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PROJUDI - Processo: 0020779-35.2022.8.16.0017 - Ref. mov. 88.

1 - Assinado digitalmente por Cristiane Rossi


18/11/2022: JUNTADA DE DENÚNCIA. Arq: Denúncia

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJVTZ XRVK9 Y8C6F UJUP3
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ
10ª Promotoria de Justiça do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Maringá/PR
_______________________________________________________________________________
AUTOS Nº 0020779-35.2022.8.16.0017 – 4ª VARA CRIMINAL
INQUÉRITO POLICIAL
INDICIADOS: MAYRON GABRIEL MENDES SANTIAGO, VITOR HUGO TOPA e
INGRID DE ANDRADE PROFETA

Meritíssimo Juiz:

1. Denúncia a seguir contra MAYRON GABRIEL


MENDES SANTIAGO, VITOR HUGO TOPA e INGRID DE ANDRADE PROFETA.

2. Requer o Ministério Público:


2.a) sejam consultados os antecedentes criminais atualizados dos denunciados
junto à Justiça Federal e Oráculo;
2.b) após recebida a denúncia, seja comunicado o seu recebimento à autoridade
policial, ao Cartório Distribuidor desta Comarca e ao Instituto de Identificação do
Estado do Paraná, obedecendo-se, assim, ao disposto no item 6.4.1, IV, do Código
de Normas da Corregedoria-Geral de Justiça;
2.c) seja oficiado ao Instituto Médico Legal – Setor de Toxicologia de Curitiba/PR,
solicitando a remessa, diretamente ao Juízo, dos laudos toxicológicos
definitivos;
2.d) seja oficiado ao 4º Batalhão da Polícia Militar, setor Narcodenúncia – 181, re-
querendo seja encaminhado a este Juízo eventuais denúncias em nome de MAY-
RON GABRIEL MENDES SANTIAGO, VITOR HUGO TOPA e INGRID DE AN-
DRADE PROFETA e referente ao endereço Avenida Pioneiro Antônio Ruiz Salda-
nha, nº 1826, Condomínio Spazio Misato, apartamento 106, Jardim Industrial, Ma-
ringá/PR;
2.e) seja oficiado ao Instituto de Criminalística do Paraná – Maringá/PR, solicitando
a remessa, diretamente ao Juízo, do laudo de exame de eficiência e prestabilidade
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PROJUDI - Processo: 0020779-35.2022.8.16.0017 - Ref. mov. 88.1 - Assinado digitalmente por Cristiane Rossi
18/11/2022: JUNTADA DE DENÚNCIA. Arq: Denúncia

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da arma de fogo de uso permitido, calibre 357,00, marca Barracuda, nº de série
R355811, o qual, salvo melhor juízo, não foi juntado pela autoridade policial;
2.f) seja oficiado à Vara de Execuções Penais de Maringá/PR, informando acerca
da denúncia aqui ofertada, bem como da prisão decretada, eis que o denunciado
MAYRON GABRIEL MENDES SANTIAGO está cumprindo pena nos autos nº
0006578-43.2018.8.16.0190, conforme consulta ao SEEU;
2.g) seja oficiado à Vara de Execuções Penais de Maringá/PR, informando acerca
da denúncia aqui ofertada, bem como da prisão decretada, eis que o denunciado
VITOR HUGO TOPA está cumprindo pena nos autos nº 4000868-
03.2021.8.16.0017, conforme consulta ao SEEU;
2.h) seja oficiado à autoridade policial que presidiu o inquérito, com urgência, solici -
tando a qualificação da testemunha Rafael Henrique dos Santos, a qual informou
aos Policiais Militares que a residência dos acusados VITOR HUGO TOPA e IN-
GRID DE ANDRADE PROFETA era o cofre de armazenamento de drogas e outros
ilícitos.

