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UNIVERSIDADE POTIGUAR-RN

ESCOLA DA SAÚDE - ZN
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM - ZN
MECANISMO DE AGRESSÃO E DEFESA

DOCENTE:
Fabiano Batista
Especialista: Nefrologia, Urgência e Emergência.
Mestrando em Biotecnologia.

fabiano.batista@unp.br

fabianobatista.silva.16
(84) 99950-1198
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Parasitologia: Helmintologia

❖ Taenia solium e Taenia saginata


❖ Teníase e cisticercose

Taenia solium
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Taxonomia
❖ Reino: Animalia
❖ Filo: Platelmintos
❖ Classe: Secernentea
❖ Ordem: Cyclophyllidae
❖ Família: Teniidae
❖ Gênero: Taenia
❖ Espécie: Taenia saginata
Taenia solium
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Morfologia de Taenia sp. ❑ Morfologia de Taenia sp.
❖ Parasitam o intestino delgado ❖ Escolex de Taenia saginata: 4
❖ Corpo achatado em forma de fita, região ventosas (acetábulo)
anterior (escolex), seguido de estróbilo e ❖ Escolex de Taenia solium: 25 a 50
posterior (proglotes). acúleos (Ganchos)
❖ Vermes longos: Taenia saginata (4 a 12 ❖ Estróbilo: proglotes contendo
metros) Taenia solium (1,5 a 4 metros). aparelho reprodutor feminino e
❖ Longevidade: 30 anos masculino (hermafroditas)
❖ Nutrição: pela difusão, transporte ativo, ❖ Vermes adultos são anaeróbios
pinocitose através da pele. (jejuno-pouco oxigênio)
❖ Movimento por contração e expansão.
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Proglotes de Taenia sp.
❖ Hermafroditismo porém existência de protandria (aparelho masculino
amadurece antes do feminino)
❖ Espécie indistinguíveis pelos ovos (morfologia da proglote).
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Ovos de Taenia sp. ❑ Cisticerco
❖ Vermes podem liberar por apólise de ❖ Presente em tecido muscular,
6 a 12 proglotes por dia (700.000 conjuntivo ou gorduroso de bois e
avos/dia). porcos.
❖ Liberação dos ovos por rompimento ❖ Hospedeiros intermediários se
das proglotes grávidas. infectam ao ingerir ovos de Taenia sp.
❖ Ovos esféricos contendo embrião ❖ Ovos eclodem no intestino dos
hexacanto (oncosfera) recoberto pelo animais pela ação do suco gástrico e
embrióforo. bile e a oncosfera caem na circulação
sanguínea até atingir os tecidos dos
animais.
❖ Nesse momento a oncosfera pode não
resistir a resposta imunológica do
hospedeiro.
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Cisticerco

o cisticerco cresce rodeado por uma reação inflamatória protegido por uma
vesícula cheia de líquido contendo a larva com o receptáculo captis contendo o
escolex invaginado sem rostro e sem acúleos.
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II

❖ Ciclo Biológico:
Heteroxênico
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Epidemiologia da teníase

