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ISSN 1982-3541

Belo Horizonte-MG
2007, Vol. IX, nº 2, 277-287

Avaliando o papel do comportamento verbal para


aquisição de comportamento “supersticioso”

Evaluating the role of verbal behavior on


“superstitious” behavior acquisition

Paulo André Barbosa Panetta


Cássia Leal da Hora
Marcelo Frota Lobato Benvenuti
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Resumo

O estudo avaliou interações entre descrições de contingências e comportamento adquirido por


relação acidental com reforço (comportamento “supersticioso”). Quatro adultos participaram
de uma atividade feita no computador. Cada sessão foi composta de períodos de 30s nos quais
os participantes poderiam responder com um mouse a um retângulo que aparecia no monitor
do computador. Após o término de cada período de 30s, havia um intervalo de 10s no qual o
participante poderia pedir para encerrar a sessão. Para cada participante foram realizadas quatro
sessões. Em cada sessão, vigorava apenas uma contingência para apresentação de pontos: VR
6, extinção, extinção e VT 8 s. No início das duas últimas sessões, era dito aos participantes que
respostas no retângulo produziriam pontos. Três participantes responderam mais na última sessão
do que na terceira, mostrando que instruções que sugerem relação entre resposta e mudança
ambiental podem facilitar a aquisição de comportamento “supersticioso”.

Palavras-chave: Comportamento “supersticioso”, Computadores, Comportamento verbal.

Abstract

The experiment evaluated interactions between instructions and behavior acquired by accidental
relations with reinforcement (“superstitious” behavior). Four adults participated on a computer
task. In each session there were 30 s periods in which the participants could respond by clicking
with a mouse upon a colored rectangle displayed on the screen. At the end of each 30 s period,
there was one interval of 10 s in which the participant could ask to quit. Four individual sessions
were used, and in each of them there was only one contingency for scoring points: VR 6,
extinction, extinction and VT 8 s. At the beginning of the last two sessions, the participants were
told that no responses to the rectangle scored points. Three participants responded more in the
last session than in the third, showing that instructions implying relationship between response
and environmental change can facilitate the acquisition of “superstitious” behavior.

Key -words: “Superstitious” behavior, Computer, Verbal behavior.

 Mestre em Psicologia Experimental pela PUC-SP.


 Psicóloga pela PUC SP e mestranda do programa de Psicologia Experimental da USP
 Doutor em Psicologia Experimental pela USP e professor do Departamento de Métodos e Técnicas da Faculdade de Psicologia da
PUC SP. E-mail: mbenvenuti@yahoo.com

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Paulo André Barbosa Panetta - Cássia Leal da Hora - Marcelo Frota Lobato Benvenuti