3. Quanto aos objetos apreendidos (seq. 1.8 e


23.2), o Ministério Público assim se manifesta:
3.a) no tocante às drogas, considerando o disposto no §3º, do art. 50, da Lei nº
11.343/2006, requer o Ministério Público, após a juntada dos respectivos laudos,
seja determinada à autoridade policial a incineração das drogas apreendidas,
observada a preservação de porção suficiente, devidamente identificada, para
eventual contraprova, nos termos do item 6.21.6, do Código de Normas da
Corregedoria-Geral da Justiça. Requer, ainda, seja a incineração realizada em local
indicado pela autoridade policial, na presença de Oficial de Justiça e agente da
Vigilância Sanitária, lavrando-se auto circunstanciado, de tudo intimando-se o
Ministério Público.
3.b) quanto às armas de fogo, munições e os carregadores, requer seja oficiado à
autoridade policial a fim de que diligencie e encaminhe relatório sobre a origem dos
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artefatos bélicos. Destaca-se que a diligência deve abranger tanto pesquisas em
banco de dados, oficiando-se ou mantendo contato com órgãos relacionados ao
cadastro destes armamentos (SINARM, SISME, Polícia Federal, Exército,
Desarma), como também – se necessário – diligências junto à própria fabricante.
3.c) no que se refere à balança de precisão, requer que assim permaneça até o
término da instrução processual, eis que constitui a própria materialidade delitiva ou
potencial produto ou instrumento do delito apurado (CP, art. 91, inc. II, “a” e “b”).
3.d) no tocante aos aparelhos telefônicos, tendo em vista que em suas memórias
podem conter elementos comprobatórios da prática delitiva, requer seja autorizado
por este Juízo a quebra dos sigilos das informações neles constantes e dos chips e
cartões neles acoplados, encaminhando-os ao Instituto de Criminalística do Paraná,
solicitando o envio do respectivo laudo de exame pericial diretamente a este Juízo,
requisitando as extrações de eventuais conteúdos referentes a conversas
veiculadas por aplicativos de comunicação instantânea, citando-se, a título de
exemplo, os aplicativos WhatsApp e Skype.

4. Registre-se que os denunciados não preenchem


os requisitos objetivos para eventual proposta de acordo de não persecução penal
pelo Ministério Público, nos termos do art. 28-A, do Código de Processo Penal, com
as alterações introduzidas pela Lei nº 13.964/2019, especialmente pela soma das
penas mínimas ultrapassar 04 (quatro) anos. Aliado a isso, tem-se que os acusados
não confessaram formal e circunstancialmente as práticas das infrações penais
(seq. 1.11, 1.14 e 1.17). Por fim, os elementos probatórios encartados no inquérito
policial indicam a existência de conduta criminal habitual e reiterada por parte dos
denunciados, estando ausente, pois, os requisitos previstos no art. 28-A do Código
de Processo Penal1.

1 Enunciado 1 do SubJur – O investigado não tem direito subjetivo à celebração de acordo de não
persecução penal (ANPP), de modo que o órgão do Ministério Público, em pronunciamento
fundamentado, poderá negá-lo quando ausente qualquer dos requisitos trazidos pelo art. 28-A
do Código de Processo Penal.
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5. Por fim, o Ministério Público deixa de oferecer
proposta de suspensão condicional do processo aos denunciados, tendo em vista
que a soma das penas mínimas cominadas aos delitos ultrapassa 01 (um) ano,
estando ausente os requisitos elencados no referido artigo, consoante enunciado
243 do STJ2.

6. O Ministério Público esclarece que, em relação


às 04 (quatro) armas de fogo apreendidas dentro da residência da denunciada
INGRID DE ANDRADE PROFETA, imputará o crime de posse irregular de arma de
fogo de uso permitido (art. 12 da Lei nº 10.826/03) no tocante às armas de fogo
calibre 009,00, marca Zigana, nº de série TZ62018BM01794; calibre: 357,00, marca
Barracuda, nº de série R355811 e calibre 009,00, marca Glock, nº de série
BMVT916, em concurso formal com o delito de possuir arma de fogo com
numeração suprimida (art. 16, §1º, inciso IV, da Lei nº 10.826/03), quanto à arma de
fogo, calibre 009,00, marca Canik, nº de série suprimido, vez que o entendimento
atual do Superior Tribunal de Justiça indica que os tipos do art. 12 e art. 16 do
Estatuto do Desarmamento tutelam bens jurídicos diversos, sendo inviável a
configuração de delito único na hipótese de apreensão de arma de fogo ou munição
de uso permitido e posse ilegal de arma de fogo de uso restrito no mesmo contexto
fático, como ocorreu no caso ora em apreço. Nesse sentido:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


