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NOÇÕES DE

DIREITO PENAL
MILITAR/
PROCESSO PENAL
MILITAR
Crimes em Tempo de Guerra

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
NOÇÕES DE DIREITO PENAL MILITAR/PROCESSO PENAL MILITAR
Crimes em Tempo de Guerra

Sumário
Douglas Vargas

Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Crimes em Tempos de Guerra. . ...................................................................................................... 5
Tempo de Guerra.............................................................................................................................. 5
Critérios para definição de Crimes em Tempo de Guerra. . ...................................................... 6
Disposições Complementares. . ..................................................................................................... 8
Crimes em Espécie. . ......................................................................................................................... 8
Homicídio........................................................................................................................................... 9
Roubo ou Extorsão.. ....................................................................................................................... 10
Evasão de Prisioneiro. . .................................................................................................................. 10
Violência contra Superior ou Militar de Serviço. . ..................................................................... 11
Favor ao Inimigo..............................................................................................................................12
Deserção...........................................................................................................................................12
Texto Legal Complementar para Revisão e Leitura. . ...............................................................13
Resumo............................................................................................................................................. 24
Questões Comentadas em Aula.................................................................................................. 26
Questões de Concurso.................................................................................................................. 27
Gabarito............................................................................................................................................ 29
Gabarito Comentado..................................................................................................................... 30

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Crimes em Tempo de Guerra
Douglas Vargas

Apresentação
Olá, meu(minha) querido(a) aluno(a)!
Hoje iremos estudar Crimes Militares em Espécie, mais especificamente dos Crimes Mili-
tares em Tempo de Guerra.
Essa aula merece uma pequena observação inicial: Estudar os crimes militares causa um
pouco de confusão, pois inúmeros dos crimes aqui previstos possuem um delito paralelo tra-
tado de forma diferenciada em razão do “tempo de guerra”.
Dessa forma, um dos nossos objetivos precípuos neste material é o de fornecer as infor-
mações estritamente necessárias para você acertar as questões sobre o assunto, sem te con-
fundir com os crimes contidos no restante da legislação.
O objetivo, nesse sentido, não é realizar o estudo detalhado de todos os crimes, mas um
estudo baseado em estatísticas, otimizando o seu tempo. Como sempre digo, é essencial, de
forma complementar, a leitura do CPM, haja vista que a maioria das questões se limitam aos
artigos do Código (no caso dessa aula, do art. 355 ao 408).
Ao final, faremos alguns exercícios de fixação – embora em menor número do que esta-
mos habituados (pois também é um tema bastante escasso em questões, pois os referidos
crimes são menos cobrados do que os crimes militares em tempos de paz).
Como eu sempre digo... pegue seu café e vamos nessa!
Os crimes militares estão divididos, no Código Penal Militar, da seguinte forma:

É isso mesmo. Nós temos à nossa frente 218 artigos referentes aos crimes militares que
podem ser cobrados em sua prova, sendo mais importante para nós, na aula de hoje, o estudo
dos mais importantes dos 54 crimes previstos entre os artigos 355 e 408 do CPM.
É claro que memorizar todos os detalhes sobre todos estes artigos, bem como toda a ju-
risprudência e doutrina a eles relacionados é quase impraticável, mas nós temos que buscar
estudar da forma mais eficiente e inteligente possível.
Assim sendo, o que fazer se nenhum de nós é Mike Ross, capaz de dominar tanto conteú-
do? A resposta é simples: Devemos adotar alguma estratégia de estudo que nos permita ma-
ximizar nossas chances de acerto, da melhor forma possível. E o caminho está na estatística!
Se analisarmos bancos de questões de concursos, iremos nos deparar com a seguinte
estatística básica:

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Comparativamente, para você ter uma ideia geral, só os crimes contra a vida contidos no
Código Penal (Direito Penal Comum), na mesma base de dados, possuem 384 questões ca-
dastradas. E são apenas OITO artigos!
Nosso objetivo e nossa proposta nesse curso de Direito Penal Militar é uma só: levar você à
sua aprovação. E muito embora possamos trabalhar entregando uma leitura MACIÇA e DENSA
sobre todos os crimes militares em tempos de guerra, não é isso que faremos, pois simples-
mente essa abordagem não tem eficácia!
E partindo dessa premissa base, nossa aula será estruturada da seguinte forma:
• Estudo detalhado dos crimes mais comumente cobrados em prova;
• Apresentação de aspectos jurisprudenciais e doutrinários relevantes sobre o assunto;
• Esquematização das demais condutas contidas no CPM para crimes militares em tem-
pos de guerra;
• Leitura da integralidade do texto do CPM quanto aos crimes militares em tempos de
guerra.

Com isso, maximizaremos a eficiência do nosso estudo, garantindo uma maior chance de
acerto das questões sobre o assunto sem prejudicar o seu estudo das demais disciplinas con-
tidas no conteúdo programático do edital.
Simples assim! E vamos ao trabalho!

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CRIMES EM TEMPOS DE GUERRA


Os mais importantes crimes militares, para fins de concursos públicos, sem dúvidas são os
crimes propriamente militares, aqueles que, conforme estudamos, estão previstos apenas no
CPM, não encontrando conduta similar prevista como crime na legislação comum.
Sem dúvidas é a esses delitos que daremos destaque em nossas aulas, sendo cabível des-
de já uma observação:

 Obs.: O mínimo que você precisa conhecer são QUAIS SÃO os crimes militares previstos no
CPM, e qual a conduta prevista no caput do artigo.

Acredite: se você apenas conhecer os crimes e a conduta básica prevista no caput de cada
artigo você já irá acertar a maioria das questões (como você verá em nossa lista de exercícios),
e terá a base necessária para responder eventuais questões discursivas sobre o assunto.
Dito isso, é claro que iremos fazer observações doutrinárias e jurisprudenciais quando for
pertinente, principalmente nos delitos que costumam ser cobrados de forma mais elaborada
pelas bancas examinadoras.
Dito isso, o único passo necessário antes que você possa passar ao estudo dos crimes mili-
tares em tempos de guerra (em espécie), é compreender a aplicabilidade dos referidos delitos.

