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Débora Moreira
debsrrm@gmail.com
Escola Superior de Educação- Politécnico Do Porto/Portugal
Resumo: O presente texto tem como objetivo abordar o Sistema Educativo enquanto
um todo e nas suas partes, assumindo como principal destaque a crise que vem a demarcar
o mau funcionamento do sistema de ensino e as controvérsias existentes ao longo dos
tempos em relação ao uso de poder e autoridade. Neste sentido o presente texto está
dividido em três partes, numa primeira parte fiz uma análise reflexiva sobre aquilo que se
entende por infância e ser criança, aprofundando novamente um pouco sobre a
desvalorização no sistema educativo. Num segundo momento, procurei dar resposta ao
porquê da existência de uma crise educacional e ao que se entende por poder e autoridade.
Por fim, irei prestar uma análise crítica pessoal sobre os temas abordados no decurso do
tema e a minha experiência enquanto estudante e visionária enquanto futura docente.
Palavras-Chave: Educação; Poder; Autoridade; Infância; Crise;
Abstract: This text aims to address the Educational System as a whole and in its
parts, assuming as main highlight the crisis that comes to demarcatise the malfunction of
the education system and the controversies that exist over time in relation to the use of
power and authority. In this sense, this text is divided into three parts, in a first part I made
a reflexive analysis of what is meant by childhood and being a child, deepening again a little
about the devaluation in the educational system. In a second moment, I tried to respond
to why there was an educational crisis and what is meant by power and authority.Finally, I
will provide a personal critical analysis on the topics addressed in the course of the theme
and my experience as a student and visionary as a future teacher.
Keywords: Education; Power; Authority; Childhood; Crisis;
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No artigo desenvolvido por OHLWEILER E FISCHER,2013 é discutido que ao longo do século,
parece evidente o quão difícil a se tornou o processo educativo e o ato de lecionar uma aula.
Pelo que se têm levantado uma forte discussão nas diversas instituições sobre e em que
medida se deve proceder ao ensino. Partindo deste conhecimento geral, pretendo procurar
entender qual a relação do poder no ato de educar, bem como abordar o motivo pelo qual o
meio educativo e em especial a própria educação, afundou numa crise exponencial, levando
os jovens a afastarem-se da mesma e a profissão docente passar a ser pouco acreditada.
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torna-se num exercício de pensamento, invertendo-se assim a lógica temporal da
conceção tradicional de infância como sendo simplesmente referida a sujeitos de tal a tal
idade. Pelo que em consonância com o pensamento de Walter Kohan (2004),
compreende-se que a infância é algo que diz respeito à potência e à criação, por vezes ao
não mensurável e ao não classificável.
O tempo não passa pela Educação, está sempre tudo no mesmo sítio?
Parece-nos evidente que ao longo do tempo, cada vez são mais os discursos que
tentam direcionar as diferentes frentes, sejam elas familiares ou educativas, para um
procedimento dito bem feito. Ao que tudo indica e segundo o trabalho de OHLWEILER E
FISCHER(2013), estes meios de processamento, tendem a ser ramificados em todas as
direções pelos mídia que na sua retaguarda possuem uma intervenção direta das diversas
áreas da saúde; bem como do questionamento disciplinar, pelo que ao que tudo indica houve
uma permuta na problemática, ora se numa altura eram problemas médicos, atualmente
passaram a ser psicológicos (XAVIER,2002). Ao qual o autor do artigo acrescenta a posição de
FOUCAULT,( 2008, p. 199), se até ao fim do século XVIII, a relação de proximidade entre pais
e filhos era muito ténue, a partir daí deu-se um passo galopante para que o contexto familiar
tenha como propósito a proteção e o cuidado, estabelecendo-se uma forte conexão com os
laços familiares.
A atitude de afastamento pela parte familiar, devia-se à implementação de medidas
de higiene e de medicalização , que interfeririam diretamente nas relações familiares, uma
vez que estas passavam a privatizar o espaço físico familiar,-contudo, a partir do século
passado e com o avanço psi sobre a relação familiar, levou a uma alteração de paradigma,
pelo que aquilo que dizia respeito ao espaço privado passou a ser discutido em espaço público,
de forma mais ativa e aberta à interferência de terceiros (OHLWEILER E FISCHER,2013).
