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ESTADO DO PARÁ
Princípios, Direitos e Garantias
Fundamentais
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
Princípios, Direitos e Garantias Fundamentais
Diogo Surdi
Sumário
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Princípios, Direitos e Garantias Fundamentais......................................................................... 4
1. Princípios Fundamentais............................................................................................................ 4
1.1. Soberania.. ................................................................................................................................... 7
1.2. Cidadania.................................................................................................................................... 8
1.3. Dignidade da Pessoa Humana................................................................................................ 8
1.4. Valores Sociais do Trabalho e da Livre Iniciativa. . ............................................................. 9
1.5. Pluralismo Político. . .................................................................................................................. 9
1.6. Objetivos Fundamentais.. ...................................................................................................... 10
2. Direitos e Deveres Individuais e Coletivos. . ......................................................................... 10
3. Soberania Popular..................................................................................................................... 18
4. Organização do Estado............................................................................................................ 24
4.1. Disposições Preliminares. . .................................................................................................... 24
4.2. Símbolos e Bens do Estado.................................................................................................. 25
4.3. Competência do Estado........................................................................................................ 27
Exercícios......................................................................................................................................... 30
Gabarito............................................................................................................................................ 45
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
Princípios, Direitos e Garantias Fundamentais
Diogo Surdi
Apresentação
Olá, aluno(a), tudo bem? Espero que sim!
Na aula de hoje, veremos as regras expressas na Constituição do Estado do Pará em rela-
ção aos Princípios, Direitos e Garantias Fundamentais.
Para treinarmos tudo aquilo que foi estudado, e considerando que não contamos com mui-
tas questões anteriores, faremos uso das questões existentes (adaptadas, quando necessá-
rio) e, ainda, de questões inéditas.
Grande Abraço a todos e boa aula!
Diogo
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
Princípios, Direitos e Garantias Fundamentais
Diogo Surdi
Art. 1º. O Estado do Pará é parte integrante da República Federativa do Brasil, exercendo, em seu
território, os poderes decorrentes de sua autonomia, regendo-se por esta Constituição e leis que
adotar, observados os princípios da Constituição Federal.
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
Princípios, Direitos e Garantias Fundamentais
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Art. 1º, Parágrafo Único - Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Desta forma, temos que memorizar que o poder, que emana, sempre, do povo, pode ser
exercido de duas diferentes formas:
a) indiretamente, por meio de representantes eleitos em eleições diretas, periódicas
e secretas;
b) diretamente, por meio, dentre outros, dos institutos do plebiscito, do referendo e da ini-
ciativa popular;
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
Princípios, Direitos e Garantias Fundamentais
Diogo Surdi
De acordo com o artigo 2º, temos o compromisso do Estado do Pará em manter e preser-
var a República Federativa do Brasil, que, por sua vez, está fundada em importantes princípios
fundamentais.
Art. 2º. O Pará proclama o seu compromisso e o de seu povo de manter e preservar a República
Federativa do Brasil como Estado de Direito Democrático, fundado na soberania nacional, na cidada-
nia, na dignidade do ser humano, nos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e no pluralismo
político.
Considerando a importância destes postulados, nada melhor do que fazermos uma “revi-
são” a respeito dos mencionados princípios fundamentais.
1.1. Soberania
A soberania está ligada à noção de independência de um país em relação aos de-
mais Estados.
Trata-se a soberania, desta forma, de atributo considerado essencial para que a República
Federativa do Brasil possa fazer valer a sua vontade sem se subordinar aos interesses de ou-
tros países.
Decorre da soberania, também, a obrigatoriedade de cumprimento das obrigações assumi-
das, por parte de cada uma das nações, em caso de celebração de acordo ou tratado.
Um exemplo desta situação, sendo, inclusive, uma decisão proferida pelo STF e pautada no
fundamento da soberania, foi a negativa, pelo presidente da República, de entrega do extradi-
tando ao país requerente, conforme verifica-se, de uma melhor forma, da análise do julgamento
proferido na RCL 11.243:
O art. 1º da Constituição assenta como um dos fundamentos do Estado brasileiro a sua so-
berania – que significa o poder político supremo dentro do território, e, no plano internacional,
no tocante às relações da República Federativa do Brasil com outros Estados soberanos, nos
termos do art. 4º, I, da Carta Magna. A soberania nacional no plano transnacional funda-se no
princípio da independência nacional, efetivada pelo presidente da República, consoante suas
atribuições previstas no art. 84, VII e VIII, da Lei Maior. A soberania, dicotomizada em interna
e externa, tem na primeira a exteriorização da vontade popular (art. 14 da CRFB) através dos
representantes do povo no parlamento e no governo; na segunda, a sua expressão no plano
internacional, por meio do presidente da República. No campo da soberania, relativamente à
extradição, é assente que o ato de entrega do extraditando é exclusivo, da competência indecli-
nável do presidente da República, conforme consagrado na Constituição, nas leis, nos tratados
e na própria decisão do Egrégio STF na Ext 1.085.