Tempo de Guerra
Sabemos que o CPM divide os crimes em duas grandes categorias: crimes militares prati-
cados em tempos de paz e crimes militares praticados em tempos de guerra.
A definição de tempo de guerra vem do art. 15 do CPM, o qual, embora integre a parte geral,
é de essencial leitura para a aula de hoje:

Tempo de guerra
Art. 15. O tempo de guerra, para os efeitos da aplicação da lei penal militar, começa com a decla-
ração ou o reconhecimento do estado de guerra, ou com o decreto de mobilização se nele estiver
compreendido aquele reconhecimento; e termina quando ordenada a cessação das hostilidades.

Assim sendo, note que, usualmente, o CPM será utilizado para crimes militares praticados
em tempos de paz, previstos do art. 136 do CPM em diante, mas no caso de declaração ou
reconhecimento de estado de guerra, ou de decreto de mobilização no qual esteja compre-
endido o reconhecimento do estado de guerra, surge a possibilidade de aplicação dos crimes
previstos do art. 355 em diante, até que se faça cessar o referido estado de hostilidade.

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001. (MPM/MPM/PROMOTOR) Os crimes militares, quando ocorridos em conflitos armados


internacionais não declarados, são tratados como crimes militares em tempo de guerra no
CPM. A caracterização do crime militar afasta a caracterização do mesmo comportamento
como crime de guerra no Estatuto de Roma.

O examinador considerou a literalidade do art. 15, ao exigir a declaração do conflito para reco-
nhecimento do tempo de guerra.
Errado.

Conforme ensina a doutrina, a CF/88 admite apenas a guerra defensiva (que se inicia no
caso de agressão estrangeira), e que, por tal motivo, dispensaria – do ponto de vista doutriná-
rio – a declaração de guerra prévia.
Assim sendo, é importante apenas conhecer a premissa de que o estado de guerra pode vir
a existir independentemente de uma declaração formal de guerra, se for verificada, de forma
inequívoca, que foi praticado um ato de guerra.

Critérios para definição de Crimes em Tempo de Guerra


Uma vez que compreendemos o que é o tempo de guerra, é essencial compreender o cri-
tério para definir os crimes praticados nessa situação. E nesse ponto está uma observação
importantíssima: o critério para definição de crimes militares em tempo de guerra, portanto,
observa os critérios LEGAL e TEMPORAL (ratione legis e ratione temporis).
Isso significa dizer que, além dos crimes especialmente previstos no Código Penal Militar
dos artigos 355 em diante, objeto de estudo na aula de hoje, outros crimes também podem ser
considerados crimes militares em tempo de guerra, desde que praticados nas circunstâncias
previstas no art. 10 do CPM:

Crimes militares em tempo de guerra


Art. 10. Consideram-se crimes militares, em tempo de guerra:
I – os especialmente previstos neste Código para o tempo de guerra;
II – os crimes militares previstos para o tempo de paz;
III – os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei penal
comum ou especial, quando praticados, qualquer que seja o agente:
a) em território nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupado;

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b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem comprometer a preparação, a eficiência ou as
operações militares ou, de qualquer outra forma, atentam contra a segurança externa do País ou
podem expô-la a perigo;
IV – os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora não previstos neste Código, quan-
do praticados em zona de efetivas operações militares ou em território estrangeiro, militarmente
ocupado.

Assim sendo, temos o seguinte:

Cabe ressaltar, ainda, o conceito de crime praticado na presença de inimigo:

Crime praticado em presença do inimigo


Art. 25. Diz-se crime praticado em presença do inimigo, quando o fato ocorre em zona de efetivas
operações militares, ou na iminência ou em situação de hostilidade.

Por esse motivo, prevê a doutrina que mesmo um crime comum (não previsto no Código
Penal Militar), praticado por um civil, pode ser classificado como crime militar em tempo de
guerra, se for praticado na presença do inimigo (ocorrendo em zona de efetivas operações
militares).

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002. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) “Em tempo de guerra, um fato previsto


como crime na legislação comum, mas não na militar, poderá ser considerado crime militar, se
praticado em presença do inimigo.”

É exatamente o que estudamos, uma das hipóteses de crimes comum em tempo de guerra.
Certo.

Ótimo. Uma vez que verificamos essa questão conceitual, podemos passar ao estudo dos
crimes em espécie. Lembre-se que o foco da aula de hoje está na primeira das categorias aci-
ma, os “os crimes especialmente previstos neste Código para o tempo de guerra.”

Disposições Complementares
É importante destacar, numa última nota, antes que possamos ingressar no estudo dos
crimes em espécie, que é importante também conhecer as disposições relacionadas ao tema,
contidas nos arts. 18 e 20 do CPM, a saber:

Crimes praticados em prejuízo de país aliado


Art. 18. Ficam sujeitos às disposições deste Código os crimes praticados em prejuízo de país em
guerra contra país inimigo do Brasil:
I – se o crime é praticado por brasileiro;
II – se o crime é praticado no território nacional, ou em território estrangeiro, militarmente ocupado
por força brasileira, qualquer que seja o agente.
Crimes praticados em tempo de guerra
Art. 20. Aos crimes praticados em tempo de guerra, salvo disposição especial, aplicam-se as penas
cominadas para o tempo de paz, com o aumento de um terço.

Crimes em Espécie
Iniciaremos, deste ponto em diante, a apresentação dos principais crimes especialmente
previstos no CPM para o tempo de guerra, tão somente em razão de sua incidência em provas
de concursos.
Apresentaremos apenas o crime que foi cobrado, o item elabora sobre o referido crime, e
sua justificativa.