ESPECIAL. POSSE IRREGULAR DE ARMAS E
MUNIÇÕES DE USO RESTRITO E DE USO
PERMITIDO (ARTS. 12 E 16 DA LEI N. 10.826/03).
CONCURSO FORMAL. CRIME ÚNICO. ART. 16,
CAPUT, E ART. 16, PARÁGRAFO ÚNICO, IV, LEI
2 Súmula 243 - O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações
penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena
mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de um
(01) ano.
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PROJUDI - Processo: 0020779-35.2022.8.16.0017 - Ref. mov. 88.1 - Assinado digitalmente por Cristiane Rossi
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10.826/2003. MESMO CONTEXTO FÁTICO.
AGRAVO PROVIDO. 1. A orientação
jurisprudencial recente do Superior Tribunal de
Justiça é de que os tipos penais dos arts. 12 e 16
da Lei n. 10.826/2003 tutelam bens jurídicos
diversos, razão pela qual deve ser aplicado o
concurso formal quando apreendidas armas ou
munições de uso permitido e de uso restrito no
mesmo contexto fático. Precedentes. [...] (AgRg no
REsp n. 1.624.632/RS, relator Ministro Jorge
Mussi, Quinta Turma, julgado em 28/4/2020, DJe
de 30/4/2020.)

No mesmo sentido é a orientação do Tribunal de


Justiça do Paraná:

RECURSOS DE APELAÇÃO CRIMINAL –


TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS, POSSE
IRREGULAR DE MUNIÇÕES DE USO
PERMITIDO E POSSE ILEGAL DE ARMA DE
FOGO DE USO PROIBIDO – ISENÇÃO DAS
CUSTAS PROCESSUAIS – COMPETÊNCIA DO
JUÍZO DA EXECUÇÃO – NÃO CONHECIMENTO
– VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO – NULIDADE NÃO
CONFIGURADA – CONDENAÇÃO PELO
NARCOTRÁFICO – IMPOSSIBILIDADE – IN
DUBIO PRO REO – CONSUNÇÃO ENTRE OS
CRIMES DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO –
INVIABILIDADE – BENS JURÍDICOS DISTINTOS
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PROJUDI - Processo: 0020779-35.2022.8.16.0017 - Ref. mov. 88.1 - Assinado digitalmente por Cristiane Rossi
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[…]. Na dicção do art. 303 do Código de Processo
Penal, nas infrações permanentes, como são os
tipos previstos nos art. 12 e art. 16, ambos do
Estatuto do Desarmamento, entende-se o agente
em flagrante delito enquanto não cessar a
permanência. A ausência de provas incisivas e
concretas da efetiva prática do narcotráfico pelo
acusado não legitima, na esfera penal, a resposta
punitiva, em face do consagrado princípio in dubio
pro reo. É inviável aplicar o postulado da
consunção entre os ilícitos do art. 12 e art. 16, §
2º, ambos da Lei nº 10.826/03, pois, embora
tenham sido perpetradas no mesmo contexto
fático, tratam-se de condutas distintas, cujas
normas incriminadoras visam tutelar bens
jurídicos diferentes. [...] (TJPR – 5ª C.Criminal -
0000673-29.2021.8.16.0133 - Pérola - Rel.:
DESEMBARGADOR JORGE WAGIH MASSAD -
J. 05.05.2022).

7. Por fim, quanto ao pedido de doação das


munições e carregadores contido no ofício nº 36359/2022 (seq. 76.11), o Ministério
Público entende que o pedido deve ser indeferido.

