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MILITAR
Crimes contra o Serviço Militar e o Dever
Militar
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO PENAL MILITAR
Crimes contra o Serviço Militar e o Dever Militar
Sumário
Douglas Vargas
Introdução......................................................................................................................................... 4
1. Capítulo I - Da Insubmissão....................................................................................................... 4
1.1. Art. 183: Insubmissão. . .............................................................................................................. 4
1.2. Criação ou Simulação de Incapacidade Física.................................................................... 7
1.3. Substituição de Convocado.. ................................................................................................... 7
1.4. Favorecimento a Convocado.................................................................................................. 8
2. Capítulo II - Da Deserção.. .......................................................................................................... 8
2.1. Deserção..................................................................................................................................... 8
2.2. Casos Assimilados.. ................................................................................................................ 10
2.3. Atenuantes e Agravantes...................................................................................................... 11
2.4. Deserção Especial...................................................................................................................12
2.5. Concerto para Deserção.. .......................................................................................................13
2.6. Deserção por Evasão ou Fuga.. ............................................................................................ 14
2.7. Favorecimento a Desertor.....................................................................................................15
2.8. Omissão de Oficial.. .................................................................................................................15
3. Capítulo III - Do Abandono de Posto e de Outros Crimes em Serviço.. ............................16
3.1. Abandono de Posto..................................................................................................................16
3.2. Descumprimento de Missão.................................................................................................16
3.3. Retenção Indevida. . ................................................................................................................. 17
3.4. Omissão de Eficiência da Força.. ......................................................................................... 18
3.5. Omissão de Providências para Evitar Danos. . ...................................................................19
3.6. Omissão de Providências para Salvar Comandados. . ..................................................... 20
3.7. Omissão de Socorro.. ...............................................................................................................21
3.8. Embriaguez em Serviço.. ........................................................................................................21
3.9. Dormir em Serviço. . ................................................................................................................ 22
4. Capítulo IV - Do Exercício de Comércio. . ............................................................................... 23
4.1. Exercício de Comércio por Oficial........................................................................................ 23
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5. Mini “Gran-Legis”....................................................................................................................... 24
5.1. Integralidade do Texto Legal para Leitura e Revisão...................................................... 24
Resumo............................................................................................................................................. 29
Questões de Concurso.................................................................................................................. 39
Gabarito............................................................................................................................................44
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Crimes contra o Serviço Militar e o Dever Militar
Douglas Vargas
Introdução
Saudações, futuro(a) servidor(a)!!
Nessa aula, iremos estudar os crimes contra o serviço militar e o dever militar, previstos
no Título III do Código Penal Militar.
Nesse momento, uma orientação se faz muito importante: estamos ingressando numa par-
te muito menos “palatável” de nosso curso. Isso não ocorre por maldade do seu professor, mas
apenas por dois motivos:
• estamos diante de crimes que possuem muito menos jurisprudência, bibliografia e
questões anteriores, diferentemente do que ocorre com os crimes previstos no Direito
Penal comum;
• historicamente, as bancas examinadoras elaboram questões que usualmente se limi-
tam tão somente à literalidade do CPM.
Nesse ponto, infelizmente estudar o Código Penal Militar é mais maçante e “mecânico” do
que estudar o Código Penal comum. No entanto, faremos o possível para apresentar os crimes
de uma forma eficiente, objetiva, e tão didática quanto possível.
Dito isso, espero que compreendam a diferença de tom entre a aula que está em suas mãos
e as demais aulas do curso. Lembrando sempre que nosso objetivo principal sempre será o de
apresentar o conteúdo da forma mais eficaz para fins de resolução de questões, ainda que isso
signifique uma abordagem mais literal da disciplina.
Bons estudos!
Prof. Douglas.
1. Capítulo I - Da Insubmissão
1.1. Art. 183: Insubmissão
Insubmissão
Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do prazo que lhe foi marcado,
ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato oficial de incorporação:
Pena – impedimento, de três meses a um ano.
Caso assimilado
§ 1º Na mesma pena incorre quem, dispensado temporariamente da incorporação, deixa de se apre-
sentar, decorrido o prazo de licenciamento.
Diminuição da pena
§ 2º A pena é diminuída de um terço:
a) pela ignorância ou a errada compreensão dos atos da convocação militar, quando escusáveis;
b) pela apresentação voluntária dentro do prazo de um ano, contado do último dia marcado para a
apresentação.
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Insubmissão
Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do prazo que lhe foi marcado,
ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato oficial de incorporação:
Pena – impedimento, de três meses a um ano.
É sabido que em nosso país é dever do jovem, ao completar 18 anos, se alistar e se colocar
à disposição para servir às forças armadas quando atingir os 19 anos. Nesse sentido, aquele
que, não dispensado do serviço obrigatório, deixar de apresentar-se (conduta omissiva) ou
se apresentar, mas se ausentar antes da incorporação (conduta comissiva), incidirá no crime
em estudo.
Lembre-se de que a Justiça Militar da União possui competência para julgar civis.
O exemplo da primeira hipótese que nos é apresentado pela doutrina está no trabalhador
rural que não tem instrução e desconhece a obrigação referente ao serviço militar.