❖ Distribuição ampla,
afetando principalmente
África, América Latina e
países do mediterrâneo
❖ Hábito de consumir
carne crua facilita na
infecção.
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Medidas de controle da Teníase ❑ Patogenia
❖ Diagnostico da população ❖ Assintomática
❖ Tratamento da população (amplo ➢ A fixação da Taenia sp. não causa
espectro) lesão a mucosa intestinal.
❖ Inspeção da vigilância sanitária das ❖ Sintomática
carnes e abatedouros. ➢ Perturbações gastrointestinais
❖ Obrigatoriedade de exames ➢ A infecção pela T. saginata pode ser
periódicos para todas as pessoas mais sintomática pelo tamanho do
que trabalham com a indústria de verme adulto além da liberação ativa
carne. das proglotes (músculo potente) –
❖ Educação sanitária forçando passagem pelo orifício anal.
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Diagnóstico de fezes ❑ Cisticercose
❖ Parasitológico de fezes direto: busca ❖ Ingestão de ovos eliminados por
de proglotes indivíduos portadores de teníase.
➢ Tamisação: material fecal dissolvido Eclosão do embrióforo e liberação do
em água á peneirado em peneira de embrião hexacanto (oncosfera) –
malha fina. penetra na mucosa intestinal – corrente
➢ Comprimir a proglote entre lâmina e sanguínea – SNC, globo ocular,
lamínula e submergir o conjunto em músculo.
acido acético (clarificação) ❖A larva cisticerco (Cysticercus
cellulosae) ao contrário do verme
▪ Fita gomada (método de Graham): adulto é heteroxeno podendo infectar
busca de ovos vários animais.
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Cisticercose ❑ Patogenia (neurocisticercose)
❖ Heteroinfecção: infecção com ovos de ❖ Localização aleatória: vários sinais e
Taenia sp. de outros indivíduos. sintomas possíveis
❖ Autoinfecção interna: infecção com ➢ Infecção baixa: assintomática/crises
ovos de Taenia sp. do próprio eplépticas
indivíduo. ➢ Infecção maciça: obstrução do fluxo do
❖ Autoinfecção externa: infecção com líquido cefalorraquidiano, Hipertensão
ovos de Taenia sp. do próprio intracraniana, Hidrocefalia.
indivíduo. ➢ Eplepsia: presente em 70 a 90% dos
❖ Ciclo biológico: Monoxênico casos
➢ Convulsões e distúrbios psiquiátricos
➢ Comprometimento intelectual e motor
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Diagnóstico de cisticercose ❑ Epidemiologia e controle da
➢ Clínico-epidemiológico (hábitos cisticercose
alimentares) ➢ Distribuição ampla, afetando
➢ Exame do líquido cefalorraquidiano principalmente África, América Latina
(hipercitose, aumento de proteínas, e países do mediterrâneo.
etc…). ➢ Afeta principalmente populações
➢ Diagnóstico imunológico: Antígeno B com precárias condições higiênicas,
de T.solium – soro ou líquor – ELISA, como doentes mentais e crianças.
RIFI, hemaglutinação indireta ou ➢ Controle: tratamento da teníase e
testes imunológicos diretos (infecção educação sanitária e obras de
atual). saneamento.
➢ Exames por imagem: radiografias,
ultrassonografia e ressonância
magnética (neurocisticercose)
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
Schistosoma mansoni
esquistosomíase
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
Taxonomia ❑ Morfologia do S.mansoni adulto
❖ Reino: Animalia ➢ Parasitam o intestino grosso
❖ Filo: Platelmintos (vênulas do plexo hemorroidário
❖ Classe: Trematoda superior)
❖ Ordem: Digenea ➢ Dimorfismo sexual: Fêmeas são
❖ Família: Schistosomatidae mais longas e finas que os machos.
❖ Gênero: Schistosoma Pigmentação escura em seu interior
❖ Espécie: Schistosoma mansoni (intestinal) (hemozoína)
Schistosoma japonicum (intestinal)
▪ Fêmeas vivem
Schistosoma haematobium (urinário) no interior dos
machos e são
levadas
passivamente.
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Morfologia do S.mansoni adulto

❖ Ventosa oral e acetábulo (fixação)


❖ Renovação do glicocalix superficial
– escapa da resposta imune.
❖ Metabolismo anaeróbios
❖ Metabolismo da glicose (Embden-
Meyerhof) – reserva de glicogênio
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Ovos de S. mansoni ❑ Morfologia do miracídio
• Uma fêmea pode liberar 300 ovos/dia ❖ Morfologia: simetria bilateral, revestido
e só ocorre em presença de O2 de células ciliadas.
• Oviposição nos capilares próximo a
mucosa São liberados após a eclosão dos ovos
• Presença de micro espinhos na em meio hipotônico. nadam em círculos
superfície dos ovos por até 1h até encontrar o molusco.