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1.2. Cidadania
Ao incluir a cidadania como um dos fundamentos da RFB, a ideia do legislador constituinte
foi a de incentivar uma maior participação popular nas decisões políticas do país.
Neste contexto, a definição de cidadão alcança todos aqueles que estejam em condições
de exercer o direito de votar. É por meio do voto, realizado em eleições diretas e periódicas, que
o corpo de eleitores escolhe os representantes populares, que serão, por um período de tempo,
os responsáveis pela proposição das medidas necessárias ao bem estar da coletividade.
Assim, o fundamento da cidadania está intimamente ligado à democracia, na medida em
que confere aos eleitores (cidadãos) a possibilidade de participação em diversas ações e pro-
cedimentos ligados às decisões fundamentais do Estado.
Como exemplo de utilização da dignidade da pessoa humana, podemos citar duas impor-
tantes Súmulas Vinculantes do STF, a saber:
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Além disso, podemos citar importantes decisões tomadas pelo STF e que decorrem da
dignidade da pessoa humana:
a) O direito à igualdade sem discriminações abranger a identidade ou a expressão de gênero;
b) As inúmeras políticas de inclusão, como as cotas para diversas classes de pessoas;
c) A possibilidade de realização de pesquisas com células-tronco embrionárias;
d) A impossibilidade, por violar a dignidade da pessoa humana, de submissão compulsória
do pai ao exame de DNA;
e) A legitimidade da união homo afetiva como entidade familiar;
Sendo assim, seria bastante complicado caso tivéssemos apenas uma agremiação parti-
dária disponível para a escolha dos representantes, não é mesmo?
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O Estado do Pará atuará, com determinação, em todos os seus atos e pelos seus órgãos e agentes,
no sentido de realizar os objetivos fundamentais do País (...).
Desta forma, os objetivos fundamentais, como o próprio nome sugere, estão ligados
às metas a serem alcançadas pelo ente federativo no desempenho de todas as suas
atividades.
Logo, ainda que existam outros objetivos, os fundamentais são aqueles que servem como
“norte” para o exercício de todas as demais políticas públicas.
De acordo com a Constituição Estadual, cinco são os objetivos fundamentais do Estado do
Pará, a saber:
• Construir uma sociedade livre, justa e solidária;
• Garantir o desenvolvimento nacional;
• Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais, raciais e re-
gionais;
• Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, orientação sexual,
cor, idade, deficiência e quaisquer outras formas de discriminação.
• Dar prioridade absoluta aos assuntos de interesse dos cidadãos.
Obs.: Inicialmente, a atuação do Estado consistia em uma série de imposições e deveres aos
indivíduos que estavam sob a sua proteção.
Como resultado destas ações do Poder Público, tínhamos uma população acuada e
que praticamente não podia expressar as suas vontades.
Com o surgimento dos primeiros direitos fundamentais, passou-se a exigir uma “não
atuação” do Estado, resultando em um aumento das liberdades conferidas à popu-
lação e em uma maior autonomia das relações privadas ante a atuação do Poder
Público.
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Como exemplo de tratado global, pode-se citar o Pacto Internacional sobre Direitos Políticos.
Como exemplo de convenção regional, cita-se a Convenção Americana de Direitos Humanos.
Em ambas as situações, para que os direitos humanos previstos nos acordos possam ter vali-
dade em um determinado Estado, faz-se necessário que o respectivo país reconheça e positive
os direitos acordados.
Uma vez positivados, tais direitos podem ou não assumir o status de direitos fundamentais.
Usamos diversas vezes o termo “positivar”. Você sabe o que isso significa?
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De acordo com o momento histórico em que surgiram e foram reconhecidos pelo orde-
namento jurídico, os direitos fundamentais podem ser classificados em cinco gerações ou
dimensões.
a) Primeira Geração: Até meados da Idade Média, o Estado era conduzido mediante as
ordens da monarquia. As opiniões do rei, nesta época, eram absolutas, não podendo ser objeto
de contestação por parte da população.
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Na medida em que direitos sociais como as férias e o descanso semanal remunerado são
garantidos à população, temos um Estado que não apenas está deixando de agir, mas sim que
está ofertando à população melhores condições de vida.
Nesta situação, o que está pautando a atuação estatal é a igualdade, de forma que todas as
pessoas que estejam sob a mesma condição devem fazer jus aos mesmos benefícios e pres-
tações do Poder Público.
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Tais direitos foram introduzidos no âmbito jurídico pela globalização política, compreendem o di-
reito à democracia, informação e pluralismo. Os direitos fundamentais de quarta dimensão com-
pendiam o futuro da cidadania e correspondem à derradeira fase da institucionalização do Estado
social sendo imprescindíveis para a realização e legitimidade da globalização política.
e) Quinta Geração: Parte da doutrina identifica, ainda, uma quinta dimensão ou geração
de direitos fundamentais. De acordo com esta corrente, fortemente defendida por constitucio-
nalistas como Paulo Bonavides, a quinta geração seria representada como o direito de toda a
espécie humana à paz.