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Não realizaremos comentários aprofundados pois felizmente não há farta jurisprudência


sobre o tema, e tampouco muita análise doutrinária, pois a própria doutrina se abstém de tecer
comentários sobre os referidos delitos.
Nessa esteira, cabe citar as brilhantes palavras de Guilherme NUCCI, para justificar a au-
sência de comentários doutrinários sobre os crimes militares em tempo de guerra em sua obra:

O Brasil é um país da natureza pacífica, sem a menor vocação para fomentar ou ingressar em con-
flito armado. Para a felicidade dos brasileiros, diversamente de outras nações belicosas, não se tem
perspectiva de tal situação. Por isso, a aplicação das leis penais militares concentram-se, basica-
mente, nos crimes em tempo de paz. Optamos por não comentar os tipos penais incriminadores, em
tempo de guerra, pelas razões acima apontadas.1

Assim sendo, torna-se essencial que você faça a leitura e conheça no mínimo as disposi-
ções de cada artigo, o que garantirá uma boa execução de provas futuras. Estamos diante de
assunto seco, sem muita doutrina ou jurisprudência (felizmente, como bem apresentado pelo
mestre NUCCI), de modo que o examinador usualmente se limitará ao texto legal, ainda mais
do que de costume.
Dessa forma, não deixe de fazer a leitura complementar, integral, de todos os tipos penais
previstos para o tempo de guerra no CPM (art. 355 a 408 do Código Penal Militar).
O CPM divide o Livro II em cinco títulos e diversos capítulos. O que você irá estudar agora
são os crimes com maior incidência em prova, os itens elaborados sobre cada um dos crimes,
e suas justificativas.

Homicídio
Homicídio simples
Art. 400. Praticar homicídio, em presença do inimigo:
I – no caso do art. 205:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos;
II – no caso do § 1º do art. 205, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço;
Homicídio qualificado
III – no caso do § 2º do art. 205:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

Um dos crimes militares em tempo de guerra que já foi objeto de provas anteriores foi o
delito de homicídio previsto no art. 400 do CPM, cuidando da hipótese em que o delito é prati-
cado em presença do inimigo.
O ponto que foi cobrado em prova, no entanto, foi a possibilidade de diminuição de pena, a
qual é aplicável para o crime militar de homicídio (em tempo de paz) e que também se aplica
ao homicídio praticado em tempo de guerra:
1
NUCCI, Guilherme de Sousa. Código Penal Militar Comentado. Ed. FORENSE, 3ª ed. 2020. P. 571

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Art. 400. Praticar homicídio, em presença do inimigo:
I – no caso do art. 205:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos;
II – no caso do § 1º do art. 205, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço;

003. (CESPE/STM/2018/ANALISTA JUDICIÁRIO) Se, em tempo de guerra, um militar come-


ter homicídio em presença do inimigo, sua pena poderá ser reduzida conforme hipóteses pre-
vistas no Código Penal Militar.

Exatamente conforme prevê o art. 400 do CPM.


Certo.

Roubo ou Extorsão
Art. 405. Praticar crime de roubo, ou de extorsão definidos nos arts. 242, 243 e 244, em zona de
operações militares ou em território militarmente ocupado:
Pena – morte, grau máximo, se cominada pena de reclusão de trinta anos; reclusão pelo dobro da
pena para o tempo de paz, nos outros casos.

Existem diversos crimes contra o patrimônio específicos que são praticáveis em tempo
de guerra.
Nesse sentido, já foi objeto de questão anterior a possibilidade de aplicabilidade da pena
de morte para crimes contra o patrimônio.

004. (CESPE/STM/2018/ANALISTA JUDICIÁRIO) Em tempo de guerra, há previsão de pena


de morte para crime cometido contra o patrimônio.

Conforme pode-se verificar no art. 405, o roubo é crime contra o patrimônio que, na sua mo-
dalidade praticável em tempo de guerra, pode admitir a pena de morte, a depender do caso.
Certo.

Evasão de Prisioneiro
Art. 395. Evadir-se prisioneiro de guerra e voltar a tomar armas contra o Brasil ou Estado aliado:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

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Parágrafo único. Na aplicação deste artigo, serão considerados os tratados e as convenções inter-
nacionais, aceitos pelo Brasil relativamente ao tratamento dos prisioneiros de guerra.

Outro delito que já foi objeto de cobrança anterior, o art. 395 do CPM cuida da evasão de
prisioneiro.
Na ocasião, a banca elaborou um item bastante interessante, afirmando que o delito confi-
gurar-se-ia bastando que a evasão fosse bem-sucedida.

005. (MPM/MPM/2013/PROMOTOR) O crime do art. 395 do CPM aplica-se ao prisioneiro de


guerra em caso de evasão bem-sucedida.

Na verdade, é necessário que o indivíduo consiga “voltar a tomar armas contra o Brasil ou Es-
tado aliado”, pois do contrário o artigo não se configura. A mera evasão, portanto, não basta.
Errado.

Violência contra Superior ou Militar de Serviço


Art. 389. Praticar qualquer dos crimes definidos nos arts. 157 e 158, a que esteja cominada, no
máximo, reclusão, de trinta anos:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.
Parágrafo único. Se ao crime não é cominada, no máximo, reclusão de trinta anos, mas é praticado
com arma e em presença do inimigo:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de quinze anos, grau mínimo.

Outro crime que já foi objeto de prova, o crime de violência contra superior ou militar de
serviço, praticado em tempo de guerra (sua previsão original está no art. 157 e 158) também
admite a pena de morte, o que foi o objeto de análise pelo examinador.

006. (MPM/MPM/2013/PROMOTOR) No crime de violência contra o superior com resultado


morte, praticado em tempo de guerra (CPM, art. 386), a pena prevista no grau máximo é a de
morte, sendo reclusão de 20(vinte) anos a previsão mínima.

Comentário: De fato, a pena máxima é de morte e, geralmente, a pena mínima é de vinte anos,
de acordo com o caput do art. 389.
Certo.

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Favor ao Inimigo
Favor ao inimigo
Art. 356. Favorecer ou tentar o nacional favorecer o inimigo, prejudicar ou tentar prejudicar o bom
êxito das operações militares, comprometer ou tentar comprometer a eficiência militar:
I – empreendendo ou deixando de empreender ação militar;
II – entregando ao inimigo ou expondo a perigo dessa consequência navio, aeronave, força ou po-
sição, engenho de guerra motomecanizado, provisões ou qualquer outro elemento de ação militar;
III – perdendo, destruindo, inutilizando, deteriorando ou expondo a perigo de perda, destruição, inu-
tilização ou deterioração, navio, aeronave, engenho de guerra motomecanizado, provisões ou qual-
quer outro elemento de ação militar;
IV – sacrificando ou expondo a perigo de sacrifício força militar;
V – abandonando posição ou deixando de cumprir missão ou ordem:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

Outro crime que já foi objeto de prova, o crime de favor ao inimigo, praticado em tempo de
guerra, foi analisado do ponto de vista de sua classificação como crime de empreendimento
ou atentado (na qual a forma tentada é tratada, pelo legislador, da mesma forma do crime
consumado).