❖ Metabolismo aeróbio
❖ Nadam em círculos até encontrar o
molusco
❖ Microventosas e glandula apical
(enzimas) - penetração
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Hospedeiro intermediário ❑Morfologia do Cercária
❖ Molusco hermafrodita: ❖ Morfologia: 0,2 mm, cauda bifurcada e
Biomphalaria glabrate região apical com glândulas contendo
❖ Ao penetrar no molusco - enzimas digestivas (colagenase e
miracídeo perde o revestimento elastase) e órgão de fixação (boca e
ciliado e se transforma em acetábulo).
esporocisto primário, secundário e ❖ São liberadas (1.000 a 3.000
por poliembrionia dão origem a cercarias/dia) dos moluscos no ambiente
vários esporocitos que em seguida aquático de dia e ficam nadando
virarão cercarias. ativamente em coleções de água na
❖ O molusco também apresenta uma parte superior (geotropismo negativo).
resposta imune contra a infecção.
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Hospedeiro definitivo
❖ Homem e outros vertebrados: cercarias penetram na pele através de
movimentação ativa e enzimas.
❖ Ao penetrar na pele a cercaria deixa para trás a cauda bifurcada e se
transforma em esquistosômulo. Cai na circulação: coração → pulmão →
fígado (veia porta) → vermes adultos (acasalam).
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Ciclo Biológico
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Epidemiologia da esquistosomíase ❑ Epidemiologia no Mundo
❖ Ocorre na Africa, Antílhas e America
do sul
❖ No Brasil é conhecida como
Xistosomose, Xistose, barriga d’agua
ou doença do caramujo
❖ A distribuição da doença depende da
existência do hospedeiro
intermediário (molusco) e sua
susceptibilidade assim como de
hospedeiros vertebrados infectados.
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II

❑Epidemiologia no Brasil
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II

❑ Medidas de controle da ❑ Mecanismos de escape da resposta


esquistosomíase imunológica
❖ Diagnostico da população ❖ Larvas: após algum tempo
❖ Tratamento da população (amplo esquistosômulo realiza a troca do
espectro) tegumento.
❖ Obras de saneamento ❖ Vermes adultos: troca do tegumento e
❖ Educação sanitária adsorção de Ag do hospedeiro no
❖ Uso de molusquicida tegumento (não reconhece mais como
(hermafrodita) estranho).
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Patogenia

❖ A presença tanto de ovos como de vermes adultos gera uma hipertensão


assim como um aumento do calibre dos vasos e aumento dos órgãos como
fígado e baço.
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Patogenia ❑ Patogenia
❖ A patogenia depende da carga
parasitária de características do parasita
(linhagem) ou do hospedeiro (estado
imunológico e nutricional)
❖ Fase aguda: dermatite cercariana
(hipersensibilidade), reação a migração
das larvas vivas ou mortas
(esquistosômulo) – quadro toxemico
❖ Fase crônica: presença de vermes
adultos em locais atípicos ou reação aos
ovos – formação de granuloma –
processo fibrótico – altera arquitetura do
órgão – fibrose periportal ou em haste
de cachimbo de barro –
hepatoesplenomegalia
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Patogenia ❑ Diagnóstico de fezes

❖ A obstrução pelos ovos - sobrecarga ❖ Soluções conservadoras:


do coração (hipertrofia e dilatação) - • Schaudinn (tóxico) Fezes líquidas
insuficiência cardíaca (cor • SAF diarréica
pulmonale esquistossomótico). Essa • Álcool polivinílico
insuficiência no coração pode levar
a síndrome cianótica. • Formol 10%
❖ Infecção assintomática mais • MIF (mercúrio, iodo, Fezes formadas ou
frequente. formol) semi-formadas
❖ Sintomatologia inicial da fase • SAF
crônica: Intestinal
✓ 3 vezes o volume de fezes
Homogeneizar a mistura
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Diagnóstico de fezes ❑ Diagnóstico de fezes
Parasitológico de fezes direto (30
❖ Métodos de sedimentação
min máximo após coleta)
espontânea em água
❖ Diluir em salina (NaCl 0,85%).
❖ Métodos de sedimentação
Lutz, Hoffman, Pons e Janer
espontânea.
(Lutz, Hoffman, Pons e Janer).
Métodos de concentração:
❖ Fezes formadas ou sólidas.
❖ Faust (centrifugo- flutuação dos
cistos) – solução de sulfato de zinco
33%.
❖ MIF (centrifugação em éter).
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Diagnóstico de fezes
❖ Métodos de Concentração: Blagg e cols ou MIF
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Diagnóstico de fezes
❖ Métodos de Concentração:
Faust
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Diagnóstico de fezes ❑ Diagnóstico de fezes
Kato-Katz ou Stoll ❖ Coloração em parasitológico de fezes
❖ Métodos de quantitativos: (direto ou métodos de concentração):
Importante para estimar a carga facilita a diferenciação
parasitária
❖ Clarificação da amostra fecal
(glicerina + água)
❖ Lamínula recortada em celofane
molhável (pernoite em solução
glicerinada)
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
Diagnóstico de campo