O livro O Comportamento Verbal, publi- mento era suficiente para tornar uma respos-
cado por Skinner originalmente em 1957, foi ta mais provável. Comportamento adquirido
um marco importante para a análise de inte- ou mantido apenas por contigüidade com re-
rações em que “o homem age apenas indireta- forço ficou conhecido como comportamento
mente sobre o ambiente” (Skinner, 1957, p. 1). “supersticioso”.
As características das interações verbais são Skinner sugeriu que o resultado do
responsáveis por boa parte da complexidade experimento de 1948 poderia ser entendi-
que caracteriza o comportamento humano e do como “um tipo de superstição” (Skinner,
podem estar presentes em episódios que, tra- 1948/1972, p. 527) e que o pombo “não era
dicionalmente, poderíamos caracterizar como excepcionalmente crédulo” (Skinner, 1953,
do campo das ilusões das pessoas em relação a p. 86), pois poderiam ser encontradas muitas
si próprias e ao mundo em que vivem (Taylor analogias entre os resultados do experimen-
& Brown, 1988). O presente trabalho avalia to e o comportamento humano. Comporta-
experimentalmente o papel de variáveis ver- mento “supersticioso”, contudo, não é equi-
bais em um episódio comportamental que valente às práticas sociais que denominamos
poderia ser caracterizado como “ilusão” ou superstições. A esse respeito, Skinner (1953)
“ilusão de controle” (Rotter, 1966). Essa pos- considerou que:
sibilidade foi avaliada num estudo sobre a re-
lação entre comportamento verbal e a aquisi- “... apenas uma pequena parte do com-
portamento fortalecido por contingên-
ção do comportamento por relação acidental
cias acidentais evolui para as práticas
com reforço. ritualísticas às quais denominamos ‘su-
No processo de reforçamento, res- perstições’, mas o mesmo princípio está
postas são emitidas e seguidas de certas mu- presente. (Skinner, 1953, p. 86)
danças ambientais que tornam respostas da Rituais supersticiosos na sociedade hu-
mana em geral envolvem fórmulas ver-
mesma classe mais prováveis no futuro (Skin- bais e são transmitidos como parte da
ner, 1953). Quando há uma relação de depen- cultura. Nessa medida, diferem quanto
dência entre resposta e mudança ambiental, ao simples efeito de um reforço operante
podemos dizer que a mudança ambiental é acidental. Mas devem ter tido sua origem
no mesmo processo e são provavelmente
uma conseqüência do responder. Na análise
mantidos por contingências ocasionais
do comportamento, o processo de reforça- que obedecem ao mesmo padrão”. (Skin-
mento é básico para a compreensão de como ner, 1953, p. 87)
passamos a ser afetados pelas conseqüências
produzidas pelo próprio comportamento e Numa linha semelhante de argumen-
como, a partir disso, repertórios complexos tação, Ono (1994) procurou circunscrever a
são construídos e mantidos. análise das superstições dentro da noção de
Reforçamento depende de uma sensi- comportamento governado por regras. Para
bilidade especial dos organismos àquilo que Ono, superstições envolvem respostas con-
vem depois da emissão da resposta. Essa sen- troladas por antecedentes verbais que não
sibilidade parece ser tão importante que res- descrevem, de modo acurado, as contingên-
postas de diferentes organismos podem ser cias dispostas pelo ambiente. Nesse caso, as
reforçadas mesmo quando a relação entre res- superstições poderiam ou não envolver res-
postas e mudança ambiental é apenas de con- postas mantidas por relação acidental com
tigüidade. Num estudo com pombos, Skinner reforço (comportamentos “supersticiosos”).
(1948/1972) demonstrou que, quando a apre- Tanto na análise de Skinner (1953)
sentação de alimento ocorria independente- como na de Ono (1994), a relação entre su-
mente de qualquer resposta dos pombos, a perstições e comportamento “supersticioso”
mera relação temporal de algo que o pombo não é de igualdade: superstições não podem
estivesse fazendo com a apresentação do ali- ser completamente entendidas como compor-