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Fique atento(a) ainda ao enunciado da seguinte Súmula do STM, a qual esclarece análise
específica sobre situação em que o conscrito (aquele que foi convocado ao serviço militar
obrigatório) toma ciência, de maneira inequívoca, do local e data de sua apresentação para
incorporação:
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Exatamente. Conforme sempre deixamos claro ao longo de nossas aulas, boa parte das ques-
tões sobre os crimes militares se limitará a identificar qual o tipo penal praticado, sem adicio-
nar muito sobre o tema.
Certo.
Outro delito interessante, o art. 184 do CPM prevê a conduta daquele que cria ou simula
incapacidade física que o inabilite para o serviço militar.
Segundo a doutrina, trata-se de crime cujo sujeito ativo é o civil, o qual pratica a conduta
para inabilitar-se ao serviço militar.
Note que é irrelevante, diante do bem jurídico tutelado pela norma, se a incapacidade é real
ou fictícia, pois o que o agente busca é evitar o cumprimento de seu dever de serviço.
É preciso tomar cuidado para não interpretar o delito no sentido de que há a punição da
autolesão de forma autônoma, mas de uma modalidade de autolesão (se o crime for praticado
com a efetiva criação da incapacidade) que é punível por prejudicar terceiro.
O delito é doloso, eivado de dolo específico (na figura da intenção de evitar o serviço militar).
Mais um crime militar cujo sujeito ativo é o civil, o art. 185 também tem como objetivo bási-
co do indivíduo em se esquivar do serviço militar, substituindo-se por terceiro na apresentação
ou no ato de inspeção de saúde.
Segundo a doutrina, mesmo que o indivíduo envie um terceiro em seu lugar para a inspe-
ção médica, e este seja aprovado na referida inspeção, o delito não deixará de se configurar (o
crime é formal).
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Cabe ressaltar que o delito admite apenas a forma dolosa, e que também segundo a doutri-
na, a previsão do parágrafo único é desnecessária, pois o art. 53 do CPM já garante a respon-
sabilização do terceiro que participa da prática do crime.1
O delito de favorecimento a convocado tem como sujeito ativo qualquer indivíduo que pra-
tique as condutas previstas no tipo penal.
O foco da referida tipificação está em alcançar aquele que presta auxílio ao convocado
para que este consiga se subtrair de sua obrigação.
É preciso ressaltar dois pontos importantes previstos na bibliografia sobre o tema:
• a palavra “asilo” tem um sentido muito pesado – segundo a doutrina, asilo guarda rela-
ção com perseguição injusta, sendo que nesse caso, não há nenhuma;
• a figura típica cria um tipo específico para aquele que auxilia. Se o delito não constasse
no Código Penal Militar, a referida pessoa incorreria, em tese, como partícipe do delito
de insubmissão (teoria monista).
Por fim, é preciso apontar para a existência de escusa absolutória específica para o art.
186, concedendo imunidade absoluta para o favorecedor que é ascendente, descendente, côn-
juge ou irmão do convocado que está tentando obstar sua incorporação.
2. Capítulo II - Da Deserção
2.1. Deserção
Deserção
Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar em que deve per-
manecer, por mais de oito dias:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos; se oficial, a pena é agravada.
Casos assimilados
Art. 188. Na mesma pena incorre o militar que:
I – não se apresenta no lugar designado, dentro de oito dias, findo o prazo de trânsito ou férias;
1
NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Militar Comentado. 2019, p. 294.
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II – deixa de se apresentar a autoridade competente, dentro do prazo de oito dias, contados daquele
em que termina ou é cassada a licença ou agregação ou em que é declarado o estado de sítio ou
de guerra;
III – tendo cumprido a pena, deixa de se apresentar, dentro do prazo de oito dias;
IV – consegue exclusão do serviço ativo ou situação de inatividade, criando ou simulando incapa-
cidade.
Art. 189. Nos crimes dos arts. 187 e 188, ns. I, II e III:
Atenuante especial
I – se o agente se apresenta voluntariamente dentro em oito dias após a consumação do crime, a
pena é diminuída de metade; e de um terço, se de mais de oito dias e até sessenta;
Agravante especial
II – se a deserção ocorre em unidade estacionada em fronteira ou país estrangeiro, a pena é agra-
vada de um terço.
Deserção
Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar em que deve per-
manecer, por mais de oito dias:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos; se oficial, a pena é agravada.
Estamos diante de delito que não admite a tentativa, classificado como condicionado pela
doutrina. Em outras palavras: ou por bem ocorre o decurso do prazo (oito dias) e o delito se
consuma, ou não ocorre, e a conduta se torna um irrelevante penal.
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O STM entende que não é possível aplicar a Lei n. 9.099/1995 ao delito em estudo.
Ademais, cabe ressaltar que o delito possui apenas a forma dolosa, e que caso o agente
seja oficial, sua deserção será considerada mais grave, como prevê a parte final do preceito
secundário do delito.
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É muito comum que o examinador tente te confundir misturando os nomes dos crimes e afir-
mando que uma conduta ilícita, na verdade, é outra conduta. No caso em tela, no entanto,
a esperança do examinador está em induzir em erro o candidato que se lembra do art. 187
(deserção) mas não se lembra das condutas equiparadas do art. 188, as quais também serão
rotuladas como deserção.