De início, cabe salientar que o procedimento de


doação de armas encontra normatização por lei ordinária (Lei nº 10.826/2003),
que estipula em seu art. 25, §1º, diversos requisitos para que este ato seja
formalizado, veja-se:

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Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a
elaboração do laudo pericial e sua juntada aos
autos, quando não mais interessarem à
persecução penal serão encaminhadas pelo juiz
competente ao Comando do Exército, no prazo
máximo de 48 (quarenta e oito) horas, para
destruição ou doação aos órgãos de segurança
pública ou às Forças Armadas, na forma do
regulamento desta Lei.
§ 1º As armas de fogo encaminhadas ao Comando
do Exército que receberem parecer favorável à
doação, obedecidos o padrão e a dotação de cada
Força Armada ou órgão de segurança pública,
atendidos os critérios de prioridade estabelecidos
pelo Ministério da Justiça e ouvido o Comando do
Exército, serão arroladas em relatório reservado
trimestral a ser encaminhado àquelas instituições,
abrindo-se-lhes prazo para manifestação de
interesse. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§2º O Comando do Exército encaminhará a relação
das armas a serem doadas ao juiz competente,
que determinará o seu perdimento em favor da
instituição beneficiada.

Da mesma forma, o trâmite legal para doação de


instrumentos beligerante também está regulamentado pelo Decreto nº 9.847/19,
bem como pela Instrução Técnico-administrativa nº 11/2017 do Exército Brasileiro.

Pela análise conjunta de tais normativas, pode-se


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verificar que, salvo melhor juízo, o procedimento de doação das armas deve-se dar
da seguinte forma:

Segundo consta do art. 24 da Instrução Técnico-


administrativa nº 11/2017 do Exército Brasileiro:

O órgão de segurança pública responsável pela


apreensão do armamento deverá manifestar à
Secretaria Nacional de Segurança Pública do
Ministério da Justiça e Segurança Pública (Cenas)
seu interesse pela doação das armas apreendidas,
até dez dias após o envio das armas pelo juiz
competente ao Comando do Exército, indicando
sua necessidade do armamento e a obediência ao
padrão e à dotação.

Ou seja, tem-se que o armamento deverá ser


primeiro remetido ao Comando do Exército, para apenas posteriormente ser feito o
requerimento, por parte da autoridade policial, ao órgão competente (Cenas).

Além disso, esta manifestação pelo órgão de


segurança pública deve ocorrer após o envio do relatório trimestral a ser realizado
por parte do Comando do Exército, conforme dispõe o art. 45, §2º, do Decreto nº
9.847/19:

Art. 45. As armas de fogo apreendidas, após a


finalização dos procedimentos relativos à
elaboração do laudo pericial e quando não mais
interessarem à persecução penal, serão
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encaminhadas pelo juiz competente ao Comando
do Exército, no prazo de quarenta e oito horas,
para doação aos órgãos de segurança pública ou
às Forças Armadas ou para destruição quando
inservíveis.
§ 1º O Comando do Exército indicará no relatório
trimestral reservado de que trata o § 1º do art. 25
da Lei nº 10.826, de 2003, as armas, as munições
e os acessórios passíveis de doação.
§ 2º Os órgãos de segurança pública ou as Forças
Armadas manifestarão interesse pelas armas de
fogo apreendidas, ao Comando do Exército, no
prazo de trinta dias, contado da data do
recebimento do relatório reservado trimestral por
aquelas instituições.

Em seguida, o Comando do Exército se


manifestará acerca do requerimento, no prazo de 30 (trinta) dias, e, uma vez
estando preenchidos os requisitos dispostos no art. 45, §4º, do mencionado
decreto, deliberará sobre perdimento do armamento em favor do órgão ou da Força
Armada beneficiária (art. 45, §6º).

Desta forma, vislumbra-se a incompetência do


Poder Judiciário para apreciar, no presente momento, a possibilidade de doação da
arma de fogo, já que cabe ao Comando do Exército tal encargo. Assim, sugere-se à
autoridade policial que formule o pedido diretamente à Secretaria Nacional de
Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Cenas), conforme
fundamentação legal já exposta.