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tamentos mantidos por relação acidental com tas pelo ambiente também podem surgir em
reforço. No entanto, a noção de comportamen- certas tarefas experimentais que não envol-
to “supersticioso” pode ajudar na análise das vem comportamento “supersticioso”. Auto-
superstições, em especial se for considerada a descrições que sugerem que certas respostas
interação com o comportamento verbal. produzem mudanças ambientais quando, na
Uma importante tentativa de anali- verdade, não produzem, têm sido chamadas
sar a interação entre comportamento verbal de “regras supersticiosas” (Heltzer & Vyse,
e aquisição e manutenção do responder por 1989; Rudski, Lischner & Albert, 1999). Helt-
relação acidental com reforço foi o estudo de zer e Vyse (1989) mostraram a possibilidade
Higgins, Morris e Johnson (1989). Num dos de controle experimental sobre a formulação
experimentos do estudo, os autores apresen- do que foi chamado de “crenças ou regras su-
tavam a crianças uma instrução em que se persticiosas”. Os autores trabalharam numa
descrevia que bolinhas de gude poderiam situação experimental, com humanos, em
ser produzidas se as crianças pressionassem que seqüências de oito respostas deveriam
o nariz de um boneco na forma de palhaço. ser distribuídas em duas chaves (quatro res-
As crianças passavam por sessões em que postas em cada chave). Quaisquer seqüências
as bolinhas de gude eram apresentadas de apresentadas pelos participantes eram refor-
acordo com o esquema mult VT EXT: perío- çadas, a depender de para qual grupo cada
dos sinalizados de apresentação de bolinhas participante era designado, de acordo com o
independentemente de respostas eram inter- esquema de Razão Fixa 1 ou 2 (FR 1 ou 2) ou
calados a períodos sinalizados de ausência de acordo com o esquema de Razão Randô-
de apresentações. A maior parte das crianças mica 2 (RR 2). “Regras supersticiosas” foram
do estudo começou as sessões respondendo mais freqüentes quando as seqüências foram
nos dois períodos do esquema múltiplo, mas reforçadas em esquemas de RR 2. Os resul-
logo passaram a responder apenas no perío- tados sugeriram que quanto mais “confusas”
do de reforçamento independente, continu- as contingências para apresentação do refor-
ando a fazê-lo ao longo de mais de 15 sessões. ço, mais prováveis as “regras supersticiosas”.
Os resultados desse trabalho não podem ser Rudski, Lischner e Albert (1999) mostraram
atribuídos apenas ao efeito da instrução – o que é mais provável que participantes apre-
que poderia sugerir “insensibilidade” às con- sentem autodescrições “supersticiosas” sob
tingências. O responder “supersticioso” pro- condições de reforçamento do que punição.
duzido no experimento deve ser entendido Autodescrições “supersticiosas” podem con-
necessariamente como um produto da instru- tribuir para a manutenção do padrão supers-
ção combinado à aquisição e manutenção por ticioso (Ninnes & Ninnes, 1998; 1999).
relação de contigüidade com reforçamento. Ninnes e Ninnes (1998) avaliaram a
No estudo de Higgins e cols. (1989), interação entre regras e comportamento man-
a instrução tem um papel de facilitar a res- tido por relação acidental com reforço em um
posta que, depois de emitida por controle experimento com crianças. Os participantes
verbal, passa a ser mantida por reforço que recebiam o aviso de que ganhariam cinco
não depende do responder. Outras relações centavos de dólar como conseqüência da re-
entre descrição de contingências e comporta- solução de problemas de matemática na tela
mento “supersticioso” foram experimental- de um computador. Entre as condições expe-
mente investigadas. Pisacreta (1998) mostrou rimentais, as crianças passavam por uma con-
que o comportamento “supersticioso” pode dição em que as conseqüências eram apresen-
dificultar o surgimento de auto-regras pre- tadas de acordo com o esquema VR 6 seguido
cisas, em que são descritas as contingências de extinção, follow-up da extinção e apresenta-
dispostas pelo ambiente. Descrições de con- ção do aviso de ganho dos cinco centavos de
tingências que não correspondem às dispos- dólar sem relação com a resposta. Na condi-

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ção de extinção ou de apresentação dos cinco A partir dos resultados dos estudos
centavos de dólar, instruções poderiam ou apresentados, podemos concluir que o pa-
não ser apresentadas, a depender do grupo pel do comportamento verbal na interação
experimental para o qual as crianças fossem do comportamento “supersticioso” aparece:
designadas previamente. No Experimento 1, a) na forma de instruções que favorecem o
a instrução apresentada no início da sessão comportamento mantido por relação aciden-
era: “Quanto mais rápido você trabalhar, mais tal com reforço; b) na forma de auto-relatos,
dinheiro poderá ganhar. Digite Enter se você relatos “supersticiosos” que podem con-
entendeu”. Essa instrução era correta quando tribuir para a aquisição ou manutenção de
apresentada antes de iniciada a sessão em que comportamento “supersticioso”. Ainda não
estaria em vigor o esquema de razão variável está totalmente esclarecida a relação entre
(VR), e incorreta quando apresentada antes auto-regras “supersticiosas” e reforçamento
da sessão de extinção ou de apresentação acidental. Recentemente, alguns estudos têm
dos cinco centavos de dólar independente do buscado comparar responder não-verbal em
responder. Em cada condição, o participante condições de apresentação de eventos am-
recebia a oportunidade de desistir ao fim de bientais independentemente do responder
cada problema de matemática: terminando com o relato que os participantes fazem da
um problema, aparecia, na tela do computa- situação a que são expostos. Esses relatos são
dor, uma pergunta sobre continuar ou não, à coletados a partir de perguntas que buscam
qual o participante poderia responder “sim” medir como o participante avalia o contro-
ou “não”. Respondendo “sim”, um novo pro- le que tem sobre a situação de apresentação
blema era apresentado; respondendo “não”, de eventos ambientais independentes do
a sessão terminava. Os resultados de Ninnes responder (Aeschleman, Rosen & Williams,
e Ninnes (1998) demonstraram que respon- 2003; Bloom, Venard, Harden & Seetharaman,
der aos problemas matemáticos cessou nas 2007). Eventualmente, a relação entre auto-re-
sessões de extinção sem instrução. Nas ses- latos e comportamento “supersticioso” pode
sões com instrução incorreta e condição de ser semelhante ao que foi demonstrado pelos
extinção, os participantes também deixaram experimentos de Higgins et al. (1989) e Nin-
de responder, embora com mais demora em nes e Ninnes (1989) com relação a instruções
relação àqueles que não recebiam instrução. oferecidas pelo experimentador: o controle
Para os participantes do grupo que recebia da regra imprecisa sobre o comportamento
a instrução incorreta e a apresentação inde- pode depender de reforçamento ocasional
pendente do aviso de ganho, a resolução de pela apresentação de um evento que não de-
problemas matemáticos manteve-se com fre- pende do comportamento.
qüência igual ou maior do que observada na O presente estudo tem como objetivo
condição de VR. As apresentações dos avisos investigar a relação entre instrução e com-
independentemente do responder, sem a ins- portamento mantido por relação acidental
trução incorreta, não manteve o responder: com reforço em uma condição inspirada na
para os participantes de um grupo controle utilizada por Ninnes e Ninnes (1998). No pre-
que não receberam a instrução no início e fo- sente estudo, será avaliado principalmente a
ram expostos à condição de FT 60 s, o respon- aquisição do comportamento “supersticioso”
der deixou de ser observado logo nas primei- em um delineamento em que diferentes con-
ras sessões. Os resultados foram replicados dições experimentais são repetidas para um
com uma contingência de esquiva e uma ins- mesmo sujeito. Por conta da ênfase na aquisi-
trução que dizia: “Se você trabalhar rápido, ção, serão realizadas poucas sessões, com pe-
você não perderá dinheiro. Digite Enter se ríodos breves em que o participante pode res-
você entendeu” (Ninnes & Ninnes, 1998, Ex- ponder. Como no estudo de Ninnes e Ninnes
perimento 2). (1988), o próprio participante terá controle so-