Segundo COUTINHO (2008),autor presente no trabalho de (OHLWEILER E
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FISCHER,2013) ,esta alteração paradigmática deveu-se à segunda e terceira Modernidade,
visto que se tratava de um movimento de preocupação com a formação e especificamente
com as formas de aprendizagem dos alunos. Contudo, ao longo dessa transição segundo
SCHAFFER (2000), perdeu-se muito potencial de reforma até à atualidade, que se justifica
através dos números de encaminhamentos para clínicas de crianças em idade escolar.
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Pelo que deste pensamento, podemos admitir que característica mais potente do
conceito em questão, segundo a definição de Arendt , é a da legitimação (OHLWEILER E
FISCHER,2013).
“uma pessoa só se torna uma autoridade quando a sua figura e seus atos são
legitimados pelo sujeito em relação ao qual ela (a autoridade) é exercida.”
Podemos desta forma admitir, que a alteração de conceção tida na educação entra
paralelamente associada ao o desuso da autoridade, no sentido em que passamos de um
regime educativo de extremismo, onde a educação era tida segundo um dito
comportamento certo, plural e uniforme , delineado sobre um sistema fechado, onde era
exercida uma educação padronizada e quando posta em causa castigada, para uma
educação liberal e respeitosa com a diferença humana, a sua singularidade e variabilidade
(OHLWEILER E FISCHER,2013).
A Bancarrota da Educação
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No seguimento do referido trabalho consta que, Costa (1994), assume que está
situação como um “conflito com o código, determinado pelo afastamento das condutas
práticas do modelo ideal” (p. 40), isto é, a crise existente deve-se a discussão de condutas
a adotar. Contrariamente Madeira e Tura, admitem que a “perspetiva de associar a crise
da sociedade à crise da escola, numa via de sentido duplo, está bastante arraigada entre
aqueles que pensam a educação, elaboram e formulam uma teoria sociológica
educacional” (2000, p. 62). , pois estás estão inerentemente relacionadas com a crise dos
valores morais, do individualismo, do consumismo desregrado, e da pouca disciplina.
Mas, tendo em vista que a escola é uma instituição da sociedade, é impossível não
a relacionar com as diferentes crises bem como as crises econômicas, por exemplo. A
crise educacional remete a um desalento, a um descontentamento, que pode ser mais
bem compreendido se atentarmos para a chamada crise da modernidade, que produz
efeitos em diferentes campos, entre os quais o que nos interessa aqui: a educação
(OHLWEILER E FISCHER,2013).
Deste modo, a crise na educação está em conexão direta com o que se diz da crise
da modernidade. Arendt ao longo do seu estudo afirma que entre os motivos da referida
crise, estão as teorias modernas da área da Pedagogia, quando adotadas de forma servil
e indiscriminada, criticando os forma como os pais educavam os seus filhos.
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Posto isto, parece-nos que o problema existe no meio dessa onda de enunciações
acerca da crise, e resulta de “ao mesmo tempo distinguir os acontecimentos, diferenciar
as redes e os níveis a que pertencem e reconstituir os fios que os ligam e que fazem com
que se engendrem, uns a partir dos outros” (FOUCAULT, 2008, p. 5).
Pelo que desta perspetiva, a família parece ter ficado há quem dos processos
educativos Das pesquisas de Mariane Inês Ohlweller e Rosa Maria Bueno Fischer (2013)
tendo por base os enunciados de crianças, fica clara a relação entre os vários embates
sobre quem exerce, como exerce a autoridade e o mero acesso a determinados bens de
consumo. Salientando ainda que alguns alunos se referiram, ao gesto de gritar, discutir,
ameaçar, por parte deles, para conseguir algum objeto do seu desejo, ou seja a
autoridade passou a ser um fim para atingir um meio e não um meio para atingir o fim.
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bocas e pensamentos dos demais críticos, levantando-se com isto múltiplas outras
questões.