007. (MPM/MPM/2013/PROMOTOR) O crime de favor ao inimigo (CPM, art. 356) é crime de


empreendimento ou atentado, punindo, da mesma forma, tanto o favorecimento propriamente
dito, como sua tentativa.

De fato, o crime é de atentado, em razão do uso da expressão “favorecer ou tentar favorecer”.


Certo.

Deserção
Deserção
Art. 391. Praticar crime de deserção definido no Capítulo II, do Título III, do Livro I, da Parte Especial:
Pena – a cominada ao mesmo crime, com aumento da metade, se o fato não constitui crime mais
grave.
Parágrafo único. Os prazos para a consumação do crime são reduzidos de metade.

A deserção (crime também previsto em tempo de paz) apresenta uma peculiaridade inte-
ressante, a qual também já foi objeto de provas anteriores. Em sua forma regular, requer oito
dias (pois em menos de oito dias o crime não se configura, o que se chama “período de graça”).

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Quando praticado em tempo de guerra, no entanto, o período de graça é reduzido pela me-
tade, na forma do parágrafo único do art. 391.
Foi exatamente a diferença entre o período de graça que gerou a questão a seguir.

008. (MPM/MPM/2013/PROMOTOR) Na deserção em tempo de guerra, que é crime de natu-


reza subsidiária, o prazo de graça é de 4(quatro) dias.

De fato, o parágrafo único do art. 391 prevê a redução do prazo pela metade.
Certo.

Texto Legal Complementar para Revisão e Leitura


LIVRO II
DOS CRIMES MILITARES EM TEMPO
DE GUERRA

TÍTULO I
DO FAVORECIMENTO AO INIMIGO

CAPÍTULO I
DA TRAIÇÃO

Traição
Art. 355. Tomar o nacional armas contra o Brasil ou Estado aliado, ou prestar serviço nas
forças armadas de nação em guerra contra o Brasil:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.
Favor ao inimigo
Art. 356. Favorecer ou tentar o nacional favorecer o inimigo, prejudicar ou tentar prejudicar
o bom êxito das operações militares, comprometer ou tentar comprometer a eficiência militar:
I – empreendendo ou deixando de empreender ação militar;
II – entregando ao inimigo ou expondo a perigo dessa consequência navio, aeronave, força
ou posição, engenho de guerra motomecanizado, provisões ou qualquer outro elemento de
ação militar;
III – perdendo, destruindo, inutilizando, deteriorando ou expondo a perigo de perda, destrui-
ção, inutilização ou deterioração, navio, aeronave, engenho de guerra motomecanizado, provi-
sões ou qualquer outro elemento de ação militar;
IV – sacrificando ou expondo a perigo de sacrifício força militar;

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V – abandonando posição ou deixando de cumprir missão ou ordem:


Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.
Tentativa contra a soberania do Brasil
Art. 357. Praticar o nacional o crime definido no art. 142:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.
Coação a comandante
Art. 358. Entrar o nacional em conluio, usar de violência ou ameaça, provocar tumulto ou
desordem com o fim de obrigar o comandante a não empreender ou a cessar ação militar, a
recuar ou render-se:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.
Informação ou auxílio ao inimigo
Art. 359. Prestar o nacional ao inimigo informação ou auxílio que lhe possa facilitar a
ação militar:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.
Aliciação de militar
Art. 360. Aliciar o nacional algum militar a passar-se para o inimigo ou prestar-lhe auxílio
para esse fim:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.
Ato prejudicial à eficiência da tropa
Art. 361. Provocar o nacional, em presença do inimigo, a debandada de tropa, ou guarni-
ção, impedir a reunião de uma ou outra ou causar alarme, com o fim de nelas produzir confu-
são, desalento ou desordem:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.
CAPÍTULO II
DA TRAIÇÃO IMPRÓPRIA

Traição imprópria
Art. 362. Praticar o estrangeiro os crimes previstos nos arts. 356, ns. I, primeira parte, II, III
e IV, 357 a 361:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de dez anos, grau mínimo.

CAPÍTULO III
DA COBARDIA

Cobardia
Art. 363. Subtrair-se ou tentar subtrair-se o militar, por temor, em presença do inimigo, ao
cumprimento do dever militar:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.
Cobardia qualificada

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Art. 364. Provocar o militar, por temor, em presença do inimigo, a debandada de tropa ou
guarnição; impedir a reunião de uma ou outra, ou causar alarme com o fim de nelas produzir
confusão, desalento ou desordem:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.
Fuga em presença do inimigo
Art. 365. Fugir o militar, ou incitar à fuga, em presença do inimigo:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

CAPÍTULO IV
DA ESPIONAGEM

Espionagem
Art. 366. Praticar qualquer dos crimes previstos nos arts. 143 e seu § 1º, 144 e seus §§ 1º
e 2º, e 146, em favor do inimigo ou comprometendo a preparação, a eficiência ou as operações
militares:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.
Caso de concurso
Parágrafo único. No caso de concurso por culpa, para execução do crime previsto no art.
143, § 2º, ou de revelação culposa (art. 144, § 3º):
Pena – reclusão, de três a seis anos.
Penetração de estrangeiro
Art. 367. Entrar o estrangeiro em território nacional, ou insinuar-se em força ou unidade em
operações de guerra, ainda que fora do território nacional, a fim de colher documento, notícia
ou informação de caráter militar, em benefício do inimigo, ou em prejuízo daquelas operações:
Pena – reclusão, de dez a vinte anos, se o fato não constitui crime mais grave.