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bre o final das sessões, evitando a necessida- que visa investigar as possíveis relações entre
de de critérios pré-definidos de encerramento uma tarefa feita no computador e as hipóteses
da sessão. Em paralelo a essa investigação, o que você formulará enquanto a estiver reali-
estudo também pretende coletar relatos dos zando. Durante a tarefa, você deverá utilizar
participantes que permitam uma comparação o mouse para clicar sobre um retângulo que
do desempenho verbal após cada sessão com aparecerá na tela. A tarefa é dividida em qua-
o desempenho não-verbal. tro fases. Nesta primeira fase, quando quiser,
você poderá encerar a sessão nos momentos
Método em que aparecer a palavra ‘aguarde’ na tela.
Eu lhe trarei uma questão sobre a sessão para
Participantes: ser respondida rapidamente. As outras três
Quatro estudantes do 1º ano da Fa- fases terão uma duração aproximada de 6
culdade de Psicologia da Pontifícia Univer- minutos e meio cada uma, mas você poderá
sidade Católica de São Paulo (PUC SP), com desistir quando quiser.”
idades entre 18 e 32 anos. Todos os partici- Ao iniciar a sessão, aparecia uma
pantes assinaram Termo de Consentimento mensagem dizendo ao participante que, para
Livre e Esclarecido aprovado pelo Comitê de iniciar a sessão experimental, ele deverá cli-
Ética em Pesquisa da PUC-SP. car no retângulo OK.
O procedimento experimental foi divi-
Equipamento: dido em quatro sessões. Em cada sessão vigo-
As sessões experimentais foram con- rava uma contingência diferente. Cada sessão
duzidas em uma sala de 3,5 m X 2,5 m, lo- era composta por períodos de 30 s nos quais
calizada no Laboratório de Psicologia Experi- poderia haver ou não a apresentação de pon-
mental da PUC SP. Nessa sala havia um com- tos. Durante a vigência do período de 30 s,
putador Pentium 2 em cima da uma mesa, o retângulo amarelo ficava disponível na tela
com 1,8 m X 1 m, com cerca de 1m de altura, e do computador sobre um fundo cinza. Entre
uma cadeira. Os participantes, sentados nessa um componente e o seguinte foi introduzido
cadeira, manipulavam um mouse que contro- um período de time out, durante o qual a tela
lava um cursor no monitor do computador. do computador ficava escura por 10 s. Duran-
As condições experimentais foram progra- te o time out, na tela do computador, apare-
madas no programa PROG REF V3 (Costa & cia a mensagem “AGUARDE”, em vermelho.
Banaco, 2002). Possíveis respostas emitidas não produziam
quaisquer conseqüências programadas. Du-
Procedimento: rante o time out, o pesquisador perguntava se
Os participantes eram conduzidos à o participante queria ou não continuar a ses-
sala de coleta para realização da tarefa expe- são. Em caso afirmativo, o participante vol-
rimental: uma atividade no computador em tava a trabalhar no próximo período de 30 s;
que pontos poderiam ser acumulados. Res- em caso negativo, a sessão era finalizada. As
postas poderiam ser emitidas em um retângu- sessões terminavam quando o participante
lo colorido na tela do computador. Para isso, pedia ou decorridos 10 min do seu início (ses-
os participantes manipulavam um mouse que são VR), ou após o termino do 10º componen-
controlava um cursor na tela. Uma vez dentro te (sessões extinção, extinção com instrução e
da sala de coleta, o participante ouvia as ins- FT).
truções gerais lidas pelo experimentador: As seguintes contingências vigora-
“Esta atividade na qual você está par- vam em cada uma das quatro sessões do ex-
ticipando não tem o intuito de medir o nível perimento:
da sua inteligência ou traçar definições da Sessão 1: VR 6. Para aquisição e forta-
sua personalidade. É apenas uma atividade lecimento da resposta no retângulo amarelo

