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Abordagem introdutória à Filosofia e ao Filosofar.

TEMA 1| Introdução à Filosofia.

O que é a filosofia?

A grande aventura de René Magritte (1930) (pormenor)


Abordagem introdutória à Filosofia e ao Filosofar.

Aproximação simbólica à noção de filosofia

Ave de Atena

https://www.youtube.com/watch?v=9u30iC5zVn8
Abordagem introdutória à Filosofia e ao Filosofar

Aproximação simbólica à noção de filosofia

Pensador

O Pensador

Auguste Rodin
https://www.youtube.com/watch?v=gG9SqKH8l7c
Abordagem introdutória à Filosofia e ao Filosofar .
Aproximação simbólica à noção de filosofia

Escola de Atenas

https://app.escolavirtual.pt/lms/playerteacher/resource/14381397/E?se=&seType=&coId=15512708&bkid=24000538?_url=/lms/playerte acher/resource/14381397/E&se=&seType=&coId=1551
2708&bkid=24000538
Abordagem introdutória à Filosofia e ao Filosofar.

Significado etimológico
Abordagem introdutória à Filosofia e ao Filosofar.
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Filosofia 10.º ano

O nascimento da filosofia

Quem foram os primeiros filósofos?

Quais foram os seus contributos para uma atitude


e questionamento filosóficos?
Abordagem introdutória à Filosofia e ao Filosofar.
Martin Heidegger diz que “a filosofia fala grego”.
Porquê? Porque a filosofia nasceu na Grécia Clássica,
aproximadamente nos começos do século VI a. C.

O nascimento da filosofia consistiu na passagem


progressiva do mito à razão. A emergência do
pensamento racional inaugurou um estilo de pensar e
uma atitude perante a realidade que perduraram no
Ocidente, e são ainda hoje uma das matrizes que dão
forma ao nosso modo de pensar.
O mito é uma história tradicional, aceite como
verdadeira, que incorpora as crenças tradicionais
relativamente à criação do universo, aos deuses, aos
homens, à vida e à morte.

Aos deuses e às divindades míticas são atribuídos


sentimentos, emoções e ambições humanas, como a
imortalidade e a omnipotência.

O pensamento mítico assenta na explicação


sobrenatural do mundo como forma de dar resposta aos
problemas e às questões que o universo coloca. Por isso
constitui-se também como uma atitude intelectual.
O primeiro nascimento da filosofia

O período cosmológico e
os filósofos pré-socráticos
A emergência da filosofia no espaço da cultura grega é um
acontecimento difícil de datar com precisão absoluta.

Nos alvores do século VI a. C., em consonância com


profundas alterações de carácter social e cultural, as
inteligências mais despertas, espalhadas pelas inúmeras
colónias gregas, sentiram a necessidade de substituir as
explicações míticas por outro tipo de explicações, de carácter
racional.

O nascimento da filosofia costuma interpretar-se como um


processo de progressiva libertação da consciência racional
relativamente às explicações mitológicas.
Forjaram conceitos e elaboraram uma linguagem específica
que traduzia com rigor o que pensavam da realidade –
nascimento de uma atividade concetual.
O segundo nascimento da filosofia

O período antropológico
Os sofistas, Sócrates, Platão e Aristóteles
O período antropológico da filosofia grega compreende
os sofistas, Sócrates, Platão e Aristóteles.

Corresponde a uma deslocação clara dos problemas


cosmológicos para os problemas políticos e, através
destes, para os problemas antropológicos, éticos e
educativos. O homem torna-se o centro de toda a
problemática filosófica – «mudança antropológica».

Esta transformação da filosofia decorre das próprias


mudanças sociais e políticas das cidades gregas, em
particular da cidade estado de Atenas.
Abordagem introdutória à Filosofia e ao Filosofar.
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A FILOSOFIA É UMA ATIVIDADE CRÍTICA E CONCEPTUAL


FILOSOFIA

ATIVIDADE CRÍTICA ATIVIDADE CONCEPTUAL

Atividade antidogmática Atividade do pensamento e


que questiona, examina e do raciocínio que, por isso,
discute, de forma cuidadosa envolve conceitos, isto é,
e racional, as crenças que imagens mentais,
temos e o mundo em que representações ou ideias.
vivemos.
Abordagem introdutória à Filosofia e ao Filosofar.