CAPÍTULO V
DO MOTIM E DA REVOLTA

Motim, revolta ou conspiração


Art. 368. Praticar qualquer dos crimes definidos nos arts. 149 e seu parágrafo único, e 152:
Pena – aos cabeças, morte, grau máximo; reclusão, de quinze anos, grau mínimo. Aos co-
autores, reclusão, de dez a trinta anos.
Forma qualificada
Parágrafo único. Se o fato é praticado em presença do inimigo:
Pena – aos cabeças, morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. Aos coau-
tores, morte, grau máximo; reclusão, de quinze anos, grau mínimo.
Omissão de lealdade militar

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Art. 369. Praticar o crime previsto no artigo 151:


Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

CAPÍTULO VI
DO INCITAMENTO

Incitamento
Art. 370. Incitar militar à desobediência, à indisciplina ou à prática de crime militar:
Pena – reclusão, de três a dez anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem introduz, afixa ou distribui, em lugar sujeito
à administração militar, impressos, manuscritos ou material mimeografado, fotocopiado ou
gravado, em que se contenha incitamento à prática dos atos previstos no artigo.
Incitamento em presença do inimigo
Art. 371. Praticar qualquer dos crimes previstos no art. 370 e seu parágrafo, em presença
do inimigo:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de dez anos, grau mínimo.

CAPÍTULO VII
DA INOBSERVÂNCIA DO DEVER MILITAR

Rendição ou capitulação
Art. 372. Render-se o comandante, sem ter esgotado os recursos extremos de ação militar;
ou, em caso de capitulação, não se conduzir de acordo com o dever militar:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.
Omissão de vigilância
Art. 373. Deixar-se o comandante surpreender pelo inimigo.
Pena – detenção, de um a três anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Resultado mais grave
Parágrafo único. Se o fato compromete as operações militares:
Pena – reclusão, de cinco a vinte anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Descumprimento do dever militar
Art. 374. Deixar, em presença do inimigo, de conduzir-se de acordo com o dever militar:
Pena – reclusão, até cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Falta de cumprimento de ordem
Art. 375. Dar causa, por falta de cumprimento de ordem, à ação militar do inimigo:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.
Resultado mais grave
Parágrafo único. Se o fato expõe a perigo força, posição ou outros elementos de ação militar:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

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Entrega ou abandono culposo


Art. 376. Dar causa, por culpa, ao abandono ou à entrega ao inimigo de posição, navio, ae-
ronave, engenho de guerra, provisões, ou qualquer outro elemento de ação militar:
Pena – reclusão, de dez a trinta anos.
Captura ou sacrifício culposo
Art. 377. Dar causa, por culpa, ao sacrifício ou captura de força sob o seu comando:
Pena – reclusão, de dez a trinta anos.
Separação reprovável
Art. 378. Separar o comandante, em caso de capitulação, a sorte própria da dos ofi-
ciais e praças:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.
Abandono de comboio
Art. 379. Abandonar comboio, cuja escolta lhe tenha sido confiada:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.
Resultado mais grave
§ 1º Se do fato resulta avaria grave, ou perda total ou parcial do comboio:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.
Modalidade culposa
§ 2º Separar-se, por culpa, do comboio ou da escolta:
Pena – reclusão, até quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Caso assimilado
§ 3º Nas mesmas penas incorre quem, de igual forma, abandona material de guerra, cuja
guarda lhe tenha sido confiada.
Separação culposa de comando
Art. 380. Permanecer o oficial, por culpa, separado do comando superior:
Pena – reclusão, até quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Tolerância culposa
Art. 381. Deixar, por culpa, evadir-se prisioneiro:
Pena – reclusão, até quatro anos.
Entendimento com o inimigo
Art. 382. Entrar o militar, sem autorização, em entendimento com outro militar ou emissá-
rio de país inimigo, ou servir, para esse fim, de intermediário:
Pena – reclusão, até três anos, se o fato não constitui crime mais grave.

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CAPÍTULO VIII
DO DANO

Dano especial
Art. 383. Praticar ou tentar praticar qualquer dos crimes definidos nos arts. 262, 263, §§ 1º
e 2º, e 264, em benefício do inimigo, ou comprometendo ou podendo comprometer a prepara-
ção, a eficiência ou as operações militares:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.
Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de quatro a dez anos.
Dano em bens de interesse militar
Art. 384. Danificar serviço de abastecimento de água, luz ou força, estrada, meio de trans-
porte, instalação telegráfica ou outro meio de comunicação, depósito de combustível, inflamá-
veis, matérias-primas necessárias à produção, depósito de víveres ou forragens, mina, fábrica,
usina ou qualquer estabelecimento de produção de artigo necessário à defesa nacional ou ao
bem-estar da população e, bem assim, rebanho, lavoura ou plantação, se o fato compromete
ou pode comprometer a preparação, a eficiência ou as operações militares, ou de qualquer
forma atenta contra a segurança externa do país:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.
Envenenamento, corrupção ou epidemia
Art. 385. Envenenar ou corromper água potável, víveres ou forragens, ou causar epidemia
mediante a propagação de germes patogênicos, se o fato compromete ou pode comprometer
a preparação, a eficiência ou as operações militares, ou de qualquer forma atenta contra a se-
gurança externa do país:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.
Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de dois a oito anos.

CAPÍTULO IX
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Crimes de perigo comum


Art. 386. Praticar crime de perigo comum definido nos arts. 268 a 276 e 278, na modali-
dade dolosa:
I – se o fato compromete ou pode comprometer a preparação, a eficiência ou as operações
militares;
II – se o fato é praticado em zona de efetivas operações militares e dele resulta morte:

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Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

CAPÍTULO X
DA INSUBORDINAÇÃO E DA VIOLÊNCIA

Recusa de obediência ou oposição


Art. 387. Praticar, em presença do inimigo, qualquer dos crimes definidos nos arts.
163 e 164:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de dez anos, grau mínimo.
Coação contra oficial general ou comandante
Art. 388. Exercer coação contra oficial general ou comandante da unidade, mesmo que não
seja superior, com o fim de impedir-lhe o cumprimento do dever militar:
Pena – reclusão, de cinco a quinze anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Violência contra superior ou militar de serviço
Art. 389. Praticar qualquer dos crimes definidos nos arts. 157 e 158, a que esteja comina-
da, no máximo, reclusão, de trinta anos:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.
Parágrafo único. Se ao crime não é cominada, no máximo, reclusão de trinta anos, mas é
praticado com arma e em presença do inimigo:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de quinze anos, grau mínimo.