❖ Colocar o mulusco em ❖ Lavar a amostra fecal em solução


presença de aguá e luz. salina isotônica e coloca-la em
Liberação de cercárias água filtrada. Eclosão do ovo e
observáveis a olho nú. liberação do miracídio.
Movimentação observável a olho
nú.
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Diagnóstico imunológico ❑ Tratamento da esquistosomíase
❖ Importante em caso de baixa
Pouco tóxicos (tratamento em massa)
parasitemia
❖ Reação periovular: soro (inativado)
❖ Oxamniquine (Mansil ou Vansil) – dose
do indivíduo colocado em contato
única (15mg/kG) – casos de resistência
(24hs) com ovo de S. mansoni.
(classe das tetraidroquinolinas).
Positivo – formação de precipitado
Mecanismo: inibição irreversível da
hialino globoso em volta da casca.
síntese dos ácidos nucléicos nos
❖ Reação cercariana: soro (inativado)
vermes.
do indivíduo colocado em contato
(2hs) com cercarias –
entumecimento da cutícula da
cercaria.
❖ Outros: ELISA, RIFI, ou teste
intradérmicos (15 a 20 min –
positivo >1cm)
Helmintologia médica I e Helmintologia médica II
❑ Tratamento da esquistosomíase ❑Vamos assistir esse repente?
Pouco tóxicos • https://youtu.be/sSKwJ4GPQT0
Amplo espectro de ação: anticestódeos e
antitrematódeos
❖ Praziquantel (Biltricide) - dose única
(40mg/kG). Mecanismo: contração
muscular, lesão do tegumento e
alterações metabólicas. Associado ao
Ca++
❖ Critério de cura: negatividade de exame
de fezes após 4 meses A droga tem
baixo efeito sobre o esquistosomulo
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑ Ascaris lumbricoides
ascaridíase
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑ Morfologia de A. lumbricoides ❑ Morfologia de A. lumbricoides
❖ Parasitam o intestino delgado Fonte:
❖ Atividade contínua contra o fluxo intestinal ❖ Região anterior: 3 lábios e papilas
❖ Longevidade: 2 anos sensoriais
❖ Região posterior: anus e papilas
sensoriais pré e pós-anais
❖ Vermes adultos são aeróbios
facultativos e alimentam-se de
materiais semidigeridos da luz
intestinal
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑Ovos de A. lumbricoides ❑ Ovos de A. lumbricoides
❖ Uma fêmea pode liberar 200.000 ❖ Superfície do ovo: 3 camadas
avos/dia durante um ano espessas - proteção de condições
❖ Infeções só por machos – adversas.
ausência de ovos ❖ Embrionamento do ovo: oxigênio
❖ Infecções só por fêmeas - ovos (meio ambiente) - 2 semanas
inférteis (alongados ) (larvas)
❖ Ingestão do ovo [CO2 ] - eclosão –
liberação das larvas de segundo
estádio.
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑ Larvas de A. lumbricoides ❑ Ciclo Biológico
❖ Organismos aeróbios ❖ Tempo mínimo para completar o
❖ Invadem o tecido do hospedeiro ciclo: 2 meses.
(cécum) - Circulação linfática ou ❖ Longevidade verme adulto: 2 anos
sanguínea – fígado - coração – ❖ Transmissão: fecal – oral
pulmão (4 a 5 dias). ❖ Ingestão de água ou alimentos
❖ Pulmão – 2ª muda – larva de terceiro contaminados com ovos
estádio (sexo definido) – alvéolos
pulmonares – 3ª muda – larva de
quarto estádio (2mm) – bronquíolos –
larva arrastada pelos cílios – traqueia
- laringe – larva deglutida pelo
hospedeiro – estômago
❖ Intestino – 4ª muda – verme adulto
jovem
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑ Epidemiologia da ascaridíase
❖ Distribuição ampla, afetando
principalmente regiões quentes e
úmidas e populações com precárias
condições higiênicas.
❖ Crianças são consideradas
importantes no ciclo de transmissão.
❖ Sistema de esgoto precário, com
contaminação da água contribui para
transmissão.
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑ Medidas de controle da ascaridíase ❑ Patogenia
❖ Diagnostico da população Assintomática (adultos)
❖ Tratamento da população (amplo ❖ Maioria (poucos vermes)
espectro) Sintomática (mecânica, toxica ou alérgica)
❖ Obras de saneamento ❖ Migração das larvas (pulmão)
❖ Educação sanitária ❖ Vermes adultos no intestino (infecção