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na tela do computador, pontos foram apre- VR 6 EXT EXT VT 8 s VR 6 EXT EXT VT 8 s

sentados em média após a ocorrência de seis


instrução instrução instrução instrução
incorreta incorreta incorreta incorreta

respostas emitidas pelo participante. A sessão 10 10

era iniciada com instruções gerais (já apresen- 8 P1 8 P2

tadas no início da descrição do procedimen-


6 6

4 4
to). Assim que o participante respondesse em

TAXA (RESP/SEG.)
2 2

“OK” era iniciada a fase experimental. 0 0

Sessão 2: Extinção: respostas ao retân-


10 10
gulo não produziam qualquer conseqüência 8 P3 8 P4

programada. 6 6

Sessão 3: Extinção com instrução in- 4 4

correta: respostas no retângulo amarelo não 2 2

produziam pontos, tal qual planejado para a 0 0

Sessão 2. No início da sessão, contudo, o par- Períodos de 30 s

ticipante recebia oralmente a seguinte instru- Figura 1 - Taxa de respostas (respostas/seg) no retângulo amarelo por componente
nos períodos de 30 s das quatro sessões experimentais realizadas para cada
ção: participante. Retângulos pretos indicam os períodos de 30 s das sessões em que
“Você já descobriu que a tarefa é clicar não foi apresentada instrução. Quadrados brancos, períodos de 30 s das sessões
com instrução que sugeria que os participantes deveriam responder para ganhar
sobre o retângulo que aparece no centro da pontos.
tela, certo? Agora, quero que você tente pro-
duzir o máximo de pontos possível que você Os resultados podem ser comparados
conseguir. No final da sessão eu lhe trarei as de diferentes maneiras. Uma comparação
questões para você responder.” possível é entre o desempenho dos partici-
Sessão 4: A mesma instrução da sessão pantes nas condições específicas. Em VR, o
anterior era apresentada no início da sessão. desempenho de P3 é diferente dos demais.
Em vez de extinção, pontos eram apresen- P3 respondeu menos do que os outros parti-
tados independentes do comportamento do cipantes, embora a taxa de resposta tenha au-
participante, de acordo com o esquema VT 8 mentado ao longo dos componentes da pri-
s. Em média, a cada 8 segundos, um ponto era meira sessão. Para P1, P2 e P4, a condição em
entregue ao participante. VR manteve taxas estáveis de respostas, aci-
Ao final de cada sessão, o participante ma de duas respostas por segundo. Nas duas
respondia por escrito as seguintes questões: condições de extinção, com ou sem instrução
Pergunta 1: “Você sabia o que tinha que fazer incorreta, as taxas de respostas ao longo dos
para produzir os pontos durante a sessão? componentes foram mais variadas: mantive-
( ) Sim ( ) Não” e Pergunta 2: “Como você ram-se estáveis, aumentaram ou diminuíram
achava que deveria fazer para produzir os abruptamente. Na condição de apresentação
pontos? de pontos em VT 8 s, também houve diferen-
tes padrões de taxas ao longo dos componen-
Resultados tes para os quatro participantes.
A Figura 1 mostra a taxa de respostas O responder estável em VR, ao menos
(respostas por segundo) dos quatro partici- para P1, P2 e P3, pode ser utilizado como uma
pantes em cada período de 30 s das quatro medida de linha de base para o efeito das va-
sessões realizadas. O número de períodos de riáveis presentes nas condições seguintes.
30 s de cada sessão variou entre três e sete; em Com essa medida, é possível avaliar o desem-
geral, houve menos períodos nas duas condi- penho de um mesmo participante ao longo
ções de extinção. Os retângulos pretos indi- das diferentes condições. P1 apresentou taxas
cam as taxas nas duas sessões sem a instrução progressivamente menores às obtidas em VR
incorreta e quadrados brancos, nas sessões nas três condições seguintes. P2 apresentou
com a instrução incorreta. taxas menores nas duas condições de extin-

