afirma que o
caminho visual dorsal é a principal região do cérebro para representação de quantidade.
Nesse sentido, o uso da reta numerada é muito útil, pois fornece ao cérebro a represen-
tação visual da ordem numérica. Nesse sentido, a BNCC aponta, entre as habilidades,
algumas que explicitam representações na reta numerada desde os anos iniciais do Ensi-
no Fundamental, tanto com os números naturais, como, em anos mais avançados, com
números racionais, irracionais e reais.
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Algumas considerações
A análise realizada permite afirmar que os documentos curriculares atuais, como a
BNCC e o Currículo da Cidade, focalizam a comunicação e a argumentação nas aulas de
Matemática. No entanto, Curi (2019) destaca que alguns pontos apontados pela literatu-
ra não são assegurados por materiais curriculares, como, por exemplo, a interação entre
alunos e alunos, e entre alunos e professores. Essa depende das estratégias usadas pelo
professor. Uma discussão em grupos não garante a interação entre os participantes,
nem a negociação de significados entre esses atores. Isso só é possível de identificar se
houver acompanhamento das aulas e uma reflexão do professor a respeito do desenvol-
vimento da comunicação e da interação entre seus alunos, bem como entre os alunos e
o próprio professor, modificando a prática consolidada no ensino de matemática em que
o professor é o detentor do saber.
A segunda parte desta unidade discute o uso de materiais concretos nas aulas
de matemática.
Além disso, as pesquisas de Machado (2011) e Curi (2004) destacam que a Matemática
é abstrata, sendo preciso torná-la mais atraente para os alunos; o que leva, muitas vezes,
o professor a usar materiais concretos, desprovidos de
significações para os que o manipulam, por exemplo, Mas afinal, o que são materiais
o material dourado, podendo inclusive comprometer a concretos e quando podem
ser usados?
concretude que o professor queria mostrar.
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No quadro a seguir, estão algumas definições organizadas por Nascimento (s/d) no texto
Uso de materiais para trabalhar Matemática no Ensino Fundamental publicado no
Portal Educação.
Tabela 1
Autor (es) Definição
Material Didático: “qualquer instrumento útil ao processo de ensino-aprendizagem. Portanto,
Lorenzato [...] pode ser um giz, uma calculadora, um filme, um livro, um quebra-cabeça, um jogo, uma
embalagem, uma transparência, entre outros” (2006, p. 18).
“O material concreto, os jogos e os recursos audiovisuais, embora outros também possam
Mottin
ser considerados como materiais didático-pedagógicos” (2004, p. 29).
Material concreto: “um ente qualquer que possa ser manipulado podendo ser de ordem natural ou
Barbosa artificial. O natural é aquele que existe espontaneamente, sendo gerado pela ação da natureza. É o caso
(apud Cavalcanti) de uma pedra, uma flor, uma fruta etc. O artificial é aquele que é gerado pela produção do homem.
É o caso de um lápis, uma folha de papel, um pedaço de fio, um cordão etc. (Cavalcanti 2006, p. 18).
Concreto: “Na dimensão material, se refere a algo manipulável e palpável, denominando-o de
Brito (apud Cavalcanti) material concreto ou manipulativo. Na dimensão mais ampla, definem como algo material ou não,
desde que tenha seu conteúdo de significações” (Cavalcanti 2006, p. 18-19).
Materiais Manipuláveis: “objetos ou coisas que aluno é capaz de sentir, tocar, manipular e movimentar.
Reys (apud Matos
Podem ser objetos reais que têm aplicação no dia-a-dia ou podem ser objetos que são utilizados para
e Serrazina)
representar uma ideia” (Matos e Serrazina 1996, p. 193).
Aqueles que têm um “envolvimento físico dos alunos, numa situação de aprendizagem ativa”
Passos
(2006, p. 78).
A partir da definição dada no dicionário e das concepções elencadas no quadro, Curi (2019)
define “Material Concreto” como algo que pode ser manipulado, que tenha algum signifi-
cado quando usado e que seja condizente ao que foi proposto para ser ensinado e aprendi-
do. No caso da Matemática, no geral, o material concreto é construído pelo homem para ser
usado em sala de aula ou é adaptado de sucatas ou objetos de uso social.
A partir dessa conceituação, a pergunta que se faz é: quais são as vantagens e limitações
de usar materiais concretos nas aulas de Matemática?
Reflita sobre isso e continue a leitura do texto.
Lerner (1992) destaca que o primeiro inconveniente é que o uso de materiais con-
cretos modifica o objeto do conhecimento, transformando-o em algo diferente do que
ele efetivamente é. O segundo inconveniente é que o material concreto impede que as
crianças utilizem seus conhecimentos já construídos e os substituam por algo que, na
maioria das vezes, não tem tanto sentido para elas, principalmente aos relacionados ao
Sistema de Numeração Decimal, de uso social para as crianças.
O fato de tornar a Matemática mais atraente para os estudantes leva muitas vezes o
professor ao uso de materiais concretos desprovidos de significações, demandando, por-
tanto, uma compreensão mais profunda sobre os objetos de conhecimento e os objetivos
de aprendizagem e desenvolvimento que se pretende alcançar (Curi, 2019).