Certo.
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§ 2º-A. Se superior a oito dias: (Incluído pela Lei n. 9.764, de 18.12.1998)
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Aumento de pena
§ 3º A pena é aumentada de um terço, se se tratar de sargento, subtenente ou suboficial, e de meta-
de, se oficial. (Redação dada pela Lei n. 9.764, de 18.12.1998)
O delito em estudo é crime praticado por militar, o qual, no caso concreto, não abandona o
serviço militar em si, mas o seu posto.
Para a doutrina, é crime permanente, que possui forma omissiva e, portanto, não admite a
tentativa. Possui, assim como o delito anterior, apenas a forma dolosa.
Cabe apontar, ainda, para a gradação das penas quão maior é o prazo decorrido:
Por fim, é necessário salientar que se aumenta a pena de 1/3 caso o autor da conduta seja
sargento subtenente ou suboficial, e de 1/2 se for oficial.
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O concerto para deserção, segundo a doutrina, consiste na punição dos atos preparatórios
do crime deserção, envolvendo por tanto a combinação ou ajuste de militares para a execução
da deserção propriamente dita.
Nesse sentido, é importantíssimo ressaltar a previsão da bibliografia de que o crime é plu-
rissubjetivo, exigindo dois ou mais militares para sua configuração.
O delito não admite forma culposa.
Uma última curiosidade está nos incisos I e II. Se a deserção não chega a consumar-se, a
pena é mais branda (detenção de três meses a um ano).
Por outro lado, a consumação da deserção resulta em forma qualificada do delito, notavel-
mente mais gravosa (reclusão de dois a quatro anos).
Vejamos como o assunto já foi cobrado anteriormente:
Como sempre observamos, a maioria das questões ou itens de questões múltipla escolha
se subsume tão somente ao conhecimento da existência do delito e do texto legal. Aqui o
examinador testa, de forma direta, se o candidato conhece a existência do tipo penal do art.
191 do CPM.
Errado.
O art. 192 prevê a conduta de sujeito ativo militar, o qual está sendo escoltado, se encontra
em recinto de detenção ou prisão ou acabou de praticar um crime e foge para evitar a prisão,
permanecendo ausente por mais de oito dias.
Parte da doutrina defende o tipo penal não tenha sido recepcionado pela Constituição Fe-
deral em razão da presunção de inocência e do direito ao silêncio, dentre outras justificativas,
no entanto, é entendimento que dificilmente será objeto de provas de concursos. Cabe ressal-
tar que, em sede de Direito Penal Militar, o texto legal é o campeão absoluto em questões.
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Eis que nos deparamos com crime cujo sujeito ativo pode ser qualquer pessoa que favore-
ça o desertor. Segundo a doutrina, a utilização da expressão asilo é um pouco exagerada, haja
vista que o termo asilo pressupõe uma perseguição injusta que não se consubstancia quando
o delito é praticado.2
De todo modo, o delito se configura quando o indivíduo concede abrigo ou proteção (dar
asilo), toma em serviço ou proporciona ou facilita o transporte ou meio de ocultação ao deser-
tor, sabendo ou ao menos possuindo razão para saber que este último cometeu qualquer dos
crimes previstos no capítulo em estudo.
Por fim, é preciso apontar para a existência de escusa absolutória específica para o art.
193, semelhante àquela prevista no art. 186 do CPM, concedendo imunidade absoluta para o
favorecedor que é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do convocado que está tentan-
do obstar sua incorporação.
Crime específico do oficial (e não de qualquer militar), a conduta do art. 194 é omissiva,
posto que o oficial deve zelar pela disciplina e seus subordinados.
Assim, aquele que deixa de proceder deixa de tomar as providências contra o desertor, uma
vez que saiba ou que tenha o dever de saber que este se encontra entre seus subordinados.
2
NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Militar Comentado. 2019, p. 302.
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O abandono de posto ocorre quando qualquer militar, sem a devida ordem superior, aban-
dona o posto ou local de serviço que lhe foi designado, ou abandona o serviço que lhe era
cabível antes do término.
Estamos de norma que, assim como outras em estudo neste capítulo, exterioriza o rigor
da disciplina militar, ao criminalizar uma conduta que, no âmbito de outras instituições, seria
punida com a utilização de outros tipos de sanções fora da seara penal.
É interessante notar ainda que a ordem legal de superior está muito mais relacionada com
a ilicitude do que com a tipicidade propriamente dita, mas que em razão da postura do legisla-
dor, passou a se integrar no próprio tipo formal. Assim, se o militar abandona o posto ou o lugar
de serviço por ordem superior, sua conduta consistirá em fato atípico por falta do elemento
normativo.
Resta ainda observar que o delito é classificado pela doutrina como formal, consumando-
-se com o mero abandono, ainda que sem alguma outra consequência no mundo naturalístico.
Também segundo a doutrina, o delito não admite a tentativa.