De acordo com o mencionado autor, a concepção de paz deve ser a mais ampla possível,
abrangendo todas as nações e servindo de base para a preservação da dignidade da pes-
soa humana.
Desta forma, podemos resumir todas as características acerca das gerações ou dimen-
sões dos direitos fundamentais por meio do gráfico abaixo:
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Em seu artigo 5º, a Constituição do Estado do Pará estabelece uma importante previsão,
decorrência direta das disposições da Constituição Federal:
Art. 4º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
sileiros e aos estrangeiros residentes no Estado a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos da Constituição Federal e desta Constituição.
Observe que o mencionado artigo faz menção a cinco direitos fundamentais, sendo eles os
direitos à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
Estes cinco direitos, de acordo com a doutrina majoritária, são a base de todos os demais
direitos e garantias fundamentais.
Deve-se frisar, contudo, que tais direitos não possuem uma hierarquia superior aos dele de-
correntes. Nem mesmo o direito à vida, expressão direta da dignidade da pessoa humana e ele-
mento necessário para a fruição dos demais direitos e garantias, apresenta esta superioridade.
Como consequência, é correto afirmar que não há hierarquia entre os direitos fundamentais
constitucionalmente previstos, ainda que alguns deles, conforme mencionado, sirvam como
base para a existência dos demais.
Importante questão refere-se ao alcance dos direitos fundamentais. Assim, ainda que o
caput do artigo 5º faça menção aos “brasileiros e aos estrangeiros residentes no Estado”, o en-
tendimento atual é de que os direitos fundamentais, como regra, podem ser usufruídos pelos
brasileiros, pelos estrangeiros residentes no Estado e até mesmo pelos estrangeiros residen-
tes no exterior e que estejam em território estadual por um curto espaço de tempo.
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
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O súdito estrangeiro, mesmo o não domiciliado no Brasil, tem plena legitimidade para
impetrar o remédio constitucional do habeas corpus, em ordem a tornar efetivo, nas hipó-
teses de persecução penal, o direito subjetivo, de que também é titular, à observância e ao
integral respeito, por parte do Estado, das prerrogativas que compõem e dão significado
à cláusula do devido processo legal.
Caso um argentino esteja passando uma semana de férias em território paraense, poderá ele,
ainda que sua residência não seja no Brasil e sua estadia seja breve, fazer uso, caso sofra
coação em sua liberdade de locomoção, do habeas corpus, remédio constitucional utilizado
com a finalidade de evitar que o direito de ir e vir seja prejudicado.
Uma das principais características dos direitos fundamentais é a relatividade. Por meio
dela, não existem, em nosso ordenamento, direitos e garantias de caráter absoluto.
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Muitas são as questões de prova que exigem a característica da relatividade dos direitos
fundamentais. Em todos os casos, devemos memorizar que “não existem direitos ou garantias
de caráter absoluto”.
Como consequência, até mesmo o direito à vida, necessário para que o indivíduo possa
fazer uso dos demais direitos, pode, em determinadas situações, ser relativizado diante de um
caso concreto.
Neste sentido, o conceito de vida não abrange apenas a vida extrauterina, mas também a
vida intrauterina. Como consequência, a prática de aborto, ressalvadas as exceções previstas
em lei, é considerada crime em nosso ordenamento jurídico.
Uma destas exceções consta em importante julgado do STF, conforme se observa da leitu-
ra da ADPF 54, por meio da qual a Suprema Corte estabeleceu a possibilidade de interrupção
da gravidez no caso de fetos anencéfalos. No caso, foi levado em conta o fato de a anencefalia
ser considerada uma patologia letal, de forma que os bebês nascidos em tal condição morrem
poucas horas após o parto.
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Como forma de evitar qualquer tipo de discriminação em razão de uma eventual ação con-
tra o Poder Público, o §3º do artigo 5º estabelece que
nenhuma pessoa será discriminada ou de qualquer forma prejudicada pelo fato de litigar com órgão
estadual, no âmbito administrativo ou judicial.
Por fim, nos §4º a 6º do artigo 5º, a Constituição Estadual estabelece direitos e deveres
intimamente relacionados com o fundamento da dignidade da pessoa humana.
Art. 5º, § 4º. Ninguém poderá ser penalizado, especialmente com a perda do cargo, função ou em-
prego, quando se recusar a trabalhar em ambiente que ofereça iminente risco de vida, caracterizado
pela respectiva representação sindical, não se aplicando o aqui disposto aos casos em que esse
risco seja inerente à atividade exercida, salvo se não for dada a devida proteção.