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Com as pesquisas de Lerner (1996), Fayol (1996) sobre o ensino de números e do sistema de
numeração decimal, cabem as perguntas: O Material Dourado é de fato um material con-
creto que auxilia as crianças nas suas aprendizagens da escrita numérica e do sistema
de numeração decimal, considerando-se as hipóteses que elas têm sobre as escritas
numéricas? Em que situações da vida da criança, ela explora o Material Dourado?
Reflita sobre essas questões e continue a leitura do texto.
Pires (2012) discute no texto Reflexões que Precisam Ser Feitas sobre o Uso dos
Chamados “Materiais Concretos” para a Aprendizagem em Matemática, publicado
pelo GEPEM, que o material dourado, por não ser da vivência cotidiana das crianças,
quase não tem significado para elas, e que não faz sentido ser usado como material
concreto nas aulas de matemática, corroborando os estudos de Lerner quando se refere
ao inconveniente de o professor substituir conhecimentos prévios já construídos pelas
crianças, por um material que elas desconhecem ou que vão aprender a conhecer na
escola, antes de ser usado.
Sendo assim, cabe a pergunta: por que tantos professores ainda utilizam o material
dourado para trabalhar com o sistema de numeração e ensinar os algoritmos?
Após refletir sobre a questão, continue a leitura do texto e esclareça suas dúvidas.
Pires, no texto já citado, discute o contexto histórico em que o uso do material dourado
foi preconizado, e justifica o motivo dele não ser adequado, em função das pesquisas atuais.
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Uma leitura mais superficial deste texto pode levar a conclusão de que o material con-
creto não deve ser usado nas aulas de Matemática. No entanto, ele é muito útil quando
se relaciona ao estudo da geometria. No estudo das figuras espaciais, por exemplo, o
uso de material concreto faz toda a diferença.
Curi (2019) comenta que vivenciou uma situação de uma criança de nove anos que
precisava observar 3 figuras geométricas espaciais desenhadas (um prisma de base pen-
tagonal, uma pirâmide de base quadrada e um prisma de base triangular) e reconhecer
entre o desenho de vários polígonos quais seriam necessários para a construção de cada
figura. A autora percebeu que a criança reconhecia as bases da figura e o formato das
faces laterais, mas não conseguia saber quantas faces laterais o prisma de base pentago-
nal tinha, não reconhecia as faces “escondidas” do prisma desenhado e dizia que havia
3 retângulos apenas. Com a manipulação de uma caixinha de base hexagonal, a criança
foi contando os retângulos a partir da base superior, usando o lado do hexágono. A par-
tir dessa vivência, teve um pouco mais de facilidade de analisar visualmente as figuras
espaciais desenhadas e descobrir quantas faces laterais a figura tinha.
Esse garoto teria mais facilidade de resolver a atividade se tivesse vivenciado a fase de
manipulação de figuras geométricas espaciais, explorando caixas de vários formatos do
ambiente social, como caixa de sapatos, de sabonetes, de pasta de dentes, em forma de
pirâmides, entre outras, que de alguma maneira têm significado para ele.
Esse fato pode ser corroborado por estudos de Pires, Curi e Campos (2001), que
afirmam que o aluno não compreende uma atividade se ela estiver em um nível mais ele-
vado do pensamento geométrico do que ela se encontra. Nesse caso, a atividade estava
no nível de visualização e a criança ainda estava no nível de experimentação (PARZYSZ,
2006). As autoras ainda afirmam que a criança só atinge um nível de pensamento geo-
métrico, quando vivenciar todos os níveis inferiores, apropriando-se, assim, dos objetos
de estudo e da linguagem própria de cada nível.
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A partir das reflexões que esta unidade proporcionou é possível concluir que o uso do mate-
rial dourado não é um material concreto adequado pois, com base em Lerner, ele modifica
o objeto do conhecimento, transformando-o em algo diferente do que ele efetivamente
é, e tira o foco do objetivo de aprendizagem. Além disso, esse material pode impedir as
crianças de se utilizarem de seus conhecimentos, substituindo-o por algo que, no geral,
tem pouco sentido para elas.
Já o uso dos materiais concretos de geometria, como caixas que representem figuras geo-
métricas espaciais, está subsidiado pelas pesquisas de Parzysz (2006), que discute os níveis
de pensamento geométrico. Para que a evolução do pensamento geométrico aconteça, há
necessidade de exploração de estratégias metodológicas com uso de materiais concretos
nos primeiros níveis e de linguagem adequada. Se a atividade proposta for acima do nível,
o estudante não terá condição de resolvê-la.
Com essas discussões, espera-se contribuir para uma reflexão de professores sobre o
uso de materiais concretos nas aulas de Matemática, com bases mais teóricas que pos-
sibilitem justificar suas escolhas.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
A comunicação na sala de aula de matemática: Um campo de desenvolvimento profissional
do professor
http://bit.ly/2NkkSS2
A Importância da Comunicação e da Interação nas Aulas de Matemática: da elaboração oral à
construção de conhecimentos
http://bit.ly/380OaNr
Uma reflexão sobre o uso de materiais concretos e jogos no ensino da Matemática
http://bit.ly/2QPdvnQ
Material concreto: uma estratégia pedagógica para trabalhar conceitos matemáticos nas sé-
ries iniciais do ensino fundamental
http://bit.ly/36PFQQr
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Referências
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