A filosofia como atividade crítica


Face a isto, o que significa:

“Uma vida não examinada não merece ser vivida” (Sócrates)

Sócrates
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▪ A filosofia não é senso comum.

▪ A filosofia é uma atividade do


pensamento e do raciocínio,
marcada pela perplexidade,
curiosidade e inquietação.
▪ A filosofia é uma atividade crítica.
▪ A filosofia é uma atividade
conceptual.
Abordagem introdutória à Filosofia e ao Filosofar.
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História
A roupa nova do Rei
Certa vez, um rei preparava uma grande festa para o casamento da
sua filha. Para a ocasião, o rei desejava vestir uma roupa diferente,
a mais bela que jamais tivesse sido usada. Para prepará-la,
mandou convocar os melhores costureiros do seu reino, no
entanto, nenhum deles foi hábil para realizar o desejo do rei.
Correu então a notícia de que, num reino vizinho, havia um
costureiro incomparável e capaz de costurar tal roupa. O rei
mandou contratá-lo imediatamente, a peso de ouro. O costureiro
era realmente fantástico, mas também era preguiçoso e muito
esperto. Como a festa já estava próxima e ele não tinha costurado
nada, espalhou o boato de que a roupa que estava a preparar para
o rei era tão maravilhosa e especial que só as pessoas inteligentes
seriam capazes de vê-la. O costureiro fez com que o rei também
ficasse a saber das qualidades da roupa.
No dia da festa, o costureiro foi até os aposentos do rei para vesti-
lo. O rei não via roupa alguma, mas como não queria passar por
ignorante, elogiava as vestes com que o costureiro fingia cobri-lo.
Quando entrou na capela real, lugar da realização da cerimónia de
casamento da sua filha, o rei estava completamente nu, mas
nenhum convidado ousou dizer nada, nem gracejar, pois ninguém
queria passar por ignorante. Ao contrário, muitos cochichavam
entre si sobre a beleza da roupa real.
No entanto, alguém do fundo da capela, ousou gritar:
O rei está nu!
Diante de tanta ousadia, alguns entreolharam-se estupefactos,
sem saber o que dizer, outros voltaram-se contra o blasfemo,
chamando-o de ignorante e querendo expulsá-lo, enquanto
alguns, poucos, concordaram com ele.
O conto infantil da nudez do rei serve como analogia para
expressar uma das características mais marcantes da Filosofia.
Filosofar é olhar criticamente a realidade que nos cerca.
Significa não nos contentarmos com o que pensa a grande maioria,
só pelo facto de ela assim pensar. É procurar a verdade, mesmo
que isto custe, muitas vezes, o preço de assumir algumas posições
que levam a perturbar os outros, a incomodar o poder constituído
ou "mexer" com uma "verdade social". As ideologias estabelecidas
tendem a manter- se porque satisfazem os interesses de certas
classes ou instituições e ter a coragem de questioná-las significa
assumir vários tipos de riscos.
O filósofo é aquele que incomoda, por não se ajustar
passivamente a ideias petrificadas. Não tem medo de dizer aquilo
que pensa, mesmo que isso lhe custe caro, como foi o caso de
Sócrates.
Bibliografia
Blackburn, S. (1997). Dicionário de filosofia. Lisboa: Gradiva.

Blackburn, S. (2001). Pense. Uma introdução à filosofia. Lisboa: Gradiva, pp. 11-

Copleston, F. (1994). Historia de la filosofia 1: Grécia e Roma. Barcelona: Editoria

Descartes, R. (1644). Carta Prefácio. In Os Princípios da Filosofia. Trad. Laura


1995. Lisboa: Texto Editora, p. 18.

Grayling, A. C. (2002). O significado das coisas. Lisboa: Gradiva, pp. 181-185.

Nagel, T. (1997). O que quer dizer tudo isto? Uma iniciação à filosofia. Lisboa:
11.

Nagel, T. (1999). A última palavra. Lisboa: Gradiva, pp. 11-20.

Savater, F. (1999). As perguntas da vida. Uma iniciação à reflexão filosófica. Por


D. Quixote, pp. 15-25 e 45-68.

Scheler, M. A conceção filosófica do mundo. Trad. João Tiago Proença, 200


Editora, p. 13.

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