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DIREITO PENAL

MILITAR
CONCEITO – CRIME MILITAR

Livro Eletrônico
DIREITO PENAL MILITAR
Conceito – Crime Militar
Prof. Douglas Vargas

SUMÁRIO
Introdução.................................................................................................3
Crimes Militares..........................................................................................3
Classificação dos Crimes Militares..................................................................6

Crime Militar Praticado por Civil................................................................... 10


Código Penal Militar................................................................................... 12
Outros Aspectos (Lei n. 13.491/2017).......................................................... 27
A polêmica sobre os Crimes Dolosos contra a Vida......................................... 30

Demais Questões Jurídicas Importantes........................................................ 33


Resumo.................................................................................................... 35

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Conceito – Crime Militar
Prof. Douglas Vargas

DOUGLAS DE ARAÚJO VARGAS

Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no con-


curso realizado em 2013. Aprovado em vários concursos, como Polícia
Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e
Oficial – 2017).

Introdução

Fala, guerreiro(a)! Na aula de hoje, vamos tratar detalhadamente o conceito de

Crime Militar, bem como outros tópicos da parte geral.

Mais especificamente, vamos estudar os seguintes assuntos:

• Crimes militares;

− conceito;

− disposições do CPM.

• Lei n. 13.491/2017 e as alterações ao CPM.

Vamos nessa!

Crimes Militares

Vou começar a aula de hoje repetindo uma pergunta que sempre faço quando

vou tratar o tema crimes militares (a qual, inclusive, você já pode ter visto em

alguma outra aula minha por aí):

Qual é a utilidade de dois Códigos Penais diferentes, quando ambos, inclusive,

apresentam artigos IDÊNTICOS?

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Código Penal – CP Código Penal Militar – CPM

Homicídio simples Homicídio simples


Art. 121. Matar alguém: Art. 205. Matar alguém:
Pena – reclusão, de seis a vinte anos. Pena – reclusão, de seis a vinte anos.

A tabela acima é excelente porque nos mostra que não basta ler o Código

Penal Militar para saber se uma determinada conduta é crime militar. É possí-

vel notar claramente que o art. 121 do Código Penal e o art. 205 do Código Penal

Militar apresentam o mesmo comportamento: matar alguém. A pena aplicada,

inclusive, é a mesma!

Então, quando um indivíduo mata alguém, qual vai ser o ponto-chave para dife-

renciar se foi um homicídio comum (art. 121 do CP) ou o crime militar de homicídio

(art. 205 do CPM)?

Resposta: o ponto que permite diferenciar ambos os delitos está no

bem jurídico que foi atingido pela conduta!

Mas, antes de mais nada, vejamos o que estabelece a doutrina sobre o assunto:

Pode-se dizer que crime militar é aquela conduta que, direta ou indiretamente,
ATENTA CONTRA OS BENS E INTERESSES JURÍDICOS DAS INSTITUIÇÕES MI-
LITARES, qualquer que seja o agente.
Direito Penal Militar: Marcelo Uzeda de Faria – 4ª Edição.

Muito bom. Está começando a ficar mais claro...

Com base nesse conceito, podemos compreender melhor a diferença entre am-

bos os Códigos (e entre ambos os delitos de homicídio):

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Vamos comparar alguns exemplos de bens jurídicos tutelados por ambos os

Códigos:

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Dependendo das circunstâncias (as quais ainda iremos estudar na aula de hoje),

uma mesma conduta pode atingir bens jurídicos diferentes, ensejando a aplicação

de uma norma ou de outra!

Pontos-chave até o momento:

Vamos relembrar o conceito apresentado anteriormente:

Portanto, numa primeira abordagem, pode-se dizer que crime militar é aquela conduta
que, direta ou indiretamente, ATENTA CONTRA OS BENS E INTERESSES JURÍDICOS
DAS INSTITUIÇÕES MILITARES, qualquer que seja o agente.
Direito Penal Militar: Marcelo Uzeda de Faria – 4ª Edição.

É isso mesmo: qualquer um pode praticar um crime militar. Não são apenas os

militares que têm essa prerrogativa! Fique muito atento(a) com essa observação,

pois muitas questões de prova giram em torno desse assunto.

Classificação dos Crimes Militares

Os crimes militares, assim como os crimes comuns, recebem alguns tipos de

classificações. A mais importante, para fins de concursos públicos, é bastante sim-

ples e está descrita abaixo:

Crimes propriamente militares Crimes impropriamente militares


(Crimes militares próprios) (Crimes militares impróprios)

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A diferença entre ambos é a seguinte:

Resumindo:

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(CESPE/STM/ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS) Os crimes mi-

litares próprios correspondem aos crimes praticados por militares e previstos no

Código Penal Militar”

Errado.

Mas é claro que... não!

Como você já sabe, os crimes militares podem ser praticados tanto por civis quanto

por militares – e não unicamente por militares.

Além disso, crime propriamente militar (ou crime militar próprio) é aquele que está

previsto apenas no CPM. Lembre-se que o CPM contém crimes impropriamente

militares, que estão previstos em outras leis penais e que podem também ser pra-

ticados por militares (como o homicídio).

(CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO) No que se refere aos crimes militares e às me-

didas de segurança adotadas nesses casos, julgue o item subsecutivo.

O militar que cometer homicídio contra outro militar dentro de um quartel cometerá

um crime propriamente militar, pois o ato terá sido praticado nessa condição.

Errado.

Questão fácil depois da nossa aula, certo? Crime propriamente militar é aquele

previsto unicamente no CPM. O delito de homicídio está previsto tanto no CPM quan-

to no CP, de modo que é classificado pela doutrina como impropriamente militar.

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(CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) No próximo item, é apresentada

uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada à luz do direito

penal militar:

Em determinada organização militar, durante o expediente, dois militares que tra-

balhavam na mesma seção desentenderam-se e um deles, sem justificativa e in-

tencionalmente, disparou sua arma de fogo contra o outro, que faleceu imediata-

mente. Nessa situação, o autor do disparo cometeu crime impropriamente militar.

Certo.

Questão que segue o mesmo padrão de elaboração da anterior, tratando do concei-

to de crime impropriamente militar – só que dessa vez, da forma correta. O militar

praticou homicídio, sendo que tal delito está previsto tanto no CP quanto no CPM (o

qual é, portanto, crime impropriamente militar).

E vamos resumir novamente os conceitos importantes do capítulo:

• Crimes militares estão previstos no CPM e em leis penais.

• Crimes propriamente militares estão previstos APENAS no CPM.

− Em regra, só são praticados por militares.

• Crimes impropriamente militares estão previstos no CPM e em outras leis

penais (como o Código Penal ou Leis Extravagantes), diferenciando-se por

meio das regras contidas no CPM (e em relação ao bem jurídico atingido pela

conduta).

− São delitos praticados por militares e civis.

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Crime Militar Praticado por Civil

Durante nosso estudo, você já aprendeu que o crime militar, em geral, não é

exclusividade de militares, podendo ser praticado por civil.

Entretanto, resta esclarecer se um crime propriamente militar, previsto ape-

nas no CPM, pode também ser praticado por um indivíduo que não tem a condição

de militar!

Dê uma olhada no seguinte artigo:

Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do prazo que


lhe foi marcado, ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato oficial de incorporação.

Pouca gente sabe, mas o convocado a se apresentar para incorporação que dei-

xa de comparecer no prazo marcado, ou que se apresenta mais se ausenta antes

do ato oficial de incorporação, pratica crime militar.

Esse delito é muito interessante, pois possui as seguintes peculiaridades:

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O art. 183 é, portanto, o único exemplo de crime propriamente militar pra-

ticado por CIVIL!

Existem doutrinadores que consideram que o crime de insubmissão é crime im-

propriamente militar. Entretanto, para outra parte da doutrina (e para o STM), o

delito é sim propriamente militar, praticado por CIVIL! E este é o posicionamento

que se recomenda adotar para provas de concursos.

Vamos praticar?

(CESPE/MPE-ES/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Os crimes contra a administração militar

são crimes militares próprios, ou seja, não são perpetrados por civis.

Errado.

Veja como fica fácil depois que estudamos apresentando alguns exemplos. Você

acabou de ver um delito que é propriamente militar e que é praticado por CIVIL!

(CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) Considera-se crime propriamente mili-

tar o furto praticado no interior de um quartel por um praça em situação de atividade.

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Errado.

Opa examinador... você disse FURTO? Não precisamos nem ler o restante da

questão! Furto é um delito que está previsto tanto no CPM quanto no CP – de

modo que é crime impropriamente militar, e não propriamente militar, como

afirma a assertiva!

Muito bom. É hora de seguir em frente e entender de forma introdutória a com-

petência da Justiça Militar (tanto dos estados quanto da União), para que possa-

mos enfim passar ao conteúdo MAIS IMPORTANTE da aula de hoje: o art. 9º do CPM.

Código Penal Militar

Como você já sabe, é o Código Penal Militar o diploma legal responsável por de-

finir as condições que irão ensejar a atuação da justiça castrense (justiça militar).

Por esse motivo, quando houver dúvidas se um crime foi militar ou comum, é o

CPM que irá fornecer as regras que permitem esclarecer o conflito!

Mas antes de adentrar o art. 9º do CPM, que trata dos crimes militares em

tempo de paz, é preciso compreender alguns conceitos básicos. Vejamos:

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Ótimo. Agora você já sabe a diferença entre um militar da ativa, da reserva e

da reforma – termos que utilizaremos bastante daqui para frente. Mas antes que

possamos analisar o art. 9º do CPM, no entanto, é necessário tratar rapidamente

sobre COMPETÊNCIA, de acordo com a Constituição Federal. Vamos lá:

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Por força dessa previsão constitucional é que temos as seguintes regras que

você PRECISA guardar com toda a atenção:

• A Justiça Militar ESTADUAL não pode julgar CIVIS!

− Isso ocorre, pois, ao tratar da Justiça Militar Estadual, a CF/1988 reconhe-

ceu a competência apenas para julgamento dos MILITARES dos ESTADOS.

• Por outro lado, a Justiça Militar da UNIÃO pode julgar tanto militares

quanto civis, pois a CF/1988 não restringiu sua competência da mesma for-

ma como fez com a Justiça Militar dos Estados.

• Atos disciplinares não estão previstos no CPM!

Muitas questões vão tentar te induzir em erro, dizendo que há previsão de in-

frações disciplinares no CPM. Isso não é verdade. Veja que a CF/1988 dispõe que a

Justiça Militar Estadual tem competência para julgar “as ações judiciais contra atos

disciplinares militares”, e não os atos disciplinares em si.

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Em outras palavras, a JME tem competência para julgar uma ação judicial inten-

tada por um militar CONTRA uma punição disciplinar que este considera ter sofrido

injustamente. Não existem atos disciplinares previstos no Código Penal Militar!

Pronto. Mais um tópico importante para a nossa conta. Finalmente é hora de

analisar o famoso art. 9º do CPM, suas alterações recentes e as circunstâncias em

que um delito será considerado como crime militar, de forma prática!

Art. 9º do CPM

Chegamos ao trecho mais importante da nossa aula. Cheio de polêmicas (e

recentemente alterado pelo legislador), o art. 9º é o ponto-chave para diferenciar

crimes militares e comuns.

Você já sabe que a diferença entre um crime militar e um crime comum está no

bem jurídico atingido pela conduta. A questão que resta é a seguinte: Como dizer

qual o bem jurídico foi atingido pela infração penal?

E a resposta está no CPM, em seu art. 9º, o qual apresenta as situações em que

um crime será considerado como crime militar.

Dessa forma, o legislador “simplificou”. Apresentou um rol taxativo que mos-

tra, de forma direta, que uma determinada situação irá ensejar a responsabilização

do autor por crime militar, perante a Justiça Militar, por ter atingido um bem jurídico

inerentemente castrense.

Você verá que, uma vez que você trabalhe alguns exemplos práticos, o CPM fica

mais fácil de entender. Dessa forma, as confusões entre Direito Penal e Penal Militar

se tornarão cada vez menos frequentes!

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Inciso I

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:


I – os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei penal
comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial;

O inciso I é o mais simples: se o delito está previsto no CPM de modo DIVERSO

da lei comum, ou só está previsto no CPM, será crime militar.

Veja que isso você já sabia, só com base na nossa aula (sem sequer ler o CPM).

Vejamos um exemplo:

Na situação acima, temos um crime militar de insubmissão, devidamente pre-

visto no CPM, muito embora tal delito não se encontre previsto na lei penal comum.

É um caso simples de aplicação do art. 9º, inciso I.

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Inciso II, alínea a

No inciso II, os exemplos ficam mais interessantes, pois começamos a tratar de

delitos previstos tanto no CPM quanto na legislação penal comum:

II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, quando prati-
cados: (Redação dada pela Lei n. 13.491, de 2017)
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma situ-
ação ou assemelhado;

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Veja que a situação acima seria um crime comum (de lesões corporais ou vias

de fato) se não envolvesse dois militares da ativa. Por força do CPM, no entanto,

quando um militar da ativa pratica um delito contra outro militar da ativa (mesmo

que durante a folga de ambos) estará configurado um crime militar!

Esse exemplo é muito bom, pois nos permite verificar o seguinte: Porque uma

simples briga de bar pode se tornar um crime militar?

Pois ofende valores militares como a disciplina e as instituições militares.

Pense de uma maneira prática: não “pega bem” para o Exército e para a Aero-

náutica ter dois de seus membros da ativa brigando, bêbados, em um bar. Por esse

motivo, o legislador resolveu transferir a competência desse tipo de situação para

a Justiça Militar.

Há mais em jogo do que a mera integridade física de ambos: outros bens jurí-

dicos, inerentemente militares, foram atingidos pela má conduta dos envolvidos.

Simples assim!

Inciso II, alínea b

b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à administra-


ção militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;

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Nessa situação, veja que o local foi fundamental para a configuração da ofen-

sa aos bens jurídicos militares. Se Sargento Jack ainda estivesse na ativa, o crime

militar se configuraria de qualquer forma, mas, como este é da reforma, só houve

crime militar porque a conduta se deu dentro do quartel!

Inciso II, alínea c

c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza


militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar contra
militar da reserva, ou reformado, ou civil;

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Mais uma vez, veja que a competência da Justiça Castrense é atraída pelas cir-

cunstâncias da infração penal (praticada por militar em serviço em formatura), e

não meramente pelo fato do tipo penal constar no CPM.

Inciso II, alínea d

d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da reserva, ou


reformado, ou assemelhado, ou civil;

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A alínea d é muito semelhante à alínea c, visto que a competência da Justiça

Castrense é atraída pelas circunstâncias da infração penal e não meramente pelo

fato do tipo penal constar no CPM.

Inciso II, alínea e

e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a ad-


ministração militar, ou a ordem administrativa militar;

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No exemplo acima, temos o que seria um crime de dano, mas que, como foi

praticado por militar da ativa e contra patrimônio sob administração militar, acaba

configurando o crime militar da mesma espécie – cuja apuração fica sob compe-

tência da Justiça Castrense.

Inciso III

III – os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra as
instituições militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso I,
como os do inciso II, nos seguintes casos [...]