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Portanto, em que pesem as razões expostas pela
autoridade policial na representação de seq. 76.11, em respeito ao trâmite
legalmente estabelecido para doação de armamentos, o Ministério Público
manifesta-se pelo INDEFERIMENTO do pedido formulado.

(Assinado e datado digitalmente)


CRISTIANE ROSSI
Promotora de Justiça

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA
CRIMINAL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA
DE MARINGÁ – ESTADO DO PARANÁ

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO


PARANÁ, por sua Promotora de Justiça in fine assinada, no uso de suas
atribuições legais, com base no Inquérito Policial nº 0020779-35.2022.8.16.0017,
oriundo da 9ª Subdivisão Policial de Maringá/PR, com fulcro no artigo 5º, inciso LIV;
artigo 129, inciso I, da Constituição da República Federativa do Brasil; artigo 24,
caput; artigo 41, do Código de Processo Penal, vem, respeitosamente, perante
Vossa Excelência oferecer a presente

D E N Ú N C I A contra

I. INGRID DE ANDRADE PROFETA, brasileira,


auxiliar de produção, portadora do RG nº 13.148.784-3-PR, natural de Jundiaí/SP,
nascida em 30 de junho de 1994, com 28 (vinte e oito) anos de idade na época dos
fatos, filha de Leila Cristina de Andrade Pinto e Valdeci Albertino Pinto, residente na
Avenida Pioneiro Antônio Ruiz Saldanha, nº 1826, Condomínio Spazio Misato,
Bloco 02, apartamento 106, Jardim Industrial, Maringá/PR, atualmente recolhida
no setor de carceragem provisório da 9ª S.D.P3;

II. MAYRON GABRIEL MENDES SANTIAGO,


brasileiro, desempregado, portador do RG nº 13.362.383-3-PR, natural de Maringá/
3Conforme termo de interrogatório, qualificação e vida pregressa à seq. 1.17 e termo de audiência
de custódia à seq. 43.2.
11
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10ª Promotoria de Justiça do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Maringá/PR
_______________________________________________________________________________
PR, nascido em 11 de abril de 1997, com 25 (vinte e cinco) anos de idade na época
dos fatos, filho de Maria Elena de Jesus Mendes Santiago e Manuel Santiago,
residente na Rua Ponta Porã, nº 2136, apartamento 304, Jardim Monte Carlo,
Sarandi/PR, atualmente recolhido no setor de carceragem provisório da 9ª
S.D.P4, e

III. VICTOR HUGO TOPA, brasileiro,


desempregado, portador do RG nº 13.452.101-5-PR, natural de Maringá-PR,
nascido em 09 de novembro de 1999, com 22 (vinte e dois) anos de idade na época
dos fatos, filho de Andreia Patricia de Oliveira Topa e Jose Aparecido Topa,
residente na Avenida Pioneiro Antônio Ruiz Saldanha, nº 1826, Condomínio Spazio
Misato, apartamento 106, Jardim Industrial, Maringá/PR, atualmente recolhido no
setor de carceragem provisório da 9ª S.D.P5, pela prática dos seguintes crimes:

1º FATO – ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO


(ART. 35, CAPUT, DA LEI Nº 11.343/2006)

“Em condições de tempo e local não


especificados nos autos, mas sendo certo que até
o dia 04 de outubro de 2022, nesta cidade e
Comarca de Maringá/PR, os denunciados
MAYRON GABRIEL MENDES SANTIAGO,
VICTOR HUGO TOPA e INGRID DE ANDRADE
PROFETA, agindo com consciência e vontade, um
aderindo subjetivamente à conduta do outro,
adrede combinados, associaram-se para o fim de

4 Conforme termo de interrogatório, qualificação e vida pregressa à seq. 1.14 e termo de audiência
de custódia à seq. 43.3.
5 Conforme termo de interrogatório, qualificação e vida pregressa à seq. 1.11 e termo de audiência

de custódia à seq. 43.4.