Outro crime cujo sujeito ativo é o militar, estamos diante de tipo penal adequadamente
classificado pela bibliografia como muito aberto. Sabemos que o Direito Penal (tanto o comum
quanto o militar) deve ser regido pela taxatividade. Tipos penais não devem ser abertos e
deixar dúvidas em sua interpretação, diferentemente do que ocorre com o art. 196, ao definir
como crime a conduta de “deixar de desempenhar a missão”.
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É bastante difícil, nessa forma, definir estritamente qual é a conduta que resulta no des-
cumprimento da missão. É por esse motivo que parte da doutrina entende que este é outro
delito que não teria sido recepcionado pela CF/1988. De todo modo, lembre-se mais uma vez
da máxima do estudo do CPM para concursos: a via mais segura sempre será a do texto legal.
O delito admite tanto a forma dolosa quanto a culposa (§ 3º), sendo dotado de subsidiarie-
dade expressa ou explícita (se o fato não constitui crime mais grave).
Cabe ressaltar, por fim, que há causa de aumento de pena para a prática por oficial (§ 1º) e
também para aquele que exerce função de comando (§ 2º).
Outro crime específico para oficiais, não sendo aplicado a qualquer dos militares, a reten-
ção indevida, segundo a doutrina, é forma específica – e privilegiada – do gênero apropriação
indébita.3
Isso ocorre pois por vezes a passagem de função requer que o oficial que está de posse
de algum objeto em razão da função ocupada faça sua devolução, ato em que sua omissão
resultará na figura criminosa.
Veja que existem duas possibilidades da prática do referido delito (deixar de restituir o ob-
jeto por ocasião da passagem da função ou quando o objeto é exigido).
O delito não possui forma culposa, e mais uma vez é dotado de subsidiariedade expressa,
como pode-se notar do preceito secundário.
Também subsidiária é a forma qualificada do delito, a qual se consubstancia se o referido
objeto envolver ou constituir segredo relacionado à segurança nacional.
3
NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Militar Comentado. 2019, p. 305.
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É dever do comandante manter a força militar (seja ela do Corpo de Bombeiros, Polícia
Militar ou das Forças Armadas) em estado de eficiência, pronta para atender às suas respon-
sabilidades e atribuições legais.
Se não o fizer, incorrerá no abstrato (porém necessário) delito omissivo previsto no art.
198 do CPM:
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É a existência dessa omissão que será apurada pelo Ministério Público no caso da repor-
tagem acima, em que o Corpo de Bombeiros do município de Castanhal foi acionado, mas não
atendeu adequadamente ao chamado (de modo que houve necessidade de acionamento de
equipes de municípios limítrofes).
Se o delito efetivamente ocorreu, ou não, só com a análise do caso concreto e com a con-
clusão do IPM é que se poderá dizer (haja vista que inúmeras situações podem justificar a fa-
lha narrada na reportagem). Mas o exemplo é excelente para um bom entendimento da norma!
Repare que o sujeito ativo do delito não é nenhum dos membros da força que não estava em
estado de eficiência. O autor do delito é o comandante, e somente ele!
Crime próprio do militar comandante, o art. 199 se consubstancia na conduta daquele que
deixa de empregar todos os meios a seu alcança para evitar perda, destruição ou inutilização
de instalações militares, navio, aeronave ou engenho de guerra motomecanizado em perigo.
O delito, assim como vários outros que estudamos nesse capítulo, é bastante autoexplica-
tivo, merecendo destaque apenas a existência da modalidade culposa.
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Lembra-se da cena do filme Titanic, na qual, após o início do naufrágio, o comandante deci-
de ficar a bordo? Pois bem: Estamos diante de um delito que prevê algo muito parecido:
Se o art. 199 trata da omissão sobre danos relacionados a instalações militares, o art.
200 também é delito com conduta parecida, própria do comandante militar, mas que se con-
substancia quando, em perigos como incêndios, naufrágios, encalhes, colisões ou outro perigo
semelhante, deixa de tomar providências adequadas para salvar os comandados e minorar as
consequências do sinistro.
Estamos diante de outro delito relativamente simples, o qual possui modalidade culposa
prevista em seu parágrafo único.
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Omissão de socorro
Art. 201. Deixar o comandante de socorrer, sem justa causa, navio de guerra ou mercante, nacional
ou estrangeiro, ou aeronave, em perigo, ou náufragos que hajam pedido socorro:
Pena – suspensão do exercício do posto, de um a três anos ou reforma.
Mais um crime próprio do militar comandante, estamos diante de forma específica do deli-
to de omissão de socorro, aplicável no âmbito militar quando o comandante deixa de socorrer,
sem justa causa, navio de guerra ou mercante, nacional ou estrangeiro, ou aeronave, em perigo,
ou náufragos que tenham pedido socorro.
Cabe observar, por fim, que o referido delito não possui forma culposa.
Delito cujo sujeito ativo é o militar, possuindo duas formas distintas. Note, de forma geral,
que o delito de embriaguez em serviço não se consubstancia somente quando o militar ingere
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bebida alcoólica, mas quando este se embriaga com a utilização de qualquer substância de
efeito análogo, estando em serviço.
Outra modalidade se apresenta não no consumo em serviço, mas na mera apresentação
do militar em condições de embriaguez para prestar serviço.