O inciso III nos apresenta outras situações em que militares da reserva, re-

formado ou civil podem praticar crimes militares, uma vez que irão praticar sua

conduta contra as instituições militares.

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Cuidado! Note que não basta que a prática do delito seja contra as instituições mi-

litares. Há a necessidade de que a situação se enquadre nas alíneas a, b, c e d, do

inciso III, as quais estudaremos logo adiante.

Em outras palavras: não é qualquer crime praticado por militar da reser-

va, reforma ou civil contra as instituições militares que irá configurar a

previsão do caput do inciso III. As condições das alíneas devem também

estar presentes!

Inciso III, alínea a

a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem administrativa


militar;

Aqui o legislador estendeu o que se aplica ao militar da ativa para os militares

da reserva e reforma, bem como aos civis. Caso tais indivíduos pratiquem um de-

terminado delito contra patrimônio sob a administração militar, configura-se

crime militar, nos termos do art. 9º, III, a.

Por exemplo:

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Imagine que um determinado civil pratique o delito de dano contra um veículo

do Exército (patrimônio sob administração militar). Nesse caso, estará atraída a

competência da Justiça Militar, e se configura a previsão contida no CPM.

Sobre esse ponto, cabe fazer uma orientação que sempre tenho feito em mi-

nhas aulas. Pensando com base no que estudamos até agora, faça a análise da

situação abaixo:

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Na imagem, temos uma viatura da PM-SP, alvo de ataques (dano) por parte de

vândalos em uma manifestação nada pacífica.

Ou seja, temos o crime de dano, praticado por civis, contra patrimônio

sob administração militar.

A pergunta que resta é a seguinte: Estamos diante de um caso para a aplicação

do art. 9º, III, a, do CPM?

(Não fique triste se você errar, essa é uma pergunta difícil). A resposta é NÃO!

Muito embora, formalmente falando, a conduta se enquadre com o previsto no

CPM, é preciso lembrar de um detalhe importantíssimo: a viatura é da PM-SP

(um órgão militar ESTADUAL). E, como estudamos mais cedo em nossa

aula, a Justiça Militar Estadual não tem competência para julgar civis!

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Por isso, em uma situação como essa, se os autores são presos, devem ser con-

duzidos a uma delegacia da polícia civil, para que sejam tomadas as providências

de acordo com o Código Penal Comum – mesmo que um bem jurídico militar tenha

sido atingido pela conduta dos autores! O processo, consequentemente, também

irá tramitar na justiça comum.

É o mesmo que acontece quando um indivíduo desacata um policial militar. Em-

bora o art. 299 do CPM apresente o chamado Desacato a Militar, o civil irá prati-

car o delito de DESACATO previsto no CP, pois a Justiça Militar Estadual não possui

competência para julgá-lo.

Já se o desacato é praticado contra militar das Forças Armadas, aí sim é possível

aplicar a previsão do COM, pois a Justiça Militar da União possui competência para

julgar civis.

Lembre-se sempre: de nada adianta o bem jurídico ser atingido e o deli-

to se configurar, se a Justiça não tiver competência para alcançar o autor

do delito!

Inciso III, alínea b

b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de atividade ou


assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercí-
cio de função inerente ao seu cargo;

É o caso, por exemplo, de um indivíduo que em uma visita às instalações das

Forças Armadas (lugar sujeito à administração militar) profere ofensas contra um

militar da ativa que ali está trabalhando.

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Inciso III, alínea c

c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância, observa-


ção, exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou manobras;

Do mesmo modo, é também crime militar praticável por militar da reserva, re-

forma ou civil aquele cometido contra militar em formatura, ou período de pronti-

dão, vigilância (entre outras atividades arroladas na alínea c).

Lembre-se que se o autor for civil, o militar deverá ser da União, por

conta da limitação de competência da Justiça Militar Estadual.

Inciso III, alínea d

d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função de
natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da
ordem pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para aquele
fim, ou em obediência a determinação legal superior.

Por fim, temos ainda o crime militar praticado por militar da reserva, reformado

ou civil, ainda que fora de lugar sujeito à administração militar, contra militar

em função de natureza militar, como, por exemplo, em atividade de preservação da

ordem pública.

Outros Aspectos (Lei n. 13.491/2017)

Os alunos que estudam a mais tempo podem estar estranhando uma mudança

bastante notável contida na aula de hoje, no que se refere ao conceito de crimes

militares. Calma que eu explico!

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Em 2017, a Lei n. 13.491/2017 alterou o Código Penal Militar (e seu art. 9º), e

a principal mudança causada por essa lei foi a seguinte:

• Antes do advento da Lei n. 13.491/2017 só eram considerados crimes

militares os previstos no CPM.

• Após a edição da Lei n. 13.491/2017, o legislador adicionou a possibilidade

de configuração de crimes militares com base em outras leis penais, como

a legislação especial, desde que presentes os requisitos do art. 9º, II.

Ou seja, até o início de 2017, era muito mais fácil identificar um crime militar,

pois só seria possível sua configuração se esse delito estivesse previsto no Código

Penal Militar.

Desse modo, um delito que estava previsto apenas em uma lei especial, ou ape-

nas no Código Penal, jamais poderia ser considerado crime militar.

Atualmente, no entanto, é possível que um crime previsto apenas em

lei penal externa ao CPM (como o Código Penal ou leis extravagantes) se

torne crime militar, dependendo das circunstâncias.

Esse assunto é bastante recente, nunca foi objeto de provas de concursos, e,

sem dúvidas, começará a ser cobrado. O problema é que ainda não há muita dou-

trina ou jurisprudência sobre o tema, de modo que certamente questões polêmicas

estão vindo por aí.

Certo é que, antigamente, crimes previstos em legislação penal especial (como

o delito de abuso de autoridade, o da lei de drogas, de tortura, entre outros) não

podiam ser considerados como crime militar, mesmo que praticados por militares

em serviço. Esse não é mais o caso.

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Relembrando o que prevê o CPM atualmente:

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:


II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, quando prati-
cados:

Dessa forma, atualmente é possível que, por meio de aplicação combinada do

art. 9º do CPM e de uma lei penal específica, novos crimes de natureza militar aca-

bem se configurando.

Essa mudança ainda causa outro problema:

Súmula 172 n. STJ


Compete a justiça comum processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade,
ainda que praticado em serviço.

Veja que a Súmula n. 172 do STJ vai de encontro à nova redação do CPM, a qual

permite que o CPM alcance uma conduta praticada por um militar e prevista em

legislação especial, como a Lei de Abuso de Autoridade.

Desse modo, surge a seguinte dúvida: o crime de abuso de autoridade, previsto

em legislação penal especial, quando praticado por militar, passou a ser competên-

cia da Justiça Militar?

A verdade é que ainda não existe resposta para essa questão. Não há ainda ma-
nifestação expressa da jurisprudência ou da doutrina no sentido de que a Súmula

n. 172 do STJ está superada, de modo que o mais prudente é aguardar.

Resumindo:

• A Lei n. 13.491/2017 mudou o CPM, ampliando a competência da Jus-

tiça Militar em geral, e criando novas possibilidades de configuração de

crimes militares.

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• Existem algumas súmulas (como a n. 172 do STJ) que foram afetadas por

essa alteração. Não há ainda manifestação doutrinária ou jurisprudencial que

esclareça tais conflitos.

Esquematizando

Antes da Lei n. 13.491/2017

Era crime militar apenas aquele crime previsto no Código Penal Militar.

Crimes previstos unicamente em leis externas eram sempre crimes comuns, mesmo

que praticados por militares (exemplo: abuso de autoridade).

Após a Lei n. 13.491/2017

A competência da Justiça Militar foi ampliada, pois a redação do inciso II do art. 9º

do CPM passou a conter a expressão “e os previstos na legislação penal”.

Dessa forma, delitos (como o de tráfico, abuso de autoridade, entre outros), quando

praticados dentro das circunstâncias narradas no art. 9º do CPM, podem vir a ser

considerados como crimes militares.

A polêmica sobre os Crimes Dolosos contra a Vida

E você aí, achando que os seus problemas já tinham acabado... Infelizmente não.

Outro ponto importantíssimo sobre as recentes alterações nos crimes mili-

tares está em outra mudança causada no CPM pelo texto da Lei n. 13.491/2017.

Vejamos:

§ 2º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por
militares das Forças Armadas contra civil, serão da competência da Justiça Militar da
União, se praticados no contexto[...]

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Quase todo aluno sabe que, por expressa previsão constitucional, a competên-

cia de julgar crimes dolosos contra a vida é do Tribunal do Júri, e não de

qualquer outro ramo da Justiça Brasileira.

Entretanto, como é possível aduzir do parágrafo acima, o legislador infracons-

titucional abriu uma exceção, concedendo à Justiça Militar da União a competência

para julgar militares das Forças Armadas quando estes praticarem crimes dolosos

contra a vida de civil, em determinados casos.

“Mas, professor, não seria essa norma inconstitucional?”

Essa é uma excelente pergunta. São cabíveis argumentos em ambos os senti-

dos (de que tal norma é inconstitucional ou mesmo de que é perfeitamente válida).

A verdade é que o Supremo Tribunal Federal é o único que tem competência para

responder a essa pergunta – e que ainda não há manifestação nesse sentido.

Por esse motivo, o correto é considerar que a letra da lei está valendo – e que

é competência da Justiça Militar da União o julgamento de crimes dolosos contra a

vida quando praticados por militares das Forças Armadas e dentro do con-

texto previsto no CPM.

“E qual contexto é esse, professor?”

É aquele que se enquadra nas circunstâncias previstas nos incisos e alíneas do

art. 9º, parágrafo 2º:

§ 2º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e come-
tidos por militares das Forças Armadas contra civil, serão da competência da
Justiça Militar da União, se praticados no contexto: (Incluído pela Lei n. 13.491,
de 2017)
I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente da Re-
pública ou pelo Ministro de Estado da Defesa;
II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, mesmo
que não beligerante; ou
III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem
ou de atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da
Constituição Federal e na forma dos seguintes diplomas legais:

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a) Lei n. 7.565, de 19 de dezembro de 1986 – Código Brasileiro de Aeronáutica;


b) Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999;
c) Decreto-Lei n. 1.002, de 21 de outubro de 1969 – Código de Processo Penal Militar; e
d) Lei n. 4.737, de 15 de julho de 1965 – Código Eleitoral.

“Professor, e qual a norma para os demais militares?”

Para os militares estaduais (não vinculados às forças armadas) e para os milita-

res das Forças Armadas que praticarem o crime de homicídio doloso contra a vida

de civil fora das circunstâncias do parágrafo 2º, aplica-se a regra do parágrafo 1º:

§ 1º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por
militares contra civil, serão da competência do Tribunal do Júri.

Cabe salientar ainda que, EM REGRA, o homicídio praticado por militar

da ativa contra militar da ativa é de competência da Justiça Militar (confi-

gurando o crime impropriamente militar de homicídio).

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Demais Questões Jurídicas Importantes

É claro que nossos problemas não param por aí. Vamos ler o art. 82 do CPPM:

Foro militar em tempo de paz


Art. 82. O foro militar é especial, e, exceto nos crimes dolosos contra a vida prati-
cados contra civil, a ele estão sujeitos, em tempo de paz:

O CPPM (assim como o CPM) é um Código antigo, e, em seu texto original, prevê

que o foro militar não se aplica aos crimes dolosos contra a vida praticados

contra civil, de forma totalmente contrária à Lei n. 13.491/2017!

E agora?

Fato é que, até o presente momento, não há julgado, jurisprudência pacificada,

posicionamento do STF, ou mesmo da doutrina que possa nos orientar quanto ao

aparente conflito entre o art. 82 do CPPM e a redação da Lei n. 13.491/2017.

Alguns doutrinadores e juristas, no entanto, já se manifestaram (mas não em

uma obra formalmente publicada) dizendo que entendem que o artigo 82 do

CPPM encontra-se tacitamente derrogado pela Lei n. 13.491/2017. Em ou-

tras palavras, esse artigo perdeu parcialmente sua validade, pois se encontra ob-

soleto o texto sobre os crimes dolosos contra a vida.

“E para a prova, professor, o que faço?”

Temos que ser cautelosos em situações assim. Não temos provas anteriores so-

bre o assunto, nem jurisprudência, ou seja, quase respaldo nenhum. Minha orien-

tação é a seguinte:

• Se o examinador cobrar a literalidade do texto da Lei n. 13.491/2017, mar-

que correto.

• Se o examinador cobrar a literalidade do art. 82 do CPPM, também marque

correto (mesmo estando o artigo parcialmente revogado).

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• Se, no enunciado da questão, o examinador apenas questionar sobre a com-


petência para julgar militares das Forças Armadas nos crimes dolosos
contra a vida de civil, nas circunstâncias previstas no art. 9º do CPM,
ou utilizar uma situação hipotética sobre o assunto, utilize a previsão
da Lei n. 13.491/2017 (de que é competência da Justiça Militar da União).

Esse é o caminho mais seguro, e também que possibilita maior chance de su-
cesso em caso de necessidade de elaboração de recurso contra um gabarito desfa-
vorável para as questões.
Infelizmente, até que existam questões específicas sobre o tema, não há como
oferecer uma orientação mais assertiva sem ser um professor irresponsável!

Resumindo o que aprendemos até agora:

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RESUMO

Crimes Militares
• Crime militar é aquela conduta que, direta ou indiretamente, ATENTA
CONTRA OS BENS E INTERESSES JURÍDICOS DAS INSTITUIÇÕES MI-
LITARES, qualquer que seja o agente.

Comparando os Bens Jurídicos Tutelados (Exemplos)

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Pontos-chave

Classificação dos Crimes Militares

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Classificação dos Militares segundo o CPM

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Competência Básica da Justiça Militar

• A Justiça Militar ESTADUAL não pode julgar CIVIS!

• A Justiça Militar da UNIÃO pode julgar tanto militares quanto civis.

• Atos disciplinares não estão previstos no CPM!

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Art. 9º CPM

São crimes militares:

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Disposições do CPM sobre Crimes Dolosos contra a Vida de Civil:

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Quadro Geral

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MILITAR
CRIMES MILITARES EM ESPÉCIE

Livro Eletrônico
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Crimes Militares em Espécie
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SUMÁRIO
Introdução.................................................................................................3
Crimes Militares em Tempos de Paz................................................................4
Aspectos Introdutórios.................................................................................4
Crimes Militares em Tempos de Paz................................................................6
Crimes Militares RECORRENTES em Provas de Concursos..................................7
Motim, Revolta, Conspiração e Aliciação para Motim e Incitamento.....................8
Violência contra Superior e Violência contra Militar em Serviço........................ 12
Despojamento Desprezível e Desrespeito a Símbolo Nacional.......................... 13
Ofensa Aviltante a Inferior.......................................................................... 17
Uso Indevido de Uniforme (e suas Variações)................................................ 18
Insubmissão e Deserção............................................................................. 20
Omissão de Eficiência da Força.................................................................... 22
Exercício de Comércio por Oficial................................................................. 24
Lesões Corporais....................................................................................... 25
Dano....................................................................................................... 27
Desacato.................................................................................................. 29
Corrupção Ativa........................................................................................ 35
Observações Finais de Estudo..................................................................... 37
Resumo.................................................................................................... 39

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DOUGLAS DE ARAÚJO VARGAS

Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no con-


curso realizado em 2013. Aprovado em vários concursos, como Polícia
Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e
Oficial – 2017).

