Você está na página 1de 16

FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO

A Pedagogia de J.J. Rousseau


Dr. Cezar Ricardo de Freitas
cezarfreitas@utfpr.edu.br
Rousseau – um Iluminista

A Liberdade, com
gorro frígio usado na
França, lança raios do
cetro da razão sobre
a Ignorância e o
Fanatismo
Rousseau
Pensamento pedagógico indissociável do pensamento
político:
“O homem nasceu livre e, não obstante, está acorrentado
por toda parte. Julga-se senhor dos demais seres sem
deixar de ser tão escravo como eles. Como se realizou
essa mutação? Eu o ignoro. Que pode legitimá-la? Creio
poder responder a esta questão” (Inicio do Contrato
social).
Rousseau
"O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que,
tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer 'isto é meu' e
encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo.
Quantos crimes, guerras, assassínios, misérias e horrores
não pouparia ao gênero humano aquele que, arrancando as
estacas ou enchendo o fosso, tivesse gritado a seus
semelhantes: 'Defendei-vos de ouvir esse impostor; estareis
perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a
terra não pertence a ninguém'" (Discurso sobre a Origem e
os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens).
Rousseau
Educação conforme a natureza -conceito fundamental
(não à vida selvagem)

“A Natureza faz sofrer para deixar forte”

“o homem nasce bom, a sociedade que o corrompe”

É preciso livrar Emílio dos hábitos exteriores


Rousseau
“Viver é o que desejo-lhe
ensinar. Quando sair das
minhas mãos, não será um
magistrado, doutor, etc, mas
um homem” (Emílio ou Da
Educação)

Educação Integral
Rousseau
Papel do educador:
Evitar a excitação precoce da imaginação:
“A criança precisa controlar os seus impulsos”

Desenvolvimento das sensações; sentimento;


“A história exige do homem que acate também o sentimento”
Sensações: corretivo para os excessos da razão.

Força exemplar do mestre: autoridade exercida pela sedução


Função nobre: deve ser jovem e sábio
Estratégias formativas
Experimentação livre do corpo e dos objetos;
Brincadeiras, jogos;

Concepção negativa de educação;

“Só há uma ciência a ensinar às crianças, que


é a dos deveres do homem” (p. 31).
Quem é o aluno?

“só é preciso educar os homens vulgares”;


Emílio não deve depender de médicos, filósofos ou dos
pais;


A relação com o “governante” seria diferente da relação
mestre/discípulo
Fases de Desenvolvimento

Educação tem um processo externo e
interno;

“Etapas da Razão”:


1 - Pré-racional (até 5 anos)

Desenv. das atividades motoras – percepção
sensorial;

Desabrochar dos sentimentos;

Formação do “eu” – indivíduo

Cuidados com as roupas apertadas: liberdade
de movimentos
2 – Razão sensitiva ou perceptiva
(6 aos 12 anos)


Motor da educação é a curiosidade;

Consciência de si – pensar por si próprio;

Primeiras lições morais (liberdade e propriedade);

Educar a imaginação

Exercícios dos sentidos
3 – Razão intelectual
3.1 Pré-adolescência (12 aos 15 anos)

Relação com o mundo pelo critério de


utilidade;

Transformação das sensações em ideias;

Do julgamento passivo para o ativo;

Dos jogos para o trabalho


Razão intelectual
3.2 Adolescência (15 anos)

Crise;
Descoberta da sexualidade:
necessidade de impedir a
explosão das paixões;
Faltam ao Emílio virtudes sociais –
“outro”;
- busca da mulher ideal
Razão intelectual

3.3 Fase Adulta:

- Emílio encontra Sofia;

- Torna-se marido, pai e cidadão.


Enfim...

Rousseau lança as bases de um educação elitista


Educação como desenvolvimento dos (bons) costumes


Dificuldades quando esses ideais vão para uma escola
pública (de massas)
– Base filosófica do Movimento da Escola Nova – John Dewey.
Referências:
Rousseau, Jean Jacques. Emílio ou Da
Educação. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.

DOZOL, Marlene de Souza. Da Figura do


Mestre. Campinas: Autores Associados, 2003.

Você também pode gostar