§ 5º. É assegurado aos ministros de cultos religiosos, pertencentes a denominações religiosas le-
galmente existentes no País, o livre acesso para visitas a hospitais, estabelecimentos penitenci-
ários, delegacias de polícia e outros congêneres, para prestar assistência religiosa e espiritual a
doentes, reclusos ou detentos.
§ 6º. Nenhuma pessoa poderá ser submetida as condições degradantes de trabalho ou a práticas
análogas ao trabalho escravo, seja em ambiente doméstico ou rural, nem a qualquer outro cons-
trangimento que não os provenientes do ordenamento constitucional da União e do Estado do Pará.
3. Soberania Popular
Os direitos políticos podem ser divididos em ativos e passivos.
Os direitos políticos ativos nada mais são do que a possibilidade do eleitor alistar-se e
votar no candidato de sua escolha. Tais direitos são exercidos por meio da capacidade elei-
toral ativa.
Os direitos políticos passivos, ao contrário, podem ser conceituados como a possibilidade
dos cidadãos candidatarem-se e serem eleitos para os diversos cargos eletivos. Tais direitos
são exercidos por meio da capacidade eleitoral passiva.
Em conformidade com os direitos políticos, merece ser destacada a previsão do artigo 6º
da Constituição do Estado do Pará, de seguinte teor:
Art. 6º. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
valor igual para todos, e mediante:
I – plebiscito;
II – referendo;
III – iniciativa popular.
Em todas estas hipóteses, estamos diante dos Direitos Políticos Ativos (capacidade eleito-
ral ativa), que pode ser exercida diretamente (através de plebiscito, referendo e iniciativa popu-
lar) ou indiretamente (através da escolha dos representantes por meio do voto direto e secreto).
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Inicialmente, temos que saber que o sufrágio não se confunde com o voto. Enquanto o pri-
meiro conceito liga-se à ideia do próprio direito em si, o segundo atua como forma de exercer
este direito.
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Afirmar que o voto é direto significa garantir que os próprios eleitores serão os responsá-
veis pela escolha dos governantes e parlamentares.
O voto indireto, em sentido contrário, é aquele em que os eleitores elegem delegados, que,
por sua vez, serão os responsáveis pela escolha dos representantes da população.
Neste sentido é o entendimento de Maria Helena Diniz: “Voto indireto Aquele em que os
eleitores elegem delegados que, por sua vez, escolherão aqueles que vão ocupar cargos
políticos”.
Além de direito, o voto também é secreto, de forma que o eleitor não é obrigado a mani-
festar publicamente em quem irá votar para o exercício dos cargos políticos. Trata-se esta,
talvez, da mais importante garantia assegurada ao voto, e, por consequência, da democracia
como um todo.
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Art. 7º. Através de plebiscito, o eleitorado se manifestará, especificamente, sobre fato, medida, deci-
são política, programa ou obra pública, e, pelo referendo, sobre emenda à Constituição, lei, projetos
de emenda à Constituição e de lei, no todo ou em parte.
Vejamos agora o quórum necessário para que a decisão, no plebiscito ou no referendo, seja
considerada como efetivamente tomada.
Art. 7º, § 3º. A decisão do eleitorado, através de plebiscito ou referendo, considerar-se-á tomada,
quando obtiver a maioria dos votos, desde que tenham votado, pelo menos, mais da metade dos
eleitores, e, tratando-se de emenda à Constituição, é exigida a maioria absoluta de votos, não com-
putados os em branco e os nulos.
Da análise do artigo, conseguimos verificar que a regra geral, para tomada da decisão no
plebiscito ou no referendo, é a necessidade da maioria de votos, desde que tenham votado,
pelo menos, metade dos eleitores.
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Como exemplo de plebiscito, podemos citar o caso do Estado do Pará, que, em 2011, convo-
cou a população interessada para decidir pela criação ou não de mais dois Estados: Carajás e
Tapajós.
Na época, surgiu uma dúvida acerca de qual seria a “população diretamente envolvida” no
desmembramento: apenas aqueles residentes nos municípios situados em território eventual-
mente pertencente aos novos Estados (em caso de aprovação) ou toda a população do Estado
do Pará.
Incitado a se manifestar, decidiu o STF, no julgamento da ADI 2650, que o artigo 7º da Lei
9.709, de 1998, é plenamente constitucional, de forma que toda a população do Estado esta-
ria obrigada a manifestar-se acerca do possível desmembramento. Vejamos o mencionado
artigo:
“(...) entende-se por população diretamente interessada tanto a do território que se pretende
desmembrar, quanto a do que sofrerá desmembramento; em caso de fusão ou anexação,
tanto a população da área que se quer anexar quanto a da que receberá o acréscimo; e a von-
tade popular se aferirá pelo percentual que se manifestar em relação ao total da população
consultada.”