Trata-se de delito que não necessita de muitas observações. Apenas tome nota da existên-
cia do tipo penal.
Vejamos como o assunto foi cobrado:
Item muito bem elaborado pela VUNESP, que pode acabar nos enganando se não estivermos
atentos. Veja que não é a mera ingestão de álcool que consistirá no delito, mas a efetiva em-
briaguez, o que invalida o item.
Errado.
Dormir em serviço
Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como oficial de quarto ou de ronda, ou em situação
equivalente, ou, não sendo oficial, em serviço de sentinela, vigia, plantão às máquinas, ao leme, de
ronda ou em qualquer serviço de natureza semelhante:
Pena – detenção, de três meses a um ano.
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Para alguns doutrinadores (como NUCCI) o delito do art. 203 aparenta, em um primeiro
olhar, ser demasiado rigoroso, no seu entendimento incompatível com a intervenção mínima,
princípio que sugere a utilização do Direito Penal (militar ou não) apenas para as condutas
mais graves e na proteção dos bens jurídicos mais relevantes.
No entanto, observe-se que o contexto do CPM é bastante diferente em razão da disciplina
militar. Além do mais, verifica-se que o tipo penal não se aplica a todos os casos, mas apenas
naqueles que guardam alguma relação com a guarda e a segurança da unidade (segurança
coletiva do local).
Outro ponto importante observado pela doutrina é que o delito é doloso. Ou seja: Não será
considerada típica a conduta do militar que, com sono ou cansado, e sem conseguir resistir ao
sono, acaba dormindo. O militar deve, propositalmente, decidir dormir nas condições narradas
pelo art. 203.
Por fim, cabe ressaltar que o delito é compreendido por boa parte da jurisprudência como
de mera conduta.
Este delito é particularmente importante pois tutela o serviço militar em si, ao vedar
que o Oficial possa comerciar, tendo em vista sua influência e ascendência sobre a tropa
como um todo.
O sujeito ativo do delito é o Oficial, seja ele federal ou dos Estados (como um Capitão do
Exército ou da Polícia Militar, por exemplo).
Note ainda que o delito pode ser praticado de três formas:
• através da prática de comércio;
• tornando-se sócio ou participando de sociedade comercial, salvo como cotista;
• tomando parte em administração ou gerência de sociedade comercial.
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Resumindo: oficial não pode praticar comércio ou fazer parte de sociedade comercial de
forma alguma, salvo como cotista e sem realizar atos de cunho administrativo.
O delito admite apenas a forma dolosa, e se consuma quando o autor vem a comerciar ou
a tomar parte, na forma prevista no art. 204, de sociedade comercial.
Para a parcela majoritária da doutrina, o delito não admite a tentativa, e é classificado
como propriamente militar.
5. Mini “Gran-Legis”
5.1. Integralidade do Texto Legal para Leitura e Revisão
CAPÍTULO I DA INSUBMISSÃO
Insubmissão
Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do prazo que lhe foi
marcado, ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato oficial de incorporação:
Pena – impedimento, de três meses a um ano.
Caso assimilado
§ 1º Na mesma pena incorre quem, dispensado temporariamente da incorporação, deixa
de se apresentar, decorrido o prazo de licenciamento.
Diminuição da pena
§ 2º A pena é diminuída de um terço:
a) pela ignorância ou a errada compreensão dos atos da convocação militar, quando
escusáveis;
b) pela apresentação voluntária dentro do prazo de um ano, contado do último dia marcado
para a apresentação.
Criação ou simulação de incapacidade física
Art. 184. Criar ou simular incapacidade física, que inabilite o convocado para o servi-
ço militar:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Substituição de convocado
Art. 185. Substituir-se o convocado por outrem na apresentação ou na inspeção de saúde.
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem substitui o convocado.
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Favorecimento a convocado
Art. 186. Dar asilo a convocado, ou tomá-lo a seu serviço, ou proporcionar-lhe ou facilitar-
-lhe transporte ou meio que obste ou dificulte a incorporação, sabendo ou tendo razão para
saber que cometeu qualquer dos crimes previstos neste capítulo:
Pena – detenção, de três meses a um ano.
Isenção de pena
Parágrafo único. Se o favorecedor é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do crimi-
noso, fica isento de pena.
CAPÍTULO II
DA DESERÇÃO
Deserção
Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar em que
deve permanecer, por mais de oito dias:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos; se oficial, a pena é agravada.
Casos assimilados
Art. 188. Na mesma pena incorre o militar que:
I – não se apresenta no lugar designado, dentro de oito dias, findo o prazo de trânsito
ou férias;
II – deixa de se apresentar a autoridade competente, dentro do prazo de oito dias, contados
daquele em que termina ou é cassada a licença ou agregação ou em que é declarado o estado
de sítio ou de guerra;
III – tendo cumprido a pena, deixa de se apresentar, dentro do prazo de oito dias;
IV – consegue exclusão do serviço ativo ou situação de inatividade, criando ou simulando
incapacidade.
