Você está na página 1de 2

SENTENÇA

Vistos etc.

Dispensado o relatório, a teor do que dispõe o art. 38 da Lei nº 9.099, passo ao resumo dos fatos
relevantes.

A requerente alega, em síntese, que, em decorrência de uma transação comercial realizada entre
as partes, a ré tornou-se devedora da quantia de R$ 195,30. Afirma que até a presente data o
requerido não efetuou o pagamento do débito.

Na audiência de conciliação designada, a parte ré não compareceu, nem presencialmente e nem


de forma virtual, conforme se afere do contido no ID 3180596409, apesar de devidamente
citada/intimada (ID 1538220001), e não apresentou justificativa para sua ausência ou a absoluta
impossibilidade de realização da audiência por meio de videoconferência.

É o breve relatório.

Inicialmente, consigno que a audiência realizada nos presentes autos realizou-se através de
videoconferência.

Com efeito, com o advento da Portaria 6.414/CGJ/2020, restou estabelecido que as audiências
seriam realizadas de forma virtual enquanto perdurasse o período de pandemia de Coronavírus.

Ademais, a nova redação dada ao art. 22, §2º da Lei nº 9.099/95, também prevê a possibilidade
de realização de audiência de conciliação de forma não presencial.

A despeito de ter sido devidamente citada/intimada, a parte ré não se fez presente na audiência
de conciliação e nem justificou sua ausência.

Outrossim,em nenhum momento dos autos, a parte ré manifestou no sentido de não possuir
meios tecnológicos adequados para realização do ato, por meio de videoconferência.

Com efeito, conforme Resolução 314/2020 do CNJ, em seu art. 3º, §2º: "Os atos processuais
que eventualmente não puderem ser praticados pelo meio eletrônico ou virtual, por absoluta
impossibilidade técnica ou prática a ser apontada por qualquer dos envolvidos no ato,
devidamente justificada nos autos, deverão ser adiados e certificados pela serventia, após
decisão fundamentada do magistrado".

Contudo, no presente caso, conforme já expendido acima, a parte ré sequer alegou a


impossibilidade técnica para realização do ato.

Impõe-se, assim, o deferimento do pedido autoral, vez que a revelia tem como efeitos materiais,

Número do documento: 21042814484339700003300873773


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21042814484339700003300873773
Assinado eletronicamente por: FABIANA CRISTINA CUNHA DE LIMA BRUM - 28/04/2021 14:48:43 Num. 3303846404 - Pág. 1
inicialmente, reputarem-se como verdadeiros os fatos alegados na inicial, na forma do art. 20 da
Lei 9.099, de 1995.

A ausência injustificada da parte ré em quaisquer das audiências importa em revelia, ainda que
apresentada defesa.

Com efeito, nos Juizados Especiais, a teor do art. 20, da Lei 9.099/95, a revelia ocorre quando a
parte ré não comparece a quaisquer das audiências previstas pelo rito sumaríssimo.

No presente caso, impõe-se considerar a revelia, posto que, conforme já ressaltado acima,
devidamente citada/intimada, a parte ré não compareceu em uma das audiências realizadas pela
égide da Lei 9.099/95 nem justificou a sua ausência.

Os elementos contidos nos autos, acuradamente analisados, notadamente o documento acostado


aos autos (ID 119967611), autorizam a conclusão de que o pedido deve ser julgado procedente,
devendo a parte ré pagar à parte autora a quantia de R$ 195,30 (cento e noventa e cinco reais e
trinta centavos), quantia esta a ser atualizada conforme o dispositivo da sentença.

Por fim, registro que a correção monetária tem por finalidade manter atualizado o valor da dívida
e, para que não haja prejuízo e lucro para as partes, a mesma deve incidir desde a data do
vencimento da obrigação. - Em se tratando de obrigação com prazo de vencimento certo, opera-
se a mora “ex-re”, ou seja, independentemente de notificação, razão pela qual os juros devem ter
como termo inicial de incidência a data de vencimento das parcelas inadimplidas.” Apelação Cível
1.0024.14.332484-6/001 332486-57.2014.8.13.0024 (1) 25/10/2017.

Diante de todo o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado na inicial,


condenando o réu a pagar a parte autora o valor de R$ 195,30 (cento e noventa e cinco
reais e trinta centavos), incidindo sobre este montante correção monetária pelos índices da
CGJMG desde a data do vencimento da obrigação e juros de 1% desde a data do
vencimento das parcelas inadimplidas.

Sem custas e honorários advocatícios, nos termos do art. 55 da Lei 9.099, de 1995.

Indefiro o pedido de gratuidade de justiça formulado pela parte autora, haja vista ser pessoa
jurídica e não havendo o menor indício nos autos de que se encontre em más condições
financeiras, com resultado negativo, ou seja, acumulando prejuízos e não lucros.

Após o trânsito em julgado, dê-se vista à parte autora. Em nada sendo requerido, arquive-se.

Por oportuno, nos termos do art. 116, §2º, II e §3º do Provimento 355/CGJ/2018, ficam as partes
intimadas a se manifestarem caso tenham interesse em obter a guarda dos documentos físicos já
juntados de forma digitalizada aos autos, bem como acerca dos que vierem a ser juntados, no
prazo de 10 (dez) dias após a efetivação da juntada dos mesmos. Após esse prazo os
documentos serão descartados.

P.R.I.
Carangola, 28/04/2021.
Fabiana Cristina Cunha de Lima Brum
Juíza de Direito
Documento assinado eletronicamente

Número do documento: 21042814484339700003300873773


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21042814484339700003300873773
Assinado eletronicamente por: FABIANA CRISTINA CUNHA DE LIMA BRUM - 28/04/2021 14:48:43 Num. 3303846404 - Pág. 2

Você também pode gostar