Introdução

Diga aí, meu querido(a) aluno(a)!

Nesta aula, iremos iniciar o estudo dos Crimes Militares em Espécie, mais espe-

cificamente dos Crimes Militares em Tempo de Paz.

Essa aula merece uma pequena observação inicial: estudar os crimes militares

causa um pouco de confusão, pois inúmeros dos crimes aqui previstos possuem um

delito paralelo na legislação comum (como é o caso do homicídio, por exemplo).

Dessa forma, um dos nossos objetivos precípuos neste material é o de forne-

cer as informações estritamente necessárias para você acertar as questões sobre

o assunto, sem te confundir com os crimes contidos no Código Penal e na

legislação penal comum.

E, como eu sempre digo, pegue seu café e vamos nessa!

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Crimes Militares em Espécie
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CRIMES MILITARES EM TEMPOS DE PAZ

Aspectos Introdutórios

Os crimes militares estão divididos, no Código Penal Militar, da seguinte forma:

É isso mesmo. Nós temos à nossa frente 218 artigos referentes aos crimes

militares em tempos de paz que podem ser cobrados em sua prova.

É claro que memorizar todos estes artigos bem como toda a jurisprudência e

doutrina a eles relacionados é impraticável. Exceto para esse cara:

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Crimes Militares em Espécie
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Mas o que fazer se nenhum de nós é Mike Ross, capaz de dominar tanto conte-

údo? A resposta é simples: devemos adotar alguma estratégia de estudo que nos

permita maximizar nossas chances de acerto, da melhor forma possível. E o cami-

nho está na estatística!

Se analisarmos alguns dos mais populares bancos de questões de concursos

disponíveis na internet, temos a seguinte estatística básica:

Comparativamente, para você ter uma ideia geral, só os crimes contra a vida

contidos no Código Penal, na mesma base de dados, possuem 384 questões ca-

dastradas. E são apenas OITO artigos!

Nosso objetivo e nossa proposta nesse curso de Direito Penal Militar é uma só:

levar você à sua aprovação. E, embora possamos trabalhar entregando uma leitura

MACIÇA e DENSA sobre os 218 artigos contidos no Livro I, Título I do CPM, não é

isso que faremos, pois simplesmente essa abordagem não tem eficácia!

E, partindo dessa premissa, nossas aulas sobre o assunto estarão organizadas

da seguinte forma:

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1) estudo detalhado dos crimes mais comumente cobrados em prova;


2) apresentação de aspectos jurisprudenciais e doutrinários relevantes sobre o
assunto;
3) esquematização das demais condutas contidas no CPPM.
Com isso, maximizaremos a eficiência do nosso estudo, garantindo uma maior
chance de acerto das questões sobre o assunto sem prejudicar o seu estudo das
demais disciplinas contidas no conteúdo programático do edital.
Simples assim! E vamos ao trabalho!

Crimes Militares em Tempos de Paz

Os mais importantes crimes militares, para fins de concursos públicos, sem dú-
vida são os crimes propriamente militares, aqueles que, conforme estudamos,
estão previstos apenas no CPM, não encontrando conduta similar prevista como
crime na legislação comum.
Certamente, é a esses delitos que daremos destaque em nossas aulas, sendo
cabível desde já uma observação: o mínimo que você precisa conhecer são QUAIS
SÃO os crimes militares previstos no CPM, e qual a conduta prevista no caput do
artigo. Além disso, lembre-se que, para a parcela majoritária da doutrina, apenas
o militar poderá praticar crime propriamente militar, salvo no caso do de-
lito de insubmissão.
Acredite: se você apenas conhecer os crimes e a conduta básica prevista no
caput de cada artigo, você já irá acertar a maioria das questões (como você verá

em nossa lista de exercícios), e terá a base necessária para responder eventuais

questões discursivas sobre o assunto.

Dito isso, é claro que iremos fazer observações doutrinárias e jurisprudenciais


quando for pertinente, principalmente nos delitos que costumam ser cobrados de
forma mais elaborada pelas bancas examinadoras.

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Mas chega de aspectos introdutórios. Vamos aos crimes em espécie.

Crimes Militares RECORRENTES em Provas de Concursos

Aqueles que você precisa conhecer!


São crimes que merecem especial atenção para fins de prova, e que serão apre-

sentados de forma detalhada deste momento em diante:

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Os delitos não estão agrupados dessa forma por acaso. Foram escolhidos os cri-

mes que apresentam similaridades que podem ser utilizadas pelo examinador para

te confundir na hora da prova – já pensando em evitar que isso aconteça com você.

Além disso, crimes militares impróprios como o de Corrupção Ativa foram in-

cluídos, pois possuem uma conduta semelhante no Código Penal Comum, ao passo

que apresentam uma ou mais diferenças que poderão também te confundir na hora

de responder questões.

Motim, Revolta, Conspiração e Aliciação para Motim e Incita-


mento

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Crimes Militares em Espécie
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Previstos nos Capítulos I e II dos Crimes contra a autoridade ou disciplina

militar, os delitos acima merecem ser estudados em conjunto, tendo em vista seus

temas interligados por natureza.

O Motim é a reunião de militares de forma a desrespeitar a hierarquia e a disci-

plina da caserna. Perceba que a palavra-chave de todas as modalidades de motim

é a desobediência, que acaba ocorrendo, com maior ou menor gravidade.

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Lembre-se que, atualmente, não existe mais a figura do assemelhado.

A Revolta, por sua vez, nada mais é do que o Motim praticado por agentes

armados.

A Conspiração é a reunião de militares com o objetivo de praticar o delito de

Motim ou Revolta, ambos previstos no art. 149 do CPM.

E, por fim, a Aliciação diferencia-se do Incitamento, visto que incide sobre

qualquer delito previsto no Capítulo I (Arts. 149 a 152), enquanto o incitamen-

to se aplica quando o autor incentiva terceiros à desobediência, indisciplina, ou à

prática de qualquer crime militar.

Lembre-se:

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Observações Importantes

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Violência contra Superior e Violência contra Militar em Serviço

A violência contra superior é delito cujo sujeito ativo é o inferior hierárquico.

É interessante notar que, segundo a doutrina majoritária, o militar inativo tam-

bém poderá praticar o delito em questão.

Já a violência contra militar de serviço é delito cujo sujeito ativo é o militar

(na esfera federal ou estadual). Existe posicionamento na doutrina de que seria

aceitável que o delito fosse praticado por civil, entretanto, este posicionamento é

minoritário.

Em hipótese alguma confunda o art. 157 com o art. 158, e note que as diferen-

ças vão além da mera tipicidade do fato.

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Observações Importantes

Despojamento Desprezível e Desrespeito a Símbolo Nacional

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Crimes Militares em Espécie
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Ambos são crimes de desrespeito ao símbolo nacional e à farda (Capítulo IV do

Título em estudo).

O delito de desrespeito a símbolo nacional é simples, aplicando-se nos casos

em que o militar, diante da tropa ou em lugar sujeito à administração mili-

tar, praticar ato que seja considerado ultraje à símbolo nacional.

Você deve tomar cuidado, pois o termo é símbolo NACIONAL. Dessa forma,

por conta da vedação de analogias in malam partem no Direito Penal, não estará

configurado o delito se o símbolo ultrajado for de um Estado-Membro.

Imagine que um militar estadual (como um Policial Militar) cuspa na bandeira

do Estado de Minas Gerais, por exemplo. Não estará configurado o delito

em estudo!

Já no caso do delito de despojamento desprezível, o militar demonstra me-

nosprezo ou vilipêndio contra seu próprio uniforme. Em outras palavras, o militar

retira seu uniforme, condecoração, insígnia ou distintivo de forma a me-

nosprezar o seu valor.

Para a doutrina majoritária, o delito só se configura quando o militar pratica a

conduta contra seu próprio uniforme, haja vista a utilização do termo despojar-se

(retirar de si).

Por isso, se a conduta do militar incide sobre o uniforme de terceiro, poderá

caracterizar outro tipo penal (como violência contra superior ou ofensa aviltante a

inferior, dependendo do caso), mas não o delito do art. 162.

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Observações

Recusa de Obediência e Publicação ou Crítica Indevida

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A recusa de obediência e a publicação de crítica indevida são dois delitos

previstos no capítulo V, que trata dos delitos de insubordinação.

Usualmente, são delitos abordados em sua literalidade, cabendo fazer as se-

guintes observações:

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Ofensa Aviltante a Inferior

Ofensa aviltante a inferior

Art. 176. Ofender inferior, mediante ato de violência que, por natureza ou pelo

meio empregado, se considere aviltante:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

A ofensa aviltante a inferior merece comentários específicos, pois o termo avil-

tante costuma causar um pouco de confusão – e este termo é basicamente a única

diferença entre o delito do art. 176 e o art. 175 (violência contra inferior).

Aviltante é toda ofensa humilhante, capaz de inferiorizar e atingir a honra do

ofendido (perceba, portanto, que a ofensa vai além da integridade física da vítima).

Exemplos Doutrinários

Bater nas nádegas da vítima, tratando-lhe como uma criança;

Puxar as orelhas ou despir o subordinado diante de seus pares;

Tapas no rosto acompanhados de comentários moralmente depreciativos.

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Uso Indevido de Uniforme (e suas Variações)

Uso indevido por militar de uniforme, distintivo ou insígnia


Art. 171. Usar o militar ou assemelhado, indevidamente, uniforme, distin-
tivo ou insígnia de posto ou graduação superior:
Pena – detenção, de seis meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.

Uso indevido de uniforme, distintivo ou insígnia militar por qualquer pessoa


Art. 172. Usar, indevidamente, uniforme, distintivo ou insígnia militar a que não
tenha direito:
Pena – detenção, até seis meses.

Esses dois delitos são de essencial estudo pelo seguinte fato: em regra, a dou-
trina não admite que crimes propriamente militares sejam praticados por civis,
sendo a única exceção o crime de INSUBMISSÃO.
Entretanto, para parcela da doutrina, o art. 172 é considerado como crime im-
propriamente militar, embora tal delito esteja previsto apenas no CPM. E, nesse
sentido, poderia ser praticado por civil (desde que em desfavor de bens jurídicos
da Justiça Militar Federal, haja vista que a Justiça Militar da União é a única quem
possui competência para julgar civis).

Logo, temos o seguinte:

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Dessa forma, enquanto o art. 171 é claramente um delito praticado apenas por

militar, que utiliza uniforme, distintivo ou insígnia de posto ou graduação superior,

o art. 172, PARA O STM e PARCELA DA DOUTRINA, poderia ser praticado por

civil que venha a utilizar uniforme militar indevidamente.

Assim, se na sua prova o examinador solicitar o posicionamento do STM, reco-

menda-se adotar esse entendimento. Já na regra geral, civil não poderia praticar esse

delito. Mas tenha sempre em mente que há divergência doutrinária sobre o assunto!

Exemplos para esclarecer:

CABO das forças armadas utiliza uniforme de SARGENTO: incide nas penas

do art. 171 do CPM.

CABO do Polícia Militar utiliza uniforme de CABO do Corpo de Bombeiros

Militar de seu estado: incide nas penas do art. 172 do CPM.

Quanto ao civil:

Em regra (doutrina majoritária): se utilizar uniforme das forças armadas, indevida-

mente, incide no art. 46 da Lei de Contravenções Penais.

Excepcionalmente (entendimento STM): se utilizar uniforme relativo às forças mili-

tares FEDERAIS, poderá incidir no art. 172 do CPM).

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Insubmissão e Deserção

Insubmissão

Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do prazo que

lhe foi marcado, ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato oficial de incorpora-

ção:

Pena – impedimento, de três meses a um ano.

Deserção

Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar

em que deve permanecer, por mais de oito dias:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos; se oficial, a pena é agravada.

Esses dois delitos são bastante interessantes, e não é à toa que foram selecio-

nados para figurar como destaque.

Primeiramente, o delito de insubmissão é curioso, pois é, para parcela majori-

tária da doutrina, o único crime propriamente militar que pode ser praticado

por civil.

Afinal de contas, estamos diante do indivíduo que completou 18 anos, foi convo-

cado para incorporar-se às Forças Armadas, e deixou de fazê-lo (ou apresentou-se

e se ausentou antes de ser efetivamente incorporado).

Note que o autor do delito ainda não é militar (pois o ato de incorporação

não foi completado), mas praticou crime previsto unicamente no CPM (e, portan-

to, propriamente militar).

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Já o delito de deserção tem como sujeito ativo o militar, que, já incorporado,

se ausenta, sem licença, por mais de oito dias, da unidade em que serve ou do

lugar em que deve permanecer.

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Omissão de Eficiência da Força

É dever do comandante manter a força militar (seja ela do Corpo de Bombeiros,

Polícia Militar ou das Forças Armadas) em estado de eficiência, pronta para aten-

der às suas responsabilidades e atribuições legais.

Se não o fizer, incorrerá no abstrato (porém necessário) delito omissivo previsto

no art. 198 do CPM:

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Omissão de Eficiência da Força

Art. 198. Deixar o comandante de manter a força sob seu comando em estado de

eficiência:

Pena – suspensão do exercício do posto, de três meses a um ano.

É a existência dessa omissão que será apurada pelo Ministério Público no caso

da reportagem acima, em que o Corpo de Bombeiros do município de Castanhal

foi acionado, mas não atendeu adequadamente ao chamado (de modo que houve

necessidade de acionamento de equipes de municípios limítrofes).

Se o delito efetivamente ocorreu, ou não, só com a análise do caso concreto e

com a conclusão do IPM é que se poderá dizer (haja vista que inúmeras situações

podem justificar a falha narrada na reportagem). Mas o exemplo é excelente para

um bom entendimento da norma!

Repare que o sujeito ativo do delito não é algum dos membros da força que não

estava em estado de eficiência. O autor do delito é o comandante, e somente ele!

O delito admite apenas a forma dolosa.

A consumação ocorre quando o comandante deixa de providenciar a prepa-

ração de sua força para seu efetivo emprego. Curiosamente, note que, na práti-

ca, só é possível perceber que a força não está em estado de eficiência quando ela é

demandada a prestar seus serviços (ato em que o delito já consumou-se há muito).

A tentativa não é admissível para a parcela majoritária da doutrina, que

classifica o delito como omissivo.

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O delito é propriamente militar.

Exercício de Comércio por Oficial

Exercício de Comércio por Oficial

Art. 204. Comerciar o oficial da ativa, ou tomar parte na administração ou gerência

de sociedade comercial, ou dela ser sócio ou participar, exceto como acionista ou

cotista em sociedade anônima, ou por cotas de responsabilidade limitada:

Pena – suspensão do exercício do posto, de seis meses a dois anos, ou reforma.

Este delito é particularmente importante, pois tutela o serviço militar em si,

ao vedar que o Oficial possa comerciar, tendo em vista sua influência e ascendência

sobre a tropa como um todo.

O sujeito ativo do delito, por óbvio, é o Oficial, seja ele federal ou dos Estados

(como um Capitão do Exército ou da Polícia Militar, por exemplo).