12
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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ
10ª Promotoria de Justiça do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Maringá/PR
_______________________________________________________________________________
praticar, reiteradamente, o crime de tráfico de
drogas”.

2º FATO – TRÁFICO DE DROGAS (ART. 33,


CAPUT DA LEI Nº 11.343/06)

“No dia 04 de outubro de 2022, por volta das


18h30min, na Avenida Pioneiro Antônio Ruiz
Saldanha, nº 1826, Condomínio Spazio Misato,
apartamento 106, Jardim Industrial, nesta cidade e
Comarca de Maringá/PR, os denunciados
MAYRON GABRIEL MENDES SANTIAGO,
VICTOR HUGO TOPA e INGRID DE ANDRADE
PROFETA, em comunhão de esforços, unidade de
desígnios e previamente ajustados, agindo com
consciência e vontade, mantinham em depósito e
guardavam, para fins de tráfico, 525g
(quinhentos e vinte e cinco gramas) da substância
entorpecente vulgarmente conhecida como crack e
1,9 kg (um quilo e novecentos gramas) do
entorpecente popularmente conhecido como
maconha, além de uma balança de precisão,
conforme boletim de ocorrência nº 2022/1027675
(seq. 1.20), auto de exibição e apreensão (seq.
1.8) e auto de constatação provisória de droga
(seq. 1.10), fazendo-o em desacordo com
determinação legal e regulamentar, tratando-se de
substância capaz de causar dependência química
e psíquica e de uso proscrito no território nacional,
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conforme Portaria nº 344/1998, da Secretaria de
Vigilância Sanitária”.

3º FATO – POSSUIR ARMA DE FOGO DE USO


PERMITIDO COM NUMERAÇÃO SUPRIMIDA
(ART. 16, §1º, INCISO IV, DA LEI Nº 10.826/03)

“Nas mesmas circunstâncias de tempo e local,


os denunciados MAYRON GABRIEL MENDES
SANTIAGO, VICTOR HUGO TOPA e INGRID DE
ANDRADE PROFETA, em comunhão de esforços,
unidade de desígnios e previamente ajustados,
agindo com consciência e vontade, possuíam 01
(uma) pistola, calibre 009,00mm, marca CANIK e
01 (uma) pistola, calibre 009,00mm, marca
GLOCK, ambas com a numeração de série
suprimida, no interior do apartamento 1826,
localizado no Condomínio Spazio Misato, todos os
artefatos bélicos com potencialidade ofensiva
constatada pelo laudo de exame de eficiência de
arma de fogo e confronto balístico às seqs. 80.1/
80.9, conforme auto de exibição e apreensão à
seq. 1.8, fazendo-o em desacordo com
determinação legal e regulamentar, uma vez que
não possuíam registro dos artefatos.

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4º FATO – POSSE IRREGULAR DE ARMA
DE FOGO DE USO PERMITIDO (ART. 12 DA LEI
Nº 10.826/03)

“Nas mesmas circunstâncias de tempo e local


narrados no 3º fato, no interior da residência
localizada na Avenida Pioneiro Antônio Ruiz
Saldanha, nº 1826, Condomínio Spazio Misato,
apartamento 106, Jardim Industrial, Maringá/PR, os
denunciados MAYRON GABRIEL MENDES
SANTIAGO, VICTOR HUGO TOPA e INGRID DE
ANDRADE PROFETA, em comunhão de esforços,
unidade de desígnios e previamente ajustados,
agindo com consciência e vontade, possuíam e
mantinham sob suas guardas 03 (três) armas de
fogo, sendo uma calibre 009,00, marca Zigana, nº
de série TZ62018BM01794; uma calibre 357,00,
marca Barracuda, nº de série R355811 e uma
calibre 009,00, marca Glock, nº de série BMVT916,
bem como 19 (dezenove) munições calibre 357,00
e 122 (cento e vinte e duas) munições calibre
009,00, além de 04 (quatro) carregadores para
arma de fogo e 03 (três) coletes balísticos, todos
eficientes para uso, logo, de uso permitido,
conforme boletim de ocorrência nº 2022/1027675
(seq. 1.20), auto de exibição e apreensão (seq.
1.8), Laudo de Exame de Eficiência e
Prestabilidade (seq. 80.1/80.9) e Laudo de
Confronto Balístico (seq. 80.1/80.9), sem a
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imprescindível licença da autoridade competente e
em desacordo com determinação legal e
regulamentar, na medida em que não possuíam
registros das referidas armas de fogo, munições e
carregadores, colocando em risco a incolumidade
pública.