Primeiramente há que diferenciar esses mesmos dois conceitos, pelo que de todas as
definições acima mensuradas e outras quantas pesquisadas por mim a mais válida no
meu ponto de vista é a de Hannah Arendt, patente no artigo de OHLWEILER E
FISCHER,2013 que nos diz:
Pelo que de início nos permite logo pressupor que a autoridade se encontra
estreitamente relacionada com poder:
Com isto, pretendo eu admitir que poder só existe enquanto ato , embora nem
sempre consciente é um infinitivo, ou seja, “só possui poder quem consegue determinar
, decidir, dirigir a ação de uma outra pessoa” (Marina, José Plutónio, 2009), isto é,
conseguir o controlo sobre tudo o que se encontra ao seu redor. Por sua vez, a autoridade
surge como um símbolo de respeito, provocado pela hierarquização de poderes, quero
eu dizer, o poder utilizando as devidas estratégias pode alcançar a obediência, que por
sua vez pode levar ao respeito, respeito esse que
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Pelo que de entre as demais causas da crise educacional, parece existir uma que
dificilmente sai deste círculo vicioso que é de que estamos perante uma crise de
autoridade por parte da docência.
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com potenciais materiais para a utilização de novos métodos de ensino, pelo que os
alunos se demostram desmotivados. Acrescentando ainda o fator família, cada vez mais
vemos as famílias com problemas variados, muitas vezes os alunos não possuem o devido
acompanhamento em casa o que promove a rebeldia, a má educação, a revolta
contribuindo assim para a ideia de crise, tendo
Além disso, ao que tudo indica, com o passar do tempo a escola é tida como um
meio de formação de consumo e não de criação e desenvolvimento, pelo que assim se
demonstra sob carência daquilo que realmente é a sua função, e isto acontece, devido à
rotulação dos alunos, privando o seu desenvolvimento individual, de competências e
habilidades únicas, isto é, aparentemente os alunos são todos colocados num mesmo saco,
agrupados por idades , onde possuem um rotulo correspondente às aprendizagens
essências segundo uma data restrita, o que ao longo do estudo nos foi tido como
condenação, visto que não respeitamos a sua infância.
Para finalizar, parece-me que estamos numa fase de retorno, onde o aluno é
descartado e apenas se gera preocupação em torno de como aplicar e qual é o melhor
método de aplicação de ensino, uma vez que atualmente a profissão docente se cinge a um
currículo a ser cumprido, não tendo em atenção as diferenças existentes entre contextos ,
entre indivíduos e o seu condicionamento pessoal. Cada vez mais , vivemos sobre uma
aprendizagem expositiva, onde o deposito de conteúdos é o mais significativo, onde os
alunos passam sem sequer possuírem os devidos conhecimentos, neste momento
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pergunto-me onde irá acabar esta sociedade, uma vez que cada vez mais somos
pressionados pela autoridade educacional, a proceder em deferimento de um dado
documento orientador, onde o professor é privado, priva o aluno e involuntariamente leva
a Educação a uma nova crise.
Referências Bibliográficas
COUTINHO, Karyne Dias. (2008). A emergência da psicopedagogia no Brasil. Tese
(Doutorado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre;
LIMA, Francine; ARINI, Juliana. Eles são uns capetas. Época, São Paulo, n. 569, p. 6
MADEIRA, Vicente de Paulo Carvalho; ( 70, abr.2009). TURA, Maria de Lourdes
Rangel. Crise da sociedade,crise da escola. Revista de Educação AEC, Brasília, v. 29, n. 117,
p. 62-69, out./dez. 2000.
Marina, José Plutónio (2009). ”A paixão do poder”. Lisboa: A Esfera dos Livros
Mariane Inês Ohlweller e Rosa Maria Bueno Fischer (2013) ,”Autoridade,
Infância e “Crise Na Educação””. Santa Cruz Do Sul. Versão revista e ampliadade
artigo apresentado na 34ª Reunião anual da Associação Nacional de Pós-
Graduação em Educação
OHLWEILER, Mariane Inês and FISCHER, Rosa Maria Bueno. Autoridade, infância
e "crise na educaçã
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