Note ainda que o delito pode ser praticado de três formas:

Tornando-se sócio
Tomando parte em
Por meio da ou participando de
administração ou gerência
prática de comércio sociedade comercial,
de sociedade comercial
salvo como cotista

Resumindo: oficial não pode praticar comércio ou fazer parte de sociedade

comercial de forma alguma, salvo como cotista e sem realizar atos de cunho admi-

nistrativo.

O delito admite apenas a forma dolosa e se consuma quando o autor vem a

comerciar ou a tomar parte, na forma prevista no art. 204, de sociedade comercial.

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Para a parcela majoritária da doutrina, o delito não admite a tentativa, e é clas-

sificado como propriamente militar.

Lesões Corporais

Lesão Leve

Art. 209. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:

Pena – detenção, de três meses a um ano.

Lesão Grave

§ 1º Se se produz, dolosamente, perigo de vida, debilidade permanente de

membro, sentido ou função, ou incapacidade para as ocupações habituais, por mais

de trinta dias:

Pena – reclusão, até cinco anos.

§ 2º Se se produz, dolosamente, enfermidade incurável, perda ou inutilização

de membro, sentido ou função, incapacidade permanente para o trabalho, ou de-

formidade duradoura:

Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Lesões Qualificadas pelo Resultado

§ 3º Se os resultados previstos nos §§ 1º e 2º forem causados culposamente,

a pena será de detenção, de um a quatro anos; se da lesão resultar morte e as cir-

cunstâncias evidenciarem que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco

de produzi-lo, a pena será de reclusão, até oito anos.

Minoração Facultativa da Pena

§ 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor moral

ou social ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provoca-

ção da vítima, o juiz pode reduzir a pena, de um sexto a um terço.

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§ 5º No caso de lesões leves, se estas são recíprocas, não se sabendo qual dos

contendores atacou primeiro, ou quando ocorre qualquer das hipóteses do parágra-

fo anterior, o juiz pode diminuir a pena de um a dois terços.

Lesão Levíssima

§ 6º No caso de lesões levíssimas, o juiz pode considerar a infração como dis-

ciplinar.

Lesão Culposa

Art. 210. Se a lesão é culposa:

Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Os delitos relacionados à lesão corporal, no âmbito militar, são usualmente

cobrados em sua literalidade, e são também bastante fáceis de compreender.

Merecem destaque, no entanto, pois divergem de seus pares na legislação penal

comum, possuindo gradações que não constam do Código Penal:

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Esquematizando os pontos-chave, temos o seguinte:

Dano

Os delitos de DANO (previstos no Capítulo VII) também merecem especial des-

taque, pois apresentam variações específicas da esfera MILITAR, que podem ser

utilizadas para confundir você na hora da prova.

Enquanto o Código Penal possui poucas variações das condutas de dano, o CPM

possui outras bem mais específicas, as quais merecem ser enumeradas abaixo:

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É muito importante que você conheça essas variações específicas (via de regra,

meramente conhecer as tipificações já basta), pois os examinadores gostam muito

de utilizar delitos parecidos para criar assertivas incorretas, principalmente mistu-

rando delitos do CP com os delitos previstos no CPM.

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Desacato

Os delitos relacionados ao desacato são CAMPEÕES de provas – principalmente

nas provas DISCURSIVAS. Isso ocorre porque suas variações são confusas, e sua

jurisprudência também, de modo que acaba surgindo um leque enorme de opções

para elaboração de questões.

Foi exatamente o que aconteceu na prova para Oficial da Polícia Militar do Dis-

trito Federal (2017), cuja redação solicitava que o candidato identificasse se a ação

praticada por um civil caracterizava o delito de desacato a militar (art. 299, CPM).

Para tratar do assunto, no entanto, primeiro devemos conhecer os delitos rela-

cionados à conduta de DESACATO, previstos tanto no CPM quanto no CP. Vejamos:

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De forma básica, a conduta de desacatar é a mesma, consistindo em ofensa à

funcionário público no exercício da função ou em razão dela. Os pontos que diferen-

ciam os delitos em estudo são quase que exclusivamente relacionados ao sujeito

ativo e passivo da infração penal. Simplificando:

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Note como todas as condutas têm como pressuposto básico o desacato, a ofen-

sa a um funcionário público (civil ou militar) no exercício de suas funções públicas

ou em razão dela.

Entretanto, é importante compreender o seguinte “dilema”, que nos apresenta

a doutrina:

• a doutrina majoritária entende que crimes propriamente militares são aque-

les previstos unicamente no CPM, e só podem, em regra, ser praticados

por militares;

• a doutrina minoritária entende que outros fatores devem ser levados em

consideração para classificar o delito como propriamente ou impropriamen-

te militar.

E, algumas vezes, o STM adota um posicionamento divergente da doutrina ma-

joritária (que via de regra é respeitada pelas decisões do STF), causando a maior

confusão para o aluno.

Foi o que aconteceu no caso da redação do CFOPM. O texto motivador apre-

sentava um desacato a um militar das Forças Armadas no exercício de função de

pacificação de uma favela do Rio de Janeiro. E pedia que o candidato classificasse

qual seria o crime praticado.

A resposta da banca foi o art. 299 (desacato a militar), e não desacato comum,

previsto no CP.

Primeiramente, é salutar perceber que, se o desacato fosse a um policial militar,

não haveria dúvidas: o delito é de desacato comum (posto que a Justiça Militar Es-

tadual não tem competência para julgar civis).

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O problema é que o próprio STF já se posicionou dizendo que desacato a militar,

mesmo que das forças armadas, em atividade de pacificação, é desacato comum,

pois o militar age como se fosse membro da segurança pública – não havendo ofen-

sa direta aos bens jurídicos militares. O STM entende de forma contrária!

Para o STM, seguindo a posição da doutrina minoritária, o caso narrado pelo

examinador é desacato a militar, pois a Justiça Militar da União tem competência

para julgar civis. O problema é que esse julgado deixa de lado o fato de que crimes

propriamente militares estão previstos apenas no CPM, como é o caso do

art. 299 de tal diploma legal.

Mas, e agora, o que você vai fazer na hora da prova?

A minha dica, específica sobre o desacato, é que você tente responder as ques-

tões da seguinte forma:

• quando o examinador narrar uma forma específica de desacato na esfera mi-

litar, verifique se o autor é militar. Em caso afirmativo, estaremos diante da

aplicação de um dos artigos do CPM.

• se o autor for civil, verifique se a vítima é militar ESTADUAL. Se for militar

ESTADUAL, o delito é o de desacato comum. Justiça Militar Estadual não julga

civis!

• se o autor for civil, e o militar for das forças armadas, para o STM, é crime

militar. E, normalmente, em concursos que cobram o Direito Penal Militar, é

a posição do STM que é adotada.

• caso o examinador apresente um desacato praticado por civil, contra militar

federal, e peça a posição do STF, a tendência será responder que o delito é

de desacato comum.

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Resumindo, você deve se perguntar:

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Respondendo a essas perguntas, você terá maiores chances de apresentar a

resposta que a banca deseja ver. Em uma prova objetiva, será mais fácil. Já na

prova discursiva, raciocinar o delito dessa forma poderá fazer toda a diferença para

a sua nota!

Corrupção Ativa

Outro delito que é importante tratar é o de Corrupção Ativa, crime impropria-

mente militar previsto tanto no CPM quanto no CP:

O delito de corrupção ativa merece destaque unicamente por conta de uma pa-

lavra: o verbo dar.

A corrupção ativa no direito penal comum não inclui o verbo DAR em seu tipo penal!

A corrupção ativa prevista no CPM, por sua vez, apresenta essa previsão.

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É por esse motivo que, quando um funcionário público (fora do contexto militar)

solicita vantagem indevida em razão da função, e recebe essa vantagem do

particular, ocorre o seguinte:

Dessa forma, o autor de corrupção ativa irá responder apenas se oferecer ou

prometer a vantagem indevida (de acordo com o Código Penal). Se o funcionário

público solicitar e o particular concordar, não se configura o art. 333 do CP (apenas

a corrupção passiva praticada pelo funcionário público).

Já no caso do CPM, é diferente, pois a corrupção passiva inclui o verbo dar!

Dessa forma, temos o seguinte:

Por isso, muito cuidado com essa pequena diferença entre a corrupção ativa em

ambos os códigos!

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Observações Finais de Estudo

Caro aluno(a), com isso, finalizamos os comentários mais importantes sobre

os crimes militares em tempos de paz, bem como os delitos que mereciam maior

destaque.

Nos cabe agora fazer algumas recomendações de estudo para maximizar o nos-

so desempenho diante de nossa prova:

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Fazendo isso (estudando nossas aulas, lendo a lei seca de forma complemen-

tar, e fazendo o acompanhamento dos julgados mais recentes do STM), você irá

maximizar as suas chances no concurso, sem perder tempo estudando aquilo que

dificilmente será cobrado.

Só para você ter uma ideia, uma das mais populares obras da doutrina sobre o

CPM tem mais de 2.000 páginas. Quão eficiente seria estudar toda essa doutrina,

para fins de prova?

Com certeza, você concorda que um estudo direcionado é muito mais efetivo.

Por fim, cabe ressaltar que, atualmente, é mais fácil estudar a jurisprudência

do STJ e do STF (tribunais que têm por hábito emitir os chamados informativos,

resumindo as decisões mais importantes e orientando os tribunais de instâncias

inferiores). Infelizmente, ainda não existem informativos do STM (os que existem

não tratam da jurisprudência de tal Corte).

Dessa forma, o que eu recomendo que o aluno faça (e eu mesmo sempre cos-

tumo fazer quando estou estudando uma disciplina) é pesquisar e fazer a leitura

dos julgados mais recentes no site do Tribunal. No caso do STM, o endereço é o

seguinte: https://www.stm.jus.br/servicos-stm/juridico/jurisprudencia-do-stm/ju-

risprudencia.

Sempre costumo verificar quais são os julgados mais recentes, principalmente

quanto aos delitos mais relevantes contidos no CPM. É muito comum que os exami-

nadores utilizem esses julgados para elaborar questões, e conhecê-los, sem dúvi-

da, irá te dar uma vantagem e também servirá como ótima base para fundamentar

a sua argumentação em uma eventual prova discursiva sobre o tema.

E é isso!

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RESUMO

Crimes Militares em Tempos de Paz

• O mínimo que você precisa conhecer são QUAIS SÃO os crimes militares

previstos no CPM, e qual a conduta prevista no caput do artigo. Além disso,

lembre-se que, para a parcela majoritária da doutrina, apenas o militar po-

derá praticar crime propriamente militar, salvo no caso do delito de

insubmissão.

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Crimes Militares RECORRENTES em Provas de Concursos

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Crimes Militares em Espécie
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Motim, Revolta, Conspiração e Aliciação para Motim e Incitamento

Violência contra Superior e Violência contra Militar em Serviço

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Despojamento Desprezível e Desrespeito a Símbolo Nacional

• Para a doutrina majoritária, o delito só se configura quando o militar pratica


a conduta contra seu próprio uniforme, haja vista a utilização do termo des-
pojar-se (retirar de si).

Recusa de Obediência e Publicação ou Crítica Indevida

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Ofensa Aviltante a Inferior

Ofensa Aviltante a Inferior

Art. 176. Ofender inferior, mediante ato de violência que, por natureza ou pelo

meio empregado, se considere aviltante:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Uso Indevido de Uniforme (e suas Variações)

Uso indevido por militar de uniforme, distintivo ou insígnia

Art. 171. Usar o militar ou assemelhado, indevidamente, uniforme, distintivo ou

insígnia de posto ou graduação superior:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.

Uso indevido de uniforme, distintivo ou insígnia militar por qualquer pessoa

Art. 172. Usar, indevidamente, uniforme, distintivo ou insígnia militar a que não

tenha direito:

Pena – detenção, até seis meses.

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Insubmissão e Deserção

Insubmissão

Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do prazo que

lhe foi marcado, ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato oficial de incorpora-

ção:

Pena – impedimento, de três meses a um ano.

Deserção

Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar

em que deve permanecer, por mais de oito dias:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos; se oficial, a pena é agravada.

Omissão de Eficiência da Força

Omissão de Eficiência da Força

Art. 198. Deixar o comandante de manter a força sob seu comando em estado de

eficiência:

Pena – suspensão do exercício do posto, de três meses a um ano.

Exercício de Comércio por Oficial

Exercício de Comércio por Oficial

Art. 204. Comerciar o oficial da ativa, ou tomar parte na administração ou gerência

de sociedade comercial, ou dela ser sócio ou participar, exceto como acionista ou

cotista em sociedade anônima, ou por cotas de responsabilidade limitada:

Pena – suspensão do exercício do posto, de seis meses a dois anos, ou reforma.

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Crimes Militares em Espécie
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Lesões Corporais

Dano

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Crimes Militares em Espécie
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Desacato

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Crimes Militares em Espécie
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Crimes Militares em Espécie
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Corrupção Ativa

• A corrupção ativa no direito penal comum não inclui o verbo DAR em seu tipo

penal! A corrupção ativa prevista no CPM, por sua vez, apresenta essa previsão.

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MILITAR
CONCURSO DE AGENTES NO CPM

Livro Eletrônico
DOUGLAS DE ARAÚJO VARGAS

Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, apro-


vado em 6º lugar no concurso realizado em
2013. Aprovado em vários concursos, como Po-
lícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agen-
te), PRF (Agente), Ministério da Integração,
Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado –
2012 e Oficial – 2017).

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Concurso de Agentes no CPM
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SUMÁRIO
Introdução.................................................................................................4
Direito Penal Militar – Concurso de Agentes.....................................................4
Teorias.......................................................................................................6
Autoria.......................................................................................................9
Autor....................................................................................................... 10
Partícipe................................................................................................... 11
Participação – Espécies.............................................................................. 13
Requisitos do Concurso de Pessoas.............................................................. 19
Autoria Colateral ou Acessória..................................................................... 20
Aspectos Complementares.......................................................................... 22
Comunicabilidade de Condições Pessoais...................................................... 23
Impunibilidade da participação.................................................................... 27
Agravação, Atenuação e Cabeças................................................................. 28
Resumo.................................................................................................... 31
Questões de concurso................................................................................ 36
Gabarito................................................................................................... 38
Gabarito Comentado.................................................................................. 39

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Introdução

Saudações, querido(a) aluno(a)!

A aula de hoje está dividida em dois tópicos diretamente relacionados.

Parte I:

• concurso de Agentes no Direito Penal Militar;

• tópicos complementares sobre o concurso de agentes.

Como fizemos durante todo o nosso curso, vamos apresentar, ao final da aula,

um resumo dos tópicos abordados.

Logo em seguida, faremos uma breve lista de exercícios com as questões exis-

tentes e atualizadas sobre o tema (as quais infelizmente são muito escassas).

Como sempre, faremos o possível.

De todo modo, busque seu café. Essa aula vai ser PESADA na teoria!

Direito Penal Militar – Concurso de Agentes

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Cena do seriado “La casa de papel”.

Dica do professor: NÃO assista (só depois de aprovado)!

TÍTULO IV
DO CONCURSO DE AGENTES

Coautoria
Art. 53. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este co-
minadas.