Art. 189. Nos crimes dos arts. 187 e 188, ns. I, II e III:
Atenuante especial
I – se o agente se apresenta voluntariamente dentro em oito dias após a consumação do
crime, a pena é diminuída de metade; e de um terço, se de mais de oito dias e até sessenta;
Agravante especial
II – se a deserção ocorre em unidade estacionada em fronteira ou país estrangeiro, a pena
é agravada de um terço.
Deserção especial
Art. 190. Deixar o militar de apresentar-se no momento da partida do navio ou aeronave, de
que é tripulante, ou do deslocamento da unidade ou força em que serve: (Redação dada pela
Lei n. 9.764, de 18.12.1998)
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Pena – detenção, até três meses, se após a partida ou deslocamento se apresentar, dentro
de vinte e quatro horas, à autoridade militar do lugar, ou, na falta desta, à autoridade policial,
para ser comunicada a apresentação ao comando militar competente. (Redação dada pela Lei
n. 9.764, de 18.12.1998)
§ 1º Se a apresentação se der dentro de prazo superior a vinte e quatro horas e não exce-
dente a cinco dias:
Pena – detenção, de dois a oito meses.
§ 2º Se superior a cinco dias e não excedente a oito dias: (Redação dada pela Lei n. 9.764,
de 18.12.1998)
Pena – detenção, de três meses a um ano.
§ 2º-A. Se superior a oito dias: (Incluído pela Lei n. 9.764, de 18.12.1998)
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Aumento de pena
§ 3º A pena é aumentada de um terço, se se tratar de sargento, subtenente ou suboficial, e
de metade, se oficial. (Redação dada pela Lei n. 9.764, de 18.12.1998)
Concerto para deserção
Art. 191. Concertarem-se militares para a prática da deserção:
I – se a deserção não chega a consumar-se:
Pena – detenção, de três meses a um ano.
Modalidade complexa
II – se consumada a deserção:
Pena – reclusão, de dois a quatro anos.
Deserção por evasão ou fuga
Art. 192. Evadir-se o militar do poder da escolta, ou de recinto de detenção ou de prisão,
ou fugir em seguida à prática de crime para evitar prisão, permanecendo ausente por mais de
oito dias:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Favorecimento a desertor
Art. 193. Dar asilo a desertor, ou tomá-lo a seu serviço, ou proporcionar-lhe ou facilitar-lhe
transporte ou meio de ocultação, sabendo ou tendo razão para saber que cometeu qualquer
dos crimes previstos neste capítulo:
Pena – detenção, de quatro meses a um ano.
Isenção de pena
Parágrafo único. Se o favorecedor é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do crimi-
noso, fica isento de pena.
Omissão de oficial
Art. 194. Deixar o oficial de proceder contra desertor, sabendo, ou devendo saber encon-
trar-se entre os seus comandados:
Pena – detenção, de seis meses a um ano.
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CAPÍTULO III
DO ABANDONO DE POSTO E DE OUTROS CRIMES EM SERVIÇO
Abandono de posto
Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o posto ou lugar de serviço que lhe tenha sido
designado, ou o serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo:
Pena – detenção, de três meses a um ano.
Descumprimento de missão
Art. 196. Deixar o militar de desempenhar a missão que lhe foi confiada:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave.
§ 1º Se é oficial o agente, a pena é aumentada de um terço.
§ 2º Se o agente exercia função de comando, a pena é aumentada de metade.
Modalidade culposa
§ 3º Se a abstenção é culposa:
Pena – detenção, de três meses a um ano.
Retenção indevida
Art. 197. Deixar o oficial de restituir, por ocasião da passagem de função, ou quando lhe é
exigido, objeto, plano, carta, cifra, código ou documento que lhe haja sido confiado:
Pena – suspensão do exercício do posto, de três a seis meses, se o fato não constitui crime
mais grave.
Parágrafo único. Se o objeto, plano, carta, cifra, código, ou documento envolve ou constitui
segredo relativo à segurança nacional:
Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Omissão de eficiência da força
Art. 198. Deixar o comandante de manter a força sob seu comando em estado de eficiência:
Pena – suspensão do exercício do posto, de três meses a um ano.
Omissão de providências para evitar danos
Art. 199. Deixar o comandante de empregar todos os meios ao seu alcance para evitar per-
da, destruição ou inutilização de instalações militares, navio, aeronave ou engenho de guerra
motomecanizado em perigo:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.
Modalidade culposa
Parágrafo único. Se a abstenção é culposa:
Pena – detenção, de três meses a um ano.
Omissão de providências para salvar comandados
Art. 200. Deixar o comandante, em ocasião de incêndio, naufrágio, encalhe, colisão, ou ou-
tro perigo semelhante, de tomar todas as providências adequadas para salvar os seus coman-
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dados e minorar as consequências do sinistro, não sendo o último a sair de bordo ou a deixar
a aeronave ou o quartel ou sede militar sob seu comando:
Pena – reclusão, de dois a seis anos.
Modalidade culposa
Parágrafo único. Se a abstenção é culposa:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Omissão de socorro
Art. 201. Deixar o comandante de socorrer, sem justa causa, navio de guerra ou mercante,
nacional ou estrangeiro, ou aeronave, em perigo, ou náufragos que hajam pedido socorro:
Pena – suspensão do exercício do posto, de um a três anos ou reforma.