CAPÍTULO XI
DO ABANDONO DE POSTO

Abandono de posto
Art. 390. Praticar, em presença do inimigo, crime de abandono de posto, definido no art. 195:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

CAPÍTULO XII
DA DESERÇÃO E DA FALTA DE APRESENTAÇÃO

Deserção
Art. 391. Praticar crime de deserção definido no Capítulo II, do Título III, do Livro I, da Par-
te Especial:
Pena – a cominada ao mesmo crime, com aumento da metade, se o fato não constitui
crime mais grave.
Parágrafo único. Os prazos para a consumação do crime são reduzidos de metade.
Deserção em presença do inimigo
Art. 392. Desertar em presença do inimigo:

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Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.


Falta de apresentação
Art. 393. Deixar o convocado, no caso de mobilização total ou parcial, de apresentar-se,
dentro do prazo marcado, no centro de mobilização ou ponto de concentração:
Pena – detenção, de um a seis anos.
Parágrafo único. Se o agente é oficial da reserva, aplica-se a pena com aumento de um terço.

CAPÍTULO XIII
DA LIBERTAÇÃO, DA EVASÃO E DO AMOTINAMENTO DE PRISIONEIROS

Libertação de prisioneiro
Art. 394. Promover ou facilitar a libertação de prisioneiro de guerra sob guarda ou custódia
de força nacional ou aliada:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de quinze anos, grau mínimo.
Evasão de prisioneiro
Art. 395. Evadir-se prisioneiro de guerra e voltar a tomar armas contra o Brasil ou Es-
tado aliado:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.
Parágrafo único. Na aplicação deste artigo, serão considerados os tratados e as conven-
ções internacionais, aceitos pelo Brasil relativamente ao tratamento dos prisioneiros de guerra.
Amotinamento de prisioneiros
Art. 396. Amotinarem-se prisioneiros em presença do inimigo:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

CAPÍTULO XIV
DO FAVORECIMENTO CULPOSO AO INIMIGO

Favorecimento culposo
Art. 397. Contribuir culposamente para que alguém pratique crime que favoreça o inimigo:
Pena – reclusão, de dois a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.

TÍTULO II
DA HOSTILIDADE E DA ORDEM ARBITRÁRIA

Prolongamento de hostilidades
Art. 398. Prolongar o comandante as hostilidades, depois de oficialmente saber celebrada
a paz ou ajustado o armistício.
Pena – reclusão, de dois a dez anos.
Ordem arbitrária

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Art. 399. Ordenar o comandante contribuição de guerra, sem autorização, ou excedendo


os limites desta:
Pena – reclusão, até três anos.

TÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

CAPÍTULO I
DO HOMICÍDIO

Homicídio simples
Art. 400. Praticar homicídio, em presença do inimigo:
I – no caso do art. 205:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos;
II – no caso do § 1º do art. 205, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço;
Homicídio qualificado
III – no caso do § 2º do art. 205:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

CAPÍTULO II
DO GENOCÍDIO

Genocídio
Art. 401. Praticar, em zona militarmente ocupada, o crime previsto no art. 208:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.
Casos assimilados
Art. 402. Praticar, com o mesmo fim e na zona referida no artigo anterior, qualquer dos atos
previstos nos ns. I, II, III, IV ou V, do parágrafo único, do art. 208:
Pena – reclusão, de seis a vinte e quatro anos.

CAPÍTULO III
DA LESÃO CORPORAL

Lesão leve
Art. 403. Praticar, em presença do inimigo, crime definido no art. 209:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Lesão grave
§ 1º No caso do § 1º do art. 209:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos.

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§ 2º No caso do § 2º do art. 209:


Pena – reclusão, de seis a quinze anos.
Lesões qualificadas pelo resultado
§ 3º No caso do § 3º do art. 209:
Pena – reclusão, de oito a vinte anos no caso de lesão grave; reclusão, de dez a vinte e
quatro anos, no caso de morte.
Minoração facultativa da pena
§ 4º No caso do § 4º do art. 209, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
§ 5º No caso do § 5º do art. 209, o juiz pode diminuir a pena de um terço.

TÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

Furto
Art. 404. Praticar crime de furto definido nos arts. 240 e 241 e seus parágrafos, em zona de
operações militares ou em território militarmente ocupado:
Pena – reclusão, no dobro da pena cominada para o tempo de paz.
Roubo ou extorsão
Art. 405. Praticar crime de roubo, ou de extorsão definidos nos arts. 242, 243 e 244, em
zona de operações militares ou em território militarmente ocupado:
Pena – morte, grau máximo, se cominada pena de reclusão de trinta anos; reclusão pelo
dobro da pena para o tempo de paz, nos outros casos.
Saque
Art. 406. Praticar o saque em zona de operações militares ou em território militarmen-
te ocupado:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

TÍTULO V
DO RAPTO E DA VIOLÊNCIA CARNAL

Rapto
Art. 407. Raptar mulher honesta, mediante violência ou grave ameaça, para fim libidinoso,
em lugar de efetivas operações militares:
Pena – reclusão, de dois a quatro anos.
Resultado mais grave
§ 1º Se da violência resulta lesão grave:
Pena – reclusão, de seis a dez anos.
§ 2º Se resulta morte:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

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Cumulação de pena
§ 3º Se o autor, ao efetuar o rapto, ou em seguida a este, pratica outro crime contra a rapta-
da, aplicam-se, cumulativamente, a pena correspondente ao rapto e a cominada ao outro crime.
Violência carnal
Art. 408. Praticar qualquer dos crimes de violência carnal definidos nos arts. 232 e 233, em
lugar de efetivas operações militares:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.
Resultado mais grave
Parágrafo único. Se da violência resulta:
a) lesão grave:
Pena – reclusão, de oito a vinte anos;
b) morte:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de quinze anos, grau mínimo.

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RESUMO
Estatística geral:

Conceito de tempo de guerra:

Tempo de guerra
Art. 15. O tempo de guerra, para os efeitos da aplicação da lei penal militar, começa com a decla-
ração ou o reconhecimento do estado de guerra, ou com o decreto de mobilização se nele estiver
compreendido aquele reconhecimento; e termina quando ordenada a cessação das hostilidades.

Critério para definição de crime em tempo de guerra: o critério para definição de crimes
militares em tempo de guerra, portanto, observa os critérios LEGAL e TEMPORAL (ratione legis
e ratione temporis).