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Devemos memorizar também que, assim como ocorre nas eleições para escolha de cargos
políticos, no plebiscito e no referendo:
a) O voto é facultativo para os analfabetos, para os maiores de 70 anos e para os eleitores
com idade entre 16 e 18 anos;
b) O voto é obrigatório para os eleitores com idade entre 18 e 70 anos;
c) Cada eleitor vota em sua seção eleitoral (a mesma das eleições);
d) Aqueles que deixarem de votar devem se justificar, sob pena de não ficarem em dia com
a Justiça Eleitoral.
Além do plebiscito e do referendo, temos, como forma de manifestação direta da sobera-
nia, a iniciativa popular.
Nos termos da Constituição Estadual, a iniciativa popular pode ser exercida pela apresen-
tação à Assembleia Legislativa de projetos subscritos por, no mínimo, meio por cento do elei-
torado do Estado.
Quando estivermos diante de emenda constitucional, os subscritores devem estar distribu-
ídos por, pelo menos, 10 municípios.
No caso de projeto de lei, os subscritores devem estar distribuídos por, no mínimo, 5
municípios.
Em ambas as hipóteses (projetos de lei ou emendas constitucionais) é necessário o míni-
mo de três décimos por cento dos eleitores de cada município.
Art. 8º. A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Assembleia Legislativa de proje-
tos subscritos por, no mínimo, meio por cento do eleitorado do Estado.
Parágrafo único. Tratando-se de projeto de emenda à Constituição, os subscritores devem estar
distribuídos, pelo menos, por dez Municípios e, no caso de projeto de lei, no mínimo, por cinco Mu-
nicípios, sendo necessário, em qualquer hipótese, o mínimo de três décimos por cento dos eleitores
de cada Município.
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Por fim, merece ser destacado que, nos termos do artigo 9º, caberá à lei municipal regular,
no que couber, a iniciativa popular, estabelecendo a iniciativa para projetos de lei de interesse
específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, 5%
por do eleitorado.
4. Organização do Estado
4.1. Disposições Preliminares
O Estado do Pará irá se organizar, tanto política quanto administrativamente, de acordo
com as disposições da Constituição Estadual e das leis que efetivamente adotar. Neste sen-
tido, o território do Estado compreende o espaço físico que atualmente se encontra sob seu
domínio e jurisdição.
Neste contexto, precisamos memorizar que a capital do Estado é a cidade de Belém, sede
dos Poderes. Poderá o Governador, desde que mediante autorização da Assembleia Legislati-
va, decretar a transferência temporária da capital para outra cidade do território estadual.
Art. 11 - São Poderes do Estado, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e
o Judiciário.
Parágrafo único. Salvo as exceções previstas nesta Constituição, é vedado a qualquer dos poderes
delegar atribuições, e quem for investido nas funções de um deles não poderá exercer a de outro.
Do mencionado artigo, consegue-se extrair que, ainda que cada um dos Poderes seja inde-
pendente no desempenho de suas atribuições, deve ser observada, quando da sua utilização, a
harmonia com os demais Poderes. Com isso, evita-se o abuso de exercício no desempenho de
uma atividade ligada a um determinado Poder, criando um sistema de controle, por parte dos
demais Poderes, sobre a atividade que está sendo desempenhada.
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
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Tal sistema é chamado de freios e contrapesos (checks and balances), consistindo, basi-
camente, na possibilidade de um Poder fiscalizar se a função típica dos demais Poderes está
sendo desempenhada de acordo com as diretrizes da Constituição.
Para entendermos melhor como este sistema funciona, precisamos saber, inicialmente,
que cada um dos Poderes do Estado possui uma função típica.
Ao Poder Executivo, cabe a função administrativa, que se materializa na execução das leis
e das demais normas de caráter tipicamente interno.
Ao Poder Legislativo, por sua vez, cabe a função de editar normas que inovem no ordena-
mento jurídico.
Ao Poder Judiciário cabe a função de julgar as demandas a ele propostas.
Entretanto, ainda que cada um dos Poderes do Estado possua uma função típica, estes
exercem, atipicamente, as funções inicialmente previstas para os demais Poderes.
Cabe ao Poder Executivo, desta forma, exercer, atipicamente, as funções de legislar e
de julgar.
Ao Poder Legislativo, neste sentido, cabem as funções, em caráter atípico, de julgar e de
executar as normas.
Ao Poder Judiciário, atipicamente, cabem as funções de executar as normas e de legislar.
Ainda que o Estado do Pará seja uno, poderá ele ser objeto de incorporação, subdivisão, des-
membramento para anexação a outros ou formação de novos Estados ou Territórios Federais.
Em todas estas situações, a medida apenas será possível mediante a aprovação da po-
pulação, a ser definida em lei, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por meio de lei
complementar.
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
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De acordo com o professor Hely Lopes Meirelles, o domínio público em sentido lato abran-
ge uma série de domínios, tais como o domínio terrestre, hídrico, mineral, florestal e espacial.