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ção, mas nos quatro primeiros componentes Tabela 1 - Respostas “sim” e “não” para a pergunta
de VT a taxa de respostas foi maior do que a “Você sabia o que tinha que fazer para produzir os
pontos durante a sessão?”.
obtida em VR. No último componente, antes
P1 P2 P3 P4
do participante encerrar a sessão, a taxa vol- VR sim sim sim não
tou a diminuir, sendo próxima às taxas mais EXT não sim não não
EXT não não não não
baixas das condições de extinção. Para P3, FT sim não não não
houve um aumento progressivo da taxa en-
número de respostas “não” foi maior: apenas
tre os componentes e entre as condições. Fi-
três respostas “sim” nas três condições.
nalmente, para P4, na condição de VT foram
A Tabela 2 mostra a resposta dos par-
obtidas taxas mais altas do que as obtidas na
ticipantes à questão “Como você achava que
maioria dos períodos das condições anterio-
deveria fazer para ganhar os pontos?” nas
res (houve uma única exceção na segunda
duas fases com instrução incorreta. Na con-
condição de extinção).
dição de extinção, todos os participantes dis-
Resumindo, para três dos quatro par-
seram que não sabiam o que fazer ou que não
ticipantes, foi observado responder consis-
adiantava responder para produzir os pontos.
tente no componente VT, com taxas maiores
P4 relatou suas tentativas para produzir os
do que as obtidas nas condições de extinção
pontos, concluindo que, ao final, nada adian-
(com ou sem instrução) e maiores ou próxi-
tou para a produção dos pontos. Na condição
mas à condição de VR.
VT, os relatos de P1 e P4 sugerem uma relação
A Tabela 1 mostra a resposta “sim” ou
entre respostas no retângulo e pontos. P2 e P3
“não” dos participantes à pergunta 1, “Você
sugeriram em seus relatos, como na extinção,
sabia o que tinha que fazer para produzir
que os pontos não dependiam das respostas.
pontos durante a sessão?”. Na sessão de VR,
Comparando os resultados apresen-
três dos quatro participantes responderam
tados na Figura 1 com os da Tabela 2, é pos-
“sim” à pergunta. Nas demais condições, o
sível relacionar comportamento não-verbal
Tabela 2 – Respostas à pergunta “como você achava que deveria fazer para ganhar os pontos?” nas duas sessões com
instrução incorreta (Sessões 3 e 4)
P1 P2
EXT VT 8 s EXT VT
Também não pon- Eu deveria clicar de- Não sei, mas acho Não sei, mas acho
tuei. Não sei o que terminada quantida- que não dependia que não depen-
deveria ter feito para de de vezes e esperar dos cliques dia dos cliques
produzir os pontos um pouco. Exemplo:
eu clicava uma vez e
esperava um pouqui-
nho, com isso recebia
pontos
P3 P4
EXT VT 8 s EXT VT
Não consegui produ- Estava em dúvida Tentei clicar de di- Notei que mes-
zir os pontos, tentei se clicando o mouse versas maneiras: ra- mo sem uma se-
clicar uma ou muitas fazia a pontuação pidamente, devagar, qüência lógica
vezes, nada que eu fi- subir, mas a partir da com 2, 3 ou 4 cliques de número de cli-
zesse parecia produ- segunda ou terceira rápidos, pausa de ques, mais cedo
zir pontos sessão, percebi que cerca de um segun- ou mais tarde,
não era necessário do entre os cliques, aumentava o nú-
clicar o mouse para mas nada adiantou. mero de pontos.
produzir os pontos Por isso cliquei
rapidamente vá-
rias vezes.

