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Professoras: Lígia Freitas e Silvana Gomes
Como exemplo dessa preocupação podemos citar o III Encontro de Professores de Educação
Física, organizado pela Associação dos Professores de Educação Física da Guanabara, na cidade
do Rio de Janeiro, em 1972. Apresentam então, em uma de suas recomendações aprovadas, a
proposta de criação dos Conselhos Regionais e Federal de Educação Física, em que se destaca o
seguinte registro deliberativo:
Os Conselhos Regionais e Federal dos Titulados em Educação Física e Desportos:
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Disponível em: https://www.confef.org.br/confef/conteudo/16 Acesso: l5 de novembro de 2020.
Contudo, somente em meados dos anos 80 são efetivamente identificadas as ações para a
apresentação do projeto de regulamentação da profissão ao legislativo.
Assim, fica clara a questão da regulamentação ser uma velha aspiração da categoria
profissional. Algo debatido e discutido desde os anos 50 em diversos eventos, pelos formadores
de opinião, pelos notáveis da área e pelas IES, tendo se transformado em ação efetiva apenas a
partir da década de 80, quando então encontramos a questão da regulamentação profissional
sendo efetivamente debatida e ações concretas dinamizadas.
No início dos anos oitenta resgata-se a Federação Brasileira das Associações dos Professores de
Educação Física - FBAPEF. Mediante uma atuação dinâmica e democrática motiva o surgimento
de Associações de Professores de Educação Física – APEFs, em praticamente todos os Estados
da União.
Nos Estados: Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo dentre
outros, ao longo da década de oitenta, as APEFs promoveram diversos Congressos. O objetivo
era discutir os rumos da disciplina e da profissão. A necessidade de consolidar e conquistar a
regulamentação recebeu aprovação em todos os estados.
Podemos deduzir que a segunda fase teve início na reunião entre os diretores, professores e
estudantes de Escolas de Educação Física, realizada no dia 22 de novembro de 1983, na
FUNCEP, em Brasília-DF, cujo propósito foi discutir sobre a problemática da atuação profissional
em Educação Física”, visando a criação de um órgão orientador, disciplinador e fiscalizador do
exercício profissional”.
Nesta reunião, coordenada pelo Prof. Benno Becker, à época, membro da Comissão de
Pesquisa em Educação Física e Desportos do MEC-COPED, diretor das escolas de Educação
Física da FEEVALE, Novo Hamburgo, RS, e secretariada pelo Prof. Laércio Pereira, o Prof. Benno
apresentou um projeto elaborado, tendo como base os projetos de conselho regionais e
federais da psicologia e medicina. Após discussão e debate, o projeto de lei foi aperfeiçoado.
Chegaram ao acordo, que a proposta seria de criação de Conselho dos Profissionais de
Educação Física. Nesta oportunidade todos os presentes foram alertados a respeito da
tramitação que o projeto teria na Câmara dos Deputados e da necessidade de cada um
mobilizar os representantes políticos de cada estado, para a defesa e o acompanhamento do
projeto. Designaram os Professores Benno Becker e Antônio Amorim para encaminhamento do
projeto de lei ao poder legislativo.
O Projeto, já aperfeiçoado, foi apresentado pelo Prof. Benno Becker no encontro de diretores
e/ou representantes de Escolas de Educação Física do Brasil, encontro este comemorativo dos
cinqüenta anos das Escolas de Educação Física da Universidade de São Paulo, cuja comissão
executiva dos festejos era presidida pelo Prof. Walter Giordano, quando na realização do
debate sobre os temas “Criação de Conselhos Federal e Regionais de Educação Física” e
“Regulamentação da Profissão”, realizado no dia 16 de março de 1984, às 15 horas, na sede da
Escola de Educação Física na Universidade de São Paulo.
Do ano de 1984 em diante, iniciou de fato, ações concretas para a regulamentação da
profissão.
