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Igreja Presbiteriana de Riachão do Jacuípe – BA

DISCIPULADO REFORMADO

A DOUTRINA DA PROVIDÊNICIA – ESTUDO 02

Prof. João França

Aluno (a):_____________________________________________________________

TEXTO CONFESSIONAL:

Posto que, em relação à presciência e ao decreto de Deus, que é a causa primária,


todas as coisas acontecem imutável e infalivelmente 6, contudo, pela mesma
providência, Deus ordena que elas sucedam conforme a natureza das causas
secundárias7, necessárias, livre ou contingentemente8.

__________

Referências:

6
Jr.32.19; At 2.23; 7 Gn 8.22; Jr 31.35; 8 Is 10.6-7

Exposição:

Chegamos mais uma vez à nossa Confissão de Fé para tratarmos do tema da providência
divina; um assunto que parece ser de suma importância vida da igreja. Confiar apenas
na providência deixou de ser o tema central e ideal na vida de muitos cristãos.

I – A PROVIDÊNCIA SUA RELAÇÃO COM OS ETERNOS DECRETOS DE


DEUS.

“Posto que, em relação à presciência e ao decreto de Deus, que é a causa primária,


todas as coisas acontecem imutável e infalivelmente[...]”

A CFW (Confissão de Fé de Westminster) nesta segunda sessão lida com a


relação existente entre o decreto de Deus e a sua presciência. A questão estabelecida é:
A presciência provoca o decreto ou é o resultado deste? Se admitirmos que o a
presciência provoca o decreto de Deus a posição religiosa que sustenta que a eleição e
predestinação são ocasionadas com vista na presciência (conhecimento antecipado de
Deus) de que o homem iria livremente (a teoria do livre-arbítrio) aceitar ao chamado de
Cristo para a salvação.
Se admitirmos que Deus só conhece antecipadamente aquilo que ele planejou
estamos alinhados com a aquela concepção de que o homem não pode tomar nenhuma
iniciativa em direção a salvação, a menos que Deus opere na vida dele; isso implica que
o futuro que Deus sabe antecipadamente só é possível porque Deus planejou tudo o que
iria acontecer.

A CFW nesta questão ensina o seguinte: “em relação à presciência e ao decreto


de Deus, que é a causa primária”. A primeira verdade aprendida aqui é que “a
providência se manifesta a partir do decreto de Deus que é a sua causa primária”. Esta
providência ocorre no ato de Deus saber antecipadamente o seu decreto, observe o texto
de Atos 2.23: “sendo este entregue pelo determinado desígnio [ὡρισμένῃ βουλῇ
(horismenê Boulê – determinado conselho.)] e presciência [προγνώσει (prognósei –
conhecimento atencipado ou predeterminação)] de Deus, vós o matastes, crucificando-o
por mãos de iníquos;” Neste texto vemos de forma bastante clara o ensino de que o
decreto de Deus é a causa da presciência e não o contrário.

No texto em tela destaca-se: 1. “determinado desígnio” = indicando a existência


de um decreto, soberano e absoluto. O contexto sabemos que Pedro menciona o fato dos
judeus terem entregue Jesus para a morte; porém, Pedro deixa claro que a morte de
Cristo foi predeterminada pelo Pai; ou seja, Deus decretou a morte de Jesus, esta ação
ocorre de forma infalivelmente, Deus previu a morte de seu filho de forma infalível
porque ele havia também decretado de forma infalível; nota-se também que a
responsabilidade humana não é deixada de lado “Vós o matastes”.

Ainda destaca-se neste texto 2. “[...] e presciência de Deus” aqui revela-se que a
presciência, que seria um conhecimento antecipado de Deus é fruto do decreto, e não é a
base dele. Não existe aquela ideia de que Deus ele precisa prevê a ação do homem para
tomar alguma decisão e decretar alguma coisa. Nestas duas verdades vemos claramente
a mão da providência de Deus agindo para se cumprir o decreto de Deus!

II – A PROVIDÊNCIA VIABILIZA A EXECUÇÃO DO DECRETO DE DEUS.

“[...] contudo, pela mesma providência, Deus ordena que elas sucedam conforme a
natureza das causas secundárias7, necessárias, livre ou contingentemente8.”

O segundo aspecto que devemos considerar quando estudamos este assunto, é a


verdade de que é o decreto que viabiliza a execução do decreto divino. Todas as coisas
estão decretadas por Deus. Mas, como estas coisas acontecem? Como elas ocorrem na
história humana?

Existem aqueles que dizem que pela doutrina dos decretos e predestinação as
pessoas agem contrário a sua natureza, ou que são forçadas a fazer aquilo que já estava
decretado para fazer. A CFW declara que as coisas ocorrem neste mundo, visando
cumprir o decreto de Deus, de uma tal forma “que elas sucedam conforme a natureza
das causas secundárias”.

As causas secundárias estabelecidas na CFW se explicam na designação de Deus


para as coisas da criação agem e ocorram conforme a natureza de cada uma delas.
Notemos que a causa primeira de tudo é o decreto de Deus conforme aprendemos nesta
segunda seção da CFW, 5. Deus executa seu decreto pelas causas secundárias:
Homens, anjos, criação de modo geral.

Note o texto de Gênesis 8.22 e Jeremias 31.35 – vemos que Deus criou toda a
estrutura na criação, e, as causas secundárias atuam seguindo aquilo que foi previamente
estabelecido por Deus na criação: as estações do ano é um exemplo disso. Deus manda
chuva, seca, folhas e frutos dentro daquilo que ele decretou, porém, usa as causas
secundárias para executar seu decreto.

Estas causas secundárias ocorrem de forma “necessária, livre, ou


contigentemente” – o que isto quer dizer? Quer dizer que as coisas ocorrem de forma
como devem ocorrer “chuva torrencial” acontece no inverno e não em outra estação do
ano. As coisas ocorrem de forma livre, nada força sua corrência neste mundo – os
homens não são forçados a tomarem uma decisão que não querem, eles de fato irão mui
livremente; e mesmo, que algo ocorra aparecendo ser algo do acaso ou congitentemente
a Bíblia ensina que não! Basta olharmos para 1 Samuel 20:36. Eles agem realizam seus
projetos de acordo com a natureza que possuem. Veja-se Isaías 10.6-7

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