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com o verbal nas duas condições finais do eram apresentados pontos independentes do
experimento. Na condição de extinção, há va- responder. A condição de suspensão dos pon-
riabilidade nos padrões de respostas, mas os tos como estratégia de controle para avalia-
relatos são bastante parecidos. Na condição ção da interação instrução / “supersticioso”
VT, os participantes apresentam relatos que já havia sido utilizada por Ninnes e Ninnes
sugerem não existir relação entre respostas e (1989), que utilizaram o procedimento como
pontos, mesmo quando respondem no retân- estratégia de controle numa sessão diferente
gulo em vários dos componentes da sessão de da sessão em que pontos foram apresenta-
VT. Também há relatos que sugerem existir dos independentemente do comportamento.
relação entre resposta e mudança ambiental, Higgins, Morris e Johnson (1989) valeram-se
mesmo quando não há, ou há poucas respos- de estratégia semelhante de controle com a
tas nos componentes da sessão. utilização de um esquema múltiplo, em que
a instrução incorreta era fornecida e os parti-
Discussão cipantes eram submetidos a uma situação em
que componentes de apresentação de pontos
O presente estudo buscou avaliar a independentemente do responder alternava-
interação entre instruções incorretas sobre a se com outra em que não havia pontos (extin-
aquisição de comportamento por relação aci- ção). Essas estratégias de controle para os efei-
dental com reforço. Paralelo a isso, buscou-se tos da instrução parecem fundamentais para
coletar dados sobre auto-relatos, em uma ten- avaliar se o responder mantém-se pela rela-
tativa de avaliar as possíveis relações entre ção acidental com reforço e não reflete apenas
auto-relatos, relatos e desempenho não-ver- o controle pela instrução per se. Controle pela
bal. instrução quando o participante é em segui-
Os resultados do presente estudo po- da colocado em uma situação em que não há
dem ser vistos, de início, como uma demons- relação entre resposta e reforço pode sugerir
tração adicional do fortalecimento acidental o que tem sido chamado em análise do com-
do responder por uma mudança ambiental portamento de “insensibilidade às contin-
que não depende deste responder (Skinner, gências” (ver, por exemplo, Madden, Chase
1948; Pear, 1985; Lee, 1996; Ono, 1987). A res- & Joyce, 1988). Replicações sistemáticas da
posta acidentalmente reforçada já havia sido interação entre instruções e comportamento
previamente fortalecida em uma condição mantido por relação acidental com reforço
anterior em que havia contingência entre res- podem indicar com mais clareza o papel do
posta e reforço. Nesse sentido, o estudo tam- reforço quando a instrução parece controlar
bém mostra que uma história prévia de refor- o desempenho em um modo aparentemente
ço pode facilitar que determinada resposta não esperado pelas contingências dispostas
seja emitida em um contexto de mudança am- depois da instrução (Matos, 2001).
biental independente do responder e, assim, Em alguns momentos, auto-relatos
fortalecida acidentalmente pela apresentação nas condições de instrução incorreta podem
do evento que agora não depende mais da ser caracterizados como relatos “supersticio-
emissão da resposta (Neuringer, 1970; Wag- sos”. Entretanto, o uso da expressão “supers-
ner & Morris, 1987). ticioso” para relatos pode ser questionado, se
A interação entre instruções e compor- levarmos em conta algumas relações entre o
tamento “supersticioso” foi verificada numa desempenho verbal e não-verbal. A compa-
condição de apresentação de pontos indepen- ração do auto-relato com o desempenho não-
dentes do responder (VT). Como condição de verbal não permitiu conclusões fortes sobre
controle, foi usada uma condição com a mes- a relação entre comportamento verbal e o
ma instrução incorreta em que as respostas comportamento “supersticioso”. Entretanto,
não produziam qualquer conseqüência nem alguns pontos de discussão podem ser levan-