Consta dos autos que Rafael Henrique dos


Santos, ao ser preso, informou que MAYRON
GABRIEL MENDES SANTIAGO, já conhecido
pela prática de tráfico e homicídios, estava
residindo na Avenida Pioneiro Antônio Ruiz
Saldanha, nº 1826, Condomínio Spazio Misato,
apartamento 106, Jardim Industrial, Maringá/PR,
local indicado por Rafael como sendo cofre de
armazenamento de drogas e outros ilícitos.

Face o informado, a equipe policial foi até o


local e encontrou VITOR HUGO TOPA, que
possuía mandados de prisão em aberto pelos
crimes de homicídio qualificado e tráfico de drogas.

Após tentativa de fuga, VITOR HUGO TOPA


foi abordado, relatando que reside no endereço
supracitado com a denunciada INGRID DE
ANDRADE PROFETA (responsável pelo
apartamento e sua namorada). VITOR HUGO
TOPA declarou, ainda, que guardava diversas
armas de fogo, drogas e colete balístico na
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residência de INGRID DE ANDRADE PROFETA
para MAYRON GABRIEL MENDES SANTIAGO.

Consta que no apartamento indicado por


VITOR HUGO foram apreendidos 01 (uma) pistola
calibre 009,00mm, marca CANIK, com a
numeração de série suprimida; 01 (uma) pistola
calibre 009,00mm, marca Zigana, nº de série
TZ62018BM01794; 01 (um) revólver calibre
357,00, marca BARRACUDA, número de série
R355811; 01 (uma) pistola, calibre 009,00, marca
GLOCK, número de série BMVT916, bem como
munições calibre 357,00 e munições calibre
009,00; 04 (quatro) carregadores para arma de
fogo e 02 (dois) coletes balísticos, além dos
entorpecentes narrados no 2º fato desta inicial
acusatória.

Ato contínuo, uma moradora do condomínio


informou à equipe policial que havia alguém
tentando embarcar em um carro do aplicativo Uber,
com o condutor Sidney Naves dos Santos, para
fugir. A equipe conseguiu abordar esse indivíduo,
posteriormente identificado como MAYRON
GABRIEL MENDES SANTIAGO.

Durante a revista pessoal, a equipe policial


verificou que MAYRON portava 01 (uma) pistola,

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marca Glock G17, calibre 9mm, de numeração
raspada, carregada e municiada com 17 munições.

Ao ser questionado, o denunciado MAYRON


GABRIEL MENDES SANTIAGO afirmou à equipe
policial que se deslocou até o apartamento de
INGRID e VITOR HUGO para buscar as armas de
fogo, munições, coletes balísticos, a droga e a
balança de precisão apreendidas na referida
residência.

Ademais, o denunciado MAYRON declarou aos


policiais militares que em sua residência, situada
na Rua Ponta Porã, nº 2136, apartamento 304, em
Sarandi/PR, havia outros coletes balísticos e
munições, razão pela qual a equipe policial dirigiu-
se ao local indicado.

Assim, na casa de MAYRON foram


encontrados 01 (um) colete balístico e munições
calibre 9mm e calibre 357, todas eficientes para
uso.

Dessa forma, diante do estado de flagrância


delitiva, os policiais militares deram 'voz de prisão'
aos denunciados MAYRON GABRIEL MENDES
SANTIAGO, VICTOR HUGO TOPA e INGRID DE
ANDRADE PROFETA, tratando de encaminhá-los

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_______________________________________________________________________________
à 9ª S.D.P., nesta, juntamente das drogas, armas,
munições, e instrumentos apreendidos.