Para colocar de uma forma simples, quando falamos em concurso de agentes

estamos falando da possibilidade de duas ou mais pessoas concorrerem para

a prática de um ou mais crimes – ao melhor exemplo do que fazem os persona-

gens do excelente seriado La casa de papel.

Entretanto, é claro que o concurso de agentes nem sempre será tão organizado

e romantizado como na série. Existem diversas nuances que devem ser observadas

para que possamos compreender o concurso de agentes, que vai desde o conluio

para praticar um furto simples até o planejamento para realizar um grande assalto.

E o primeiro passo para bem compreender esse instituto, presente de forma

muito parecida no CPM e no Código Penal Comum, é relembrar a classificação dos

delitos em uni e plurissubjetivos.

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Essa classificação é importante pois resulta nas primeiras categorias de con-

curso de pessoas que iremos conhecer.

É necessário

Muito bom! Com isso já sabemos o básico:

• o concurso de agentes surge quando mais de um agente atua para perpe-

trar um ou mais crimes;

• o concurso de agentes pode ser eventual, quando o delito poderia ter sido

praticado por um agente só, ou necessário, quando o próprio tipo penal exi-

ge que mais de um autor o pratiquem.

Uma vez que já dominamos esses pontos introdutórios, podemos passar ao pró-

ximo passo: as teorias sobre o concurso de pessoas.

Teorias

As teorias sobre o concurso de pessoas podem ser classificadas da seguinte

maneira:

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Cada uma dessas teorias tem como objetivo distinguir as formas de responsa-

bilização dos autores que agirem em concurso. De forma bastante resumida (que

por hora é suficiente para nós), podemos definir cada uma delas nos seguintes

termos:

haverá tantas infrações penais quanto

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Os conceitos acima são um pouco abstratos, mas com o uso de exemplos se

tornarão mais claros. A princípio, só quero que você tome nota do seguinte.

Das teorias acima, a mais importante para nós é a Teoria Monista ou Unitária, pois

ela é a teoria adotada como REGRA pelo Código Penal Militar.

Repare bem, a teoria unitária é a regra. Dizemos isso, pois ela não é a única

e, também, não é adotada de forma absoluta. Por isso, devemos considerar que,

embora seja a regra geral, a teoria monista foi adotada pelo legislador de forma

temperada (haja vista a existência de exceções).

Nesse sentido, o que temos no CPM, para a doutrina majoritária (recomendável

para a sua prova) é o seguinte:

• o CPM, em regra, adota a teoria monista;

• excepcionalmente, tanto a teoria dualista quanto a teoria pluralista são

adotadas pelo legislador, em casos específicos.

Por exemplo:

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Mas, professor, eu preciso decorar em quais casos se aplica qual teoria?

Com certeza não. Isso é praticamente impossível, e, dificilmente, as questões


irão girar em torno desse tema. Os exemplos acima têm o objetivo de apenas te
auxiliar a lembrar-se dos conceitos e das teorias.

Tenha em mente que o que é essencial é entender que quando dois agentes,
em conluio, praticarem o mesmo delito, estamos diante da aplicação da
teoria monista. Já quando tais agentes praticarem, em um mesmo contexto, cri-
mes diferentes, estaremos diante da teoria dualista ou pluralista, a depender
do caso.

Autoria

O próximo passo que precisamos dar é entender o conceito de autoria.

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Você já sabe que aquele que pratica uma determinada infração penal é chamado

de autor. Quanto a isso não há segredo. A questão mesmo é entender como essa

nomenclatura será alterada quando estivermos diante de um crime praticado por

mais de uma pessoa.

É justamente aí que surge a importância das três figuras que iremos estudar

agora.

Com o estudo das figuras acima, poderemos dominar a maneira correta de no-

mear aqueles que se envolvem, em conjunto, em uma prática criminosa, respon-

dendo às seguintes perguntas:

Mas vamos começar pelo básico: o conceito de autor.

Autor

O autor, nos termos do CPM, é aquele que realiza a figura típica. Em outras

palavras, é o indivíduo que pratica o núcleo, a atividade prevista no TIPO PENAL.

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Homicídio simples
Art. 205. Matar alguém:
Pena – reclusão, de seis a vinte anos

No delito acima, por exemplo, deverá ser considerado autor aquele que efetiva-

mente praticar o núcleo do tipo (“MATAR”). Ou seja, aquele que realiza os disparos,

que desfere as facadas ou que coloca o veneno na bebida. Quem praticar essas

ações é que será considerado o AUTOR do delito.

Tal definição de autoria se dá porque o CPM adota a teoria Objetivo-Formal.

São diversas as teorias para definição de quem é o autor de um delito. Entre

elas, cabe mencionar, apenas para agregar em nosso conhecimento.

Partícipe

O conceito de autor nos leva ao segundo conceito mais importante desse capí-

tulo: o de partícipe.

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Ora, se o autor é aquele que pratica o núcleo do tipo penal, o partícipe é

aquele que contribui para a realização do delito, mas cuja ação se limite a ins-

tigar, induzir ou auxiliar o autor principal.

Vejamos um exemplo para deixar esse conceito mais claro.

Kate, tenente da Marinha, pretende matar seu desafeto, o coronel Jack. Com medo

de ser presa, resolve comprar uma arma de fogo com numeração suprimida.

Para isso, Kate procura Sawyer, outro tenente da Marinha, que ao saber do intento

de Kate e por também não gostar de Jack, fornece-lhe uma arma com numeração

suprimida, bem como lhe incentiva moralmente a prosseguir com o intento crimi-

noso.

De posse da arma fornecida por Sawyer, Kate segue em seu intento e desfere 6

tiros contra o coronel Jack dentro do quartel, levando a vítima a óbito.

Com o exemplo acima fica bem mais fácil entender a diferença entre o autor e

o partícipe!

Veja que, ao observar os fatos, torna-se mais clara a diferença da conduta do

autor e do partícipe. Entretanto tome cuidado!

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Lembre-se de que, por força da Teoria MONISTA, tantos autores quanto partícipes

irão responder pelo mesmo crime, cada qual na medida de sua culpabilidade.

Por isso, na situação acima, tanto Kate quanto Sawyer irão responder pelo cri-

me militar de homicídio (art. 205), mesmo que apenas Kate tenha, efetivamente,

realizado os disparos contra a vítima!

 Obs.: é interessante observar, no entanto, que a responsabilização de Sawyer em

regra será mais branda do que a de Kate, haja vista que sua participação

tem menor importância do que a conduta efetiva da autora.

Participação – Espécies

Embora já tenhamos mencionado a existência de espécies de participação em

nossa aula, é importante apresentar de forma mais clara esse conceito.

A participação pode ser classificada de inúmeras formas, entretanto duas mere-

cem maior destaque para fins de prova de concursos. Vamos a elas.

Primeira Classificação

Segundo a primeira classificação doutrinária que podemos utilizar, a participa-

ção se divide em três categorias:

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Além da classificação acima, temos ainda a classificação a seguir, um pouco

mais complexa, mas também relevante:

Note que ambas as classificações são muito parecidas (só o que muda é a no-

menclatura). Infelizmente, é recomendável conhecer ambas.

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Cabe observar que esse não é um tópico tão cobrado em provas de con-

cursos, mas vale a pena mencioná-lo, haja vista a tendência crescente do

examinador em cobrar assuntos inéditos ou pouco explorados.

Coautoria

Para o final desse tópico deixamos o conceito mais simples: O de coautoria.

 Obs.: coautoria nada mais é do que a autoria praticada por dois ou mais indivídu-

os!

No exemplo que utilizamos, veja que as condutas de Kate e de Sawyer são

bastante distintas em seu conteúdo (ela praticou o núcleo do tipo e ele apenas se

limitou a auxiliá-la).

Entretanto, em alguns casos, ambos os envolvidos irão praticar o núcleo

do tipo penal. Quando isso acontece, não há que se falar em autoria e parti-

cipação, mas em COAUTORIA!

Exemplo

Kate & Sawyer decidem furtar a casa de Jack, seu comandante.

Sabendo que ele estava viajando, ambos pulam o muro de sua casa e arrombam

a porta.

Kate subtrai o televisor de 75 polegadas, enquanto Sawyer subtrai um MacBook

Pro, ambos de propriedade do coronel.

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Na situação acima, note que AMBOS os participantes praticaram o núcleo do

tipo penal (subtraíram coisa alheia móvel), de modo que não podemos falar em

autoria e participação e, sim, em coautoria!

Outras Classificações

Para finalizar este tópico, precisamos ainda apresentar dois conceitos de autoria

que podem ser utilizados pelo examinador. São eles:

Veja que a autoria direta é simples. O indivíduo deseja praticar um delito, toma

a iniciativa e realiza a conduta. Simples assim.

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Já no caso da autoria indireta ou mediata, o autor faz uso de um terceiro, ma-

nipulando a situação para atingir seu intento. É muito importante perceber que o

terceiro não pode saber o que está fazendo, pois do contrário (agindo de forma

voluntária) estará participando do crime! E isso nos leva ao ponto chave desse tre-

cho da aula.

Na autoria mediata, não há concurso de pessoas!

Esse ponto é importante, pois pode ser utilizado pelo examinador para elaborar

uma pegadinha, afinal de contas, o terceiro também possui um envolvimento fá-

tico no crime, embora sem consciência do que faz. Por isso, não se deixe levar

meramente pelo ato praticado: Sempre analise o contexto da questão!

Vamos deixar isso mais claro com um exemplo.

Exemplo

Locke, Tenente do Exército, trabalha como Médico na enfermaria do órgão.

Durante o expediente, é procurado por Tenente Sayid, o qual está realizando o

atendimento de um desafeto de Locke.

Sayid, sem saber da desavença entre ambos, pede a Locke que o ajude a preparar

a medicação, a qual Locke substitui por veneno incolor.

Sayid injeta a medicação no paciente, levando-o a óbito.

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Analisando apenas os fatos acima, foi Sayid que praticou o núcleo do tipo

penal (matar alguém) ao injetar o veneno nas veias do paciente. Dessa forma, se

Sayid tivesse praticado tal conduta de forma consciente, estaríamos diante de um

caso claro de coautoria entre Sayid e Locke.

Entretanto, conforme estudamos, esse é um caso de autoria mediata, pois

Locke utilizou-se de Sayid como um instrumento para seu intento. Sayid de nada

sabia e, por isso, não será responsabilizado. Não há concurso de agentes nesse

caso!

Outro ponto importante, a autoria mediata não ocorre apenas em situações

nas quais um terceiro é utilizado como instrumento por força de um ardil ou de um

erro de fato.

Obediência

Em todas as situações acima, haverá autoria mediata, de modo que não exis-

tirá o concurso de agentes. Vamos verificar alguns exemplos para facilitar o enten-

dimento.

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Obediência

Requisitos do Concurso de Pessoas

Para determinar que realmente ocorreu o concurso de pessoas, existem alguns

requisitos. Esse ponto de nossa aula é de extrema importância, pois irá permitir a

diferenciação do concurso de pessoas com outro instituto muito cobrado pelos exa-

minadores: a chamada autoria colateral (o qual estudaremos ainda hoje).

Mas, antes de mais nada, vamos verificar quais são os requisitos para que haja

concurso de pessoas.

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Autoria Colateral ou Acessória

Antes mesmo de apresentar o conceito de autoria colateral, tome nota.

Agora que já deixamos isso bem claro, vamos explicar, com calma, o que é a

famosa autoria colateral. E para isso, nada melhor do que um exemplo.

Tony e Steve tem um desafeto em comum: Thanos.

Separadamente e sem saber da intenção um do outro, Tony e Steve decidem

emboscar Thanos e colocar veneno em sua bebida.

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Ambos, em momento oportuno e de forma separada, colocam veneno na garrafa

de água de Thanos, que horas depois bebe e vem a falecer.

Na situação acima, veja que a conduta de ambos tinha o mesmo objetivo: o ho-

micídio. Ambos os agentes tinham a mesma intenção e praticaram atos que tinham

o condão de atingir o resultado desejado.

Entretanto, você se lembra dos quatro requisitos para a existência do concurso

de pessoas? Pois um deles era o chamado liame subjetivo, a unidade de desíg-

nios!

O agente delitivo tem que querer trabalhar em concurso com seu comparsa,

devem desejar participar do mesmo crime (atuar de forma conjunta). O que acon-

teceu no exemplo acima é o contrário: mera coincidência!

Não havia ajuste e tampouco conhecimento dos desígnios de cada um. Dessa

forma, não haverá concurso de pessoas e, sim, autoria colateral.

 Obs.: autoria colateral é aquela que ocorre quando duas ou mais pessoas, simul-

taneamente, contribuem para a produção de resultado criminoso de modo

INDEPENDENTE, sem atuarem de forma conjunta (não há liame subjetivo

entre os agentes).

Como já mencionamos, unidade de desígnios NÃO se confunde com ajuste prévio!

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É perfeitamente possível que, em uma determinada situação, dois agentes con-

tribuam para um mesmo delito sem ajuste prévio, mas COM unidade de de-

sígnios.

Por exemplo:

Brad decide agredir Tom, seu desafeto. Ao encontrá-lo andando pela rua, inicia as

agressões contra a vítima.

Acontece que, naquele momento, está passando pela rua a pessoa de Will, que

também não gosta de Tom. Ao ver que Brad está agredindo seu desafeto, Will parte

para a briga, com o objetivo de participar das agressões à pessoa de Tom.

Cabe informar que Wil, nunca antes havia visto Brad em sua vida. Apenas não gos-

tava de Tom.

Na situação acima, veja que Will e Brad sequer se conheciam. Não havia ajuste

prévio algum, mas ainda assim houve unidade de desígnios (ambos queriam par-

ticipar do mesmo delito). Dessa forma, está configurado o concurso de agentes,

nesse caso!

Aspectos Complementares

Até o momento nós já aprendemos o seguinte:

• o que é o concurso de pessoas;

• qual a diferença entre autor, coautor e partícipe;

• situações em que há e que não há concurso de pessoas;

• requisitos do concurso de pessoas;

• classificações e teorias sobre o concurso de pessoas.

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Com isso, todo o aspecto básico desse assunto já está apresentado, nos restan-

do apresentar alguns conceitos mais complexos, mas que não podem ser ignora-

dos. Vamos a eles!

Comunicabilidade de Condições Pessoais

Condições ou Circunstâncias Pessoais


§ 1º A punibilidade de qualquer dos concorrentes é independente da dos outros, de-
terminando-se segundo a sua própria culpabilidade. Não se comunicam, outrossim, as
condições ou circunstâncias de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.

Esse tópico é um pouco chato, porque é cheio de conceitos abstratos. Mas não

se preocupe, pois vamos trabalhar de forma gradual até chegar à compreensão

perfeita desse conceito.

Em primeiro lugar, para bem entender esse ponto, você precisa saber o que é

uma ELEMENTAR:

Elementares são os dados que integram o tipo penal.


Exemplo:
Art. 205 CPM: Matar alguém.

Sabendo disso, precisamos entender também o que são as circunstâncias do

ponto de vista penal.

Circunstâncias são outros dados relacionados ao crime, que não afetam o tipo

penal básico, mas que podem influenciar a pena cominada. Um bom exemplo está

no parágrafo 1º do crime de furto, previsto no Código Penal Comum:

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§ 1º – A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso no-


turno.