Crimes militares em tempo de guerra


Art. 10. Consideram-se crimes militares, em tempo de guerra:
I – os especialmente previstos neste Código para o tempo de guerra;
II – os crimes militares previstos para o tempo de paz;
III – os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei penal
comum ou especial, quando praticados, qualquer que seja o agente:
a) em território nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupado;
b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem comprometer a preparação, a eficiência ou as
operações militares ou, de qualquer outra forma, atentam contra a segurança externa do País ou
podem expô-la a perigo;

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IV – os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora não previstos neste Código, quan-
do praticados em zona de efetivas operações militares ou em território estrangeiro, militarmente
ocupado.

Crime na presença do inimigo:

Crime praticado em presença do inimigo


Art. 25. Diz-se crime praticado em presença do inimigo, quando o fato ocorre em zona de efetivas
operações militares, ou na iminência ou em situação de hostilidade.

Disposições complementares:

Crimes praticados em prejuízo de país aliado


Art. 18. Ficam sujeitos às disposições deste Código os crimes praticados em prejuízo de país em
guerra contra país inimigo do Brasil:
I – se o crime é praticado por brasileiro;
II – se o crime é praticado no território nacional, ou em território estrangeiro, militarmente ocupado
por força brasileira, qualquer que seja o agente.
Crimes praticados em tempo de guerra
Art. 20. Aos crimes praticados em tempo de guerra, salvo disposição especial, aplicam-se as penas
cominadas para o tempo de paz, com o aumento de um terço.

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QUESTÕES COMENTADAS EM AULA


001. (MPM/MPM/PROMOTOR) Os crimes militares, quando ocorridos em conflitos armados
internacionais não declarados, são tratados como crimes militares em tempo de guerra no
CPM. A caracterização do crime militar afasta a caracterização do mesmo comportamento
como crime de guerra no Estatuto de Roma.

002. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) “Em tempo de guerra, um fato previsto


como crime na legislação comum, mas não na militar, poderá ser considerado crime militar, se
praticado em presença do inimigo.”

003. (CESPE/STM/2018/ANALISTA JUDICIÁRIO) Se, em tempo de guerra, um militar come-


ter homicídio em presença do inimigo, sua pena poderá ser reduzida conforme hipóteses pre-
vistas no Código Penal Militar.

004. (CESPE/STM/2018/ANALISTA JUDICIÁRIO) Em tempo de guerra, há previsão de pena


de morte para crime cometido contra o patrimônio.

005. (MPM/MPM/2013/PROMOTOR) O crime do art. 395 do CPM aplica-se ao prisioneiro de


guerra em caso de evasão bem-sucedida.

006. (MPM/MPM/2013/PROMOTOR) No crime de violência contra o superior com resultado


morte, praticado em tempo de guerra (CPM, art. 386), a pena prevista no grau máximo é a de
morte, sendo reclusão de 20(vinte) anos a previsão mínima.

007. (MPM/MPM/2013/PROMOTOR) O crime de favor ao inimigo (CPM, art. 356) é crime de


empreendimento ou atentado, punindo, da mesma forma, tanto o favorecimento propriamente
dito, como sua tentativa.

008. (MPM/MPM/2013/PROMOTOR) Na deserção em tempo de guerra, que é crime de natu-


reza subsidiária, o prazo de graça é de 4(quatro) dias.

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QUESTÕES DE CONCURSO
009. (2021/CRS PMMG/PM-MG/POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS/SOLDADO/3º SIMULA-
DO) Assinale a alternativa incorreta acerca da caracterização de crimes militares em tempo
de guerra.
a) Os especialmente previstos para o tempo de guerra.
b) Os crimes militares previstos para o tempo de paz.
c) Os crimes previstos, embora também o sejam com igual definição na lei penal comum ou
especial, quando praticados, qualquer que seja o agente.
d) Apenas os crimes definidos na lei penal comum, embora não previstos, quando praticados
em zona de efetivas operações militares ou em território estrangeiro, militarmente ocupado.

010. (Q1467694/2020/IADES/PM-PA/POLÍCIA MILITAR DO PARÁ/OFICIAL CFO/3º SIMU-


LADO/ADAPTADA) Aos crimes praticados em tempo de guerra, salvo disposição especial,
aplicam-se as penas cominadas para o tempo de paz, com o aumento de um terço.

011. (Q1482965/2020/IADES/PM-PA/POLÍCIA MILITAR DO PARÁ/OFICIAL CFO/4º SIMU-


LADO/ADAPTADA) O tempo de guerra, para os efeitos da aplicação da lei penal militar, co-
meça com a declaração ou o reconhecimento do estado de guerra, ou com o decreto de mo-
bilização se nele estiver compreendido aquele reconhecimento; e termina quando ordenada a
cessação das hostilidades.

012. (Q1593027/2015/FUNCAB/CBM-AC*CORPO DE BOMBEIRO MILITAR DO ACRE/OFI-


CIAL BOMBEIRO MILITAR COMBATENTE/ESPANHOL) Consideram-se crimes militares, em
tempo de guerra:
a) os crimes praticados por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na
mesma situação ou assemelhado.
b) os crimes praticados por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito
à administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil.
c) os crimes praticados por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar
da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil.
d) os crimes praticados por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patri-
mônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar.
e) os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora não previstos no Código Penal
Militar, quando praticados em zona de efetivas operações militares ou em território estrangei-
ro, militarmente ocupado.

013. (Q1080936/2005/IBDMH/MPM/MINISTÉRIO PÚBLICO MILITAR/PROMOTOR DA


JUSTIÇA MILITAR) Assinale a alternativa incorreta:

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a) Crime praticado em presença do inimigo é aquele ocorrido em zona de efetivas operações


militares, ou na iminência ou em situação de hostilidade.
b) Aos crimes especialmente previstos para o tempo de guerra aplicam-se as penas comina-
das para o tempo de paz, com o aumento de um terço.
c) É competência privativa do Presidente da República declarar Guerra, no caso de agressão
estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele.
d) Os tipos penais relativos à Traição referem-se ao agente como sendo o “nacional”. Com isso
conclui-se poder ser ele um brasileiro, nato ou naturalizado, militar ou civil.