Iniciados os atos investigativos, perante a


autoridade policial, INGRID (seq. 1.18), admitiu a
propriedade dos entorpecentes e MAYRON
(seq.1.15) confessou que portava uma arma de
fogo com numeração suprimida, bem como que
adquiriu o artefato bélico para sua proteção.

Com efeito, em consulta aos antecedentes


criminais (seq. 30.1), observa-se que MAYRON
GABRIEL MENDES SANTIAGO possui
condenação, transitada em julgado, pelo crime de
tráfico de drogas, na Ação Penal nº 0009137-
07.2018.8.16.0017.

De igual forma, o denunciado VICTOR HUGO


TOPA registra condenação, transitada em julgado,
na Ação Penal nº 0008430-68.2020.8.16.0017,
pelo crime de tráfico de drogas”.

Assim agindo, incorreram os denunciados


MAYRON GABRIEL MENDES SANTIAGO, VICTOR HUGO TOPA e INGRID DE
ANDRADE PROFETA nos crimes tipificados no art. 35, caput, da Lei nº
11.343/2006 (1º fato), art. 33, caput, da Lei nº 11.343/2006, combinado com o
artigo 2º, caput, da Lei nº 8.072/1990 (crime equiparado a hediondo) (2º fato);
art. 16, §1º, inciso IV, da Lei nº 10.826/2003 (3º fato) e art. 12, da Lei nº
10.826/03 (4º fato), observando-se o art. 70, do Código Penal (concurso formal)
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entre o 3º e 4º fatos, aplicando-se no resultado a regra do art. 69, caput, do
Código Penal (concurso material), razão pela qual é oferecida a presente
denúncia, requerendo, após recebida e autuada, sejam os denunciados citados
para responderem, por escrito, a acusação que lhes é imputada, e acompanhar
esta Ação Penal até final julgamento e condenação, devendo a mesma seguir o rito
ordinário, de acordo com os art. 394, §1º, inc. I e seguintes do Código de Processo
Penal, intimando-se, outrossim, as testemunhas adiante arroladas para
comparecerem em Juízo, sob as cominações legais, de tudo ciente o Ministério
Público.

Por fim, requer a produção de todas as provas que


se fizerem necessárias ao esclarecimento dos fatos, inclusive a ouvida das
testemunhas adiante arroladas, as quais deverão ser intimadas a comparecerem
em Juízo, em dia e hora a serem designados, sob as penas da lei.

ROL DE TESTEMUNHAS:

1. JOSÉ CARLOS BRAGA, Policial Militar, qualificado à seq. 1.4, lotado no 4º


B.P.M de Maringá/PR, requerendo seja comunicada a respectiva chefia a respeito
da data e horário da oitiva e devendo constar no mandado o número do Boletim de
Ocorrência (B.O. nº 2022/1027675), por requisição;

2. MARCOS ALVICE GIL, Policial Militar, qualificado à seq. 1.6, lotado no 4º B.P.M,
requerendo seja comunicada a respectiva chefia a respeito da data e horário da
oitiva e devendo constar no mandado o número do Boletim de Ocorrência (B.O. nº
2022/1027675), por requisição;

3. SIDNEY NAVES DOS SANTOS, testemunha, qualificado à seq. 1.20, fl. 4 6.


6Conforme consta do item 6-8.5.1 do Manual de Orientação Funcional: “Relativamente às vítimas e
nos casos em que houver a concreta e fundamentada necessidade de preservação do endereço das
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4. RAFAEL HENRIQUE DOS SANTOS (testemunha), a ser posteriormente


qualificado, objeto de diligência em anexo.

(Assinado e datado digitalmente)


CRISTIANE ROSSI
Promotora de Justiça

pessoas arroladas, é possível qualificá-las de forma sumária e apontar o endereço de forma


remissiva”.
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