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Avaliando o papel do comportamento verbal para aquisição de comportamento “supersticioso”

tados e mais bem explorados em futuras in- No início da sessão de VR, esse participante
vestigações. Nem sempre o desempenho ver- respondeu muito pouco, bem menos que os
bal coincidiu com desempenho não-verbal. demais participantes. Seu desempenho es-
Na sessão de VT, os participantes relatavam taria sobre controle da instrução fornecida
que precisavam responder para ganhar pon- no início da sessão? Provavelmente não. Em
tos quando não faziam isso, e diziam que não outras investigações (ainda não publicadas),
precisavam responder depois de uma sessão tentamos avaliar o controle verbal gerado por
em que haviam emitido taxas altas de respos- instruções a partir da solicitação de um palpi-
tas. A presente análise, em que os dados não- te no início das sessões experimentais. O pal-
verbais foram apresentados por componente pite é solicitado no início da sessão, na forma
de 30 s de cada sessão, sugere uma possibi- de uma pergunta sobre o que o participante
lidade de interpretação interessante: o relato irá fazer na sessão. Esse palpite pode ser útil
verbal pós-sessão pode estar sob controle de para avaliar diferentes controles exercidos
diferentes aspectos do desempenho do par- pela instrução sobre o desempenho verbal do
ticipante ao longo da sessão. Consideremos participante (em linguagem não-técnica, se o
alguns resultados como exemplos. P2 res- participante “entendeu” o que lhe foi solicita-
pondeu com uma taxa estável ao longo dos do).
quatro primeiros componentes da sessão de O encerramento da sessão no mo-
VT. No último componente, o quinto, houve mento em que o participante solicita, torna
uma diminuição drástica na taxa de resposta, dispensável a definição de critérios de esta-
e o relato de P2 foi “não sei, mas acho que bilidade de desempenho que podem fazer
não dependia dos cliques”. O desempenho com que o participante seja submetido a uma
que controlou o relato de P2 parece ter sido longa condição de extinção que comprometa
seu desempenho final, no último componen- os resultados nas sessões posteriores. Esse
te quando o participante já havia deixado de cuidado ajuda a delimitar de maneira menos
responder e observava a apresentação dos arbitrária a diferença entre aquisição e ma-
pontos independente do responder. O resul- nutenção do comportamento por relação aci-
tado de P3, por outro lado, parece mostrar dental com reforço. O procedimento envol-
um controle diferente. Para esse participante, veu um pequeno número de sessões de curta
houve um número crescente de respostas em duração. Portanto, as conclusões alcançadas
VT; em seu relato, contudo, afirmou que “a limitam-se à aquisição do comportamento
partir da terceira sessão (possivelmente, uma “supersticioso”. A curta duração das sessões
referência ao número de componentes da ses- pode ser um dos aspectos responsáveis pela
são) percebi que não era necessário clicar o variabilidade inter e intraparticipantes, ca-
mouse para produzir os pontos”. O controle racterística do processo de aquisição de uma
do relato de P3 na sessão de VT parece ser resposta. Em experimentos posteriores, seria
muito mais do seu desempenho como um necessária uma investigação mais cuidado-
todo, especialmente no início da sessão quan- sa dos efeitos de instruções e autodescrições
do, possivelmente, esse participante recebeu sobre a manutenção do comportamento “su-
pontos sem relação de contigüidade com res- persticioso”.
postas ao retângulo. Por fim, os resultados do presente
Resultados como os apresentados pela estudo fortalecem a noção de Skinner (1953)
presente investigação são evidência da neces- de que “superstições” e comportamento “su-
sidade de aprimoramento das estratégias em- persticioso” devam ser tratados diferencial-
píricas para avaliação do controle usado para mente. Eventualmente, a interação do verbal
avaliar como o verbal afeta o não-verbal ou com o “comportamento” supersticioso pode
vice-versa. Um resultado representativo nesse mostrar os mecanismos pelos quais “práticas
sentido foi obtido, no presente estudo, por P3. ritualísticas às quais denominamos ‘supers-

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Paulo André Barbosa Panetta - Cássia Leal da Hora - Marcelo Frota Lobato Benvenuti

tições’” (p.86) são transmitidas de geração a tigação. Esclarecer essa questão pode mostrar
geração. O como a manutenção do responder como o comportamento verbal participa na-
por relações acidentais com reforço contribui quilo que podemos chamar das ilusões que as
para isso, ainda é uma questão aberta à inves- pessoas criam em relação ao mundo.

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Recebido em: 29/10/2007


Primeira decisão editorial em: 06/11/2007
Versão final em: 26/02/2008
Aceito para publicação em: 28/01/2008

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