Agora que você sabe o que são elementares e o que são circunstâncias para fins

penais, podemos adentrar a questão da pessoalidade.

Tanto as elementares quanto as circunstâncias podem ou não ter caráter pes-

soal. Veja só:

Excelente! Já sabemos diferenciar circunstâncias, elementares e, também, como

entender se elas possuem caráter pessoal ou não. Podemos, enfim, tratar da cha-

mada comunicabilidade das elementares e circunstâncias!

Em outras palavras: Podemos entender quando é que as circunstâncias e ele-

mentares aplicáveis a um autor irão “passar” para os demais no concurso de pes-

soas!

A regra é a seguinte:

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Confuso, certo? Calma que com os exemplos tudo vai ficar mais fácil. Imagine

a seguinte situação:

Indivíduo pratica um homicídio sob domínio de violenta emoção, logo em seguida à

injusta provocação da vítima (homicídio privilegiado).

Nessa situação, se houver concurso de pessoas, a circunstância subjetiva do homi-

cídio privilegiado não vai se comunicar ao coautor / partícipe que não estava sob

domínio de violenta emoção.

Sabe por que essa circunstância pessoal não se comunica? Porque ela não é

uma elementar do crime (não faz parte do caput do art. 121, ou seja, não integra

o tipo penal de homicídio).

Entretanto, vejamos uma situação em que a circunstância pessoal é elementar

do crime (integra a descrição do tipo penal):

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Peculato
Art. 312 – Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo,
em proveito próprio ou alheio:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Agora sim! Aqui, temos uma circunstância pessoal (a qualidade de funcionário

público) que é uma elementar do crime (integra a descrição do art. 312).

Nessa situação, se o coautor ou partícipe de um delito de peculato não for

funcionário público, mas tiver ciência de que está em concurso de pessoas

com um funcionário público, responderá também pelo delito de peculato, pois

a circunstância de caráter pessoal irá se comunicar a ele!

Ainda nesse sentido, vejamos mais um exemplo extraído do Código Penal Co-

mum:
Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto
ou logo após:
Pena – detenção, de dois a seis anos.

No delito de infanticídio, o autor via de regra é a mãe da criança, que durante

o parto ou logo após tira a vida de seu próprio filho.

Entretanto, note que a circunstância pessoal (influência do estado puerperal)

também integra o tipo penal do art. 123. Dessa forma, suponha que a mãe peça

uma faca para um terceiro que está na sala, logo após o parto, e este terceiro a

auxilie fornecendo o objeto.

O terceiro responderá como partícipe do delito de infanticídio, pois a

circunstância de caráter pessoal irá se comunicar!

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E aqui, finalmente, compreendemos a regra aplicável ao CPM, que é semelhante

à regra contida no CP.

 Obs.: comunicabilidade de circunstâncias de caráter pessoal

 Se a circunstância é de caráter pessoal, não se comunicará (será em regra

INCOMUNICÁVEL), salvo se ELEMENTAR do tipo penal.

Impunibilidade da participação

Casos de impunibilidade
Art. 54. O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição em contrá-
rio, não são puníveis se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

Outra observação relevante – e relativamente simples – está na previsão do art.

54 do CPM que apresenta a chamada impunibilidade da participação.

Aquele que atua como partícipe, por força desse artigo, somente será punível

se o crime chegar ao menos a ser tentado.

Dessa forma, se um indivíduo sugere, instiga ou auxilia alguém na prática de

um crime, este só irá responder penalmente se a execução do delito ao menos se

iniciar.

Imagine a seguinte situação:

Mildred decide matar Bill, seu desafeto. Jason, amigo de Mildred, atua como partíci-

pe do delito, ao lhe incentivar a praticar a infração penal, bem como fornecendo-lhe

uma faca afiada para perpetrar a ação criminosa.

Mildred, no entanto, desiste do delito – não chegando sequer a iniciar sua execu-

ção.

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Em circunstâncias como as apresentadas acima, e tendo em vista que empres-

tar uma faca não constitui crime autônomo, Jason não poderá ser responsabilizado

penalmente por sua conduta de partícipe do delito de homicídio, haja vista que o

crime nunca entrou na esfera de execução!

Agravação, Atenuação e Cabeças

Para que possamos finalizar (e exaurir!) esse tema, falta falar sobre os parágra-

fos 2º, 3º, 4º e 5º do art. 53 do CPM, os quais merecem ser lidos na íntegra. Vamos

começar pelos casos de agravação de pena.

Agravação de pena
§ 2º A pena é agravada em relação ao agente que:
I – promove ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agen-
tes;
II – coage outrem à execução material do crime;
III – instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade, ou não
punível em virtude de condição ou qualidade pessoal;
IV – executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.

Em casos de coautoria e participação, temos quatro hipóteses em que a pena

do agente será aumentada, dependendo da forma com que este decide atuar na

prática delitiva.

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Já quanto às atenuantes, temos a seguinte previsão legal:

Atenuação de pena
§ 3º A pena é atenuada com relação ao agente, cuja participação no crime é de somenos
importância.

Participação de “somenos importância” é o jeito “chic” do legislador dizer que o

partícipe pouco fez na prática do crime (trata-se de uma participação menor, pouco

relevante).

Segundo a doutrina, essa atenuante é de aplicação OBRIGATÓRIA, devendo a pena

do indivíduo ser atenuada nesse caso.

Além disso, cabe informar que a doutrina considera essa atenuante uma EXCEÇÃO

à teoria MONISTA (que é a regra geral adotada no CPM).

Cabeças

Cabeças
§ 4º Na prática de crime de autoria coletiva necessária, reputam-se cabeças os
que dirigem, provocam, instigam ou excitam a ação.
§ 5º Quando o crime é cometido por inferiores e um ou mais oficiais, são estes
considerados cabeças, assim como os inferiores que exercem função de oficial.

Por fim, o último conceito que precisamos apresentar é o de cabeça, que nada

mais é do que aquele que tem o papel de direção, provocação da ação (basica-

mente estamos falando de liderança no âmbito criminal).

Esse conceito é especialmente importante no âmbito militar, pelo seguinte mo-

tivo:

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Oficiais, por força do princípio da hierarquia, sempre serão considerados cabe-

ças quando figurarem em concurso com praças na prática de um delito!

Por esse motivo, se um coronel é autuado criminalmente em concurso com um

sargento, por exemplo, independentemente de sua responsabilidade no deli-

to, será considerado CABEÇA nos termos do parágrafo 5º do CPM.

Tome nota

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RESUMO

Concurso de Agentes

Classificação Relevante dos Crimes

É necessário
NECESSÁRIO.

Teorias sobre o Concurso de Pessoas

haverá tantas infrações penais quanto

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Classificações quanto à Autoria

Autor

• O autor, nos termos do CPM, é aquele que realiza a figura típica.

Partícipe

• O partícipe é aquele que contribui para a realização do delito, mas cuja

ação se limite a instigar, induzir ou auxiliar o autor principal.

Espécies de Participação

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Coautoria

• Coautoria nada mais é do que a autoria praticada por dois ou mais indivíduos!

Autoria Mediata

• Autoria Mediata ou Indireta se dá quando o autor, com o domínio da vontade

de praticar o delito, utiliza-se de terceiro para realizar seu intento.

Requisitos do Concurso de Pessoas

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Autoria Colateral ou Acessória

• Autoria colateral é aquela que ocorre quando duas ou mais pessoas, simulta-

neamente, contribuem para a produção de resultado criminoso de modo IN-

DEPENDENTE, sem atuarem de forma conjunta (não há liame subjetivo entre

os agentes).

Comunicabilidade de Condições Pessoais

• Se a circunstância é de caráter pessoal, não se comunicará (será em regra

INCOMUNICÁVEL), salvo se ELEMENTAR do tipo penal.

Impunibilidade da Participação

• Aquele que atua como partícipe, por força do art. 54 CPM, somente será

punível se o crime chegar ao menos a ser tentado.

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Agravação

Atenuante

• A pena é atenuada com relação ao agente, cuja participação no crime é de

somenos importância.

Cabeças

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QUESTÕES DE CONCURSO

1. (CESPE/STM/JUIZ-AUDITOR/ADAPTADA) Com relação ao concurso de agentes,

o CPM adotou, como regra, a teoria dualista.

2. (CESPE/STM/JUIZ-AUDITOR/ADAPTADA) A participação não é possível nos cri-

mes de autoria coletiva necessária, como, por exemplo, o crime de rixa.

3. (CESPE/STM/ANALISTA JUDICIÁRIO) O CPM, ao estabelecer que aquele que, de

qualquer modo, concorrer para o crime incidirá nas penas a este cominadas, ado-

tou, em matéria de concurso de agentes, a teoria monista.

4. (CESPE/STM/ANALISTA JUDICIÁRIO) O CPM, ao adotar o princípio da participa-

ção de menor importância, estabeleceu uma exceção à teoria monista do concurso

de agentes.

5. (CESPE/TJDFT/JUIZ/ADAPTADA) No cálculo da pena de crimes militares em que

haja concurso de pessoas, as condições ou as circunstâncias de caráter pessoal dos

coautores serão consideradas apenas nos casos em que os agentes tenham cons-

ciência dessas condições ou circunstâncias.

6. (CESPE/TJDFT/JUIZ/ADAPTADA) O CPM tipifica como causa de aumento da pena

o fato de um agente dirigir as atividades dos demais agentes envolvidos no evento

delituoso.

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7. (CESPE/TJDFT/JUIZ/ADAPTADA) Se o crime for praticado com o concurso de

dois ou mais oficiais, a pena desses oficiais deverá ser aplicada em dobro.

8. (CESPE/TJDFT/JUIZ/ADAPTADA) Agente cuja participação no crime seja de me-

nor importância deve ser apenado na mesma proporção que os demais agentes

envolvidos no delito.

9. (CESPE/TJDFT/JUIZ/ADAPTADA) Se o crime for cometido por inferiores junta-

mente com um ou mais oficiais, estes, assim como os demais inferiores que esti-

verem exercendo função de oficial, serão considerados cabeças da ação delituosa.

10. (CESPE/TJDFT/JUIZ/ADAPTADA) Se o crime for cometido por inferiores junta-

mente com um ou mais oficiais, estes, assim como os demais inferiores que esti-

verem exercendo função de oficial, serão considerados cabeças da ação delituosa.

11. (CESPE/STM/ANALISTA JUDICIÁRIO) Considerando-se que, em relação ao con-

curso de agentes, o CPM possui disciplinamento singular, entendendo o “cabeça”

como o líder na prática de determinados crimes, é correto afirmar que, havendo

participação de oficiais em crime militar, ainda que de menor importância, para to-

dos os efeitos penais, eles devem ser considerados como “cabeças”.

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GABARITO

1. E

2. E

3. C

4. C

5. E

6. E

7. E

8. E

9. C

10. C

11. C

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GABARITO COMENTADO

1. (CESPE/STM/JUIZ-AUDITOR/ADAPTADA) Com relação ao concurso de agentes,

o CPM adotou, como regra, a teoria dualista.

Errado.

Na verdade, conforme estudamos, a regra adotada pelo CPM é a teoria MONISTA e

não dualista, como afirma a assertiva.

2. (CESPE/STM/JUIZ-AUDITOR/ADAPTADA) A participação não é possível nos cri-

mes de autoria coletiva necessária, como, por exemplo, o crime de rixa.

Errado.

Claro que é possível a participação nesses casos. Concurso necessário não obsta

que um indivíduo atue como autor e outro como partícipe!

3. (CESPE/STM/ANALISTA JUDICIÁRIO) O CPM, ao estabelecer que aquele que, de

qualquer modo, concorrer para o crime incidirá nas penas a este cominadas, ado-

tou, em matéria de concurso de agentes, a teoria monista.

Letra c.

Exatamente! A regra geral no CPM é a adoção da teoria monista. Simples assim!

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4. (CESPE/STM/ANALISTA JUDICIÁRIO) O CPM, ao adotar o princípio da participa-

ção de menor importância, estabeleceu uma exceção à teoria monista do concurso

de agentes.

Letra c.

Com certeza. Exatamente como apresentamos, a doutrina majoritária considera

que a participação de menor importância é uma exceção à teoria monista no âmbi-

to do concurso de agentes!

5. (CESPE/TJDFT/JUIZ/ADAPTADA) No cálculo da pena de crimes militares em que

haja concurso de pessoas, as condições ou as circunstâncias de caráter pessoal dos

coautores serão consideradas apenas nos casos em que os agentes tenham cons-

ciência dessas condições ou circunstâncias.

Letra e.

Vamos relembrar o que diz o art. 53, parágrafo 1º, CPM, em seu trecho final:

Art. 53, § 1º [...] “Não se comunicam, outrossim, as condições ou circunstâncias de


caráter pessoal, salvo quando elementares do crime”.

Conforme estudamos, o essencial não é APENAS que os agentes tenham ciência. É

necessário que as condições de caráter pessoal sejam ELEMENTARES do crime para

que a comunicabilidade seja possível.

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6. (CESPE/TJDFT/JUIZ/ADAPTADA) O CPM tipifica como causa de aumento da pena

o fato de um agente dirigir as atividades dos demais agentes envolvidos no evento

delituoso.

Letra e.

Pegadinha esperta e antiga do CESPE, mas que pode ser utilizada pelas mais diver-

sas bancas. Causa de aumento de pena é uma coisa, agravante é outra. O art. 53,

parágrafo 2º do CPM apresenta agravantes, dentre as quais está listada a hipótese

narrada na assertiva:

Art. 53, § 2º, I
§ 2º A pena é agravada em relação ao agente que:
I – promove ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agen-
tes;
II – coage outrem à execução material do crime;
III – instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade, ou não
punível em virtude de condição ou qualidade pessoal;
IV – executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.

7. (CESPE/TJDFT/JUIZ/ADAPTADA) Se o crime for praticado com o concurso de

dois ou mais oficiais, a pena desses oficiais deverá ser aplicada em dobro.

Letra e.

Questão maldosa, mas que vale a pena ser inserida para ressaltar a importância

da leitura do texto de lei, o qual, muitas vezes, basta para a resolução de algumas

questões.

§ 5º “Quando o crime é cometido por [...] um ou mais oficiais, são estes considerados
cabeças, assim como os inferiores que exercem função de oficial.

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Note que o referido artigo não fala da aplicação da pena em dobro, e fala apenas

em UM ou mais oficiais, não dois, como asseverou o examinador.

8. (CESPE/TJDFT/JUIZ/ADAPTADA) Agente cuja participação no crime seja de me-

nor importância deve ser apenado na mesma proporção que os demais agentes

envolvidos no delito.

Letra e.

Mais uma questão extraída diretamente do texto de lei. Vamos relembrar:

§ 3º A pena é atenuada com relação ao agente, cuja participação no crime é de somenos


importância”.

Veja, portanto, que não estamos diante da aplicação da mesma pena, mas, sim, de

uma pena ATENUADA, diferentemente do que afirma a questão em estudo.

9. (CESPE/TJDFT/JUIZ/ADAPTADA) Se o crime for cometido por inferiores junta-

mente com um ou mais oficiais, estes, assim como os demais inferiores que esti-

verem exercendo função de oficial, serão considerados cabeças da ação delituosa.