maciça)
OBS: > 60% de prevalência– tratamento ❖ Vermes adultos com localização
em massa anômalas
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑Diagnóstico de fezes ❑ Diagnóstico de fezes
❖ 3 vezes o volume de fezes Kato-Katz ou Stoll
Homogeneizar a mistura. ❖ Métodos de quantitativos: Importante
❖ MIF (mercúrio, iodo, formol) para estimar a carga parasitária
❖ Leve < 5.000 ovos/g de fezes (<5
❖ Métodos de sedimentação espontânea em vermes)
água
❖ Regular 5.000 -10.000 ovos/g fezes (5 a
Lutz, Hoffman, Pons e Janer
10 vermes)
❖ Métodos de Concentração: ❖ Pesada > 10.000 ovos/g fezes (>10
Blagg e cols ou MIF vermes)
❖ Métodos de Concentração:
Faust
❖ Coloração em parasitológico de fezes
(direto ou métodos de concentração):
facilita a diferenciação
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑ Tratamento da ascaridíase
❖ Tratamento para vermes da luz intestinal
Pouco tóxicos (baixa absorção pela mucosa intestinal)
Albendazol: 400mg, 10mg/kg, VO, dose única
Mebendazol: 100mg, VO, 2x/dia, por 3 dias
Levamizol: <8 anos: 40mg, VO, dose única
>8 anos: 80 mg, VO, dose única
Pamoato de Pirantel: Inibe a colinesterase causando a paralisia do verme (Piranver,
Combantrin) (10mg/Kg em dose única).
OBSTRUÇÃO INTESTINAL
➢ Piperazina 100mg/kg/dia + óleo mineral (40 a 60ml/dia) + antiespasmódicos +
hidratação.
➢ Neste caso estão indicados sonda nasogástrica e jejum + mebendazol 200mg/dia
de 12/12hrs por 3 dias.
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑ Ancilostomídeos e Ancilostomíase
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑ Morfologia dos ancilostomídeos ❑ Morfologia dos ancilostomídeos
❖ Parasitam o intestino delgado
❖ Comprimento: aproximadamente 1cm
❖ Ancylostoma duodenale: 2 pares de
❖ Fêmeas (11 a 15mm) maiores que
dentes quitinosos
machos (8 a 11mm)
❖ Necator americanos: lâminas
cortantes
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑ Fisiologia de ancilostomídeos ❑ Ovos de ancilostomídeos
❖ Permanecem fixos a parede intestinal ❖ Ancylostoma sp. pode liberar 25.000
(capsula bucal). alimentam-se de avos/dia
materiais semi-digeridos da luz ❖ Necator sp. pode liberar 9.000 avos/dia
intestinal. Glândulas: enzimas ❖ Desenvolvimento (segmentação) no
digestivas e substância ambiente: fatores oxigênio e
anticoagulante. temperatura.
❖ Vermes adultos são aeróbios
(oxigênio – sangue ingerido)
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑ Larvas rabditóides ❑ Larvas Filarióides
❖ Filarióide: tipo de esôfago
❖ Rabditóide: tipo de esôfago
❖ Espécies distinguíveis: 600μm
❖ Espécies indistinguíveis: 250μm
❖ Alimentação: reservas de glicogênio
❖ Alimentação: bactérias do solo
(músculo)
❖ 1ª muda no solo – larva de 2º estádio
❖ 2ª muda – larva filarióide (mudança
❖ 2ª muda – larva filarióide (mudança
do esôfago) - 600 μm
do esôfago) - 600 μm
❖ 3ª muda – larva filarióide embainhada
ou encistada (L3) – 700 μm -
infectante
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑ Larvas Filarióides ❑ Larvas Filarióides
❖ Geotropismo negativo ❖ Larvas filarióides embainhadas
❖ Hidrotropismo (penetram na pele)-Chegam em vasos
❖ Tigmotropismo (superfícies sólidas) sanguíneos e linfáticos – fígado –
❖ Termotropismo coração – pulmão (ciclo pulmonar)
❖ Características importantes para ❖ Pulmão: 3ªmuda (somente N.
penetração no hospedeiro americanos) –arrastado pelas células
ciliadas – deglutidas – Intestino
❖ Intestino: 4ª muda – vermes adultos
Helmintologia médica II Nematelmintos
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑ Transmissão ❑ Epidemiologia da ancilostomíse
❖ Percutânea (larva filarióide
embainhada) – enzimas
mucopolissacaridases e proteases
❖ Ingestão de larvas. Não tem ciclo
pulmonar (somente A. duodenale) .
❖ Congênita e transmamária
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑ Epidemiologia da ancilostomíse ❑ Medidas de controle da ascaridíase