A FBAPEF, que estava desativada, é resgatada quando durante o II Congresso de Esporte Para
todos – EPT, na cidade de Belo Horizonte, em julho de 1984, é realizada a Assembléia Geral da
FBAPEF e eleita a diretoria para reiniciar a gestão da entidade. Nesta ocasião dentre alguns
pontos, é discutida a questão da regulamentação da profissão e deliberado que a entidade
deve envidar todos os esforços nesse sentido. O Prof. Dr. Inezil Penna Marinho informa sobre a
impossibilidade de se criar Ordem ou Conselhos de professor de Educação Física, em razão de
ser esta, substantiva da função de Professor.
Então, o eminente professor propõe que seja modificado o nome designatório de nossa
atividade profissional para “Cineantropólogo”; “Antropocinesiólogo”; Kinesiólogo” ou
“Antropocineólogo”. A categoria foi consultada, e eles não concordaram com a mudança do
termo. Culturalmente e tradicionalmente, a designação do profissional nas intervenções na
área dos exercícios físicos e desportivos, é Professor de Educação Física. Identificado o impasse,
surgiu a proposta de designarmos o interventor como “Profissional de Educação Física”.
Designação aceita para vencer o impasse legal. Desta forma, passou-se a defender a
regulamentação do Profissional de Educação Física.
Paralelamente, em 1984 foi apresentado o Projeto de Lei 4559/84, pelo Deputado Federal
Darcy Pozza à Câmara dos Deputados. Dispunha sobre o Conselho Federal e os Regionais dos
Profissionais de Educação Física, Desporto e Recreação. Foi, oficialmente, o primeiro projeto de
regulamentação da profissão.
Em praticamente todas as instâncias deliberativas, até então, das APEFs e nos Congressos da
FBAPEF, as decisões eram sempre no sentido da luta pela regulamentação. De acordo com o
trâmite do projeto de apresentação de propostas para apresentação de substitutivos.
O PL 4559/84 foi aprovado pelo Congresso Nacional, em dezembro de 1989, sendo vetado pelo
Presidente da República, José Sarney. Isso ocorreu no início do ano de 1990, baseando-se em
parecer exarado pelo Ministério do Trabalho.
Em razão dessa decepção, as APEFs entram em colapso. O processo de desativação ocorreu
inclusive no congresso da FBAPEF de 1990.
No início de 1994, grupos de estudantes de Educação Física preocupados com o crescente
aumento de pessoas sem formação atuando no mercado emergente (academias, clubes,
condomínios, etc.), procuraram a APEF-RJ. A APEF então, reafirmou a posição de que para
impedir tal abuso, fazia-se necessário um instrumento jurídico que determinasse serem os
egressos das escolas de educação física, os profissionais responsáveis pela dinamização das
atividades físicas.
Portanto, era requerido para regulamentar a profissão: um novo movimento e mobilização da
categoria; a adesão de algum político para apresentar o projeto de lei e todo o desgaste que
representaria tal questão, ao longo do trâmite do projeto na Câmara e no Senado.
No Rio de Janeiro, o problema se agrava. De maneira bastante informal, percebeu-se que era
latente entre os estudantes, a questão do egresso dos cursos de Educação Física. Crescia o
interesse em tomar providências para reverter a situação.
Com o crescimento do interesse, a questão é debatida pela diretoria da Associação dos
Professores de Educação Física do Rio de Janeiro. Trava-se o debate a respeito da propriedade
e surge a oportunidade de iniciar uma nova luta pela regulamentação.
Até o dia 17 de outubro de 1996 (audiência pública), o Deputado Paulo Paim consultou as
Instituições formadoras de profissionais de Educação Física, entidades, órgãos públicos,
profissionais e estudantes de Educação Física.
Exigiu que os presentes enviassem suas sugestões. O Grupo de Trabalho apresentou novo
texto. O relator o apresentou como substitutivo. Todavia, não houve tempo hábil do
substitutivo do Deputado Paulo Paim ser apreciado na Comissão em 1996. O motivo, foi o
recesso de final de ano.