Letra c.

E de novo o examinador se baseou apenas no texto legal. Vejamos:

Art. 53, § 4º: Na prática de crime de autoria coletiva necessária, reputam-se cabeças


os que dirigem, provocam, instigam ou excitam a ação.
§ 5º Quando o crime é cometido por inferiores e um ou mais oficiais, são estes conside-
rados cabeças, assim como os inferiores que exercem função de oficial”.

Assertiva correta!

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10. (CESPE/TJDFT/JUIZ/ADAPTADA) Se o crime for cometido por inferiores junta-

mente com um ou mais oficiais, estes, assim como os demais inferiores que esti-

verem exercendo função de oficial, serão considerados cabeças da ação delituosa.

Letra c.

E de novo o examinador se baseou apenas no texto legal. Vejamos:

Art. 53, § 4º: Na prática de crime de autoria coletiva necessária, reputam-se cabeças


os que dirigem, provocam, instigam ou excitam a ação.
§ 5º Quando o crime é cometido por inferiores e um ou mais oficiais, são estes conside-
rados cabeças, assim como os inferiores que exercem função de oficial”.

Assertiva correta!

11. (CESPE/STM/ANALISTA JUDICIÁRIO) Considerando-se que, em relação ao con-

curso de agentes, o CPM possui disciplinamento singular, entendendo o “cabeça”

como o líder na prática de determinados crimes, é correto afirmar que, havendo

participação de oficiais em crime militar, ainda que de menor importância, para to-

dos os efeitos penais, eles devem ser considerados como “cabeças”.

Letra c.

Veja como os examinadores gostam desse tema sobre os “cabeças”, peculiar ao

Direito Penal Militar.

Como você já sabe, de fato, os oficiais, em razão da posição que ocupam na hie-

rarquia militar, são sempre considerados cabeças, mesmo em caso de participação

de menor importância.

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DIREITO PENAL
MILITAR
AÇÃO PENAL NO CPM E EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

Livro Eletrônico
DOUGLAS DE ARAÚJO VARGAS

Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, apro-


vado em 6º lugar no concurso realizado em
2013. Aprovado em vários concursos, como Po-
lícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agen-
te), PRF (Agente), Ministério da Integração,
Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado –
2012 e Oficial – 2017).

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Ação Penal no CPM e Extinção da Punibilidade
Prof. Douglas Vargas

SUMÁRIO
Ação Penal Militar no CPM.............................................................................5
1.1. Art. 121...............................................................................................5
1.2. Observações Finais................................................................................6
2. Extinção da Punibilidade no COM...............................................................7
2.1. Aspectos Iniciais...................................................................................7
2.2. Extinção da Punibilidade no COM.............................................................8
2.2.1. Morte do Agente.............................................................................. 10
2.2.2. Anistia e Indulto............................................................................... 11
2.2.3. Abolitio Criminis .............................................................................. 12
2.2.4. Reabilitação..................................................................................... 12
2.2.5. Ressarcimento do Dano (Peculato Culposo).......................................... 14
2.2.6. Perdão Judicial – Receptação Culposa.................................................. 15
2.2.7. Prescrição....................................................................................... 15
Resumo.................................................................................................... 19
Questões de Concurso................................................................................ 25
Gabarito................................................................................................... 28
Gabarito Comentado.................................................................................. 29

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DIREITO PENAL MILITAR
Ação Penal no CPM e Extinção da Punibilidade
Prof. Douglas Vargas

Introdução

Olá, querido(a) aluno(a)!

Na aula de hoje, analisaremos dois tópicos importantes do nosso edital:

• ação penal militar;

• extinção da punibilidade no CPM.

Será uma aula breve, mas de suma importância para a compreensão da disci-

plina como um todo.

Ademais, cabe relembrar que, como ocorre com toda a disciplina de Direito

Penal Militar, não há tantas questões sobre o tema. Inseri questões atualizadas e

pertinentes ao nosso estudo, mesmo que não sejam muitas.

Pode buscar seu café. O bicho vai pegar!

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Ação Penal Militar no CPM

Uma vez que um IPM é finalizado, este é encaminhado ao membro do Ministério

Público, para que este possa se manifestar sobre o fato em apuração (solicitando o

arquivamento ou oferecendo a denúncia).

Nesse raciocínio, quando a denúncia é oferecida (o MP entende que houve crime

e que existem indícios suficientes de autoria para que o investigado seja levado a

juízo), inicia-se a fase processual da persecução penal.

Esse é um tema delicado, pois é tratado em ambas as esferas do Direito Penal

Militar (Processual e Material). Felizmente, já estudamos separadamente (em nos-

sa aula de Direito Processual Penal Militar) os aspectos processuais da ação penal.

Na aula de hoje, portanto, resta apenas tratar dos aspectos da ação penal mili-

tar previstos no CPM (arts. 121 e 122).

1.1. Art. 121

Propositura da ação penal


Art. 121. A ação penal somente pode ser promovida por denúncia do Ministério Público
da Justiça Militar.

A premissa do art. 121 é bastante direta: apenas ao MPM compete a propositura

da ação penal militar. Por esse motivo, a doutrina nos ensina que a ação penal, na

esfera militar, é sempre pública.

No âmbito militar, a ação penal é sempre pública e, em regra, incondicionada.

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E é claro que se dizemos que ação penal é, em regra, incondicionada, existe

exceção. Vamos conhecê-la desde já:

Dependência de requisição
Art. 122. Nos crimes previstos nos arts. 136 a 141, a ação penal, quando o agente for
militar ou assemelhado, depende da requisição do Ministério Militar a que aquele estiver
subordinado; no caso do art. 141, quando o agente for civil e não houver coautor militar,
a requisição será do Ministério da Justiça.

Resumindo, nos crimes contra a segurança externa do país (arts. 136 a

141), e quando o autor é militar, será necessária requisição do Ministro da Defesa

(o Código é antigo e ainda fala em Ministério Militar) ou do Ministro da Justiça (ape-

nas no caso de autor civil e do art. 141 do CPM).

1.2. Observações Finais


O tema ação penal no CPM é muito breve (apenas dois artigos), haja vista que

a maior parte da normatização da ação penal está no CPPM, e não no CPM, como

já observamos.

De todo modo, cabe fazer as seguintes observações que já foram objeto de pro-

va anteriormente:

• qualquer pessoa pode provocar a iniciativa do MP em casos de crimes milita-

res. A chamada notícia-crime, portanto, pode ser recebida normalmente no

âmbito da persecução penal militar;

• em regra, os bens jurídicos protegidos pelo Direito Penal Militar são conside-

rados indisponíveis. É por esse motivo que não há previsão de ação penal

privada originária nem de ação penal pública condicionada à representação

do ofendido no COM;

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Lembre-se de que, no CPM, não há previsão de ação penal privada originária nem
de ação penal pública condicionada à representação do ofendido.
Já a ação penal privada subsidiária da pública é admitida.

• o posicionamento majoritário na doutrina e na jurisprudência é de que os dis-


positivos da Lei n. 9.099/1995 (Juizados Especiais) não se aplicam à esfera
penal militar.

2. Extinção da Punibilidade no COM

2.1. Aspectos Iniciais



O segundo tópico da aula de hoje são as causas extintivas da punibilidade, as-
sunto tratado entre os arts. 123 e 135 do CPM. Não preciso nem dizer, né? Leitura
absolutamente obrigatória.
Primeiramente, precisamos nos lembrar de um fluxo bastante básico na esfera
penal (seja ela militar ou comum):

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A compreensão desse tema não é tão simples, mas podemos pensar da seguinte

forma: o indivíduo pratica um delito, e surge ao Estado o direito de PUNIR. Esse

direito de punir refletirá em duas pretensões (punitiva e executória), a depender do

estágio em que o processo penal se encontrar.

De todo modo, em algumas situações, pode ser que o indivíduo tenha praticado

um crime, mas que o Estado seja impedido de lhe impor a sanção penal (o Estado

não poderá mais exercer seu direito de punir), seja ainda no estágio de pretensão

punitiva ou de pretensão executória.

Essas situações são as causas de extinção da punibilidade!

Basicamente:

• ocorre a execução do delito;

• o indivíduo, em regra, poderia ser punido;

• alguma situação prevista na lei faz com que o Estado abra mão de seu direito

de punir ou mesmo que este perca esse direito.

As situações em que o Estado não poderá exercer seu direito de punir devem estar

previstas EXPRESSAMENTE na lei.

2.2. Extinção da Punibilidade no COM

Quem já estudou Direito Penal sabe que o Código Penal comum possui seu rol

de causas extintivas da punibilidade. Nessa aula, peço que você não pense em tais

disposições, mas tão somente nas causas de extinção da punibilidade previstas no

CPM, haja vista que tal Código possui seu próprio artigo tratando sobre o assunto.

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Para começar, portanto, façamos a leitura da previsão legal contida no art. 123

do CPM:

Causas extintivas
Art. 123. Extingue-se a punibilidade:
I – pela morte do agente;
II – pela anistia ou indulto;
III – pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV – pela prescrição;
V – pela reabilitação;
VI – pelo ressarcimento do dano, no peculato culposo (art. 303, § 4º).
Parágrafo único. A extinção da punibilidade de crime, que é pressuposto, elemento
constitutivo ou circunstância agravante de outro, não se estende a este. Nos crimes
conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agra-
vação da pena resultante da conexão.

       

Além da previsão contida no art. 123, há ainda UMA previsão especial, no art.

255 do CPM, a saber:

Receptação culposa
Art. 255. Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela manifesta despro-
porção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se
obtida por meio criminoso:
Pena – detenção, até um ano.
Parágrafo único. Se o agente é primário e o valor da coisa não é superior a um
décimo do salário mínimo, o juiz pode deixar de aplicar a pena.

Lembre-se: a regra é que causas de extinção da punibilidade devem estar

previstas expressamente na lei.

Por fim, cabe fazer uma observação que já foi objeto de prova: a extinção da

punibilidade de um delito não impede a agravação da pena resultante de conexão,

quanto aos demais delitos.

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Em outras palavras: se um indivíduo pratica dois ou mais crimes conexos, de modo


que a conduta praticada causa a agravação da pena dos demais delitos, mesmo que
ocorra a extinção da punibilidade desse primeiro crime, ainda assim a pena se agravará.
É o que prevê o art. 123, parágrafo único, do CPM:

Parágrafo único. A extinção da punibilidade de crime, que é pressuposto, elemento


constitutivo ou circunstância agravante de outro, não se estende a este. Nos crimes
conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agra-
vação da pena resultante da conexão.


2.2.1. Morte do Agente

A primeira das causas de extinção da punibilidade previstas no CPM é a morte
do agente.
Essa é a causa mais fácil de entender, haja vista o princípio de intranscendência
da pena:

CF/1988, Art. 5º, XLV – Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da
lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patri-
mônio transferido.

Dessa forma, uma vez que ocorre o falecimento do agente delitivo, cessa a
aplicabilidade do direito de punir do Estado, face à sua morte. Torna-se, é claro,
necessário comprovar a ocorrência do óbito para que se reconheça essa causa
de extinção da punibilidade.

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2.2.2. Anistia e Indulto


A anistia nada mais é do que um “esquecimento jurídico de crimes” pelo Estado,

concedido pelo Congresso Nacional por meio de LEI (que deve ser sancionada pelo

Presidente da República), a qual possui efeitos retroativos.

Já o indulto é a extinção de uma pena imposta a um indivíduo, o qual é

concedido pelo Presidente da República por meio de DECRETO.

É importante comparar ambos os institutos quanto a alguns detalhes:

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Cuidado com pegadinhas afirmando que o homicídio qualificado ou estupro pre-

vistos no CPM não podem ser objeto da anistia. Tais delitos não integram o rol

taxativo da Lei n. 8.072/1990, de modo que podem ser SIM objeto de tais cau-

sas de extinção da punibilidade!

2.2.3. Abolitio Criminis


A abolitio criminis nada mais é do que a retroatividade de lei que não mais

considera o fato praticado como criminoso.

Esse instituto extingue a punibilidade do delito praticado, afastando todos os

efeitos penais da sentença penal condenatória, resistindo apenas os efeitos

civis.

É um dos institutos mais simples e, em regra, é cobrado em sua literalidade.

2.2.4. Reabilitação

A reabilitação é uma causa de extinção da punibilidade no COM, diferentemente

do que ocorre com a reabilitação prevista no Direito Penal Comum.

Vejamos, primeiramente, o que é a reabilitação, segundo o conceito apresenta-

do pelo próprio Superior Tribunal Militar:

A reabilitação criminal é um benefício previsto nos Códigos Penais comum (artigo 93) e
Militar (artigo 134), aplicável a qualquer sentença definitiva e assegura ao condenado o
sigilo dos registros sobre o seu processo e condenação.
Na prática, ela restitui ao condenado o direito a ter sua ficha de antecedentes criminais
“apagada” após o cumprimento de sua pena.

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No que se refere à reabilitação, é importante saber que existem prazos legais

para sua requisição e, em caso de negativa, para que tal instituto possa ser plei-

teado novamente. Esses prazos são objeto de prova, e merecem atenção especial:

Art. 134. A reabilitação alcança quaisquer penas impostas por sentença definitiva.
§ 1º A reabilitação poderá ser requerida decorridos cinco anos do dia em que for extin-
ta, de qualquer modo, a pena principal ou terminar a execução desta ou da medida de
segurança aplicada em substituição (art. 113), ou do dia em que terminar o prazo da
suspensão condicional da pena ou do livramento condicional, desde que o condenado:
a) tenha tido domicílio no País, no prazo acima referido;
b) tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom compor-
tamento público e privado;
c) tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre absoluta impossibilidade
de o fazer até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima
ou novação da dívida.

Prazo para renovação do pedido


§ 3º Negada a reabilitação, não pode ser novamente requerida senão após o decurso
de dois anos.
§ 4º Os prazos para o pedido de reabilitação serão contados em dobro no caso de cri-
minoso habitual ou por tendência.

Note ainda os requisitos de reconhecimento da reabilitação:

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Ademais, cabe ressaltar os casos em que a reabilitação não poderá ser con-

cedida, ou em que será revogada:

§ 2º A reabilitação não pode ser concedida:


a) em favor dos que foram reconhecidos perigosos, salvo prova cabal em contrário;
b) em relação aos atingidos pelas penas acessórias do art. 98, inciso VII, se o crime for
de natureza sexual em detrimento de filho, tutelado ou curatelado.
Revogação
§ 5º A reabilitação será revogada de ofício, ou a requerimento do Ministério Público,
se a pessoa reabilitada for condenada, por decisão definitiva, ao cumprimento de pena
privativa da liberdade.

       

Merecem destaque as disposições sobre os antecedentes criminais:

Cancelamento do registro de condenações penais


Art. 135. Declarada a reabilitação, serão cancelados, mediante averbação, os antece-
dentes criminais.
Sigilo sobre antecedentes criminais
Parágrafo único. Concedida a reabilitação, o registro oficial de condenações penais não
pode ser comunicado senão à autoridade policial ou judiciária, ou ao representante do
Ministério Público, para instrução de processo penal que venha a ser instaurado contra
o reabilitado.