Embriaguez em serviço
Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em serviço, ou apresentar-se embriagado para
prestá-lo:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Dormir em serviço
Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como oficial de quarto ou de ronda, ou em
situação equivalente, ou, não sendo oficial, em serviço de sentinela, vigia, plantão às máquinas,
ao leme, de ronda ou em qualquer serviço de natureza semelhante:
Pena – detenção, de três meses a um ano.
CAPÍTULO IV
DO EXERCÍCIO DE COMÉRCIO
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RESUMO
Art. 183: Insubmissão
Insubmissão
Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do prazo que lhe foi marcado,
ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato oficial de incorporação:
Pena – impedimento, de três meses a um ano.
Caso assimilado
§ 1º Na mesma pena incorre quem, dispensado temporariamente da incorporação, deixa de se apre-
sentar, decorrido o prazo de licenciamento.
Diminuição da pena
§ 2º A pena é diminuída de um terço:
a) pela ignorância ou a errada compreensão dos atos da convocação militar, quando escusáveis;
b) pela apresentação voluntária dentro do prazo de um ano, contado do último dia marcado para a
apresentação.
Diminuição de Pena
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Substituição de convocado
Substituição de convocado
Art. 185. Substituir-se o convocado por outrem na apresentação ou na inspeção de saúde.
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem substitui o convocado.
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Favorecimento a convocado
Favorecimento a convocado
Art. 186. Dar asilo a convocado, ou tomá-lo a seu serviço, ou proporcionar-lhe ou facilitar-lhe trans-
porte ou meio que obste ou dificulte a incorporação, sabendo ou tendo razão para saber que come-
teu qualquer dos crimes previstos neste capítulo:
Pena – detenção, de três meses a um ano.
Isenção de pena
Parágrafo único. Se o favorecedor é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica
isento de pena.
Deserção
Deserção
Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar em que deve per-
manecer, por mais de oito dias:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos; se oficial, a pena é agravada.
Casos assimilados
Art. 188. Na mesma pena incorre o militar que:
I – não se apresenta no lugar designado, dentro de oito dias, findo o prazo de trânsito ou férias;
II – deixa de se apresentar a autoridade competente, dentro do prazo de oito dias, contados daquele
em que termina ou é cassada a licença ou agregação ou em que é declarado o estado de sítio ou
de guerra;
III – tendo cumprido a pena, deixa de se apresentar, dentro do prazo de oito dias;
IV – consegue exclusão do serviço ativo ou situação de inatividade, criando ou simulando incapa-
cidade.
Art. 189. Nos crimes dos arts. 187 e 188, ns. I, II e III:
Atenuante especial
I – se o agente se apresenta voluntariamente dentro em oito dias após a consumação do crime, a
pena é diminuída de metade; e de um terço, se de mais de oito dias e até sessenta;
Agravante especial
II – se a deserção ocorre em unidade estacionada em fronteira ou país estrangeiro, a pena é agra-
vada de um terço.
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O STM entende que não é possível aplicar a Lei 9.099/95 ao delito em estudo.
Casos assimilados
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Atenuantes e agravantes
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Deserção especial
Deserção especial
Art. 190. Deixar o militar de apresentar-se no momento da partida do navio ou aeronave, de que é
tripulante, ou do deslocamento da unidade ou força em que serve: (Redação dada pela Lei n. 9.764,
de 18.12.1998)
Pena – detenção, até três meses, se após a partida ou deslocamento se apresentar, dentro de vin-
te e quatro horas, à autoridade militar do lugar, ou, na falta desta, à autoridade policial, para ser
comunicada a apresentação ao comando militar competente. (Redação dada pela Lei n. 9.764, de
18.12.1998)
§ 1º Se a apresentação se der dentro de prazo superior a vinte e quatro horas e não excedente a
cinco dias:
Pena – detenção, de dois a oito meses.
§ 2º Se superior a cinco dias e não excedente a oito dias: (Redação dada pela Lei n. 9.764, de
18.12.1998)
Pena – detenção, de três meses a um ano.
§ 2º-A. Se superior a oito dias: (Incluído pela Lei n. 9.764, de 18.12.1998)
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Aumento de pena
§ 3º A pena é aumentada de um terço, se se tratar de sargento, subtenente ou suboficial, e de meta-
de, se oficial. (Redação dada pela Lei n. 9.764, de 18.12.1998)
Para a doutrina, é crime permanente, que possui forma omissiva e, portanto, não admite a
tentativa.
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Favorecimento a desertor
Favorecimento a desertor
Art. 193. Dar asilo a desertor, ou tomá-lo a seu serviço, ou proporcionar-lhe ou facilitar-lhe transporte
ou meio de ocultação, sabendo ou tendo razão para saber que cometeu qualquer dos crimes previs-
tos neste capítulo:
Pena – detenção, de quatro meses a um ano.
Isenção de pena
Parágrafo único. Se o favorecedor é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica
isento de pena.
Omissão de oficial
Omissão de oficial
Art. 194. Deixar o oficial de proceder contra desertor, sabendo, ou devendo saber encontrar-se entre
os seus comandados:
Pena – detenção, de seis meses a um ano.