Em todas estas áreas, o poder público exerce seu poder de superioridade, devendo os adminis-
trados observar as normas emanadas do Poder Estatal.
Em sentido estrito, por sua vez, a expressão domínio público pode ser compreendida como
o conjunto de bens móveis e imóveis, corpóreos e incorpóreos, pertencentes ao Estado. É, em
última análise, o patrimônio público propriamente dito, motivo pelo qual a expressão é também
conhecida como domínio patrimonial.
Desta análise inicial, conseguimos perceber que a expressão domínio público, quando utili-
zada em seu sentido amplo, abrange não apenas os bens públicos, mas também os bens priva-
dos sujeitos à regulação do Estado. Já em seu sentido estrito, o domínio público compreende
apenas os bens públicos, assim considerados aqueles regidos pelo direito público.
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
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De acordo com a Constituição Estadual (art. 13) incluem-se dentre os bens do Esta-
do do Pará:
Duas outras informações são importantes com relação aos bens públicos do Estado:
a) sempre que o Estado quiser alienar, onerosamente ou gratuitamente, um bem imóvel, a
medida dependerá, obrigatoriamente, de autorização da Assembleia Legislativa.
b) o arquipélago do Marajó é considerado área de proteção ambiental do Pará, devendo o
Estado levar em consideração, ao tomar decisões com vista ao seu desenvolvimento e melho-
ria das condições de vida da gente marajoara, a vocação econômica da região.
Art. 16 - O Estado exerce, em seu território, as competências que não lhe sejam vedadas pela Cons-
tituição Federal.
Com relação às competências, precisamos saber, além da lista elencada pela constituição,
que estas se dividem em concorrentes e comuns.
a) como regra geral, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais,
cabendo ao Estado a competência suplementar.
b) inexistindo lei federal sobre normas gerais, o Estado exercerá a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades.
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
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c) a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual
no que lhe for contrário.
d) desde que autorizado por lei complementar, o Estado poderá legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas como da competência legislativa privativa da União.
Nas competências comuns, em sentido diverso, tanto o Estado quanto a União e os Muni-
cípios podem exercer as respectivas atribuições.
Vejamos agora a lista de competências (concorrentes e comuns) estabelecidas pela Cons-
tituição Estadual:
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
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Obs.: O Estado poderá celebrar convênios com a União, com outros Estados e com os Muni-
cípios, dando conhecimento e remetendo à Assembleia Legislativa cópias de seu con-
teúdo, no prazo de 15 dias, contado de sua celebração.
Por fim, a Constituição Estadual estabelece três importantes vedações a serem observa-
das tanto pelo Estado do Pará quanto pelos respectivos municípios. Em todas as situações,
estamos diante de mandamentos decorrentes dos princípios da isonomia e da legalidade.
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
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EXERCÍCIOS
001. (CESPE/AMCI/CGM J PESSOA/PREF JOÃO PESSOA/AUDITORIA, FISCALIZAÇÃO,
OUVIDORIA E TRANSPARÊNCIA/GERAL/2018/ADAPTADA) Conforme a Constituição Esta-
dual do Pará, o poder emana do povo e é exercido por meio de representantes eleitos, não
havendo previsão do exercício do poder diretamente pelo povo.
Estabelece a Constituição Estadual que todo o poder emana do povo. Entretanto, pode este
poder ser exercido tanto diretamente (por meio de plebiscito, referendo e iniciativa popular)
quanto indiretamente (por meio da escolha dos representantes legais).
Art. 1º. O Estado do Pará é parte integrante da República Federativa do Brasil, exercendo, em seu
território, os poderes decorrentes de sua autonomia, regendo-se por esta Constituição e leis que
adotar, observados os princípios da Constituição Federal.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição.
Errado.
Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos
termos desta Constituição.
Certo.
Assim como informado pela questão, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desi-
gualdades sociais, raciais e regionais é um objetivo no Estado do Pará.
Art. 3º. O Estado do Pará atuará, com determinação, em todos os seus atos e pelos seus órgãos e
agentes, no sentido de realizar os objetivos fundamentais do País:
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais, raciais e regionais;
Certo.
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
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Diogo Surdi
Ótima questão para memorizarmos que a soberania se trata de princípio fundamental que
rege, apenas, a República Federativa do Brasil. No caso dos Estados, como o do Pará, gozam
eles de autonomia, e não de soberania.
Logo, a soberania não alcança os entes internos (Estados e Municípios), mas sim apenas, con-
forme mencionado, a República Federativa como um todo.
Letra b.
Art. 3º. O Estado do Pará atuará, com determinação, em todos os seus atos e pelos seus órgãos e
agentes, no sentido de realizar os objetivos fundamentais do País:
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais, raciais e regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, orientação sexual, cor, idade,
deficiência e quaisquer outras formas de discriminação;
V – dar prioridade absoluta aos assuntos de interesse dos cidadãos.