❖ Distribuição ampla, afetando ❖ Diagnostico da população


principalmente regiões quentes e ❖ Tratamento da população (amplo
úmidas e populações com precárias espectro)
condições higiênicas. ❖ Obras de saneamento
❖ Hábito de defecar no solo do quintal ❖ Educação sanitária
contribui para transmissão.
❖ Doença conhecida como opilão, OBS: > 60% de prevalência– tratamento
amarelão (anemia) ou doenças dos em massa
mineiros (microepidemias entre
mineiros da Itália e do Brasil)
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑ Patogenia da ascaridíase ❑Diagnóstico de fezes Busca de ovos
➢ Assintomática (adultos) Soluções concervadoras :
❖ Maioria (poucos vermes)
➢ Sintomática (mecânica, anemiante • Schaudinn (tóxico) Fezes líquidas
ou alérgica) • SAF diarréica
❖ Migração das larvas (pulmão) • Álcool polivinílico
❖ Vermes adultos no intestino
(dilacerações da mucosa – co- • Formol 10%
Fezes formadas ou
infecção bacteriana, espoliação • MIF (mercúrio,
semi-formadas
sanguínea) iodo, formol)
• SAF

3 vezes o volume de fezes


Homogeneizar a mistura
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑Diagnóstico de fezes Busca de ovos ❑ Diagnóstico de fezes
❖ Parasitológico de fezes direto (30 ❖ Métodos de sedimentação espontânea
min máximo após coleta) em água
➢ Diluir em salina (NaCl 0,85%)
Métodos de sedimentação Lutz, Hoffman, Pons e Janer
espontânea (Lutz, Hoffman, Pons e
Janer)
❖ Métodos de concentração:
❖ Fezes formadas ou sólidas.
❖ Faust (centrifugo- flutuação dos
cistos) – solução de sulfato de zinco
33% (densidade 1,18)
❖ Willis (flutuação em solução saturada
de NaCl) – água quente e sal de
cozinha
❖ • MIF (centrifugação em éter)
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑ Diagnóstico de fezes ❑ Diagnóstico de fezes
❖ Métodos de Concentração: Blagg e ❖ Métodos de Concentração:
cols ou MIF Faust