Abandono de posto
Abandono de posto
Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o posto ou lugar de serviço que lhe tenha sido designado,
ou o serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo:
Pena – detenção, de três meses a um ano.
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Descumprimento de missão
Descumprimento de missão
Art. 196. Deixar o militar de desempenhar a missão que lhe foi confiada:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave.
§ 1º Se é oficial o agente, a pena é aumentada de um terço.
§ 2º Se o agente exercia função de comando, a pena é aumentada de metade.
Modalidade culposa
§ 3º Se a abstenção é culposa:
Pena – detenção, de três meses a um ano.
Retenção indevida
Retenção indevida
Art. 197. Deixar o oficial de restituir, por ocasião da passagem de função, ou quando lhe é exigido,
objeto, plano, carta, cifra, código ou documento que lhe haja sido confiado:
Pena – suspensão do exercício do posto, de três a seis meses, se o fato não constitui crime mais
grave.
Parágrafo único. Se o objeto, plano, carta, cifra, código, ou documento envolve ou constitui segredo
relativo à segurança nacional:
Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
O sujeito ativo do delito não é nenhum dos membros da força que não estava em estado de
eficiência. O autor do delito é o comandante, e somente ele!
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Omissão de socorro
Omissão de socorro
Art. 201. Deixar o comandante de socorrer, sem justa causa, navio de guerra ou mercante, nacional
ou estrangeiro, ou aeronave, em perigo, ou náufragos que hajam pedido socorro:
Pena – suspensão do exercício do posto, de um a três anos ou reforma.
Embriaguez em serviço
Embriaguez em serviço
Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em serviço, ou apresentar-se embriagado para prestá-lo:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Dormir em serviço
Dormir em serviço
Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como oficial de quarto ou de ronda, ou em situação
equivalente, ou, não sendo oficial, em serviço de sentinela, vigia, plantão às máquinas, ao leme, de
ronda ou em qualquer serviço de natureza semelhante:
Pena – detenção, de três meses a um ano.
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (MARINHA/PRIMEIRO TENENTE/2017) De acordo com entendimento atual constante
em Enunciado de Súmula do STM, a caracterização do crime de insubmissão, tipificado no art.
183 do Código Penal Militar, ocorre quando
a) provado, de maneira inconteste, o conhecimento pelo conscrito da data e local de sua apre-
sentação para incorporação, através de documento hábil constante dos autos. A confissão do
indigitado insubmisso deverá ser considerada no quadro do conjunto probatório.
b) provado, de maneira inconteste, o conhecimento, pelo conscrito, da data e local de sua apre-
sentação, para incorporação, seja através de documentos ou anotação hábil constante dos
autos, seja através de sua própria confissão.
c) não houver a apresentação do convocado à incorporação, dentro do prazo que lhe foi marca-
do, independentemente de prova inconteste de que o conscrito tinha o conhecimento da data
e local de sua apresentação.
d) não houver a apresentação do convocado à incorporação, dentro do prazo que lhe foi mar-
cado, e desde que demonstrado nos autos que o conscrito tinha o potencial conhecimento da
data e local de apresentação para incorporação.
e) não houver a apresentação do convocado à incorporação, dentro do prazo que lhe foi mar-
cado, e o conscrito não provar, de maneira inconteste, que não tinha o conhecimento da data e
local de sua apresentação para incorporação.
Dentre os delitos narrados, a única assertiva que apresenta somente condutas que admitem a
modalidade culposa é a “c” (art. 196 e 199 do CPM).
Letra c.
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Vejamos:
a) Errada. Na verdade, a referida conduta é crime contra a autoridade ou disciplina militar.
b) Errada. Na verdade, a referida conduta também é crime contra a autoridade ou discipli-
na militar.
c) Certa. Literalidade do art. 184 do CPM e correta classificação do delito.
d) Errada. O delito exige mais de oito dias, e não dois, como afirma o item.
Letra c.
Vejamos:
a) Certa. Exatamente conforme estudamos, não se admite a forma culposa do delito de dormir
em serviço.
b) Errada. É necessária a embriaguez, não a mera ingestão de álcool para configuração do delito.
c) Errada. Há previsão no art. 191 do CPM.
d) Errada. Na verdade, o referido delito se configura com sua prática por oficial – não por praça.
Letra a.
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Crimes contra o Serviço Militar e o Dever Militar
Douglas Vargas
Questão que extrapola os crimes estudados na aula de hoje, mas a qual conseguiremos resol-
ver, haja vista que o delito de descumprimento de missão (art. 196 do CPM) possui modalidade
culposa prevista em seu § 3º.
Letra a.
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Questão integralmente baseada nas formas equiparadas da deserção, previstas no art. 188
do CPM. Nesse sentido, está integralmente de acordo com as hipóteses do referido artigo a
assertiva “d”.
Letra d.
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Mais uma questão que reforça a necessidade de leitura do CPM e de familiarização com cada
um dos tipos penais.
Conforme estudamos, a conduta narrada é a de retenção indevida (art. 197, CPM).
Letra e.
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GABARITO
1. a
2. c
3. c
4. d
5. d
6. a
7. d
8. c
9. e
10. a
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