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GABARITO
1. E
2. C
3. C
4. C
5. E
6. C
7. C
8. C
9. d
10. C
11. C
12. e
13. b

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GABARITO COMENTADO
009. (2021/CRS PMMG/PM-MG/POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS/SOLDADO/3º SIMULA-
DO) Assinale a alternativa incorreta acerca da caracterização de crimes militares em tempo
de guerra.
a) Os especialmente previstos para o tempo de guerra.
b) Os crimes militares previstos para o tempo de paz.
c) Os crimes previstos, embora também o sejam com igual definição na lei penal comum ou
especial, quando praticados, qualquer que seja o agente.
d) Apenas os crimes definidos na lei penal comum, embora não previstos, quando praticados
em zona de efetivas operações militares ou em território estrangeiro, militarmente ocupado.

Veja que o enunciado solicita a incorreta. A base para a questão está no art. 10, conforme es-
tudamos, sendo que apenas a assertiva D descumpre o texto legal:

Art. 10. Consideram-se crimes militares, em tempo de guerra:


I – os especialmente previstos neste Código para o tempo de guerra;
II – os crimes militares previstos para o tempo de paz;
III – os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei penal
comum ou especial, quando praticados, qualquer que seja o agente:
a. em território nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupado;
b. em qualquer lugar, se comprometem ou podem comprometer a preparação, a eficiência ou as
operações militares ou, de qualquer outra forma, atentam contra a segurança externa do
País ou podem expô-la a perigo;
IV – os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora não previstos neste Código, quan-
do praticados em zona de efetivas operações militares ou em território estrangeiro, militarmente
ocupado.
Letra d.

010. (Q1467694/2020/IADES/PM-PA/POLÍCIA MILITAR DO PARÁ/OFICIAL CFO/3º SIMU-


LADO/ADAPTADA) Aos crimes praticados em tempo de guerra, salvo disposição especial,
aplicam-se as penas cominadas para o tempo de paz, com o aumento de um terço.

É a exata previsão do art. 20 do CPM, a saber:

Art. 20. Aos crimes praticados em tempo de guerra, salvo disposição especial, aplicam-se as penas
cominadas para o tempo de paz, com o aumento de um terço.
Certo.

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NOÇÕES DE DIREITO PENAL MILITAR/PROCESSO PENAL MILITAR
Crimes em Tempo de Guerra
Douglas Vargas

011. (Q1482965/2020/IADES/PM-PA/POLÍCIA MILITAR DO PARÁ/OFICIAL CFO/4º SIMU-


LADO/ADAPTADA) O tempo de guerra, para os efeitos da aplicação da lei penal militar, co-
meça com a declaração ou o reconhecimento do estado de guerra, ou com o decreto de mo-
bilização se nele estiver compreendido aquele reconhecimento; e termina quando ordenada a
cessação das hostilidades.

Literalidade do art. 15 do CPM, a saber:

Art. 15. O tempo de guerra, para os efeitos da aplicação da lei penal militar, começa com a decla-
ração ou o reconhecimento do estado de guerra, ou com o decreto de mobilização se nele estiver
compreendido aquele reconhecimento; e termina quando ordenada a cessação das hostilidades.
Certo.

012. (Q1593027/2015/FUNCAB/CBM-AC*CORPO DE BOMBEIRO MILITAR DO ACRE/OFI-


CIAL BOMBEIRO MILITAR COMBATENTE/ESPANHOL) Consideram-se crimes militares, em
tempo de guerra:
a) os crimes praticados por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na
mesma situação ou assemelhado.
b) os crimes praticados por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito
à administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil.
c) os crimes praticados por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar
da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil.
d) os crimes praticados por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patri-
mônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar.
e) os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora não previstos no Código Penal
Militar, quando praticados em zona de efetivas operações militares ou em território estrangei-
ro, militarmente ocupado.

Questão boa, também baseada no art. 10 do CPM, o qual é de suma importância no estudo da
aula de hoje:

Crimes militares em tempo de guerra


Art. 10. Consideram-se crimes militares, em tempo de guerra:
I – os especialmente previstos neste Código para o tempo de guerra;
II – os crimes militares previstos para o tempo de paz;
III – os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei penal
comum ou especial, quando praticados, qualquer que seja o agente:
a) em território nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupado;

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Crimes em Tempo de Guerra
Douglas Vargas
b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem comprometer a preparação, a eficiência ou as
operações militares ou, de qualquer outra forma, atentam contra a segurança externa do País ou
podem expô-la a perigo;
IV – os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora não previstos neste Código, quan-
do praticados em zona de efetivas operações militares ou em território estrangeiro, militarmente
ocupado.
Note que a assertiva mistura o teor do art. 9º, no qual o CPM prevê as hipóteses de competên-
cia da Justiça Militar, com o art. 10º, o qual trata das hipóteses de tempo de guerra.
Letra e.

013. (Q1080936/2005/IBDMH/MPM/MINISTÉRIO PÚBLICO MILITAR/PROMOTOR DA


JUSTIÇA MILITAR) Assinale a alternativa incorreta:
a) Crime praticado em presença do inimigo é aquele ocorrido em zona de efetivas operações
militares, ou na iminência ou em situação de hostilidade.
b) Aos crimes especialmente previstos para o tempo de guerra aplicam-se as penas comina-
das para o tempo de paz, com o aumento de um terço.
c) É competência privativa do Presidente da República declarar Guerra, no caso de agressão
estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele.
d) Os tipos penais relativos à Traição referem-se ao agente como sendo o “nacional”. Com isso
conclui-se poder ser ele um brasileiro, nato ou naturalizado, militar ou civil.

a) Certa. Segue a literalidade do art. 25 do CPM.


b) Errada. Ignora a previsão do art. 20 do CPM, segundo a qual de fato aplicam-se as penas
cominadas para o tempo de paz, com aumento de um terço, salvo disposição especial.
Por fim, de fato é competência do PR declarar guerra, nos termos da CF/88, e a traição (art. 355
do CPM de fato prevê a conduta sendo praticada pelo NACIONAL).
Letra b.

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Douglas Vargas
Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no concurso realizado em 2013. Aprovado
em vários concursos, como Polícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e Oficial – 2017).

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