Filtração em gaze
Adicionar sulfato de
zinco ao sedimento
Centrifugação
1min 1500rpm
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑ Diagnóstico de fezes Ovos ❑ Diagnóstico de fezes
❖ Coloração em parasitológico de fezes ❖ Kato ou Kato-Katz (semi quantitativo -
(direto ou métodos de concentração): quantidade de fezes conhecida)
facilita a diferenciação ➢ Métodos de quantitativos: Importante
para estimar a carga parasitária
➢ Esfregaço de fezes sob lamínula de
celofane molhável embebido em
glicerina (clarificação)
➢ 35 a 40 ovos/g de fezes = 1 fêmea
(metade da população)
➢ Benigna < 50 vermes
➢ Significação clínica 50 -200 vermes
➢ Intensa 500 -1.000 vermes
➢ Muito intensa > 1.000 vermes
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑Tratamento da ancilostomíase ❑Tratamento da ancilostomíase
❖ Pouco tóxicos (baixa absorção ❖ Mebendazol
pela mucosa intestinal) ➢ Mecanismo de ação: inibição da
➢ Pamoato de Pirantel: Inibe a síntese dos microtúbulos, gerando
colinesterase causando a paralisia fusos mitóticos aberrantes e
do verme (Piranver, Combantrin) interrompendo a replicação celular.
(10mg/Kg em dose única). inibição da enzima fumarato
➢ Mebendazol: 100mg, VO, 2x/dia, redutase, desacoplamento da
Por 3 dias. fosforização oxidativa e depleção na
➢ Levamizol: <8 anos: 40mg, VO, captação de glicose.
dose única
>8 anos: 80 mg, VO,
dose única
➢ Albendazol: 400mg, 10mg/kg, VO,
Dose única
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑ Strongyloides stercoralis e estrongiloidíase
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑Morfologia do S. stercoralis ❑Morfologia do S. stercoralis
❖ Parasitam o intestino delgado
(Jejuno e íleo)
❖ Larvas: Rabditóide
❖ Larvas: Filarióides (3n)

Vida livre
• Verme adulto: Fêmeas: 1,5 mm (2n)
Machos: 0,7 mm (n)
Partenogênese
meiótica
pseudogamia

Parasita
• Verme adulto: Fêmeas: 2,2 mm (3n)
Helmintologia médica II Nematelmintos
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑CICLO BIOLÓGICO ❑ Ovos de S. stercoralis
❖ Direto: Fêmeas – ovos – larva ❖ Vermes de vida livre: ovos embrionam
rabditóide – larva filarióide – Fêmeas no solo ou ainda no útero das fêmeas
parasitas de vida livre.
❖ Vermes parasitas: ovos embrionam na
mucosa do intestino e as larvas
rabditoides caem nas fezes hospedeiro

❖ Indireto: Fêmeas – ovos – larva


rabditóide – verme adulto (solo) –
ovos – larva rabditóide – larva
filarióide.
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑ Larvas rabditoides ❑ Epidemiologia da estrongiloidíase

❖ Rabditóide (esôfago): 250μm ❖ Distribuição ampla, afetando


❖ Alimentação: bactérias do solo principalmente regiões quentes e úmidas
❖ 1ª muda no solo – larva de 2º estádio e populações com precárias condições
❖ 2ª muda – larva filarióide higiênicas.
❖ Larva filarióide (esôfago): 500 μm ❖ Hábito de defecar no solo do quintal
contribui para transmissão.
❖ Larvas eliminadas nas fezes se tornam
infectantes rapidamente – doença de
propagação rápida
❖ Ciclo de vida no solo – aumenta o
potencial infectante.

Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/1748285/
Helmintologia médica II Nematelmintos
❑ Medidas de controle da ❑ Diagnóstico de fezes Busca de larvas
estrongiloidíase
❖ Hidrotropismo e termotropismo –
❖ Diagnostico da população
Larvas migram e ficam no fundo do
❖ Tratamento da população
recipiente.
❖ Obras de saneamento
❖ Educação sanitária

OBS: Não se recomenda o tratamento


em massa com tiabendazol
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❑ Wuchereria bancrofti e Filariose linfática
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❑ Morfo-fisiologia do verme adulto ❑ Morfologia da larva Microfilária
❖ Parasitam os vasos e gânglios ❖ Liberada pelas fêmeas grávidas
linfáticos formando novelos, ❖ Possui um delicada bainha formando
perturbando a circulação linfática e uma casca ovular.
causando reação inflamatória. ❖ Movimentação ativa (chicoteante) sem
Principalmente pernas e escroto e direção.
mais raramente mamas e braços. ❖ Tamanho: 250 a 300 μm
❖ São vermes finos. Fêmeas são mais ❖ Periodicidade noturna de circulação
longas (8 a 10 cm) que os machos das larvas no sangue periférico.
(4cm). Machos com região posterior
enrolada.
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❑ Vetor: Culex Quinquefasciatus ❑ Ciclo Biológico

❖ Durante o repasto noturno, em


indivíduo infectado, o inseto ingere
sangue contendo microfilárias.
❖ No inseto sofrem mudas, perdem a
bainha e migram até chegar ao
tromba (lábio).
❖ Durante o próximo repasto perfuram
o tecido do lábio do inseto até
caírem na pele do hospedeiro.
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❑ Transmissão ❑ Sintomatologia e formas clínicas
❑ Pacientes assintomáticos ou ❖ Período pré-patente: momento da
oligossintomaticos. infecção (infância) até o aparecimento dos
Importância sintomas (após 1 ano) - Assintomático
epidemiológica ❖ Período patente assintomático:
indivíduo infectado pode demorar anos ou
Microfilaremia alta mesmo nunca desenvolver sintomas –
microfilaremia.
❑Pacientes sintomáticos ou crônicos ❖ Período agudo: fenômenos inflamatórios
(ex: linfangites, adenites, orquites,
epididimites, etc...), febre, edema, mialgia
– microfilaremia.
Microfilaremia baixa ou ausente ❖ Período crônico: fenômenos obstrutivos,
reações inflamatórias, fibrose tecidual,
elefantíase (microfilaremia ausente).
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❑ Epidemiologia no Mundo ❑ Epidemiologia no Brasil
❖ Ocorre principalmente na África e nas América e ❖ No Brasil, a filariose permanecia de
podendo também ser encontrado na Ásia,
Mediterrâneo e Pacífico. forma endêmica em apenas três
❖ No Brasil foi introduzida por escravos vindo da capitais: Belém, Manaus e Recife.
África. ❖ Nas duas primeiras cidades, houve
❖ Prevalência de 120 milhões de casos no mundo,
Principalmente Índia e África. Desses 40 milhões uma significativa redução da
se encontram gravemente incapacitados ou transmissão. Em Recife, cidade com o
apresentam deformações. maior número de casos do país.
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❑ Medidas de controle da filariose ❑ Métodos diagnósticos
❖ Diagnostico da população ❖ Importância do diagnóstico
❖ Tratamento da população epidemiológico (poucas regiões
❖ Controle vetorial endêmicas) – sintomatologia não
específica.
❖ Biópsia de linfonodo (presença de
vermes adultos).
❖ Ultrassonografia: movimentação de
vermes nos vasos linfáticos (dança das
filárias) – importante na ausência de
microfilaremia
❖ Exame de sangue noturno (entre 22:00 e
4:00): Gota espessa, câmara de
contagem, Método de concentração por
filtração, Knott
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❑Tratamento da filariose ❑ Tratamento da filariose
❖ Dietilcarbamazina (DEC) ❖ Ivermectina:

➢ Pó branco, solúvel em água, ➢ Ação microfilaricida, não tem ação


rapidamente absorvido – ação sobre sobre vermes adultos
os vermes adultos (cura clínica). ➢ Dose única: 100 a 400μg/Kg
Efeito sobre as microfilárias ➢ Pode ser usado em tratamento em
dependente da resposta imunológica massa.
do hospedeiro.
➢ Posologia: 6mg/kg/dia (2 a 3
semanas).
➢ Pouco tóxicos: tratamento em massa
por 1 semana.
➢ Podem aparecer reações
inflamatórias pela morte de vermes
(uso de antibiótico e anti-histamínico)
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