Letra d.
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
Princípios, Direitos e Garantias Fundamentais
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Art. 2º. O Pará proclama o seu compromisso e o de seu povo de manter e preservar a República Fede-
rativa do Brasil como Estado de Direito Democrático, fundado na soberania nacional, na cidadania, na
dignidade do ser humano, nos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e no pluralismo político.
Letra a.
O Poder, conforme informado pela questão, emana do povo, estando dividido em três diferen-
tes funções ou Poderes do Estado, a saber: Executivo, Legislativo e Judiciário.
No entanto, ainda que cada um dos Poderes tenha funções típicas, desempenham eles, ati-
picamente, as atividades desempenhadas pelos demais. Com isso, temos o surgimento do
sistema de freios e contrapesos.
Errado.
Art. 11 - São Poderes do Estado, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e
o Judiciário.
Errado.
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
Princípios, Direitos e Garantias Fundamentais
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Conforme visto em aula, o pluralismo político apresenta um duplo sentido, assegurando desde
a liberdade ideológica (ou até mesmo apartidária) quanto a obrigação de respeitar as diferen-
ças (vedando, por exemplo, os discursos de ódio).
Certo.
Assim como informado na questão, um dos objetivos do Estado do Pará é o de dar prioridade
absoluta aos assuntos de interesse dos cidadãos.
Art. 3º. O Estado do Pará atuará, com determinação, em todos os seus atos e pelos seus órgãos e
agentes, no sentido de realizar os objetivos fundamentais do País:
V – dar prioridade absoluta aos assuntos de interesse dos cidadãos.
Certo.
Art. 4º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
sileiros e aos estrangeiros residentes no Estado a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos da Constituição Federal e desta Constituição.
Errado.
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
Princípios, Direitos e Garantias Fundamentais
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O prazo que, quando não observado, enseja a aplicação da penalidade de destituição de man-
dato administrativo ou de cargo ou função de direção em órgão da administração direta ou
indireta, é, nos termos da Constituição Estadual, 90 dias.
Art. 5º, § 2º. Incide na penalidade de destituição de mandato administrativo ou de cargo ou função
de direção, em órgão da administração direta ou indireta, o agente público que, dentro de noventa
dias do requerimento do interessado, deixar, injustificadamente, de sanar omissão inviabilizadora do
exercício de direito constitucional.
Errado.
Nenhuma pessoa será discriminada ou de qualquer forma prejudicada pelo fato de litigar com órgão
estadual, no âmbito administrativo ou judicial.
Errado.
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
Princípios, Direitos e Garantias Fundamentais
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Temos aqui uma importante previsão, decorrência direta do princípio da dignidade da pes-
soa humana.
Art. 5º, § 5º. É assegurado aos ministros de cultos religiosos, pertencentes a denominações religio-
sas legalmente existentes no País, o livre acesso para visitas a hospitais, estabelecimentos peniten-
ciários, delegacias de polícia e outros congêneres, para prestar assistência religiosa e espiritual a
doentes, reclusos ou detentos.
Certo.
Ainda que em ambiente doméstico ou rural, nenhuma pessoa poderá ser submetida às as con-
dições degradantes de trabalho ou a práticas análogas ao trabalho escravo.
Art. 5º, § 6º. Nenhuma pessoa poderá ser submetida as condições degradantes de trabalho ou a prá-
ticas análogas ao trabalho escravo, seja em ambiente doméstico ou rural, nem a qualquer outro cons-
trangimento que não os provenientes do ordenamento constitucional da União e do Estado do Pará.
Errado.
Tanto o plebiscito quanto o referendo e a iniciativa popular são formas de manifestação direta
(e não indireta) da soberania popular.
Art. 6º. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
valor igual para todos, e mediante:
I – plebiscito;
II – referendo;
III – iniciativa popular.
Errado.
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
Princípios, Direitos e Garantias Fundamentais
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Art. 7º. Através de plebiscito, o eleitorado se manifestará, especificamente, sobre fato, medida, deci-
são política, programa ou obra pública, e, pelo referendo, sobre emenda à Constituição, lei, projetos
de emenda à Constituição e de lei, no todo ou em parte.
Errado.
Art. 8º. A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Assembleia Legislativa de proje-
tos subscritos por, no mínimo, meio por cento do eleitorado do Estado.
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
Princípios, Direitos e Garantias Fundamentais
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O percentual de 5% do eleitorado deve ser observado nos projetos de lei decorrentes da inicia-
tiva popular no âmbito dos municípios.
Art. 9º - A lei municipal regulará, no que couber, a matéria tratada neste capítulo, estabelecendo a
iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros,
através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado.
Errado.
A questão está correta, nos termos do artigo 10 da norma estadual objeto de estudo.
Assim como ocorre no âmbito da União, o Estado do Pará conta com três diferentes Poderes,
sendo eles o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
Art. 11 - São Poderes do Estado, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e
o Judiciário.