2.2.5. Ressarcimento do Dano (Peculato Culposo)


Há uma causa específica de extinção da punibilidade para o delito de peculato

culposo, nos termos do art. 303, § 4º, do CPM:

Extinção ou minoração da pena


§ 4º No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede a sentença irre-
corrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

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Muito cuidado, pois o Código Penal possui uma causa de extinção de punibilidade

idêntica a essa, prevista ao crime de peculato culposo comum (art. 312, § 3º, Có-

digo Penal).

2.2.6. Perdão Judicial – Receptação Culposa


Conforme já observamos, há ainda a possibilidade de extinção da punibili-

dade nos casos do delito de receptação culposa. Tal previsão se dá por meio do

perdão judicial, e encontra guarida no art. 255, parágrafo único, a saber:

Receptação culposa
Art. 255. Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela manifesta despro-
porção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se
obtida por meio criminoso:
Pena – detenção, até um ano.
Parágrafo único. Se o agente é primário e o valor da coisa não é superior a um décimo
do salário mínimo, o juiz pode deixar de aplicar a pena.

2.2.7. Prescrição

A prescrição é uma causa de extinção de punibilidade peculiar e bastante es-

pecial, pois trata da perda da pretensão punitiva do Estado em razão do não

exercício no prazo fixado pela lei.

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Em outras palavras: o Estado demorou demais, e não pode mais realizar a per-

secução penal para punir o indivíduo que praticou um delito.

A existência da prescrição é importante, pois o estado das coisas e das pessoas

muda bastante no decorrer do tempo, o que afeta a eficácia e a razão de ser da

própria punição estatal.

Exemplo: imagine um indivíduo que pratica um delito de ameaça. Se não hou-

vesse a prescrição, poderia ocorrer uma situação esdrúxula, como uma punição

cominada 50 anos depois, quando o autor e a então vítima já fizeram as pazes e se

tornaram amigos de longa data.

É claro que os prazos prescricionais são variáveis, sendo que, em regra, quanto

maior a gravidade da conduta, mais demora para que ocorra a prescrição

do delito, sendo que a Constituição Federal determina que alguns delitos são im-

prescritíveis.

Este não é um tema tão recorrente em provas, de modo que não vamos fazer

um estudo aprofundado, mas tão somente algumas esquematizações dos pontos

mais importantes. Vamos a elas.

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Cálculo de Prescrição da Pena em Abstrato

Quando ainda não há sentença condenatória (e uma pena concreta cominada

pelo juiz), há que se utilizar a pena abstrata cominada ao delito, e verificar a pres-

crição de acordo com o art. 125 do CPM:

PENA MÁXIMA COMINADA PRAZO PRESCRICIONAL


< 1 Ano 2 anos
>= 1 ano até 2 anos 4 anos
> 2 anos e até 4 anos 8 anos
> 4 anos e até 8 anos 12 anos
> 8 anos e até 12 anos 16 anos
> 12 anos 20 anos
Pena de morte 30 anos

Causas Interruptivas e Suspensivas do Prazo Prescricional

Para finalizar, devemos apresentar as chamadas causas interruptivas e sus-


pensivas do prazo prescricional, segundo o CPM. Vejamos quais são elas:

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Concluindo... Na aula de hoje, estudamos a ação penal, sob o prisma do CPM,

bem como as causas de extinção da punibilidade.

Como você verá em nossa lista de exercícios, selecionei questões anteriores de

diversas bancas, haja vista que estamos estudando temas pouco cobrados. É co-

mum que examinadores de diversas organizadoras tentem se inspirar em questões

passadas para evitar recursos e surpresas no gabarito.

Uma última recomendação, como sempre faço: leia o texto de lei diversas

vezes (arts. 121 a 135), pois nos casos em que o examinador inovar, a maior

parte das questões virá do texto de lei!

E vamos revisar!

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RESUMO

Ação penal:

Propositura da ação penal


Art. 121. A ação penal somente pode ser promovida por denúncia do Ministério Público
da Justiça Militar.

No âmbito militar, a ação penal é sempre pública e, em regra, incondicionada.

Dependência de requisição
Art. 122. Nos crimes previstos nos arts. 136 a 141, a ação penal, quando o agente for
militar ou assemelhado, depende da requisição do Ministério Militar a que aquele estiver
subordinado; no caso do art. 141, quando o agente for civil e não houver coautor militar,
a requisição será do Ministério da Justiça.

Lembre-se de que, no COM, não há previsão de ação penal privada originária


nem de ação penal pública condicionada à representação do ofendido.
Já a ação penal privada subsidiária da pública é admitida.
Extinção da punibilidade no COM/pretensão punitiva:

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Regra geral:

• ocorre a execução do delito;

• o indivíduo, em regra, poderia ser punido;

• alguma situação prevista na Lei faz com que o Estado abra mão de seu di-

reito de punir ou mesmo que este perca esse direito.

As situações em que o Estado não poderá exercer seu direito de punir devem estar

previstas expressamente na lei.

Causas:

Causas extintivas
Art. 123. Extingue-se a punibilidade:
I – pela morte do agente;
II – pela anistia ou indulto;
III – pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV – pela prescrição;
V – pela reabilitação;
VI – pelo ressarcimento do dano, no peculato culposo (art. 303, § 4º).

Causa especial:

Receptação culposa
Art. 255. Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela manifesta despro-
porção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se
obtida por meio criminoso:
Pena – detenção, até um ano.
Parágrafo único. Se o agente é primário e o valor da coisa não é superior a um
décimo do salário mínimo, o juiz pode deixar de aplicar a pena.

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A regra é que causas de extinção da punibilidade devem estar previstas expres-

samente na lei.

A extinção da punibilidade de um delito não impede a agravação da pena resul-

tante de conexão, quanto aos demais delitos.

Causas em espécie:

• morte do agente:

Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o


dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos su-
cessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.

• anistia e indulto:

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• abolitio criminis: a abolitio criminis nada mais é do que a retroatividade de

lei que não mais considera o fato praticado como criminoso;

• reabilitação: a reabilitação criminal é um benefício previsto nos Códigos

Penais Comum (art. 93) e Militar (art. 134), aplicável a qualquer sentença

definitiva. Assegura ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu pro-

cesso e condenação. Na prática, restitui ao condenado o direito a ter sua

ficha de antecedentes criminais “apagada” após o cumprimento de sua

pena;

• requisitos da reabilitação:

• ressarcimento do dano (peculato culposo):

Extinção ou minoração da pena


§ 4º No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede a sentença
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena
imposta.

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• perdão judicial – receptação culposa:

Receptação culposa
Art. 255. Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela manifesta despro-
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obtida por meio criminoso:
Pena – detenção, até um ano.
Parágrafo único. Se o agente é primário e o valor da coisa não é superior a um
décimo do salário mínimo, o juiz pode deixar de aplicar a pena.

• prescrição: a prescrição é uma causa de extinção de punibilidade peculiar

e bastante especial, pois trata da perda da pretensão punitiva do Estado

em razão do não exercício no prazo fixado pela lei.

Cálculo de prescrição da pena em abstrato:

PENA MÁXIMA COMINADA PRAZO PRESCRICIONAL


< 1 Ano 2 anos
>= 1 ano até 2 anos 4 anos
> 2 anos e até 4 anos 8 anos
> 4 anos e até 8 anos 12 anos
> 8 anos e até 12 anos 16 anos
> 12 anos 20 anos
Pena de morte 30 anos

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DIREITO PENAL MILITAR
Ação Penal no CPM e Extinção da Punibilidade
Prof. Douglas Vargas

• causas interruptivas e suspensivas da prescrição:

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QUESTÕES DE CONCURSO

1. (CESPE/MPE-ES/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Nas infrações penais conexas, espe-

cificamente em relação aos crimes militares próprios, a declaração de extinção da

punibilidade de um dos delitos impede que este agrave a pena resultante dos de-

mais delitos da conexão.

2. . (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO) O prazo para requerer a reabilitação, após

o cumprimento ou a extinção da pena, é idêntico no processo penal comum e no

processo penal militar.

3. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO) No peculato culposo, a reparação do dano,

antes da sentença irrecorrível, acarreta a extinção da punibilidade do agente, tanto

no CP quanto no CPM.

4. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO) A prescrição da ação penal dos crimes aos

quais é cominada a pena de morte se dá em vinte anos, segundo o CPM.

5. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO) No processo penal militar, efetivada a citação

por edital, não comparecendo o réu e nem constituindo advogado, ficarão sus-

pensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a

produção antecipada de provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar a

prisão preventiva.

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6. (CESPE/STM/ANALISTA JUDICIÁRIO) A extinção da punibilidade se dá, entre

outras causas, pela prescrição, a qual, no curso da ação penal, é interrompida

pela instauração do processo, pela sentença condenatória recorrível e pela prá-

tica de outro crime pelo acusado.

7. (CESPE/STM/ANALISTA JUDICIÁRIO) No sistema penal militar, a ação penal

deve ser, via de regra, pública incondicionada, salvo em relação a determinados

crimes, previstos de forma expressa e excepcional, que impõem a observância

da requisição ministerial; admite-se, ainda, a ação penal privada subsidiária da

pública.

8. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO) Considere que um tenente, estando em

serviço, em área fora da administração militar, tenha constrangido uma mulher

à prática de conjunção carnal, mediante grave ameaça, e por isso tenha sido

preso em flagrante e denunciado pela prática do crime previsto no art. 232 do

CPM (estupro). Considere ainda que, durante o processo, tenha sido juntada

aos autos certidão de casamento do referido tenente com a vítima, fato ocor-

rido após o dia do delito. Em face dessas considerações e com base no CPM, é

correto afirmar que a ação penal militar será pública e condicionada à repre-

sentação da vítima.

9. (CESPE/MPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA) No sistema penal castrense, a ação

penal é, em qualquer hipótese, pública e incondicionada, conforme expressa

previsão contida no CPM.

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10. (CESPE/STM/ANALISTA JUDICIÁRIO) Nos crimes militares, a ação penal é, em

regra, pública, condicionada ou incondicionada e promovida pelo Ministério Público

Militar; excepcionalmente, é privada, promovida pelo ofendido, quando a lei assim

dispuser.

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GABARITO

1. E

2. E

3. C

4. E

5. E

6. E

7. C

8. E

9. E

10. E

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GABARITO COMENTADO

1. (CESPE/MPE-ES/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Nas infrações penais conexas, espe-

cificamente em relação aos crimes militares próprios, a declaração de extinção da

punibilidade de um dos delitos impede que este agrave a pena resultante dos de-

mais delitos da conexão.

Errado.

Conforme estudamos, o art. 123, parágrafo único, do CPM, prevê que mesmo a ex-

tinção da punibilidade de tais delitos não impede o agravamento da pena nos casos

de conexão.

2. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO) O prazo para requerer a reabilitação, após

o cumprimento ou a extinção da pena, é idêntico no processo penal comum e no

processo penal militar.

Errado.

Questão maldosa, que extrapola nosso estudo do Direito Penal Militar e cobra tam-

bém o conhecimento do instituto no Direito Penal Comum.

O prazo no CPM, conforme estudamos, é de cinco anos em caso de extinção da

pena, mas de apenas dois anos no Código Penal Comum.

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3. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO) No peculato culposo, a reparação do dano,

antes da sentença irrecorrível, acarreta a extinção da punibilidade do agente, tanto

no CP quanto no CPM.

Certo.

Exatamente! Conforme estudamos, a previsão especial de extinção da punibilidade

para o crime de peculato culposo existe tanto no CPM (art. 303, § 4º) quanto no CP

(art. 312, § 3º).

4. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO) A prescrição da ação penal dos crimes aos

quais é cominada a pena de morte se dá em vinte anos, segundo o CPM.

Errado.

Maldade do examinador em cobrar prazos prescricionais, mas pode acontecer. Con-

forme estudamos, para os casos de pena de morte, a prescrição se dá em 30 anos,

e não 20.

5. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO) No processo penal militar, efetivada a citação

por edital, não comparecendo o réu e nem constituindo advogado, ficarão sus-

pensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a

produção antecipada de provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar a

prisão preventiva.

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Errado.

Na verdade, não há essa previsão de causa suspensiva no CPM, e o entendimento

atual é de que não se pode aplicar a previsão do art. 366 do Código de Processo

Penal Comum à esfera castrense.

Dessa forma, a assertiva está incorreta ao afirmar que ocorre tal suspensão de

prazo prescricional em caso de crimes militares!

6. (CESPE/STM/ANALISTA JUDICIÁRIO) A extinção da punibilidade se dá, entre

outras causas, pela prescrição, a qual, no curso da ação penal, é interrompida pela

instauração do processo, pela sentença condenatória recorrível e pela prática de

outro crime pelo acusado.

Errado.

Na verdade, a prática de outro crime pelo acusado não integra o rol de causas de

interrupção da prescrição, como afirma a assertiva.

7. (CESPE/STM/ANALISTA JUDICIÁRIO) No sistema penal militar, a ação penal deve

ser, via de regra, pública incondicionada, salvo em relação a determinados crimes,

previstos de forma expressa e excepcional, que impõem a observância da requisi-

ção ministerial; admite-se, ainda, a ação penal privada subsidiária da pública.

Certo.

Exatamente! O examinador falou muito para deixá-lo(a) inseguro, mas veja que

todas as afirmações estão alinhadas com o que estudamos.

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8. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO) Considere que um tenente, estando em ser-

viço, em área fora da administração militar, tenha constrangido uma mulher à prá-

tica de conjunção carnal, mediante grave ameaça, e por isso tenha sido preso em

flagrante e denunciado pela prática do crime previsto no art. 232 do CPM (estupro).

Considere ainda que, durante o processo, tenha sido juntada aos autos certidão de

casamento do referido tenente com a vítima, fato ocorrido após o dia do delito. Em

face dessas considerações e com base no CPM, é correto afirmar que a ação penal

militar será pública e condicionada à representação da vítima.

Errado.

O examinador se estendeu bastante para tentar confundi-lo(a), mas a questão é

relativamente simples: devido à natureza dos bens jurídicos tutelados no Direito

Penal Militar, não há previsão de ação penal pública condicionada à representação

do ofendido.

No caso em tela, portanto, independentemente dos fatores narrados, não há que se

falar em modificação na natureza da ação penal, que permanecerá pública incondi-

cionada nos termos do CPM.

9. (CESPE/MPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA) No sistema penal castrense, a ação penal

é, em qualquer hipótese, pública e incondicionada, conforme expressa previsão

contida no CPM.

Errado.

Essa foi fácil, né? Fala sério. Conforme estudamos, a regra realmente é a ação

penal pública incondicionada, mas existem sim outras modalidades de ação penal

prevista no CPM.

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10. (CESPE/STM/ANALISTA JUDICIÁRIO) Nos crimes militares, a ação penal é, em

regra, pública, condicionada ou incondicionada e promovida pelo Ministério Público

Militar; excepcionalmente, é privada, promovida pelo ofendido, quando a lei assim

dispuser.

Errado.

Questão errada e duplamente errada. Em primeiro lugar, não existe ação penal

pública condicionada no âmbito do Direito Penal Militar. Além disso, não há previ-

são de ação privada no âmbito penal militar, salvo no caso de ação penal privada

subsidiária da pública.

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