Mesmo assim foi moroso o trâmite. Primeiramente a devolução do projeto à Comissão, levada
a efeito em 30 de maio de 1997, em seguida sua inclusão em pauta. O Deputado Sandro Mabel
(PSDB/GO), líder do governo na Comissão, informava ser favorável ao projeto, mas, não o
liberava para a pauta. Informava que o entrave partia do Ministério do Trabalho.
Na sessão plenária de 30 de junho de 1998 da Câmara dos Deputados, o projeto de lei 330/95 é
debatido, apreciado e aprovado com parecer favorável de todos os oradores. Inclusive, foi feita
uma homenagem ao Deputado Eduardo Mascarenhas, que havia falecido.
A partir de primeiro de julho de 1998 o projeto de lei passa a ser analisado e apreciado pelo
Senado.
No dia seguinte, 13 de agosto de 1998, o projeto foi incluído na ordem do dia do Senado. Após
alguns momentos de tensão, em razão de possíveis emendas ao Projeto de Lei, o Professor
Jorge Steinhilber, reunido com a Deputada Laura Carneiro e Senadores, firma acordo para
possibilitar a aprovação do Projeto de Lei nesta sessão. Após algumas manifestações de
parlamentares, e um longo e brilhante discurso do Senador Francelino Pereira, o projeto foi
aprovado por unanimidade e encaminhado à sanção presidencial.
No dia 08 de novembro do mesmo ano na cidade do Rio de Janeiro, a Federação Brasileira das
Associações de Profissionais de Educação Física (FBAPEF) elegeu os primeiros membros do
Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), estes eleitos pelas Associações de Professores
de Educação Fisica - APEFs e Instituições de Ensino Superior em Educação Física. Na ocasião, o
Prof. Jorge Steinhilber, então presidente do Movimento Nacional pela Regulamentação do
Profissional de Educação Física, apresentou a chapa dos Conselheiros, sendo aprovada por
todos os presentes.
Foram eleitos os seguines 18 primeiros Conselheiros Federais de Educação Física: Alberto dos
santos Puga Barbosa, Almir A. Gruhn, Antonio Ricardo C. de Oliveira, Carlos Alberto O. Garcia,
Edson Luiz Santos Cardoso, Flávio Delmanto, Gilberto José Bertevello, João Batista A. Gomes
Tojal, Jorge Steinhilber, Juarez Muller, Laércio Elias Pereira, Manoel José Gomes Tubino,
Marcelo F. Miranda Marino Tessari, Paulo RoberttoBassoli, Renato M. de Moraes, Sérgio K.
Sartori, Walmir Vinhas.
A posse solene dos primeiros membros do CONFEF foi realizada no dia 10 de janeiro de 1999,
na abertura do 14º Congresso Internacional de Educação Física da FIEP, em Foz do Iguaçu-PR,
como agradecimento ao apoio da Federação ao Movimento da Regulamentação, cerca de 1.500
congressistas presenciaram este acontecimento histórico.
A) A construção do Código de Ética para a profissão de Educação Física foi desenvolvida através
do estudo da historicidade da sua existência, da experiência de um grupo de profissionais
brasileiros da área e da resposta da comunidade específica de profissionais que atuam com
esse conhecimento no Brasil.
São itens norteadores da aplicação do Código de Ética, que fixa a forma pela qual se devem
conduzir os Profissionais de Educação Física registrados no Sistema CONFEF/CREFs, EXCETO:
A.O Código de Ética dos Profissionais de Educação Física, instrumento regulador do exercício da
Profissão, formalmente vinculado às Diretrizes Regulamentares do Sistema CONFEF/CREFs,
define-se como um instrumento legitimador do exercício da profissão, sujeito, portanto, a um
aperfeiçoamento contínuo que lhe permita estabelecer os sentidos educacionais, a partir de
nexos de deveres e direitos.