Certo.
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
Princípios, Direitos e Garantias Fundamentais
Diogo Surdi
Pelo critério residual, as ilhas fluviais ou lacustres que não pertençam à União serão conside-
rados bens públicos do Estado do Pará.
Art. 13, § 1º- A alienação gratuita ou onerosa de bens imóveis do Estado dependerá de autorização
prévia da Assembleia Legislativa.
Errado.
A questão exige, para resposta, a previsão do artigo 13, §2º, da Constituição Estadual.
Art. 13, § 2º. O arquipélago do Marajó é considerado área de proteção ambiental do Pará, devendo o
Estado levar em consideração a vocação econômica da região, ao tomar decisões com vista ao seu
desenvolvimento e melhoria das condições de vida da gente marajoara.
Certo.
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
Princípios, Direitos e Garantias Fundamentais
Diogo Surdi
Temos aqui duas das vedações expressas no artigo 15 para o Estado do Pará e para os res-
pectivos Municípios.
Art. 18, § 1º. No exercício de sua competência suplementar, o Estado observará as normas gerais,
estabelecidas pela União.
§ 2º. Inexistindo lei federal sobre normas gerais, o Estado exercerá a competência legislativa plena,
para atender a suas peculiaridades.
Certo.
Desde que autorizado por lei complementar, o Estado poderá legislar sobre questões específicas
das matérias relacionadas como da competência legislativa privativa da União.
Certo.
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
Princípios, Direitos e Garantias Fundamentais
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Temos aqui um exemplo de competência comum, ou seja, competência exercida pelo Estado
do Pará de forma conjunta com a União e os municípios do Estado.
A Bandeira, o Hino e o Brasão d`Armas são, conforme afirmado, símbolos do Estado do Pará.
No entanto, os Municípios não estão obrigados a adotar os mesmos símbolos da esfera esta-
dual, podendo, diversamente, ter símbolos próprios.
Art. 12 - São símbolos do Estado a Bandeira, o Hino e o Brasão d`Armas, adotados à data da promul-
gação desta Constituição, e outros estabelecidos em lei.
Parágrafo único. Os Municípios poderão ter símbolos próprios.
Errado.
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
Princípios, Direitos e Garantias Fundamentais
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O quórum a ser observado para que a iniciativa popular possa ser exercida nos municípios é
de, pelo menos, 5% do eleitorado.
Art. 9º - A lei municipal regulará, no que couber, a matéria tratada neste capítulo, estabelecendo a
iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros,
através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado.
Certo.
A previsão elencada pela questão é, de acordo com a Constituição Estadual, um dos objetivos
fundamentais do Pará, e não um fundamento.
Art. 3º. O Estado do Pará atuará, com determinação, em todos os seus atos e pelos seus órgãos e
agentes, no sentido de realizar os objetivos fundamentais do País:
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais, raciais e regionais;
Certo.
Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos
termos desta Constituição.
Certo.
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
Princípios, Direitos e Garantias Fundamentais
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Art. 3º. O Estado do Pará atuará, com determinação, em todos os seus atos e pelos seus órgãos e
agentes, no sentido de realizar os objetivos fundamentais do País:
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais, raciais e regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, orientação sexual, cor, idade,
deficiência e quaisquer outras formas de discriminação;
V – dar prioridade absoluta aos assuntos de interesse dos cidadãos.
Art. 3º. O Estado do Pará atuará, com determinação, em todos os seus atos e pelos seus órgãos e
agentes, no sentido de realizar os objetivos fundamentais do País:
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais, raciais e regionais;
Letra a.
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
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c) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.
d) erradicar o analfabetismo.
e) garantir a paz no território nacional.
Art. 3º. O Estado do Pará atuará, com determinação, em todos os seus atos e pelos seus órgãos e
agentes, no sentido de realizar os objetivos fundamentais do País:
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, orientação sexual, cor, idade,
deficiência e quaisquer outras formas de discriminação;
Letra c.
Art. 3º. O Estado do Pará atuará, com determinação, em todos os seus atos e pelos seus órgãos e
agentes, no sentido de realizar os objetivos fundamentais do País:
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional; (Item IV)
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais, raciais e regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, orientação sexual, cor, idade,
deficiência e quaisquer outras formas de discriminação; (Item I)
V – dar prioridade absoluta aos assuntos de interesse dos cidadãos.
Letra a.
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
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Diogo Surdi
GABARITO
1. E 14. C 27. C
2. C 15. E 28. C
3. C 16. E 29. E
4. b 17. E 30. C
5. d 18. C 31. C
6. a 19. E 32. C
7. E 20. C 33. b
8. E 21. C 34. a
9. C 22. C 35. c
10. C 23. E 36. a
11. E 24. C 37. e
12. E 25. C
13. E 26. C
Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.
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